Gestão Quântica I



A administração quântica, sob o aspecto focado em uma de suas quatro bases que é a felicidade humana obtida dentro da empresa pode ser o combustível da motivação.

A motivação é trabalhar em um meio provido de satisfação às necessidades sociais, através do convívio entre elementos com o mesmo perfil, encarregados de trabalhos que os entusiasmem rotineiramente, de forma agradável, lúdica, sem rigorismos de horários, mas, disciplinado por objetivos definidos, e volume de produção com alta qualidade, isento de erros, e suficiente para o conjunto se manter cumprindo o fim ao qual se destina, ou seja, gerando serviços ou produtos que cumpram o fim que se destina, satisfazendo plenamente os clientes e usuários.

Esta simbiose pode ser obtida a partir do momento em que se instala a empresa que, além de todas as observações e regras do atendimento, processos e de meio ambiente, module sistemas de apoio às necessidades humanas psicosociais.

 

1. INTRODUÇÃO

 

Na prática a formação de ambientes onde esteja previsto creche maternal, salas de aulas para ensino básico, médio e superior com apoio cibernético, salas e ambientes externos para prática de esportes, salas para reuniões, teatro, cinema, culto multireligioso, jardins com muitas águas e espaços de mata disponibilizados para as pessoas em turnos durante 24 horas, salas ou estações de trabalho equipadas com mobiliário ergonométrico regulável para cada pessoa e computadores acompanhando as mutações a cada passo tecnológicas.

Os mestres são, também, coordenadores, mentores espirituais e líderes dos grupos operacionais departamentalizados. A comunicação da informação é feita clara e abertamente a todos da comunidade com divulgação interna e externa por meio de rádio, TV, jornal (multimídia) de transmissão pela rede mundial (intranet e extranet).

Esta empresa tem caráter cooperativista, de propriedade dos membros da comunidade obrigatoriamente. A "cadeira" (espécie de ação nominal) pode ser negociada pelo membro da comunidade que assim quiser, por ocasião de seu desligamento do sistema. Assim haverá motivação autoalimentada, ou combustível inesgotável empurrando a empresa para o sucesso contínuo (Weil, 1991).

 

2. A VISÃO QUÂNTICA NAS ORGANIZAÇÕES

 

De acordo com Gomes (1999), estamos vivendo num mundo onde a objetividade científica e a tecnologia perdeu o rumo com relação aos critérios éticos, não sabem mais o que está certo ou o que está errado, ou no mínimo, não se preocupam com isso.

Além disso, tem havido uma grande separação entre ciência, arte, filosofia e tradições o que provoca atualmente um grande caos. Ou seja, na realidade, percebe-se que não há mais preocupação por parte de grande parcela de pessoas que estão à frente de pesquisa (técnicos e cientistas) com relação ao destino do nosso planeta, pois, atualmente vem praticando em sua grande parte técnicas destrutivas que provocam riscos a saúde do homem e a sua existência ou mesmo da vida do planeta.

Então para que cesse estes fatores acima, que vem contribuindo para a destruição do planeta, é preciso que haja uma mudança de valores nos seres humanos, bem como nas organizações, trata-se da implantação de um sistema integrado, quântico, logo não fragmentado.

 

3. A CULTURA ORGANIZACIONAL QUÂNTICA

 

Com isso, é preciso que as Empresas sejam contemporâneas ao seu tempo. Ou seja, a organização do futuro terá que reger um desenvolvimento necessário que atenda ao mesmo tempo as necessidades de conforto mínimo de uma população mundial em pleno crescimento e das necessidades de proteger e conservar o meio ambiente. E é por isto que é necessário não somente mudar as pessoas, mas, conjuntamente, é indispensável mudar a cultura organizacional. Trata-se de mudar hábitos, comportamentos e opiniões profundamente arraigados em cada um.

