A SOMBRA E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL



 

A SOMBRA E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

Tem traumas, decepções, complexos que acompanham as pessoas, no decorrer das suas vidas, como se fossem uma sombra. Está sempre presente, chegando em alguns momentos a interferir e dirigir suas vidas, tornando-se parte da pessoa.

Para melhor entendimento desse tema, o autogerenciamento vivencial entende o mundo do conhecimento como composto por dois saberes: o científico fruto de conteúdo formal, sistemático. Um conhecimento que já existe fora da pessoa, onde o seu conteúdo é aprendido e repassado. Exemplo: aprendizado das funções matemáticas, das regras sociais, etc.

Já o conhecimento vivencial é um saber diferente do científico, configura a ação do sujeito sobre si e o outro, aonde as suas ações e reações vão dando sentido e direção a sua vida, construindo o seu saber. Por ser interacional e intersubjetivo, tece uma forma singular de estruturar e entender a vida.

Para o autogerenciamento vivencial, é através da ação do sujeito sobre si que surge a sombra. É entendida como algo intrínseco, construído por cada pessoa, no seu processo vivencial e que, em determinado momento, acabará se tornando parte de cada um de nós.

A sombra para ser construída precisa de um fato de importância relevada, uma condição ou situação que dificulta, impede ou interfere na obtenção da realização de um desejo, coagindo a pessoa a buscar um caminho alternativo.

A sombra, dependendo do seu valor intersubjetivo, poderá envolver a pessoa como um todo, Impedindo-a de sentir bem consigo, interferindo no seu relacionamento consigo e com a vida, restringindo o viver.

O isolamento, nesse caso, além de ser uma autoproteção, também é uma maneira de revelar a não aceitação de si. Ao vivermos na escuridão vivencial perderemos a noção do que é bom ou ruim, uma vez que a nossa capacidade de autorreflexão ficará subjugada a ela.

Um complexo, por exemplo, ao ser gerenciado de forma inadequada interferirá nas atitudes e comportamento da pessoa no momento presente. Se a pessoa se vê feia, esta sombra interferirá na autoimagem e autoestima de forma negativa, passando a ter dificuldade em se aceitar como é. Logo,não devemos esquecer que é através da interação com a vida que cada um de nós constrói e mantém viva a própria sombra. 

Atenção!!!A memória quando subjugada à sombra tira a vida sem matar. Uma vez que, potencialmente, os seus conteúdos possuem o poder de construir ou destruir uma relação sadia.

Para o autogerenciamento vivencial, apesar de termos motivos para construir as nossas sombras, elas precisam ser compreendidas para que não se transformem em entraves nas nossas vidas, pois, quem vive na sombra além de apagar a própria luz, perde o direito ao novo amanhã. Cuidado!!! Ao alimentar a sombra, além de não sarar as feridas, impreterivelmente nos transformará em um ser solitário e amargurado.

O “olhar sem julgar” além de ser o caminho que nos permite lidar com as nossas imperfeições, estimula a autorreflexão. Logo! Quem determina limite a si devido as suas imperfeições é a própria pessoa.

Abra o olho!!! Ao se tornar cego para si, deixará de se preocupar com o que está fazendo consigo. Não impeça que a sua verdadeira natureza se revele, uma vez que a sombra só deseja quem realiza o desejo da sombra é você.

Enfim!!! A sombra é sempre algo que a pessoa tem ou viveu que não gosta, não quer esquecer ou libertou do seu mundo imaginário para o real. Exemplo: um complexo (ser feio, gordo,....), um trauma, uma imagem idealizada....

 

                                                                                                             Para refletir: Há diferentes formas de se interpretar e lidar com os conflitos vivenciais:

 Existem as que ressaltam que ao colocarmos para fora o que está nos incomodando, evitaremos que num futuro, esses conflitos, venham a produzir desequilíbrios vivenciais (stress, frustrações, decepções..., ou uma doença).

  E as que nos ensinam que a melhor maneira para si lidar com os conflitos; é conviver com eles de tal maneira que não se transformem em centro de tensão, evitando assim criar pólos de frustrações, revoltas, decepções, amarguras, etc, dentro de nós.

Para ela, achar que ao extravasar seus sentimentos em relação aos seus conflitos vivenciais é a forma certa para se encontrar equilíbrio vivencial, doce engano! Ao processar o conflito vivencial e transformá-lo em pólos de tensões (de frustração, decepção, etc), dentro de si, já edificou o mal. O fato de posteriormente extravasar ou não, pouco importa.

Para o autogerenciamento vivencial, o importante é lidar com os conflitos vivenciais sem que eles criem pólos de tensões dentro de si. Esse sim é o caminho do equilíbrio vivencial.

Nunca se esqueça!!!! O que criamos em termos vivenciais permanece vivo. Quanto mais se coloca para fora o que está no seu interior incomodando, mas vida está lhe dando.

Acorde!!Quanto mais damos vozes ou reprimimos o nosso conflito vivencial, mais barreiras são criadas entre o nosso desejo e a realidade. Expressar ou reprimir o sofrimento, não o desfaz. Pergunto: O que vale mais, o que já foi feito o que se fará? Que tal descobrir a vida na própria vida.

 

 A VIDA (Cláudio de oliveira lima)

Não transforme a vida

Num caminho vazio

Ela será vivida

Queira você ou não

Como uma locomotiva

Seguirá o seu caminho

Não importa o que faça

Não importa o que diga

Sempre enfrente irá

Não permite parada

Não permite regresso

Cada momento perdido

Não se reviverá jamais

Como uma locomotiva

A vida segue o seu caminho

Nos encontros e desencontros

Ensinando-nos que nem tudo

Que sabemos nos dá lucidez

Que é preciso mudar

Para ser diferente

E assim vai

Pelo trilho do tempo

Escrevendo a sua vida

Modificando a sua história

 

 Drº Cláudio de Oliveira Lima – psicólogo

Email: [email protected] hotmail: [email protected] blog: wwwnovaconsciencia.blogspot.com

 

 


Autor: Cláudio De Oliveira Lima


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