Consequências da Baixa Adesão ao Tratamento Anti-Hipertensivo para os Pacientes Assistidos pelo Programa de Hiperdia, do Posto de Saúde Jardim Ouro Branco



CONSEQÜÊNCIAS DA BAIXA ADESÃO AO TRATAMENTO ANTI-HIPERTENSIVO PARA OS PACIENTES ASSISTIDOS PELO PROGRAMA DE HIPERDIA, DO POSTO DE SAÚDE JARDIM OURO BRANCO.


Pacheco, O.C. Érica ¹; Leite, X. M. Daisy ²; Barroso, A. Patricia

¹[email protected]; ² [email protected]; [email protected]³
Palavras-chaves: Hipertensão, mulher,diabetes, idosos
Introdução

A Hipertensão ou “pressão aumentada do sangue”, segundo Guyton,1988 significa a pressão arterial aumentada do sangue que ocorre em uma a cada cinco pessoas antes do final da suas vidas. Podendo ser causada por diversos distúrbios fisiológicos, como: deficiência do funcionamento renal, distúrbios hormonais e mais freqüentes, a hipertensão essencial ou de causa desconhecida, sendo responsável por 95% dos casos, envolvendo principalmente fatores genéticos e emocionais.

A organização mundial de saúde (2005) afirma que as pessoas ao apresentarem pressão arterial igual ou maior que 140x95mmhg constante, em intervalos de 4 a 6 horas já são considerados hipertensos. Atualmente essa patologia vem acometendo também as crianças, jovens e adultos jovens, e não mais, só nos adultos em idade-média ou velhice como nas décadas anteriores (GUYTON, 1988). As classes de medicação para o tratamento de hipertensão incluem: diuréticos, beta-bloqueadores, antagonista de cálcio e inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), (ALMEIDA, 2006). Esse tratamento deve está associado a outras medidas, como: redução do peso, restrição do álcool, sódio e tabaco, exercícios físicos e relaxamento (BRUNNER, 1992).

No Posto de Saúde Jardim Ouro Branco, na cidade de Barreiras-BA existe o programa, “Hiperdia”, programa para hipertensos e diabéticos. Segundo dados da secretária municipal de saúde do município, este programa atende atualmente 568 pessoas, sendo esses 444 hipertensos, 14 diabéticos e 140 hipertensos e diabéticos. Esses pacientes são triados pela enfermeira que realiza a anamnese, solicita exames laboratoriais como: hemograma completo glicemia de jejum, triglicerídeos, colesterol total e frações sódio, creatinina, potássio sérico, acido úrico, uréia, sumario de urina e parasitológicos fezes e os encaminham para o médico.

Diante de tudo que foi descrito, pode-se perceber a necessidade da realização de uma pesquisa, de caráter intervencionista na buscando alcançar o objetivo proposto, de conscientizar esses pacientes sobre a importância da adesão ao tratamento a eles prescrito, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida a esses pacientes.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Hipertensão ou “pressão aumentada do sangue”, segundo Guyton, (1988) significa a pressão arterial aumentada do sangue que ocorre em uma a cada cinco pessoas antes do final da suas vidas. Podendo ser causada por diversos distúrbios fisiológicos, como: deficiência do funcionamento renal, distúrbios hormonais e mais freqüentes, a hipertensão essencial ou de causa desconhecida, sendo responsável por 95% dos casos, envolvendo principalmente fatores genéticos e emocionais.

Segundo Medes (2007), a fisiologia da pressão arterial, acontece de acordo às necessidades do organismo em manter sempre um fluxo sangüíneo adequado às suas demandas, interagindo harmoniosamente o coração, enzimas, íons, vasos e rins, sob o comando e controle do sistema nervoso central (SNC), em sua secção autônoma, Portanto, a regulação da pressão arterial é uma tarefa adaptativa bastante complexa. Detectar nossas necessidades biológicas e situacionais, bem como atuar na regulação da pressão arterial é um dos atributos do Sistema Nervoso Autônomo.

A pessoa é considerada hipertensão quando os valores pressóricos apresentado é igual ou maior que 140x90mmhg, verificados duas ou três vezes no dia de forma correta, (Brasil, 2007). O desenvolvimento de hipertensão depende da interação entre predisposição genética e fatores ambientais, embora ainda não seja completamente conhecido como estas interações ocorrem.

