O ENFRENTAMENTO ÀS DIFICULDADES EM LEITURA E ESCRITA COM APOIO DA FAMÍLIA



O ENFRENTAMENTO ÀS DIFICULDADES EM LEITURA E ESCRITA COM APOIO DA FAMÍLIA

 

 

Julieta Barbosa Maia Lima

Maria Evênia Maia Rodrigues

Pós-Graduação em Língua Portuguesa

            Faculdade Selviria-Fas

 

 

Resumo

Atualmente estudos têm demonstrado que muitas das dificuldades de aprendizagem, principalmente em escrita podem ser prevenidas por meio de atividades motoras. Trata-se de um trabalho de cunho educativo, cujas raízes estão no despertar para uma aprendizagem cidadã, trata-se, portanto, de uma vontade política de se desenvolver um trabalho com amor, através dele, se promover a qualidade na educação. Este artigo tem como objetivo  mostrar a necessidade de se abordar o uso de jogos e sua contribuição no desempenho em escrita nas séries iniciais.Ele enfatiza o apoio da família no desenrolar das atividades diárias voltadas á superação das atividades dos alunos. Percebeu-se ao longo do estudo que a concepção atual de infância contrapõe-se aos aspectos necessários para o desenvolvimento psicomotor, pois implica a redução do uso do corpo de forma espontânea e lúdica.  Os exercícios psicomotores devem ser uma das aprendizagens escolares básicas, pois é determinante na aprendizagem da escrita. Isso significa que o jogo e o brinquedo devem ser favorecidos nas instituições escolares como prevenção das dificuldades advindas do desenvolvimento inadequado do corpo. Só será possível superar os momentos de dificuldades de aprendizagem das crianças através de um trabalho parceiro das famílias, escola e sociedade, pois esta é uma causa cidadã.

Palavras – chave: Escola. Comunidade. Linguagem e Escrita.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Introdução

 

       O presente trabalho aborda sugestões a serem trabalhadas em sala de aula para superar o desinteresse dos alunos pelos conteúdos programados, Tem-se observado nas escolas de (diga o nome da cidade) uma significativa quantidade de evasão, seguidas repetências, distorção idade-série, levando em conta um dos fatores preponderantes que é o desinteresse dos alunos pelos conteúdos programados.

      O aprender brincando surgiu em reação ás antigas práticas escolares. Sabe-se que até a década de 1960, eram comuns os castigos físicos e as propostas de ensino que não considerávamos conhecimentos de crianças e jovens e nem se preocupavam em envolvê-los em desafios que fizessem sentido para eles. Nesse sentido, Antunes (2001, p.14) afirma que; “Era imperioso buscar caminhos em que a informação andasse lado a lado com a formação, a criatividade e a vivência.

      O propósito deste trabalho é munir o professor de conhecimento, para criar atividades tendo em vista o desenvolvimento pleno do aprendiz. Ele apresenta sugestões que alimentam a auto-estima e o gosto pela participação coletiva e concretização das reflexões interpessoais dos que fazem o cotidiano de sala de aula e  poderão ajudar o aluno de certa forma a superar algumas das suas dificuldades.

Não se pode deixar de reconhecer a importância do ensino contextualizado, do reforço escolar, dos projetos executados em prol da aprendizagem dos alunos e da elevação dos índices da escola considerando que esta valoriza os conhecimentos que os alunos sobre sua história local já têm previamente, sua vivência na família e no meio social do qual faz parte. Além disso, a compreensão da história local pode servir de contexto para uma compreensão maior da história mundial e nacional. Os fatos da história acabam tendo influência em nossa vida, em nossa comunidade e é importante reconhecer essa influência, contextualizar os conhecimentos e rever qual o nosso papel dentro de tudo isso.

Percebe-se haver algumas dificuldades que interferem no ensino aprendizagem, principalmente nas escolas públicas. A falta de material didático adequado à pesquisa, a falta de ajustamento do projeto político-pedagógico,a ausência de professores com formação específica, a existência de professores polivalentes, que priorizam mais os conteúdos de português e matemática, deixando de lado outras disciplinas que se fazem necessárias na formação educacional. Situações que atrapalham a inserção do aluno em um contexto mais real e com maior vivência de situações que sedimentem o conhecimento escolar.

