O Farol



Senhora de grande fortaleza de papel e solidão,
Um dia um facho de luz ela acendeu.
Mirava somente arredores de breu,
Rodava a iluminar, quase seu próprio chão.

Apesar da escuridão da saudade,
Apesar de tanta fragilidade,
Emanava fluidos de beleza e força rara.
Calor, para quem dela se cercara.

A cada ser querido que alcançava,
O giro interrompia por um instante mágico.
Ofertava de sua alma toda a energia,
E com luz forte iluminava, aquecia...

Provinda de outro forte de papel que se avizinhava,
Sua luz vez por outra com aquela cruzava.
Sem saber que ali morava,
Um coração já quase pétreo e ateu.

Eis que nesse dia de magia indefinida,
Sua luz forte mirou apenas um farol sem vida.
Que apagado de tristeza absorveu,
Tanta energia e calor,.. que derreteu.

Maior alento nunca havia recebido,
Aquele coração já descrente de um amor tão desmedido.
De pedra em sal se transformou,
E mais uma vez no amor crente,... se apaixonou.

Autor: Ailton Ferreira


Artigos Relacionados


A Vela, A Fogueira E O Vento.

Senhora

Estação Verão

Nosso Amor Uma Grande Viagem...

Saudade

Prazer

Tua Morte