INFLAÇÃO, DESEMPREGO E DESIGUALDADE NA ECONOMIA BRASILEIRA



TAISA GOMES DE ASSIS DELUQUE

INFLAÇÃO, DESEMPREGO E DESIGUALDADE NA ECONOMIA BRASILEIRA

CÁCERES-MT, 05/2012

INTRODUÇÃO 

Neste trabalho será falado sobre os contradições e desequilíbrios ocorrido na economia brasileira, por causa da inflação, do desemprego e da desigualdade social.

Espero, que junto a abordagem das políticas usadas no intuito de solucionar os problemas, posso deixar claro o que seria melhor, ou o que trouxe estabilização as essas dificuldades.3

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, DESIGUALDADE NA ECONOMIA BRASILEIRA

A evolução econômica brasileira e o processo de industrialização contradisse e desequilibrou por causa da: inflação; do desemprego; e, desigualdade na estrutura de rendimentos em nosso país;

Sendo fenômenos bem mais violento no Brasil do que em qualquer outro país industrializado no mundo.

Para ajustar esses desequilíbrios, adotou-se políticas econômicas distintas. Em relação à inflação, o governo disponibilizou instrumentos das políticas monetária, fiscal e cambial para tentar contornar o problema. Na questão do emprego, criou-se políticas para reduzir o número de desocupados no mercado de trabalho, e com respeito as desigualdades, implantou políticas sociais e tributárias.

Quando fala sobre a inflação no Brasil, refere-se à inflação baseada no índice de preços ao consumidor, ou seja IPC. O IPC brasileiro reflete a evolução dos preços de um pacote de produtos e serviços padrão que as famílias na Brasil adquirem para consumo. Para determinar a inflação, compara-se percentualmente o nível IPC de um determinado período em relação ao nível do período anterior. Havendo uma descida dos preços estamos então perante deflação (inflação negativa). Então, inflação é a queda do valor de mercado ou poder de compra do dinheiro. Porém, é usada para se referir ao aumento geral dos preços. A partir do momento em que o investimento dos empresários e o consumo dos trabalhadores são afetados, a inflação passa a ser um problema. O fato de quando preocupar com a inflação, têm causado divergências entre economistas. Essa preocupação, foi notada após a proclamação da República (entre 1889 e 1898), quando a inflação acelerou e atingiu um média de 13% ao ano. Resultado da expansão da economia acompanhado de um processo especulativo na bolsa de valores e expansão da moeda. Por isso, em 1899 quando Joaquim Murtinho assumiu o Ministério da Fazenda, conteve essa elevação nos preços e adotou uma estratégia ortodoxa (buscam estabilização da moeda por meio da contração do gasto público e da restrição creditícia, via aumento das taxas de juros), promovendo um ajuste recessivo, que é o enxugamento da moeda e dos gastos públicos na economia. Eleva-se a taxa de juros e reduz do crédito disponível. Logo, a demanda agregada retrai e os preços reduz causando uma desaceleração econômica e forte deflação no país.

Já em 1940-1963, fase conhecida como nacional – desenvolvimentista, a inflação foi superior à do encilhamento. Entre 1959 a 1963, a inflação superou a 30%, parecia estar acelerando ano a ano. Tudo indicava que ela atingiria a marca de 100% anuais em pouco tempo no início dos anos 1960.

O que levou ao aumento da inflação foi: o encurtamento nos períodos de reajustes salariais de diversas categorias no país; o aumento de preços por parte de organizações que buscavam financiar suas necessidades de expansão a custos reduzidos; expansão nos gastos do governo; e, desvalorização cambial de 1961.

Somente após o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG) no combate à inflação, que a taxa reduziu de 85,6% em 1964 para 25,2% em 1968. Esse plano tinha como objetivo reduzir o déficit público, buscando novas fontes de financiamento para as necessidades de gastos do governo. Por um lado, foi um bom plano, no entanto, ocasionou endividamento externo. Objetivava impedir o repasse da inflação passada para os reajustes salariais dos trabalhadores, o que acarretou em forte redução dos salários reais. Portanto, modificaram a legislação trabalhista no intuito de impossibilitar a atividade sindical, a realização de greves e flexibilizava a regulação do mercado de trabalho (implantando o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço - FGTS).