Até agora salvo alguns raros sistemas, uma cultura organizacional era definida pela relação de forcas entre duas dimensões: as necessidades de organização (giram pessoas em torno à produtividade sendo assim autocráticas e autoritárias sem considerar as necessidades das pessoas com isso geram revolta, greve, entre outros conflitos de resistência) e necessidades de pessoa (é o tipo de organização em que se tenta preencher as necessidades das pessoas em troca de auto-produtividade automática). Porém, esses tipos de gerências não deram certos, com isso surge à cultura organizacional quântica que sugere entre outros, a idéia de combinar o interesse pela produtividade e pelas pessoas, num sistema conhecido como estilo participativo de gerência, onde o trabalhador de todos os escalões participa ativamente do processo, não somente decisório, mas também de resultados financeiros (participação dos lucros). Este estilo participativo traz, mas resultados tanto do ponto de vista de produção como das pessoas.

Na gerência participativa onde as decisões são tomadas por consenso, mostra que as pessoas se tornam mais responsáveis, menos dependentes e, mas adultos, cada um aprende a seguir a voz interior e isto dá àss pessoas à demonstração prática de como agir individualmente e em grupo na vida cotidiana e com isso as organizações evoluem.

 

De acordo com Cohen (1999), a cultura organizacional quântica mostra a transição de papeis específicos e posições distintas em direção a partilha de responsabilidades de um comportamento competitivo hierárquico dependente a uma atitude interdependente e cooperativa de considerar o trabalho como um meio pelo quais os meios de vida e outros acumulem riqueza na visão do trabalho de um instrumento de auto-realização e do crescimento pessoal; de gerenciar trabalhadores com recursos; a lidar com estes como seres em constante evolução e co-criadores de bem estar e riqueza de uma tradição e experimentação como guia de comportamento organizacional há visão como influencia principal sobre a tomada de decisão e ação organizacional (Cohen, 1999).

 

Com a Cultura Organizacional Quântica surge o chamado empresário altruísta (empresário quântico) esse novo empresário começa a evoluir em relação ao empreendedor nos níveis dos valores, isto é, nos níveis dos sentimentos, e de outras formas de pensar, de outras concepções em relação ao mundo dos negócios e do seu papel na sociedade, o lucro deixa de ser a única importância, dando ênfase aos trabalhadores e consumidores. Passa a ter uma concepção do negócio dentro de um enfoque social, comunitário (ética) e cultural. Administrar suas Empresas como um conjunto de atividades identificadas com o ambiente e a época em que ele opera. O verdadeiro patrimônio desta organização passa a ser o representado pelas pessoas que trabalham com ela e aquela para as quais ela trabalha.

A Cultura Organizacional Quântica traz o surgimento das organizações metanóicas (mudança da mente), que são aquelas que tomaram consciência de que os recursos de planeta são efetivamente limitados e assim estão experimentando alternativa de gestão econômica. A Cultura Organizacional Quântica reconhece que os empresários são de fato, os lideres do mundo contemporâneo e que as Empresas são agentes de intercâmbio, transportando as fronteiras e incentivando as comunicações. Por isso mesmo, o futuro do planeta está, em grande parte, influenciado pelas atitudes e ações da comunidade mundial de negócios. Logo o papel e a responsabilidade do mundo de negócios são enormes.

Até agora vimos porque uma organização para sobreviver no próximo século precisa fundamentalmente ter uma Cultura Organizacional Quântica.

 

Mas o que é uma Cultura Organizacional Quântica? Para defini-la precisamos primeiramente definir cultura, organização e visão quântica:

Para Ribeiro (1993):

• Cultura: é o conjunto de valores, conhecimentos e costumes que levam as pessoas de determinada sociedade ou grupo social a se comportar de determinada maneira dos diferentes atos da sua existência.

• Organização: é a coletividade de pessoas agrupadas em torno de determinadas finalidades e procurando atingir certos objetivos, estruturada em sistemas interligados de maneira a tender as suas finalidades de modo eficiente.

• Cultura Organizacional: conjunto de valores, conhecimentos, hábitos e costumes de determinada organização.

• Visão Quântica: visão em que o indivíduo, a sociedade e a natureza formam um conjunto dissociável, interdependente e em constante movimento. Não só as partes de cada sistema se encontram no todo, mas é o sistema que, com os princípios e leis que rege o todo, se encontra em todas as partes.