O trabalho abordou, como recurso motivacional, jogos didáticos, educativos e pedagógicos, fundamentando a significativa importância do profissional da área de Língua Portuguesa para ajudar os alunos a superarem suas dificuldades.

 

Alunos com Déficit de Aprendizagem e Papel da Escola

 

                  Observa-se que o número de alunos com déficit de aprendizagem tende a aumentar a cada dia, gerando conflitos de natureza pessoal, social e educacional, no qual a escola é consciente desse fato, mas, freqüentemente não se dispõe de uma infra-estrutura ou estratégias para adaptar o seu ensino aos seus alunos. Mesmo assim, a escola precisa buscar meios para intervir diante dessa realidade. Portanto, conforme diz Selvini (apud GUSDORF, 2008): Acredita-se que, “mesmo que a mudança seja modesta e limitada a um subsistema podendo provocar, assim, modificações mais gerais dentro da instituição”. (1996 p.23).

                  Mediante a afirmação de Selvini, a escola dentro de suas limitações, tem capacidade de buscar outras práticas participativas visando melhorar essa deficiência, sendo preciso utilizar métodos que venham subsidiar professores, possibilitando ao aluno a descoberta da aprendizagem até então desenvolvida em processo lento, tornando alunos desestimulados, acreditando-se muitas vezes incapazes e sem perspectiva de aprendizagem.

                  Reforça-se que os serviços oferecidos às escolas devem ser incorporados corretamente na dinâmica da instituição, para que tenham uma repercussão didática e possibilitem a reflexão sobre a prática profissional. Compreende-se que: “o papel solicitado ao professor na situação de ensino-aprendizagem é o de uma atuação constante, com intervenções para todo o grupo de aula e para cada um dos alunos em particular” (BASSEDAS, 1996 p.30).

                  Portanto, é necessário que as orientações dadas aos professores sejam situadas num ponto justo e que se encaixe no estilo e no momento dos professores e da escola, para irem avançando rumo a uma maior compreensão e domínio do processo educativo, favorecendo relações vitalizadoras e sadias entre professores e alunos; alunos e alunos; professores e alunos com a direção da escola e com os serviços educativos oferecidos pela mesma.

                  O aluno não aprende memorizando, repetindo e exercitando, mas resolvendo situações-problemas, também ao propor atividades lúdicas, são essenciais que o professor dele

se utilize como ferramenta de combate a apatia e como instrumento de inserção e desafios grupais. Segundo Pain (1986 .p. 34): “O desenvolvimento humano é permeado de ações que compõem as atividades lúdicas como o brincar e o jogar. O brincar é anterior ao jogar, o primeiro é uma forma mais livre e individual de exercício funcional e o segundo é uma conduta social que impõem regra.”

                  A partir da afirmativa acima se acredita que as técnicas que nessa pesquisa são coletadas, incluindo brincadeiras e jogos ajudarão em todo o processo do desenvolvimento dos alunos que se encontram com déficit de aprendizagem. De acordo com Chamat, (2008.p.11): “Tem-se convicção de que o jogo muito contribuirá em seu trabalho, quer seja clínico ou institucional, aliado ao seu poder criativo e a sua consciência do seu papel como mediador do conhecimento”.

                  Nesse sentido Gusdorf (2008) afirma: “A situação pedagógica é uma situação de encontro existencial e de coexistência entre duas personalidades. É um diálogo aventuroso, um colóquio singular entre dois seres que se expõem e se revelam um ao outro (p.206). Baseada na mesma referência ressaltada neste parágrafo (p.309 e 318) lê-se que:” Mestre é aquele que surge num dado momento e numa certa situação como testemunho de uma verdade representante de um ideal ou revelador de um saber.”.

                  Assim, de acordo com a situação vivencial, todos nós podemos ser mestres e discípulos, pois estamos sempre ensinando o que sabemos e aprendendo o saber de outros. Para esclarecer melhor o mistério do ensino compreende-se que a “verdade só pode surgir como resultado de uma busca  e de uma luta que cada um de nós tem que travar consigo próprio, por sua própria conta e risco”. (GUSDORF, 2008.p.318).