Esse período dividiu os economistas, onde uns achava que o aumento da circulação da moeda era a causa da inflação; outros afirmavam que era o aumento financeiro, por um lado empresários pressionando aumentos de preços e do outro trabalhadores aumentos de salários.

Delfim Neto, Pastore, Cipollari e Carvalho acreditavam que os gastos públicos e os salários reais eram principais fatores causadores de inflação:

“É fundamental que qualquer política de combate à inflação atente de maneira especial para o controle do setor público. Os salários devem restaurar o poder aquisitivo da classe assalariada. Entretanto, esses adicionam novas pressões inflacionárias, contribuindo para a aceleração da inflação no momento em que são efetivados”.

No contínuo aumento da inflação, foi aplicado em 1970, o entendimento monetarista, conseguindo combater a taxa de inflação para 80% a.a. em 1964. Mas, em meados dos anos 1980 durante cerca de dez anos, houve a hiperinflação chegando em alguns períodos 2.000% a.a, devido: descontrole nos reajustes de preços que aumentava progressivamente a taxas muito elevadas; a desvalorização diária da moeda afetando preços e salários; e a falta de acesso da maioria das pessoas ao sistema financeiro;

Outro contribuinte da aceleração inflacionária dos anos 1980, foi: o endividamento externo do governo militar; choques nos preços do petróleo; aumento das taxas de juros nos EUA, obrigando o Brasil a realizar máxi-desvalorizações (desvalorização drástica de uma moeda). Contudo, pode-se dizer que o plano desenvolvido em 1964 pelo governo militar, foi a solução e a causa dos aumentos.

Assim, em 1986, surgiu o Plano Cruzado para lidar com a hiperinflação. Congelou os preços, acarretando na redução da inflação para 68% em 1986. Mas, após dois anos as taxas voltaram a crescer de modo acelerado. Os três planos seguintes de combate à inflação seguiram basicamente a mesma receita de congelamento de preços, com alguns ingredientes adicionais. O Plano Bresser – 1987, o Plano Verão – 1989, e o Plano Collor – 1990, deram ênfase maior na política ortodoxa como resultado do crescimento econômico. Por isso, aplicaram a política de reduzir as remarcações de preços, o que levou a mais desequilíbrio e inflação.

A estabilidade só veio com o Plano Real em 1994. Criou-se uma nova moeda, a Unidade Real de Valor (URV).  O governo adotou também um Programa de Metas de Inflação (agentes econômicos informam os limites superior e inferior que deve oscilar a inflação), dando continuidade a taxa de juros alta para combater a inflação, mesmo esta estando baixa.

A estimativa para esse ano de 2012 é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA passe de 5,08% para 5,12% de acordo com o relatório do Banco Central. E para o próximo ano a previsão anterior era de 5,50.

Outro contribuinte para o desequilíbrio da nossa economia brasileira, é o desemprego. Com abertura da economia para o exterior, ficamos vulneráveis a oscilações da demanda externa, o que dificultou na manutenção do nível de emprego em níveis razoáveis. Também a Revolução Industrial Inglesa, entre os fins do século XVIII e início do século XIX, gerou uma enorme massa de desempregados, porque as máquinas poupam mão de obra e a industrialização acompanha a urbanização, pois os salários são melhores.

No Brasil, a evolução industrial e a migração dos povos para zona urbana não se preocupou com um grupo no campo, no sentido de melhoria na reforma agrária ou de políticas articuladas de seguridade social. Por isso a crise do emprego se tornou um problema econômico crônico já que a preocupação era a inflação e não o emprego. Somente no governo Lula se viu uma política de flexibilidade do trabalho.

Embora surgiram alguns impasses que causou o desemprego, não podemos afirmar que só o governo seja culpado. Visto que vivemos em um mundo de desenvolvimento industrial e principalmente tecnológico, as formas de trabalho mudaram. Houve um avanço, onde a sociedade não está acompanhando o ritmo. Algumas profissões estão deixaram de existir pelo uso das máquinas, mas, outras estão surgindo. E o que nós estamos fazendo para sermos capacitados? Menos de 10% da população adulta no Brasil têm ensino superior, sendo que o Brasil possui mais de 450 universidades, sem falar em cursos técnicos oferecidos pelo Sistema “S” – SENAR, SEBRAE, SENAC, SESC, SESI, SENAT, SEST, SESCOOP, IEL; Basta a boa vontade de alguns em aperfeiçoar e não continuar na mesmísse.