 

Diante de todas essas definições podemos definir CULTURA ORGANIZACIONAL QUÂNTICA como o conjunto de valores, conhecimentos e costumes ligados a uma visão não fragmentada do mundo, em que a organização é considerada um organismo vivo em constante movimento, constituindo um sistema de eventos com uma constante interação e interdependência de sistemas maiores ou menores. Isto leva os homens, mulheres e sistemas que dela fazem parte a se comportar de modo plenamente consciente e não automático. Dentro de finalidades ligadas ao respeito e ao desenvolvimento de uma vida plena sobre todas suas formas, física, emocional, intelectual e espiritual, em que a humanidade possa evoluir para o pleno despertar de sabedoria e amor.

 

E para uma Empresa adquirir uma CULTURA ORGANIZACIONAL QUÂNTICA é preciso:

• Participação de todos;

• Práticas comuns, espírito da cooperação;

• Procura da verdade;

• Trabalho em equipe;

• Pensar globalmente e agir localmente;

• Pensar na natureza e na preservação dos seus recursos;

• Equilíbrio entre o interesse do todo e das partes.

 

O desenvolvimento organizacional quântico aumenta ainda, mas a motivação do trabalhador, do presidente ate o continuo, pois devolve ao trabalho o seu verdadeiro sentido e ao trabalhador uma verdadeira razão digna e elevada de viver, ale disso será instrumento fundamental não somente para selecionar tecnologias construtivas, mas ainda será um modo eficiente de contribuir e preservar o desenvolvimento da vida neste planeta.

Nesse sentido, podemos afirmar que a Empresa do século XXI será quântica ou não será, com efeito, um desenvolvimento organizacional simplesmente participativo embora altamente eficiente, pode colocar a sua eficiência a serviço de valores destrutivos, pois o desenvolvimento organizacional participativo não tem preocupação de natureza ética e é por isso que não podemos confundir gerência quântica com gerência participativa, pois gerência quântica vai além da gerência participativa, vendo o valor ético das coisas para que sirva? e para quem? ou seja, o desenvolvimento organizacional quântico liga intimamente o produto e o serviço prestado para tender ao organismo e as pessoas (Tavares, 1994).

 

4. COMO FUNCIONA A EMPRESA QUÂNTICA

 

Dar início ao processo de mudança cultural é despertar a todos, funcionários, alta administração e os próprios governantes, para uma grande mudança de mentalidade, processo, esse que coloque o homem como o centro das preocupações e atenções.

A motivação deve ganhar importância fundamental. É necessário que o ser humano encontre satisfação e realização na sua atividade principal como funcionário da Empresa.

O que ser pretende com as mudanças é que as organizações se desenvolvam rumo ao cumprimento eficaz de sua finalidade. É preciso que haja afinidade, harmonia, interesse, ações conjuntas e objetivas bem definidas.

Com o decorrer do tempo, cada entidade acabará adquirindo características culturais, econômicas, organizacionais e éticas, o que as farão diferentes em suas necessidades de desenvolvimento.

A conscientização do processo, aumentando a percepção, desenvolvendo os inter-relacionamentos individuais e grupais, revendo finalidades, atendendo carências de seus clientes, fixando estratégias conscientes, criando, enfim, condições para o amadurecimento de indivíduos e grupos dentro da organização e, desta forma, contribuindo para o seu destino societário.

 

5. IMPLANTAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO QUÂNTICA

 

Sempre ao se adotar uma administração quântica, duas dúvidas sempre permanecem: como adotá-la se a organização eclesiástica, principalmente a evangélica, possui pessoas simples e nas quais pouco se investiu em escolaridade e profissionalização e como encontrar a oportunidade para se adotar esse estilo administrativo face aos problemas conjunturais que necessitam de cautela na adoção de profundas modificações.

Para rebater essas duas dúvidas, pode-se afirmar que a administração quântica age no nível de valores, das emoções, das ilusões, da segurança, do "pertencimento", da tranqüilidade, e esses são aspectos comuns a todas as pessoas, independente de escolaridade ou profissionalização. No caso brasileiro, como exemplo, a administração quântica na teoria é indicada, devido à nossa cultura sabidamente avessa à autoridade e rica em criatividade. A administração convencional empurrada com violência e baseada no formalismo e autoridade geralmente não obtêm sucesso em campos brasileiros. Individualismo, irreverência, aversão à autoridade cega e criatividade são as bases da administração quântica, que para ser bem sucedida, precisa de um acentuado valor de cada um desses elementos na organização.