                  O que se chama esforço é o aspecto externo pelo qual podemos observar a situação funcional resultante. Na realidade, não há interesse sem dispêndio de energia em ação continuada para alcançar um alvo, reciprocamente, o esforço é o interesse em ação, sob forma ativa ou dinâmica.

                 

Família Presente na Escola: Decisões Consistentes

 

            Iniciando esta seção, começa-se a perceber que a família quando se faz presente na escola exerce um papel de fundamental importância e a escola não trabalha por si mesma neste processo. Ao contrário, precisa escolher uma concepção sustentadora capaz de manter viva a chama das parcerias significativas. O educador não pode pensar somente por si mesmo, pois é fruto de uma dimensão histórico-sócio – política e cultural.

            Para desenvolver suas atividades ele deve estar munido da solidariedade a fim de que não faça as coisas apenas por fazer; seja um planejamento educacional ou mesmo uma avaliação.  Ele deve fazer como se não houvesse amanhã.  Pode-se chamar esse educador alguém que ministra conteúdos escolares, respeitando os limites e potencialidades dos alunos, alimentando a autoestima tudo isto feito de modo coerente, isto é, vivenciando as práticas de acordo com a realidade de seu público.  A vida oferece inúmeras possibilidades para se vencer os obstáculos e às vezes uma prática incoerente lança tudo abaixo.

            Há muitos projetos inovadores e até acredita-se que nas laudas do papel coloca o homem nas alturas, enquanto na realidade a prática é inexiste e  não dá mais para aceitar tanto discurso sem que esteja interligada à prática. Outra situação é que não se pode maquiar a realidade, por exemplo, um educador que não planeja suas atividades educacionais e passa a querer todos os dias atividades novas para dizer que está ajudando na construção do conhecimento do aluno. Este procedimento não é o correto, pois a educação cidadã será aquela que mais ajuda na libertação do homem.

            É necessário que cada educador procure se informar através de capacitação, de preferência continuada para que sua prática educativo-pedagógica seja capaz de ajudar aos alunos a encontrar as soluções aos problemas propostos em sala de aula e também no seu cotidiano, pois o que vale mesmo para a formação da cidadania é toda a auto-estima que for buscada.  Numa escola assim ganham todos os segmentos educacionais através de uma maior aprendizagem, de uma satisfação pessoal e uma vivência social agradável onde todos possam compreender que são os verdadeiros cidadãos.

Conforme Freire (1997, p. 40) diz a respeito de que: “Uma educação que pretendesse adaptar o homem matando suas possibilidades de ação transformando em abelha. A educação deve estimular a opção e afirmar o homem como homem. Adaptar é acomodar, não transformar. Em Calvino (1996, p.18) ressalta que: “As práticas culturais, políticas, econômicas e estéticas, desde a década de 1970, vem sofrendo mudanças rápidas e radicais. Essas mudanças vinculam-se às novas maneiras pelas quais experimentamos o tempo e o espaço.” Depois do acelerado processo tecnológico onde foram diminuídas as distâncias, via aumento de velocidade dos transportes, enfrenta-se hoje, a substituição de deslocamentos humanos e seus  e  seus  vestígios  pela  transferência  de  arquivos digitais que integram todos num mesmo tempo e em diferentes espaços.

            Sabe-se que o contexto cultural e tecnológico cobra da escola sua união com a tecnologia. É este o mundo em que o homem (o educando) está imerso.       Caboclo (1998, p. 36) relata que isso significa que, a “escola inserida num contexto em que a tecnologia predomina pode formar cidadãos autônomos e conscientes permitindo que os alunos tenham uma postura crítica diante da massa de informações com que são bombardeadas”.

 

           

 

Família e Escola: Parceiras no Cumprimento das Ações Cidadãs.

 

            O mundo atual é altamente consumista e seletista. Para ponderar sobre isso, a escola precisa situar o aluno no mundo fazendo uma leitura crítica. Retomando as palavras de Calvino (1996, p.18) retratando que “quem é cada um de nós senão uma combinatória de experiências, de informações, de leituras, de imaginações”.

