Depressão Pós-parto



DEPRESSÃO PÓS-PARTO

 

INTRODUÇÃO

A gravidez pode se tornar um transtorno para algumas mulheres, devido a muitos transtornos de humor, principalmente a depressão. A depressão pós-parto (DPP) geralmente inicia da quarta a oitava semana após o parto, podendo demorar mais, porém ainda no primeiro ano podendo persistir por mais de um ano.

Os sintomas de DPP se apresentam através de irritabilidade, choro frequente, sentimentos de desamparo e desesperança, falta de energia e motivação, desinteresse sexual, alterações alimentares e do sono, sensação de ser incapaz de lidar com novas situações. Sendo possíveis também sintomas como cefaléia, dores nas costas, erupções vaginais e dor abdominal, sem causa orgânica aparente (SCHMIDT, 2005).

É estimado que de 25 a 35% das mulheres apresentam sintomas depressivos na gravidez e que até 20% das mulheres podem preencher os critérios para depressão, entretanto a depressão pós-parto é uma condição que afeta 10% a 15% das mulheres no pós-parto.

A depressão, no Brasil, é considerada problema sério de saúde pública, atingindo 2 a 5% da população em geral, com predomínio no sexo feminino, muitas vezes precedida por eventos vitais marcantes, como a gestação, o parto e o período pós-parto.

DEPRESSÃO PÓS-PARTO, SEUS SINTOMAS E INTERFERENCIA NA RELAÇÃO MÃE-BEBÊ

Sugere-se que a depressão pós-parto tenha início devido a sensibilidade particular de algumas mulheres em detrimento das alterações hormonais que se iniciam a partir da primeira menstruação, aumentando assim, a susceptibilidade a estresses. Nessas mulheres, esse estresse pode transformar-se em transtorno de humor feminino em momentos de altas flutuações.

Segundos alguns autores a DPP não está associada a somente problemas, sendo assim, estão envolvidos fatores sociais, econômicos e psicológicos. Há também a ocorrência da depressão pós-parto devido ao pouco suporte oferecido pelo parceiro ou por outras pessoas com quem a mãe mantém relacionamento, o não planejamento da gestação, o nascimento prematuro e a morte do bebê a dificuldade em amamentar e a dificuldades no parto podem ser fatores que influenciam neste processo depressivo da mãe.

A duração da DPP relaciona-se com uma redução na afetividade e cuidados direcionados à criança, resultando em prejuízo no desenvolvimento cognitivo e social no primeiro ano de vida. Existe uma associação entre DPP e problemas posteriores de desenvolvimento das crianças, incluindo transtornos de conduta, comprometimento da saúde física, ligações inseguras e episódios depressivos. Os sintomas da depressão interferem em todas as relações interpessoais, especialmente no desenvolvimento da interação entre a mãe e seu bebê. Durante a interação social, as mães com DPP expressam mais afeto negativo e são menos envolvidas com seus bebês do que mães que não apresentavam DPP.

 

CONCLUSÃO

Através disso, pode-se afirmar que a DPP não interfere somente na vida da mulher, mas também na sua relação com seu filho, podendo gerar problemas no desenvolvimento do mesmo e na interação mãe bebê. Por isso, torna-se necessário cuidados à mães com risco de desenvolver depressão, pois as reações maternas dessas mulheres quanto ao recém-nascido são altamente variáveis, mas podem incluir desinteresse, medo de ficar a sós com o bebê ou um excesso de intrusão que inibe o descanso adequado da criança.  Essas ultimas devido a depressão pós-parto da mãe são caracterizadas como mais ansiosas e menos felizes, menos responsivas nas relações interpessoais e sua atenção é menor, quando comparadas com as crianças cujas mães não tem DPP. Estas crianças apresentam também menos sorrisos, menor interação corporal, além de maiores dificuldades alimentares e de sono.

REFERÊNCIAS

SCHMIDT, E. Depressão pós-parto: fatores de risco e repercussões no desenvolvimento infantil. Psico-USF, v. 10, n. 1, p. 61-68, jan./jun. 2005.

ZINGA, D.Depressão pós-parto: sabemos os riscos, mas podemos preveni-la?RevBras Psiquiatr.27(Supl II):S56-64; 2005.

SCHWENGBER, D. O impacto da depressão pós-parto para a interação mãe-bebê. Estudos de Psicologia, 2003.

ARRAIS, K. O Mito da Mãe Exclusiva e seu Impacto na Depressão Pós-Parto. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19 (2), 269-276. 2005

RUSCHI, G. Aspectos epidemiológicos da depressão pós-parto em amostra brasileira.RevPsiquiatr RS; 29(3) – 275. 2007.

Autor: Vanessa Propércio Ferreira

Rio de Janeiro,2012

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