A Hora Da Estrela - Clarice Lispector



Sendo a obra, um romance de grande destaque, traz como principal inovação a metanarrativa, o jornalista-escritor, ele traz na obra uma discursão acerca da existência inconsciente através da vida de uma mulher humilde que mora no Rio de Janeiro, mas nasceu no nordeste. Ele dá vida à personagem, personificando para que ela tome outro rumo em sua vida e consiga ter um futuro diferente, o personagem-escritor sofre por seu elemento de análise, dando vida própria, mas sem poder interferir na existência dela.

A autora descreve os sentimentos e pensamentos de um individuo frente da pobreza na vida de outro, despertando o interesse do leitor com um susto perante as atitudes da personagem nordestina. O foco da obra dentro da narração é a primeira pessoa e a autora tem como um dos seus intuitos traçar uma comparação surpreendente entre ela como autora e a personagem.

Clarice traz especificamente nessa obra a criação, sendo esta de um narrador masculino. Este narrador vem descrever a vida dolorosa e de dificuldade de Macabéa. Podemos ver a intenção da autora quando ela diz que: "... porque escritora mulher pode lacrimejar piegas...". Para ela um narrador masculino pode ser capaz de ver a realidade com menos sentimentalismo. Na linguagem, o livro deixa extremamente claro um narrador que discute e faz o seu papel. É um marginalizado conforme lemos: "Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar pra mim na terra dos homens". É importante observar que a obra nos faz conhecer a protagonista, mas também nos faz reconhecer o personagem-narrador, que se compreende através da escrita.

A obra é bem estruturada e se compõe com três histórias envolventes que se interligam, sendo marcadas por características específicas da autora como: estilo original e um mergulho psicológico dando importância a temas corriqueiros. A narração da autora, em algumas ocasiões traz uma forte imagem lírica, deixando claro figuras de estilo como as metáforas, os paradoxos e comparações. É também próprio da autora a edificação de frases inconclusas e outras anormalidades da sintaxe normal, sem nos esquecermos de alguns neologismos.

A autora tem uma boa relação com os personagens e não nega, expondo-a abertamente: - "Através dessa jovem dei o meu grito de horror à vida". As obras de Clarice nascem das facilidades que a autora tem em deixar claro a outra face da realidade.


Autor: Isla Morgane


Artigos Relacionados


Análise The Raven (o Corvo) De Allan Poe

Arte No Sentimento Ou Sentimento Na Arte?

Ética E Competência De Terezinha Azerêdo Rios

Minha Sugestão De Leitura Sobre Tdah

Coesão E Coerência

E Agora, Lívia? - Desafios Da Liderança

Mais Sobre Mim: Jeane Kátia Dos Santos Silva