USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO CENTRO CIRÚRGICO
Use of personal protective equipment the nursing team of surgical center
¹Clelson Gomes da Silva, ²João Carlos Braga Amorim Júnior
RESUMO
O presente estudo mostra que trabalhadores da saúde estão constantemente expostos aos riscos presentes no local de atuação, e em ambientes fechados os níveis de stress são aumentados multiplicando os riscos de incidência de acidentes no trabalho. Trata-se de uma pesquisa literária realizada por meio de pesquisas bibliográficas e sites como Scielo, lilacs e revistas eletrônicas quanto à disponibilidade e uso dos equipamentos de proteção, bem como com a compreensão dos trabalhadores quanto à sua importância. Os dados obtidos demonstram a importância de se questionar sobre o a forma de atuação das equipes de saúde mostrando à importância da atuação da instituição trabalhando na capacitação de seus funcionários, disponibilizando os equipamentos e criando normativas. Considera-se a atuação do enfermeiro como peça fundamental na conscientização da adesão e uso correto pelos membros de sua equipe proporcionando um ambiente de trabalho seguro, minimizando os riscos de possíveis acidentes.
Palavras chaves: prevenção, enfermagem, Centro cirúrgico.
ABSTRACT
The present study shows that health workers are constantly exposed to the risks present at the site of action, and indoor levels of stress are increased by multiplying the risk of incidence of accidents at work. This is a literature search conducted through literature searches and web sites for availability and use of protective equipment, as well as the understanding of workers as to their importance. The data obtained demonstrate the importance of questioning about the the form of performance of health teams showing the importance of the performance of the institution working in the training of its staff, providing equipment and building regulations. It is considered to nursing as a key in raising awareness of compliance and correct use by members of your team providing a safe working environment, minimizing the risks of possible accidents.
Keywords: prevention, nursing, surgical center.
INTRODUÇÃO
A preocupação com os profissionais da área de saúde, embora já houvesse se manifestado no século XVII, na Itália, com relação às parteiras que se expunham a dermatites e a estresse por ficarem horas abaixadas, com as mãos estendidas, só suportou a ser mira de mais interesse a partir da década de 1980, quando foi reconhecido que o próprio trabalho originava enfermidades e acidentes 5.
De acordo com a história, os enfermeiros não eram apreciados como categoria Profissional sujeita a alto risco de acidentes de trabalho, mas a preocupação com a epidemia de HIV/AIDS destacou a necessidade do uso rotineiro de luvas ao lidar com fluidos corporais. A partir daí cresceu o reconhecimento dos riscos biológicos devido à exposição a fluidos corporais, a ferimentos percutâneos e a contatos com membranas, mucosas ou pele através de rachaduras ou dermatites. Os profissionais da equipe de enfermagem são responsáveis por prestarem os cuidados adequados aos pacientes e por causarem e preservarem a saúde 9.
Durante o exercício da profissão pode existir a relação físico com enfermos, com substâncias tóxicas, aparelhamentos e materiais contaminados, submetendo equipe de enfermagem aos riscos de adquirir doenças infecto-contagiosas e de acidentes no ambiente hospitalar, “Acidente de trabalho é aquele que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que causa a morte, ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”³.
REVISÃO DE LITERATURA
A necessidade do uso dos EPI’s é teoricamente aceita por todos, muitos profissionais de enfermagem não fazem uso dos mesmos porque pensam não correrem risco de contrair doenças ou porque não gostam de usar EPI`s e conforme artigo 166 da CLT que obriga os empregados ao uso desse tipo de equipamento¹, confirmando o relato de Vila (2002) afirma que “os profissionais de enfermagem conhecem as medidas de segurança para prevenção de acidentes, mas nem sempre as aplicam, tornando um agravante que contribui para que acidentes de trabalhos ainda continuem acontecendo”10.
Conforme o a análise realizada por Trevizan, a autora destaca o reconhecimento da função administrativa centrada na assistência ao paciente como sendo a essência do trabalho do enfermeiro no contexto hospitalar8. Nesse cenário, ressaltamos a liderança como um recurso fundamental para todo gerente. Com o propósito de dar continuidade aos estudos sobre liderança do enfermeiro no contexto hospitalar, a presente investigação orientou-se para o enfermeiro de unidade de internação cirúrgica. Entendemos que compete ao enfermeiro deste setor a administração da assistência ao paciente cirúrgico,
Até alguns anos atrás a função do enfermeiro na unidade de centro cirúrgico era dirigida para os aspectos gerenciais, o que o afastava do contato com o paciente, mas com algumas modificações na sistematização da assistência, o enfermeiro de centro cirúrgico sentiu a necessidade de prestar assistência mais direta ao paciente em todas as etapas do processo cirúrgico, destacando a importância desta para o sucesso do tratamento e o pronto estabelecimento do paciente 5.
Existe o reconhecimento da importância da liderança e da necessidade de seu desenvolvimento na profissão, entretanto, em nosso meio ocorre uma escassez de estudos guiados para a temática em questão. "liderar é entusiasmar pessoas a mudar e, na enfermagem, como em qualquer outra área, a mudança não deve ser sinônimo de modificações profundas, mas deve ser encarada como algum grau de melhoria da prática de enfermagem"³.
