SEGUIMENTO DO TRATAMENTO ANTI-HIPERTENSIVO



SEGUIMENTO DO TRATAMENTO ANTI-HIPERTENSIVO: ESTUDO EM UM PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE CATURITÉ-PB

INTRODUÇÃO 

O Brasil vem apresentando mudanças significativas no seu perfil epidemiológico nas últimas décadas, onde as doenças crônicas não transmissíveis encontram-se em ascensão e as infecciosas e parasitárias em declínio. Essa decadência deve-se ao fato das mudanças ocorridas no estilo de vida da população e fruto também das políticas de saúde implantadas no país, que têm contribuído para a contenção dessas patologias (ORQUIZA, 2003).

Estima-se que atualmente no país existam cerca de 25 000 000 (vinte e cinco milhões) de pessoas com alguma doença cônica, dentre elas podemos citar AIDS, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, alcoolismo e portadores de insuficiência renal crônica, entre outras patologias (RAUL JUNIOR, 2004).

As doenças cardiovasculares assumem lugar de destaque entre as doenças crônico- degenerativas, sendo que o acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto agudo do miocárdio (IAM) representam as enfermidades mais prevalentes do núcleo de distúrbios cardiovasculares. Estas duas afecções constituem as principais causas de morbi-mortalidade na população brasileira, não tendo uma causa específica para o aparecimento, mas o envolvimento de vários fatores de risco que aumentam a probabilidade de suas ocorrências, as quais podem levar a óbito ou deixar seqüelas para o resto da vida, haja vista o caráter crônico e incapacitante de tais doenças (BRASIL, 2001).

Segundo Barreto (2002), a doença hipertensiva é um dos fatores mais importantes para o surgimento da doença cardiovascular, uma das condições mórbidas mais comuns na população adulta e um problema que necessita de estudos freqüentes.

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma clínica de natureza multifatorial caracterizada por níveis de pressão arterial (PA) elevados. No Brasil, estima-se que cerca de 20% dos indivíduos adultos possam ser rotulados como hipertensos. Essa prevalência aumenta com a idade. O controle adequado dessa situação reduz significativamente os riscos individuais e os custos sociais (REIS, 2008).

Silva (1998) enfatiza que existem dois tipos de hipertensão, a essencial ou idiopática, que corresponde a 95 a 97% de todos os casos, e a secundária, cujas causas vasculares, neurológicas, endócrinas podem ser identificadas e tratadas com especificidade.

O diagnóstico da HAS é baseado na anamnese, exame físico e exames complementares que auxiliam na realização do diagnóstico da doença propriamente dita, sua etologia, grau de comprometimento de órgãos-alvo e na identificação dos fatores de risco cardiovasculares associados.

A HAS pode não apresentar sintomas por muitos anos, sem que a pessoa perceba o desenvolvimento da doença (SERRALHEIRO, 2006). Também, pode ser chamada de inimiga silenciosa, uma vez que pode estar presente sem que as pessoas a percebam, o que aumentam os riscos de possíveis complicações (ROSSATO, 2006).

De acordo com Costa (2002), a HAS crônica se manifesta em alguns casos por um ou mais sintomas, sendo os mais prevalentes a cefaléia occipital, vertigens, insônia entre outros. As crises hipertensivas manifestam-se por brusca aceleração do pulso, acompanhada por palidez, angústia, dor de cabeça e dores nos membros.

HAS atualmente não pode mais ser vista apenas como uma condição clínica em que as cifras tensionais estão acima de um determinado valor. Na verdade, a HA existe num contexto sindrômico, com alterações hemodinâmicas, tróficas e metabólicas, entre as quais ocorre à própria elevação dos níveis tensionais, a redução da complacência arterial, as alterações das funções diastólicas entre outras (NOBRE, 2002).

Esse aumento significativo do número de hipertensos se dá principalmente em virtude do aumento da vida da população e a industrialização. A hipertensão surge como uma enfermidade de alto poder incapacitante e de maior prevalência do período contemporâneo, determinando mudanças na composição do quadro nosológico do país.

Lopes e Medeiros (2001) enfatizam que os distúrbios emocionais, a obesidade, o sedentarismo, a ingestão excessiva de álcool e a ingestão aumentada de café, tabaco e estimulantes, influenciam negativamente a pressão arterial. É importante salientar que essa condição tem um forte cunho familiar, afetando mais as mulheres do que os homens, e sua incidência aumenta com a idade.

A prevenção é a forma mais eficaz de tratar tal enfermidade, uma vez que englobam ações voltadas para educação em saúde, a organização da rede de atenção básica, o acompanhamento e tratamento sistemático (LUECKENOTTE, 2000). O uso de medicamentos para controlar a hipertensão é uma necessidade clínica importante, mas o tratamento também envolve medidas não farmacológicas como a realização freqüente de exercícios físicos, redução na ingesta de sal na dieta, redução de peso entre outros, alterando desta forma o estilo de vida do portador da HAS (RANG; DALE; RITTER, 1999).

O estudo teve como principal finalidade investigar o seguimento do tratamento anti-hipertensivo, bem como descrever a adesão ao tratamento medicamento e não medicamentoso e investigar o conhecimento da população acerca  da HA e suas conseqüências.

Consideramos ser de suma importância a realização desta pesquisa visto que além do envelhecimento populacional, o estilo de vida da população,  caracterizado na maioria das vezes por alimentação inadequada, sedentarismo, estresse, leva a cada dia ao aumento do número de hipertensos.Este quadro requer atenção visto que se faz necessário  uma mudança de comportamento da população no intuito de evitar ou pelo menos diminuir as complicações relacionadas a HAS.

Compreendemos então a importância do trabalho para os portadores desta patologia e para os profissionais que lidam diretamente com esse grupo, assim como as implicações que essa patologia e seu tratamento podem trazer no cotidiano e conseqüentemente na vida do paciente e de seus familiares. Esperamos que este estudo possa contribuir com dados que auxiliem a implantação de novas estratégias  no combate a essa doença.

O objetivo da pesquisa é investigar o seguimento do tratamento anti-hipertensivo em pacientes que fazem parte do programa de controle da HAS de uma UBS do município de Caturité - PB.

Os objetivos específicos são:

a)  realizar a caracterização sócio-demográfica dos participantes do estudo;

b)  descrever  a adesão dos pacientes ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso para HAS;

c)  averiguar  o conhecimento da população do estudo acerca da HA e suas conseqüências.

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