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O Homem Com Ele Mesmo

“Um filósofo descreveu o que para ele é na vida de cada homem um trágico ou feliz momento, o momento em que o indivíduo escolhe a si mesmo. Concordo com ele e afirmo que buscamos nos outros aquilo que imaginamos ser o nosso complemento, trágico ou feliz. No entanto, o complemento de cada ser humano está dentro de si. A maior e mais difícil tarefa de cada vida é decidir sobre o momento certo do encontro que cada um terá com si mesmo. Escolher a si próprio como complemento pode significar uma vida de solidão, de ostracismo e de derrota, uma tragédia, se o homem encontrar o pior de si. Mas se o homem encontrar o melhor de si, esse encontro pode significar para ele a descoberta mais importante da sua vida, porque ele terá aceso ao melhor do seu interior e será feliz. Encontrar a si mesmo é encontrar a própria essência. Quando este encontro ocorre, o homem toma posse do conhecimento do seu interior e decide a sua própria história. Um ser humano é ele próprio apenas quando encontra a si mesmo. Cada homem descobre a sua essência na solidão da sua alma. Um homem que nunca teve um encontro com si mesmo não conhece o valor da sua própria vida e não controla a sua própria história, trágica ou feliz. Creio que a essência do homem não é uma integralidade invulnerável. Para mim a essência humana aproxima-se muito mais de um mosaico vulnerável, com a maioria das peças representando as tragédias humanas e poucas representações da felicidade. Acredito também que o homem ao encontrar a sua essência tende mais a querer a morte do que a sentir-se apto para o relacionamento, salvo se encontrar de fato o melhor de si. Ainda assim, diante de uma felicidade extrema o homem tende ao trágico da loucura. Acredito que o homem convive melhor com a tragédia do que com a felicidade. A felicidade o embriaga, a tragédia exige dele a lucidez. A Vida é um Carrossel infindável de Dilemas e Desilusões. ” [Hamilton Pipoli]

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