Diversos estudos demonstram uma prevalência elevada de hipertensão arterial na população brasileira. Estudos mais recentes demonstram uma prevalência de 26% da população geral adulta, variando conforme o estudo e a localidade pesquisada de 22,3 até 44% conforme dados da última diretriz. Os segmentos sociais mais pobres são os que possuem maior prevalência de hipertensão e também de complicações como acidente vasculares. As regiões rurais apresentam menor prevalência de hipertensão em relação à metropolitana. O ambiente é um importante fator determinante, a urbanização, os hábitos sociais e a atividade profissional são determinantes maiores, (NOBRE, 2007).

No município de Barreiras esses dados da literatura podem ser confirmados, pois a maioria dos pacientes entrevistados são de idade adulta e idosos, o que mostra que a hipertensão e o diabetes, pode ter sido ocasionado devido a uma má qualidade de vida durante a infância, adolescência e quando adultos jovens. A estimativa de prevalência de Hipertensão Arterial na população adulta do Brasil, baseada nos dados estatísticos de 1995, estimava-se que existiam 13 milhões de brasileiros hipertensos com cifras de Pressão Arterial de > 160 e/ou 95 mmHg. Provavelmente 50% destes (aproximadamente 15 milhões), desconheciam ser hipertensos, (BRASIL, 2006).

METODOLOGIA

No entender de Lakatos, Marconi, (2003) o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, permite alcançar o objetivo, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões. Para a realização da referida pesquisa, foram utilizados métodos forais e informais, baseados na correte do pensamento positivista. E a fim de alcança os objetivos propostos, junto aos pacientes hipertensos assistidos pelo programa Hiperdia do Posto de saúde Jardim Ouro Branco, foram realizados momentos de conversas informais, bem como momento mais formal, através de uma palestra onde foi abordado o tema “Importância a Adesão ao Tratamento Anti-Hipertensivo”, tendo sido a palestra educativa com uma linguagem clara e acessível aos pacientes, com cartazes e painéis explicativos. Ainda foram explanadas as possíveis conseqüências da não utilização e/ou do uso incorreto da terapêutica medicamentosa a eles prescrita. Ao final foi aberto o espaço, para que os pacientes pudessem esclarecer dúvidas e trocar informações através de experiências vivenciadas por elas em seu dia a dia em relação à doença. E na busca de uma melhor qualidade de vida foi entrega de folders explicativos com outros tipos de terapêutica não medicamentosa que poderão de acordo com as particularidades de cada paciente ser acrescida ao tratamento já utilizado por eles.

ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

O Diagnóstico se dá através da verificação da pressão arterial de forma correta, como o paciente sentado, de repouso, com manguito adequado para o tamanho e a idade do paciente, e aferido duas ou três vezes durante o dia, (BRASIL, 2007).

Durante a aferição da Pressão Arterial, pôde-se observar um grande problema de hipertensão arterial, pois a maioria dos pacientes apresentou níveis pressóricos bastantes aumentados, com valores que variavam de 180x120mmHg a 220x170mmHg, sendo esses valores bastante evolutivos para as complicações da hipertensão. E segundo relatos esses valore se dão devido a não adesão ao tratamento farmacológico. Apesar do reconhecimento da hipertensão como uma entidade de prevalência elevada, seu tratamento continua inadequado. Estudos Americanos demonstram que apenas 27% dos hipertensos mantêm um controle satisfatório da PA (< 140/90 mmHg). Apesar de devidamente diagnosticados, apenas 50% dos pacientes do programa Hiperdia utilizam a medicação prescrita de forma regular. Apesar de o tratamento da HAS ser para a vida toda, pois não existe cura para a doença, os hipertensos não aderem ou aderem de foram inadequada a terapia medicamentosa prescrita. Os motivos para a baixa adesão ao tratamento relatado pelos hipertensos do programa em questão são: segundo relatos de que a não adesão ao tratamento se dá, pela rejeição própria do paciente em manter um compromisso com a medicação, o esquecimento, a ausência de sintomas, além dos efeitos indesejados que a medicação causa aos mesmos, ou seja, principalmente os distúrbios gastrointestinais e hepáticos, além de relatarem fazer uso da medicação apenas quando aprestam sintomas