            Por meio da leitura crítica, entende-se e conceitua-se em que mundo está e o que dele espera os educandos de hoje ao que Silva (1980, p. 8) esclarece que; a “escola pode ser um espaço privilegiado para o diálogo com a contemporaneidade. “É unida a família que a escola ajudará ao aluno encontrar-se inicialmente consigo mesmo e depois com o mundo”. Somente unindo forças, pode-se chegar ao final dessa meta que é a construção da cidadania e vê que é um direito inerente a todos os homens e nesse contexto está cada um dos alunos.

            É comum, no final do ano letivo os pais virem querer saber como estão os seus filhos; quando seus filhos, na maioria das vezes, não têm como reverter o quadro. O importante seria que esse acompanhamento ocorresse no dia-a-dia e nunca deixar para a última hora. A criança precisa ser rigorosamente orientada por seus pais.  Desse modo devem ter horários próprios para: refeições, banho, lazer, oração, leitura das atividades e um momento para repouso.

Não é correto fazer tarefas escolares à noite, além da fadiga acumulada do dia, a criança tem a televisão, as brincadeiras e outros acontecimentos que acabam desviando sua atenção fazendo com que execute sua atividade rapidamente e sem capricho. O lugar para fazer as lições de casa deve ser apropriado, sem televisão ou rádio ligado.  Pode ser em seu quarto ou em outro lugar da casa, desde que haja uma mesa para que a criança possa colocar seu material e escrever seus problemas. Agravante para muitas famílias numerosas é que muitas vezes elas não possuem esse lugar e seus pais não são escolarizados. 

            Um dado interessante e louvável é o cumprimento da lei que exige que todas as crianças devem ir para a escola e com isso cada criança poderá ter também a ajuda dos irmãos mais velhos.  O que não pode haver é o total abandono, que pode levar a criança a se envergonhar pelas constantes reclamações do professor e se desestimular, não voltando mais para a escola.  Aí acontece a evasão escolar que é bastante prejudicial para esse aluno.

            Entende-se que a escola inserida num contexto em que a tecnologia começa a se aproximar do aluno (urbano ou rural), pode formar cidadãos autônomos e conscientes, permitindo que os alunos desenvolvam uma postura crítica diante da massa de informações com que são bombardeados continuamente.

Para a formação da autonomia é necessário que os alunos se posicionem e se façam representar, considerando sua capacidade de produção simbólica nas múltiplas linguagens, o que é essencial para se apropriarem das diversas formas de diálogo no atual contexto.

Nessa perspectiva é importante relacionar escola e família, objetivando a construção de uma sociedade em que todos tenham acesso aos meios de produção de discurso, estabelecendo diálogo em igualdade de condições e capacidade para tomar decisões que levem às mudanças futuras na sociedade; tais mudanças podem partir de um simples acompanhamento das famílias aos seus filhos numa tarefa escolar. 

A família deve incentivar seus filhos a participarem dos eventos escolares.  Afinal, é através dessa participação que eles passam a desenvolver suas potencialidades.  De repente em um jogo esportivo pode-se descobrir grandes talentos ou mesmo danças ou números artísticos. O aluno pode buscar sua identidade e além dos talentos poderá surgir uma oportunidade rumo ao profissionalismo.

A educação não pode fazer sozinha a transformação social, mas também é verdade que a transformação não se efetivará e não se consolidará sem a educação.

Esse é um trabalho que representa um ponto de partida para a prática de uma pedagogia transformadora, onde cada parceiro dá a sua honrosa colaboração.  Tudo começa em casa até mesmo quando a família reunida vê televisão, e surgem oportunidades para conversar sobre assuntos ligados à programação e para promover a troca de ideias entre a criança e seus pais, que, desse modo, irão orientá-la em relação a programas nem sempre apropriados para ser vistos sem a orientação de um adulto.  Quando a criança assiste, por exemplo, a uma cena de briga, podemos aproveitar a oportunidade para mostrar o lado negativo da violência e suas consequências e implicações.  Outro bom exemplo é aproveitar anúncios, notícias ou reportagens sobre drogas para evidenciar o perigo que representam as drogas.  O ideal é que a criança veja programas com a participação de um adulto da família e que possa de forma correta fazer perguntas e ser orientada.