A segunda dúvida se resolve em seus próprios questionamentos. Empresas convencionais, em tempos de recessão, tendem a exacerbarem suas crises, como válvulas de escape dos problemas sociais de seus funcionários, e serem puxadas para baixo pela crise. Este é justamente o momento propício para se salvar a Empresa, quando há motivação para adoção de procedimentos que evitem a falência da Empresa. Adota-se a solução quântica, não como uma panacéia, mas como um procedimento lógico a ser assumido com comprometimento pela organização, enfrentando turbulências externas, necessitando de sua unidade interna em torno do projeto.

 

Como a implantação do modelo quântico altera profundamente a maneira de ser de uma Empresa, não existem implantações parciais, assim como implantações que violentem e tumultuem a Empresa. É preciso ter a consciência que o objetivo é gerar satisfação para os funcionários e consumidores, e não o contrário, com soluções atrapalhadas que certamente gerarão desconfiança e descrença no projeto.

É normal que no início da implantação, os empresários busquem verdadeiras "receitas de bolo", tais como relação de valores a serem assumidos pela Empresa ou procedimentos estabelecidos como rotinas visando uma política de recursos humanos e outras coisas similares. Evidentemente, os valores vão variar de Empresas para Empresa, sendo inútil querer copiar valores de uma para outra. Quanto às pessoas, existe um elenco de sugestões que a teoria quântica oferece todas levando em si uma filosofia operacionalizada, mas jamais constituindo uma receita a ser seguida, apenas alternativa que se adequai a cada caso de mudança.

 

Existem dois procedimentos selecionados de acordo com o porte da Empresa. O primeiro, recomendado para Empresas médias e de grande porte, é denominado Projeto Empresa, que se caracteriza por uma seqüência de procedimentos que, partindo do autodiagnóstico da organização, evolui parra caracterizarem sua missão, valores, políticas, objetivos, estratégias e táticas.

Para Empresas de menor porte, ou as que podem ser modificadas a partir de uma pessoa que lidere a organização e que tenha condições de lhe passar essa nova concepção, utiliza-se o recurso da consultoria compartilhada, através do que se denomina de "Consórcio para Aquisição de Satisfação Organizacional – CONASE", um sistema criativo que, já na própria denominação, passa a imagem real de ser um processo não convencional e que rompe com barreiras, inclusive a de se propor a gerar satisfação em nível de Empresa. Vejamos os dois modelos:

 

6. METAS DO PROJETO QUÂNTICO

 

Para Ribeiro (1993), as metas de um projeto quântico são:

• Estabelecer a missão;

• Definir os valores;

• Fixar as políticas;

• Atuar no longo prazo;

• Adotar o princípio da não matéria;

• Agir em tempo real;

• Aceitar um único coletivo, que é a própria Empresa;

• Romper com todos os limites internos e externos;

• Evitar intermediações;

• Atuar de forma flexível e descontraída;

• Antecipar-se às reivindicações;

• Evitar a crítica que desorienta;

• Premiar os acertos em cenários próprios;

• Desafiar visando à busca pela superação;

• Respeitar a individualidade;

• Estimular os "intrapreendedores";

• Assegura os todos uns raia própria para seu desenvolvimento;

• Garantir o sentimento de pertencimento;

• Criar um clima de tranqüilidade e segurança;

• Estimular a fidelidade absoluta;

• Buscar o "eu preciso fazer isso";

• Remover barreiras e obstáculos;

• Estimular ações imprevisíveis;

• Propiciar condições para a genialidade;

• Combater a burocracia e os formalismos;

• Atuar com força-tarefa;

• Trabalhar com qualidade total;

• Buscar a exclusividade, fugindo da concorrência;

• Conquistar e manter mercados;

• Valorizar a marca;

• Escutar os clientes;

• Inovar e criar freneticamente;

• Evitar a repartição de mercados;

• Voltar-se para o que poderá existir;

• Incorporar o mercado e fornecedores à Empresa;

• Buscar a diferenciação positiva;

• Assegura satisfação a todos.

 

7. AS EMPRESAS FAMILIARES QUÂNTICAS

 

Empresas familiares possuem muita afinidade com os princípios quânticos pois existe um núcleo central forte gerado por convergência de valores, e certamente, pessoas pertencentes a uma mesma família possuem potencialmente valores mais convergentes do que outras sem vínculo familiar.