A conseqüência do desemprego também está ligada à educação de qualidade. A proposta do governo na implantação do Ciclo é boa, desde que seguida rigidamente, tanto pelos profissionais da educação em profissionalizar para educar, utilizando das técnicas tecnológicas que são oferecidas para chamar atenção do aluno, quanto dos pais se fazerem presentes na vida do filho. Porém, o que deveria ser mudado é que, apesar do que foi proposto, e, o aluno ainda não conseguiu acompanhar, deveria ficar retido, para não chegar ao ensino médio analfabeto, porque é isso que estamos vendo. Um nível de aprovação altíssimo, mas com muitos analfabetos com diploma na mão.

Ainda, o que ajuda na taxa do desemprego é: o seguro-desemprego não contempla a massa de trabalhadores informais e tem a duração e remuneração muito limitadas em nosso país; falta de investimentos no setor de saúde pública; abertura comercial; etc.

O que afetou a nossa economia, também foi a desigualdade.  Brasil segue sendo um dos países mais desiguais do mundo. Furtado (2003, p.176) disse:

“A concentração de renda está ligado aos grupos privilegiados. As indústrias por meio do progresso tecnológico beneficiam das economias de escala de produção. O crescimento da renda de um grupo de pessoas de padrões já muito altos de consumo cria necessidade de uma diversificação crescente desse consumo, quer melhorando a qualidade dos produtos, quer diversificando-os”.

Tanto na renda, na riqueza, na saúde e educação (quanto mais rica a pessoa, maior a possibilidade de acesso a serviços de qualidade), na locomoção (os com poder aquisitivo maior andam de carro próprio ou táxi, enquanto os mais pobres de transporte coletivo que é lento, poluidor e desconfortável). Uma desigualdade advinda da colonização, dos senhores e escravos, conforme Buescu (1979, p.107) analisou a economia brasileira na época escravocrata. O Brasil importou o maior número de escravos da África dentre todas as colônias e foi um dos últimos países a libertá-los.

Jean-Jacques Rousseau, um grande pensador e filósofo francês do século XVIII, mencionou que a desigualdade tende a se acumular. Os que vêm de família modesta têm, em média, menos probabilidade de obter um nível alto de instrução. Os que possuem baixo nível de escolaridade têm menos probabilidade de chegar a um status social elevado, de exercer profissão de prestígio e ser bem remunerado.

As desigualdades sociais depende como o sistema político intervém para regular. E o Brasil está de parabéns ao tomar iniciativas em implantar programas e projetos com fim de atenuar as desigualdades regionais e sociais. Mesmo que a maioria delas não tenham obtido os resultados esperados, há exemplos de políticas sociais que estão tendo impacto favorável: o salário mínimo, a aposentadoria rural, a bolsa-escola, a renda mínima e a reforma agrária.

Mesmo não sendo o suficientes para resolver os problemas das desigualdades, não devemos desistir. Deve continuar implantando políticas adequadas para diminuir os problemas, pois sabemos que não está no poder para resolvê-los definitivamente.

CONCLUSÃO

Diante do exposto acima, aprendemos que usou políticas distinta para a resoluções de tais dificuldades. Por exemplo: em relação à inflação, o governo disponibilizou instrumentos das políticas monetária, fiscal e cambial para tentar contornar o problema. Na questão do emprego, criou-se políticas para reduzir o número de desocupados no mercado de trabalho, e com respeito as desigualdades, implantou políticas sociais e tributárias.

Na questão da inflação e das desigualdades depende muito do governo para haver estabilização, aliás, acredito que depende só deles. Já ao desemprego, espera-se um pouco de nós, no sentido de procurarmos estar capacitados para o mercado de trabalho. Não é porque o mundo desenvolveu que está tirando o emprego das pessoas. E sim, está havendo mudanças nas profissões.

BIBLIOGRAFIA

“Economia Brasileira” de Fernando Tadeu de Miranda Borges e Pedro C. Chadarevian – 2010. Universidade Federal de Santa Catarina.

Pesquisa na Internet.


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