            Quando a família reúne-se para ver televisão, mas não dá oportunidade para que a criança se manifeste sobre o assunto que está sendo veiculado naquele momento, ela não estará participando.  Supõe-se uma situação em que na hora do noticiário os pais não deixam a criança falar porque não podem lhe dá atenção. Qual seria a participação dessa criança? Provavelmente, ela se restringiria a assistir a programação calada e os pais perdem a oportunidade de estar trocando ideias ou mesmo ensinando como os filhos devem se comportar diante de certos acontecimentos na vida.

            O relacionamento entre os familiares, principalmente entre os pais e os filhos, é um fator de grande importância para o desenvolvimento e para a aprendizagem da criança.  Quando a criança entra na escola a fim de aprender a ler e escrever, além de já saber comunicar-se precisa também já ter aprendido a respeitar as pessoas; às regras sociais, isto é, ela precisa saber respeitar a professora, os colegas, as pessoas que trabalham na escola, as regras e normas determinadas pela escola, para que possa adaptar-se socialmente, evitando problemas de comportamento, que acabam prejudicando sua aprendizagem escolar.

 

Família e Escola: Aliadas na Superação das Dificuldades Escolares

 

            Muitas crianças acabam tendo dificuldades escolares por apresentar problemas de comportamento em classe ou na hora do recreio.  Algumas não respeitam os colegas, são agressivas ou têm dificuldades em permanecer na classe durante o período de aula, enfim, são muitos problemas de relacionamento e de comportamento que acabam prejudicando o rendimento escolar da criança. Parreira (1999, página) reflete ao dizer: “Como podemos deduzir de tudo o que foi examinado, o respeito às pessoas e ás normas escolares contribui para a aprendizagem escolar”. Esta citação relaciona-se perfeitamente com o cotidiano escolar que possui regras próprias e que precisam ser bem explicadas para os alunos e seus familiares, principalmente para aqueles alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. O aluno e suas famílias conhecendo as regras escolares que caminham lado a lado com as regras de convivência, certamente saberão respeitar as regras sociais.

Para que a criança aprenda a respeitar, ela deve também ser respeitada pelos adultos.  São frequentes as situações em que os adultos não respeitam as crianças. Alguns pais parecem valorizar mais os objetos da casa do que as crianças e caso não sejam respeitosos cumprindo suas obrigações darão um exemplo indesejável aos seus filhos

            Cada proposta pedagógica que a escola apresenta deve estar compreendendo a importância de uma articulação para a construção de uma escola competente técnico e profissionalmente. Para que isso aconteça é necessário que pais, conselho escolar, alunos, funcionários, professores e gestores estejam bem unidos.

            Incentivar a disciplina é, sobretudo, ser organizado, coerente para educar; neste contexto apresentam-se sete pontos que são importantíssimos para que essa disciplina e incentivo se dêem na vida da criança.

            É muito importante que a família possa também educar através do exemplo como: procurar manter a casa organizada, com cada coisa em seu lugar, fazendo com que a criança participe dessa organização. O estabelecimento de prioridades para o dia-a-dia é de fundamental importância sem esquecer-se de colocar as relacionadas às necessidades escolares das crianças sem esquecer o estabelecimento de um horário adequado para a realização das tarefas escolares.

            Defende-se aqui a necessidade de que os pais estejam a par das atividades escolares dos filhos, das atividades extras, reuniões, festividades, horários das avaliações escolares, entre outros pontos. Assim, participando do dia-a-dia da escola vai se adaptando ao ambiente escolar, aprenderá a respeitar as pessoas e terá conhecimento de mundo.

            Os esclarecimentos diários sobre a importância da disciplina é muito pertinente ao que sugere Parreira (1999, p.81): “um processo educacional, no qual a criança aprende a deixar de lado as satisfações inéditas, ou seja, deixa de querer tudo na hora. Uma educação apropriada requer o equilíbrio entre liberdade e encorajamento para se expressar”. Com esta citação percebe-se o despontar de um diálogo para aceitar limites. A criança precisa aprender que nem sempre tudo é possível.

