Médicos Sem Fronteiras Somália: Rápido Aumento De Feridos E Desalojados Com Crescimento Da Violência



MÉDICOS SEM FRONTEIRAS
Somália: Rápido aumento de feridos e desalojados com crescimento da violência
Dr.Wagner Paulon
2008

Equipes de MSF que estão trabalhando no país oferecem assistência a pessoas em condições de seguranças difíceis

07/10/2008 - O recente aumento de conflitos em uma das áreas residenciais mais populosas em Mogadíscio resultou em um acelerado crescimento no número de feridos e tem, mais uma vez, desalojado milhares de pessoas. MSF está tratando de feridos e oferecendo suprimentos emergenciais básicos para os novos desabrigados.

Em relação à semana passada, MSF tratou mais cem feridos no hospital de Dayniile, localizado no subúrbio da capital. Os feridos - muitos dos quais mulheres e crianças com menos de 16 anos - sofreram agressões na cabeça, no abdômen e no peito causados por balas ou morteiros. Muitos precisam de cirurgia de emergência.

Na estrada de Mogadíscio para Afgooye, onde mais de 250 mil pessoas desalojadas estão vivendo em condições espantosas, MSF viu a chegada de pelo menos mais nove mil pessoas desde a última quarta-feira. Equipes estão tentado oferecer a eles suprimentos essenciais, incluindo sabonete, roupas de cama plásticas e cobertores. No entanto, esses itens básicos irão apenas responder a necessidades de emergência. As pessoas estão completamente dependentes de ajuda alimentar externa

Kenneth Lavelle, chefe de missão de MSF em Nairóbi, está diariamente em contato com as equipes dos terrenos. "A situação é aterrorizante", disse ele. "Por causa do constante fluxo de pessoas fugindo de Mogadíscio, os campos estão ficando mais e mais lotados e as já aterrorizantes condições de vida estão rapidamente se deteriorando. Famílias de cinco pessoas têm menos de alguns metros quadrados para viver, sem um abrigo adequado”.

MSF trabalha nos centros de saúde de Hawa Abdi e Afgooye desde 2007 e tratou mais de mil crianças sofrendo de desnutrição aguda todo mês desde abril de 2008. As condições de trabalho, principalmente a falta de segurança para a população e os trabalhadores humanitários, impedem qualquer aumento significativo nessa ajuda vital.

"Apesar de toda a insegurança, MSF ainda tem sido capaz de fazer seu trabalho graças aos nossos colegas somalis, que estão correndo tremendos riscos para oferecer assistência imediata", disse Lavelle. "Devido à situação da segurança, nós não estamos conseguindo suprir nenhuma necessidade além da imediata - necessidade de quem corre risco de vida. Isso inclui cuidados médicos, nutrição e saneamento. Nossa resposta é certamente inadequada quando levamos em consideração a gravidade da situação".

A equipe de MSF no hospital de Dayniile tratou mais de 3,7 mil pessoas sofrendo de ferimentos de trauma desde o começo de 2008. Mais de metade desses tratamentos foram para mulheres e crianças com menos de 14 anos, sendo que metade desses pacientes haviam se ferido durante conflitos.

MSF já cuidou de 6.937 crianças sofrendo de desnutrição aguda nos centros de saúde de Hawa Abdi e Afgooye desde abril de 2008, nos quais 32.982 consultas médicas foram realizadas neste período.


Autor: WAGNER PAULON


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