Em uma empresa, enquanto não se chega a uma convergência de valores, sua cultura fica prejudicada, e quando a cultura está prejudicada, fica difícil adotar a administração quântica. Assim, a empresa familiar se credencia como sendo, potencialmente, mais adequada a adotar a administração quântica, em comparação com outra em que não haja convergência de valores entre seus dirigentes.

 

Por que quase em sua totalidade as empresas familiares, ao passar para a segunda geração, se extinguem? Em dados estatísticos, cerca de 70% das empresas quando passam para 2ª geração se extinguem. "Pai rico, filho nobre, neto pobre" (João Bosco Lodi).

Por que as Empresas familiares perdem a visão, a missão e os objetivos iniciais do patriarca ou matriarca? Por que é tão difícil criar um sucessor com o carisma do seu(s) pai(s)?

Pode-se caracterizar o problema de sucessão em 3 momentos de crise.

- A primeira é a própria crise de sucessão, onde há a passagem do fundador para a segunda geração, ou seja, para seus filhos.

- Desta segunda para os netos, tem-se a crise de liderança, que, por sua vez,

- Conduz a Empresa para a chamada crise de identidade, característica da terceira geração.

Esse problema ocorre no caso da Empresa convencional, pois, caso ela tenha adotado a administração quântica, tal problemática poderá ser facilmente equalizada.

 

A administração quântica apresenta as seguintes táticas a serem adotadas para uma sucessão bem realizada:

• Emprego tanto quanto possível do jovem na Empresa em que irá se dedicar é fundamental. Experiências em outras organizações também são válidas quanto à aquisição de conhecimentos, mas são prejudiciais quanto à preservação dos valores familiares. Em uma Empresa quântica, é importante que o jovem ingresse na mesma tão logo quanto seja possível;

• Numa Empresa quântica, não há a possibilidade de se começar de baixo, simplesmente por não haver níveis hierárquicos verticais, e sim uma estrutura plana. Existe um processo contínuo de abrangência de atividades;

• Não existe idade marcada para que um cliente da família assuma um cargo de direção. Na Empresa quântica, todos são preparados para ser intrapreendedores; • O pai não deve forçar o filho a assumir a Empresa familiar, pois vai de encontro a um dos princípios básicos da quântica, a "individuação". Cada um tem seu tempo, seu ritmo, sua maneira de ser, e essa deve ser respeitada.

• O próprio conceito de sucessão na Empresa quântica se perde, pois o núcleo central do poder é despersonalizado, ainda que podendo usufruir das características favoráveis de liderança de determinadas pessoas na Empresa.

• Não existir o famoso "paternalismo" nem "lealdades pessoais" que atrapalham o único e verdadeiro compromisso que deve existir, que é com a própria organização;

• A independência, dentro do conceito quântico, é fundamental. Portanto, não há essa questão de ser o presidente o encarregado de definir o que será de seus filhos na Empresa. Deve haver porém sempre o contingenciamento da visão global, integrada, gerada pela aderência a valores comuns;

• Não existe essa questão de "velhos empregados" e "equipe do velho presidente", existem sim, equipes fluidas, "forças-tarefas" que se compõem e se dissolvem; Inexistindo a chamada crise de sucessão e tampouco a crise de liderança, pois na administração quântica a liderança é um valor cultivado por todos os níveis da organização e não somente pela cúpula, sendo a liderança despersonalizada, se apresentando como uma cultura própria, representada por um conjunto de valores que não são identificados com determinadas pessoas, é óbvio que não pode ocorrer à crise de identidade em uma Empresa quântica familiar. Em Empresas convencionais, a crise de identidade se deve à pulverização do poder acionário, interesses divergentes entre os netos, surgimento de ramos divergentes dentro do clã familiar, uso da Empresa como "vaca leiteira", empresa grande demais, falta de profissionalização e o corrompimento pelo dinheiro e pelo poder.

Como uma Empresa quântica baseia-se num núcleo cultural forte, permanente e coeso, que não é vulnerável a este tipo de problema. A administração quântica, então, não só utiliza essas características como base principal como aproveita essas convergências de valores para a resolução de seus problemas.