            Para melhorar o processo de ensino aprendizagem dos alunos faz-se necessário um intenso trabalho de toda a equipe gestora para ir percebendo a realidade local, visitando os alunos faltosos, entendendo, a partir do conhecimento sobre as famílias, as reações de alguns alunos que são agressivos ou que não cumprem suas atividades escolares para que se possam traçar pistas significativas, descobrindo caminhos novos para a aprendizagem destes alunos. ”Desse modo, as dificuldades de aprendizagem devem ser analisadas e compreendidas não somente como falha individual de um sujeito que resiste a adequar-se ao pré- estabelecido, mas como uma confluência de fatores que incluem a escola, a família, os professores e o sistema de relações sociais envolvidos (POLITY, 2001).

            Um dos teóricos que muito oferece informações significativas sobre a família, o ambiente familiar e os limites que devem ser estabelecidos é Tiba (2002, p.183), que esclarece: “Se a família e escola são formadas desde os primeiros passos da criança, todos terão muito a lucrar. A criança que estiver bem vai melhorar e aquela que tiver problemas receberá a ajuda tanto da escola quanto dos pais para superá-los.”

Considerações

            A pretensão deste trabalho foi demonstrar que as dificuldades de aprendizagem precisam ser tratadas com responsabilidade. Um trabalho educativo deve ser conduzido sempre pensando numa aprendizagem cidadã que perpassa por vontade política, compromisso, respeito, amor, mas também disciplina.

Aliadas à superação das dificuldades devem estar às famílias e a escola para que de forma legítima possam ajudar aos alunos a superarem suas deficiências através de decisões pensadas, amadurecidas através de reuniões, visitas para conhecimento da realidade local a fim de que se possa compreender e descobrir a origem das dificuldades de aprendizagem para que o aluno não chegue ao final do ano letivo apresentando um resultado insatisfatório como é o caso de uma reprovação.

É necessário que a família e a escola mantenham canais de comunicação para que seja a cada dia cresça a ação de respeito e de confiança interpessoal e para que as vidas de todos os que transitam no universo escolar sejam valorizadas e no futuro os alunos possam retornar sendo profissionais competentes e com elevada auto-estima, exatamente porque foram ajudados no momento das suas dificuldades.

 

 

 

 

           

 

 

 

           

 

 

 

           

 

 

 

 

Referências Bibliográficas

ANTUNES, c. Livro jogos para estimulação das múltiplas inteligências. 6ª Ed.1998.

 

—————, C. Manual de técnicas de dinâmica de grupo de sensibilização de endopedagogia, 21º Ed. São Paulo, 2001.

BASSEDAS, E. HUGUEL, T.: MARRODAN, M.: ÒLIVAN, M.: M.: PLANAS, M. ROSSEL, M.; SEGUER, M; VILELA, M. Intervenção Educativa e diagnóstica psicopedagógico. 3ª Ed-Porto Alegre: Artmed, 1991

CABOCLO, Eliana Tereza de Andrade Freitas. In Salto para o futuro. Reflexões sobre a educação para o próximo milênio. Brasília, 1999.

CALVINO, Ítalo. Exatidão. In: Seis Propostas para o próximo milênio. São Paulo: Companhia da Letras, 1995

CHAMAT, L. S. J. Técnicas de Intervenções Psicopedagógicas. 1ª Ed - São Paulo, Vetor, 2008.

FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. 16ª edição, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

______.  Educação e Mudança 13 ed. Paz e Terra: São Paulo, 1997.

GUSDORF, G. A interação professor-aluno.São Paulo, 2008,p 206-318.

PARREIRA, Vera Lúcia Cassari. Como ajudar seu filho na escola. São Paulo: Ed. Ave Maria. 1999.

POLITY, E. Pensando as dificuldades de aprendizagem à luz das relações familiares. Disponível em http://www.psicopedagogiaonline.com.br. Acesso em 18 de junho de 2005

SILVA, Eveline Assis. O papel do diretor: um estudo de representações de diretores de

São Bernardo do Campo. Dissertação de mestrado. São Bernardo do Campo, UMESP,

1980.

 

 

 

 

 

 


Autor: Julieta Maia


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