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Os 25 anos de carreira de Paulo Coelho - livros velhos e livro novo

Paulo Coelho é, sem dúvida, o autor brasileiro mais conhecido internacionalmente. Coelho já foi hippie, já compôs em parceria com Raul Seixas, escreveu textos para teatro, se envolveu com magia negra e fez diversas outras coisas na vida, mas nunca estava feliz. Até que no final dos anos 1980, ao fazer o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, teve um encontro com sua verdadeira essência. O relato do que viveu e aprendeu durante esse período foi publicado em 1987, sob o título “O Diário de um Mago”. O livro foi um sucesso estrondoso e conquistou milhares de leitores, fidelizando muitos deles ao então estreante autor.

Este ano, “O Diário de um Mago” completa 25 anos de publicado, o que também significa 25 anos de carreira literária de Paulo Coelho. Para marcar a ocasião, o título está sendo relançado pela editora Sextante, que também está trazendo de volta às livrarias “O Alquimista” e mais 12 outros livros de Paulo Coelho. Até hoje, já foram vendidos no mundo inteiro 146 milhões de exemplares de obras do autor.

Mas os fãs do escritor têm mais uma coisa para comemorar em 2012: o lançamento de “Manuscrito Encontrado em Accra” , o mais novo livro de Coelho. A história se passa em 1099, em Jerusalém. A cidade está prestes a ser invadida pelos cruzados quando um grego chamado Coptas chama todos os habitantes para se reunirem na praça. Homens, mulheres, crianças, idosos, cristãos, judeus e muçulmanos, todos se aglomeram para ouvi-lo. Eles acreditam que o grego os instruirá sobre como devem se preparar para a batalha contra os invasores, mas são surpreendidos pela resignação do homem. Coptas sabe que não há chances de vencer o combate, e, no fundo, o povo também tem consciência disso. Mas o que o grego quer dizer aos habitantes de Jerusalém é outra coisa. Ele pede que, mesmo que fujam e se espalhem, as pessoas mantenham a alma da cidade, feita de hábitos e modos de levar a vida.

Cada um dos capítulos do livro é a resposta de Coptas a uma pergunta feita por gente da cidade. Há considerações sobre o amor, a coragem e outros temas, divagações recheadas de frases de reflexão através das quais Paulo Coelho conduz seu leitor ao encontro da sabedoria. Essa sabedoria estaria na vida cotidiana, nos amores, nas desilusões, no que faz de nós humanos. O livro, publicado pela editora Sextante, tem 176 páginas e  foi escrito com base em um manuscrito datado de 1307. O registro, escrito em árabe, hebreu e latim, foi encontrado por um arqueólogo inglês em 1974, no Alto Egito. Coelho teve acesso ao documento através do filho do arqueólogo, que o conheceu pessoalmente e enviou para o escritor uma cópia do manuscrito.

O autor diz que “Manuscrito Encontrado em Accra” é uma transcrição do conteúdo do documento, mas admite que parte da história foi construída por ele mesmo. Quando indagado sobre o caráter ficcional do livro, ele argumenta que a obra é baseada em valores, e que valores nunca são ficção. Bem ao estilo de seu personagem, Coptas, o escritor dá uma resposta que não responde. Coisas de Paulo Coelho.

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