O tratamento farmacológico prescrito pelos médicos que atendem é realizado pela associação de medicamento como diuréticos tiazidicos, bloqueadores dos canais de cálcio, beta-bloqueadores e ibidores da enzima conversora da angiotensina sendo determinado o uso de acordo com o critério médico, seguindo o mecanismo de ação específico de cada fármaco, na busca de normalizar a pressão arterial.Para Robbins (2002), o tratamento pode ser farmacológico e não farmacológico. O Tratamento não farmacológico é realizado através de uma dieta com pouco sal e gordura, prática de exercícios físicos, manutenção do peso, administração do estresse, (BRASIL, 2007), sendo este, orientado pela enfermeira do programa. A HAS pode evoluir para complicações nos sistemas cardiovascular, renal e vascular, como: insuficiência renal, acidente vascular encefálico, infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca (ROBBINS, 2000).

Essas complicações ocorrem principalmente pela não utilização ou ela adesão inadequada da medicação, o que acontece bastante com os pacientes hipertensos assistidos no Posto de Saúde Jardim Ouro Branco. Que relatam tomar a medicarão apenas com o aparecimento de algum sintoma, o que se torna um risco para uma complicação e até pra a morte do paciente, pois a hipertensão arterial é uma doença silenciosa, ou seja, geralmente não apresenta sintomatologia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A hipertensão arterial é uma doença que necessita de tratamento por toda a vida, mas, no Brasil segundo pesquisas realizadas 50,8% de índice de conhecimento da doença em portadores já diagnosticados, apenas 40,5% de tratamentos regulares, sendo 10,4 % com controle satisfatório. As taxas de controle inferiores se associaram a idade avançada, obesidade e baixo nível educacional.

Essa pesquisa possibilitou identificar a dificuldade em conscientizar aos pacientes sobre a importância da terapia anti-hipertensiva, pois são muitas as reações adversas apresentadas, e por ser uma doença silenciosa que não apresentam sintomas capazes de incomodar nas atividades diárias, esses pacientes acabam não fazendo o uso correto da medicação prescrita.

Diante de tudo o que foi pesquisado e relatado, pode-se concluir que o número de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo, ainda é muito pequeno e que melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que possam aderir ao tratamento anti-hipertensivo é através de palestras educativas e explicativas sobre a importância dessa terapia no controle dessa patologia bem como, na prevenção de outras patologias de maior gravidade


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALMEIDA, Lélia Maria Queiroz. Dicionário de Administração de medicação em Enfermagem: 2007/2008. 5 ed. Rio de Janeiro. EPUB, 2006.

BRASIL, Ministério da Saúde. Hipertensão Arterial. Disponível em: www.saude.gov.br. Acessado em: 02/04/2008.

BRASIL, Ministério da saúde. Tratamento anti-hipertensivo. Disponível em: www.saude.gov.br. Acessado em 19/05/2008.

BRUNNER, Seltezer e SUDDARTH, Suzanne C. Tratado de Efermagem Médico-cirugica. Vol 2. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

GUYTON, Arthur C. Fisiologia Humana. 6ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 1988.

KUMAR, Viana, FAUSTO Nelson, e ABBAS, Abul K. Robbins e Cotran: Patologia: Bases Patológicas das Doenças. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.

MANO, Ricardo. Temas comuns da cardiologia para médicos de todas as especialidades. Disponível em: www.manuaisdecardiologia.med.br. Acessado em: 19/05/2008


Autor: érica pacheco


Artigos Relacionados


HipertensÃo Intracraniana: As Bases TeÓricas Para A AssistÊncia De Enfermagem

Alimentação E Hipertensão

HipertensÃo, O Caminho É: Estilo De Vida E AlimentaÇÃo

O Papel Do BiomÉdico No DiagnÓstico Da Hemofilia A

Como Prevenir A Hipertensão Através Da Atividade Física?

SÍndrome MetabÓlica

Dor De Cabeça E Roacutan