Bebidas "antienergéticas" - Você já ouviu falar delas?



Enquanto as bebidas energéticas prometem dar disposição extra para seus consumidores, surge no mercado uma nova categoria de produtos que prometem exatemente o contrário. São os chamados “antienergéticos”, a mais recente invenção dos americanos. As bebidas e bolinhos antienergéticos receberam esse nome porque garantem fazer a pessoa relaxar e reduzir o stress.

Os produtos chamam a atenção pelos slogans curiosos, como “coloque o touro na jaula” e “descanse as asas”. Mas de todos os antienergéticos que fazem sucesso nos Estados Unidos, a linha mais inusitada é, sem dúvida, a Marley’s Mellow Mood. São chás gelados vendidos em embalagens que trazem a foto do rei do reggae. Os sabores “citrus” e “berry” são chás gaseificados vendidos em lata, já os sabores “chá verde com mel” e “chá preto com maracujá, pêssego e framboesa” são chás sem gás e vêm em garrafas. Segundo o fabricante, a imagem de Bob Marley é usada com autorização da família dele e parte do lucro é destinado à One Love, fundação criada pelos filhos do músico que financia projetos voltados para as crianças carentes, o meio ambiente e a paz.

Além das bebidas, há outros produtos desse mercado de antienergéticos que também são sucesso entre os consumidores. É o caso dos brownies Sofa King (Rei do Sofá), dos Lazy Cakes (Bolos da Preguiça) e do Kush Cake, bolinho cujo nome faz alusão a um tipo de maconha chamada de “kush”. Eles podem ser comprados em lojas de conveniência e também pela internet, a um preço médio de US$ 3.

Segundo informações dos fabricantes, os antienergéticos têm em sua composição ingredientes com ação calmante, como erva-cidreira, camomila, extrato de rosas e raiz de valeriana. Mas o principal ingrediente é a melatonina, um hormônio produzido pelo nosso corpo que atua reduzindo o ritmo cardíaco e nos fazendo sentir sono. Apesar de nos EUA a substância ser usada como medicamento contra a insônia, os médicos alertam que a ingestão do hormônio pode causar desajustes no sono e redução dos reflexos, principalmente porque a quantidade de melatonina presente nos produtos antienergéticos é superior à dose usada para fins terapêuticos. Além disso, nas bebidas e bolinhos a melatonina está misturada a ingredientes como açúcar e chocolate, o que aumenta as chances da pessoa ingerir doses excessivas do hormônio.

No Brasil, o uso da melatonina é proibido até mesmo em medicamentos. Apesar de produzir efeitos bem semelhantes ao de algumas drogas, os antienergéticos são vendidos de forma legal nos Estados Unidos e não precisam passar pela aprovação da Food and Drug Administration, órgão que regula os alimentos, medicamentos e cosméticos comercializados no país.


Autor: Telma Gomes Souza


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