A Situação Atual Dos Trabalhadores



Os trabalhadores estão sozinhos, isolados, sem nenhuma organização para lutar pelos seus direitos.

Os trabalhadores ainda ficam dependentes das ações de nossos políticos para aprovarem leis que ampliem seus direitos e dos patrões para que reconheçam seus trabalhos, e lhes ofereçam aumento salarial. O que ainda os trabalhadores não entenderam é que sem pressão todos esses direitos ou aumentos salariais nunca irão satisfazer suas necessidades. Vamos analisar, primeiramente, pela ótica política. Os trabalhadores sonham com o salário-mínimo sugerido pelo DIEESE de R$ 1737,16. Porém, neste ano de 2008 o governo Lula que tanto criticava os aumentos irrisórios do ex-presidente FHC, aumentou o salário-mínimo para R$ 400,00. No ano que vem, podemos acreditar que o nosso salário-mínimo não passará de R$ 450,00. Isso é uma conquista dos trabalhadores? A resposta é NÃO. Esses pequenos aumentos são conquistas dos empresários. E por que isso ocorre? Porque nós trabalhadores não nos organizamos e não reivindicamos nossos direitos. Somos individualistas e apenas pensamos em nós mesmos. Os empresários, pelo contrário, além de financiar campanhas políticas para ter seus projetos aprovados, se unem em sindicatos patronais, confederações ou associações empresariais. Eles perceberam, há centenas de anos, que unidos possuem muito mais força e representatividade para exigir ou propor projetos de leis que os beneficiem.

Analisando pela ótica empresarial, os empresários pagam salários baixos, enquanto os patrões viajam várias vezes por ano para o exterior. Eles querem lucros, redução de custos e alta produtividade. Os trabalhadores devem produzir e ficar satisfeitos com seus salários. Se estiver insatisfeito, o pedido de aumento é sempre negado. E quando o aumento se concretiza, dificilmente é maior do que R$ 100,00. O patrão ainda pergunta: "Está feliz? Gostou do nosso reconhecimento? O trabalhador diz: "Sim, adorei, muito obrigado", mas ele sabe que esse aumento não muda a sua qualidade de vida. Ele se revolta, pensa em fazer greve, mas desiste da idéia, pois sabe que a maioria dos sindicatos possui dirigentes pelegos e corre o risco de ser demitido. Dessa forma, decide-se ficar quieto e se conforma com a sua nova "riqueza".

Assim, o trabalhador continua sozinho, sem organização e sem iniciativa para lutar por melhores condições de vida e trabalho. Já se conformou em viver uma vida dependente e não se prepara para ter uma vida livre, trabalhando em algo que realmente gosta e que o faça acumular mais riqueza.

Os trabalhadores ainda não perceberam que são maioria e que podem transformar suas vidas. Eles ainda não perceberam que podem boicotar as eleições e exigir um sistema democrático direto, pondo fim a democracia representativa. Eles também não perceberam que não precisam de patrões lhes dando ordens, que podem se organizar em cooperativas, distribuindo o lucro igualmente ou por produtividade para cada trabalhador. Não compreenderam que o capitalismo é agressivo, competitivo e que o lucro está acima do amor e respeito ao próximo. Não entenderam que o neoliberalismo está transformando o funcionário em terceirizado, gerando desemprego e salários mais baixos.

Os empresários sabem que uma revolta popular põe em cheque-mate o poder que atualmente eles possuem. Por isso, eles possuem representantes nos três poderes – executivo, legislativo e judiciário. Financiam campanhas políticas, compram juízes, realizam especulações econômicas nas bolsas de valores e precisam dos pobres como empregados para manterem suas riquezas.

Os trabalhadores precisam se organizar. A luta de classes que ouvimos dizer nas aulas de sociologia no ensino médio de fato existe. E não adianta apenas rezar para que essa situação mude. Os trabalhadores podem e devem criar associações, cooperativas, participar de partidos ou núcleos socialistas e de movimentos sociais. Nós temos força, somos maioria e podemos conquistar o poder para melhorar nossas vidas.


Autor: Marcelo Castilho


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