Frente ao exposto, entendemos que para o enfermeiro exercer uma liderança eficaz é fundamental que este profissional compreenda o processo de liderança, desenvolva as qualidades necessárias bem como viabilize estratégias para aplicá-las na prática diária na enfermagem brasileira.
Não é exclusivamente uma questão de mudança do espaço físico, mas principalmente uma mudança nas ações e comportamento dos profissionais frente ao paciente e seus familiares. Em meio a tantas afirmações positivas, foi grande nossa decepção no primeiro contato com a unidade de centro cirúrgico, com o distanciamento entre teoria e prática, onde o enfermeiro era visto como “o administrador”, ocupando-se da manutenção de equipamentos, mesas, bandejas, papéis, entre outras rotinas e o paciente permanecia invisível a todos, sendo tratado como um objeto e não como um corpo vivo 4.
É através da liderança que o enfermeiro tenta conciliar os objetivos organizacionais com os objetivos do grupo da enfermagem, buscando o aprimoramento da prática profissional e principalmente o alcance de uma assistência de enfermagem adequada ³. Chaves (1993) descrevem em sua obra que as organizações ao longo dos tempos vêm sofrendo transformações, especialmente, com o surgimento de novas tecnologias, modificações de produtos e serviços, alterações do comportamento humano, mudanças no processo interno, dentre outras².
Assim a formação e o treinamento do enfermeiro são essenciais para o exercício de uma liderança efetiva, destacando aspectos contingenciais deste processo multidimensional que é liderança em enfermagem, uma vez que envolve a interação entre líder e grupo e o ambiente organizacional onde esta interação ocorre, os quais interferem nas diferentes estratégias a serem empregadas pelo enfermeiro-líder.
METODOLOGIA
À forma de estudo dessa pesquisa foi de cunho descritivo, sendo realizadas por meio de base de dados científico como Scielo, lilacs e revistas eletrônicas por meio de revisão de literaturas, de maneira que ambas abordavam sobre o titulo abordado. Pesquisa descritiva referiu-se ao registro, análise e interpretação que o pesquisador realizou sem qualquer interferência 7.
RESULTADO E DISCUSSÃO
o presente estudo abordado contribui para um melhor preparo das equipes de saúde, proporcionando maior qualidade os profissionais e assistência para os usuários, precisão nos serviços através dos processos de utilizados. A freqüência de complicações de natureza acidental podendo ser consideravelmente reduzida, critérios de avaliação da conduta das equipes, incluindo normativas as rotinas, cuja eficácia já é bem conhecida, pode-se observar uma diminuição nos casos de acidentes.
A adesão ao uso EPI são recomendados para a proteção do profissional de saúde ao prestar assistência ao paciente. Através de medidas simples e de baixo custo, quando instituídas precocemente, podem melhorar a qualidade da prestação dos serviços dos trabalhadores da saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, sugerimos necessidade de maior atuação dos órgãos responsáveis fiscalizarem e preparem as equipes através de constantes programas de educação continuada, com uma maior participação da CCHI e dos administradores dos hospitais.
REFERÊNCIAS
1- BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. 31. ed. São Paulo: Saraiva, 2004
2- CHAVES, E.H.B. Aspectos da liderança no trabalho do enfermeiro. Rev. Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v.14, n.1, p.53-56, janeiro 1993.
3- GALVÃO, C.M. Liderança do enfermeiro de centro cirúrgico Ribeirão Preto,. 69 p. Dissertação (Mestrado) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo,1990.
4- GALVÃO, C.M. Liderança Situacional: uma contribuição ao trabalho do enfermeiro-líder no contexto hospitalar. Ribeirão Preto, 117p. Tese (Doutorado) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.1995.
5- MEEKER, M. H.; ROTHROCK, J. C. Cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico. Rio de Janeiro. Ed. Guanabara Koogan, 10ª ed. 1997.
6- NISHIDE, V.M; BENATTI, M.C.C. Elaboração e implantação do mapa de riscos ambientais para prevenção de acidentes de trabalho em uma unidade de terapia intensiva. Rev. Esc. Enferm USP, São Paulo, v. 38, n.4, ago., p. 406-414.2004
7- PRESTES, M.L.M. A pesquisa e a construção do conhecimento científico: do planejamento aos textos, da escola à academia. 2. ed. rev. atual. E ampl. São Paulo: Rêspel,2003.
8- TREVIZAN, M.A. Enfermagem hospitalar: administração & burocracia. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1988.
9- SÊCCO, I.A.O; GUTIERREZ, P.R; MATSUO, Tiemi. Acidentes de trabalho em ambiente hospitalar e riscos ocupacionais para os profissionais de enfermagem. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde. Londrina, v. 23, p. 19-n24, jan./dez. 2002.
10- VILA, V. da S. C.; ROSSI, L. A. O significado cultural do cuidado humanizadoem unidade de terapia intensiva: “muito falado e pouco vivido”. Rev. Latino americana de Enfermagem. v. 10, n.º 02, p. 137 – 144, 2002.
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