O Motivo da Motivação



Nas últimas décadas, os empresários se perguntam por que suas políticas salariais e de benefícios não aumentam a motivação de seus empregados. As teorias de Herzberg e Maslow, tentaram ajudar a responder às suas perguntas. Mas, segundo os críticos, as teorias indicadas não conseguem criar um ambiente de trabalho de satisfação e de constante evolução devido às suas limitações. E por isso, qualquer uma das estratégias adotadas pelos organizadores das empresas, para motivação, não persiste e não conduz a um resultado duradouro.

Na verdade, o problema mais grave do modelo atual de trabalho é a falta de conceitos que determinem os objetivos do trabalho como nas eras passadas. Isto é, no decorrer do tempo e no fervor da busca de lucro foi perdido algo muito valioso que era o nobre objetivo do trabalho. Devido à perda desse conceito, as tentativas de resolver os problemas, de modo geral, não ajudaram muito na melhoria do processo desgastante do trabalho.

Outrora, as pessoas se submergiam em diversas atividades para poder revelar suas aptidões e desenvolver seus dons. O exercício da profissão não correspondia meramente às necessidades básicas; tratava-se de satisfazer às exigências de sua excelência.

A motivação sempre foi e continuará sendo um sintoma do estado psíquico que se move em busca de algo, e isto é inerente ao ser humano. Embora as pessoas se submetam ao trabalho para ganhar o seu sustento, a verdadeira capacidade humana não se manifesta a não ser que, além do ganho financeiro, surjam outros fatores que ativem a motivação.

A compreensão mais realista daquilo que foi conceituado como motivação e satisfação só é conseguida na medida em que sejam consideradas as necessidades intrínsecas da dimensão espiritual do ser humano. Então, é preciso que sejam elaboradas as medidas que possam ir ao encontro das necessidades de quem trabalha, tanto as que se referem às aspirações psicológicas, quanto às que contemplam os aspectos físicos.

No entanto, a motivação é algo que nasce no interior de cada um, diante das oportunidades de aperfeiçoamento das habilidades. Além do mais, para que os indivíduos se tornem competentes na sua profissão devem se envolver ao trabalhar, com o coração e a alma. Para isso, a cada pessoa deve-se dar uma posição para a qual seus talentos e suas capacidades se adaptem, em vez de a ofusquem.

É preciso conhecer a verdadeira realidade humana. A noção das qualidades que distinguem o ser humano dos demais seres é crucial para conceber um novo modelo de trabalho, sustentado na sua natureza nobre.

Geralmente o que gera o estado de motivação estável e permanente não vem do ganhos materiais, e sim, do contentamento espiritual que é o fruto de atendimento aos anseios espirituais. Para atender a estes anseios é preciso que se reflita sobre as necessidades espirituais.

É importante frisar que antes de o indivíduo ter motivação para o trabalho, ele precisa ter motivação para a vida, ter consciência do plano maior de sua existência. Sendo assim ele entenderá as razões pela qual vive e pela qual tem que trabalhar. Desta forma, ele terá uma motivação genuína, que flui de dentro para fora, e não de fora para dentro; será um agente motivador.

Quando um indivíduo não suporta mais o ambiente de seu trabalho, atribui este desânimo a atitudes alheias, a salário curto, ou a liderança inadequada. Mas, na verdade, e na maioria dos casos, o seu desalento reside na sua própria alma. Ele não vê algo que enriqueça e atenda aos anseios íntimos da sua alma, que é a razão para sua existência e a motivação para seu trabalho. Entretanto, se a mesma pessoa transformar o seu trabalho em uma oportunidade para exercer as qualidades tais como: cortesia, honestidade, cooperação, e paciência, e a cada dia tentar pôr em prática estas e outras qualidades, com certeza geraria ânimo para sua alma, e por tabela, para seu trabalho.

Uma pessoa que trabalha para uma prefeitura e sua função é a limpeza das ruas, pode fazer seu serviço com muita motivação se pensar o quanto é importante o seu trabalho para a saúde pública e bem-estar coletivo. Olhando nesta perspectiva, ela presta um serviço inestimável para a população. Entretanto, se o mesmo trabalhador desviar o foco de sua motivação, do sentido humano para um padrão material, seria capaz de lamentar a insignificância e brutalidade de seu serviço, ou lastimar o valor que ganha como salário.Esta pessoa, antes de ser desmotivada no trabalho, está desmotivada pela vida.

Portanto, a motivação é gerada quando a pessoa está imbuída de uma percepção sobre os valores e conceitos nobres, de um propósito maior do que mero salário a receber. Na mesma linha de raciocínio, pode concluir que a motivação no trabalho, na família, ou em qualquer outro meio não depende do que fazemos, e sim por que objetivo estamos lutando.

Nada mais valioso do que ver uma pessoa com rosto radiante sem segundas pretensões, com mente inteligente sem maquinação, com alma contente e espírito fiel a todos. Este é um estado contagiante, e o desejo de busca de todos. Uma pessoa com estas características é como uma lâmpada acesa; é útil e benéfico em qualquer função e cargo; é uma agente de motivação para as demais; é construtiva no ambiente de trabalho, na família e na sociedade.

Artigo retirado do livro "Trabalho e o Reencontro de Interesses", de autoria de Felora Daliri Sherafat, Editora Núr. Rio do Janeiro.2006.


Autor: Felora Daliri Sherafat


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