 

Considerando-se a rapidez com que estão sendo realizadas transformações em todos os campos do conhecimento, seriam absurdas que as práticas administrativas permanecessem as mesmas ao longo das últimas décadas.

Certamente algumas alterações foram incorporadas à administração, mas na essência os princípios de planejar, organizar, dirigir e controlar permaneciam imutáveis. Esse imobilismo da administração era disfarçado pelo surgimento de modismos, decorrentes, muitas vezes, de interesses econômicos de consultoria.

Nos últimos anos, entretanto, a partir dos conhecimentos gerados na física nuclear, uma nova concepção de organização foi se cristalizando e, por suas características, vem sendo chamada de quântica ou seja, global sem limites.

 

Os sinais desta mutação, sob o ponto de vista externo, podem ser sentidos pelo crescimento avassalador das grifes e sistemas de franquias, mas em realidade as alterações internas são as que mais modificam os conceitos da administração convencional.

O planejamento é substituído pela intuição, à organização formal pela flexibilidade, a chefia pela liderança e o controle pelos valores, ou seja, a administração quântica revoluciona não somente o que se entendia como organização, como, também sua gestão.

A organização, segundo o conceito quântico, passa a ser uma concepção, independente de tempo, espaço e massa. Sendo uma concepção ela se baseia em valores, os quais caracterizam sua cultura.

 

As pessoas que trabalham com a organização devem ter a mesma cultura, ou seja, ter a mesma maneira de ser, pensar e agir. Essa unidade cultural não significa qualquer constrangimento, pois a nova administração se fundamenta na individuação, exatamente o oposto da massificação.

Para que se atinja a unidade cultural é preciso o reconhecimento dos valores da organização, algo fundamental e que é pouco comum na administração convencional. Definidos os valores e atingida a convergência de todos para eles, desaparece a necessidade do controle e da autoridade.

 

Inexistindo necessidade de controle e autoridade, a hierarquia fica sem qualquer sentido prático, e as chefias perdem sua razão de ser, sendo substituídas pela responsabilidade e liderança. Por essa razão a organização quântica passa a ter uma configuração plana, já que a autoridade é que dá a dimensão vertical ao organograma sob a forma de pirâmide.

Por outro lado, a organização quântica tem um sentido global, sem limites, e isso se aplica também à sua estrutura interna, dando-se como conseqüência a desestruturação dos coletivos administrativos, sejam eles diretorias, departamentos, setores e tantos outros. As pessoas são as organizações e não pertencem somente a partes dela, como ocorre na administração convencional.

 

Nenhum coletivo pode ser aceito como concorrente da organização, ou como opositor a ela.

Assim sendo, associações de funcionários ficam totalmente excluídas, sendo substituídas pela unidade dos que trabalham na organização, e isso inclui a todos, inclusive diretoria e empresário. Aceitar um coletivo de funcionários significa criar uma unidade representativa perante a diretoria, por exemplo, e isso divide a organização que deixa de ser quântica, ou seja, global.

Certamente as funções continuam existindo, o que desaparece é a estrutura de cargos, cada um deles um verdadeiro feudo pertencente a um chefe que, por sua vez, é "dono" das pessoas que como ele trabalha. Inexistindo cargos desaparece a disputa pelos mesmos, e os líderes podem exercer sua tarefa principal de formadores e orientadores, sem a preocupação de estarem gerando concorrentes para disputar as posições por eles ocupadas (Dorsey, 1999).

 

A organização quântica, sendo uma concepção, deve preservar sua identidade, ou seja, sua individuação no contexto onde atua. Isso implica ter sua marca e assumir no seu campo de atuação uma imagem diferenciada positiva, que assegure aderência dos consumidores, que passam a ser fiéis a ela. Isso é muito diferente da prática de vender, pois significa conquistar e manter posição. A concorrência de preço é substituída pela fidelidade, independente de preço, desde que gere satisfação dos consumidores.

Na visão quântica, as organizações, através de suas tecnologias, contribuirão para que o homem atinja plenamente o sentido da palavra plenitude: estar pleno, realizar todo o seu potencial, todo o seu destino de modo inteiro e completo.

Se olharmos bem o que está acontecendo desde o fim da Segunda Guerra Mundial no que se refere à educação do adulto, podemos facilmente constatar que são as organizações que têm preenchido cada vez mais este papel.

 

Uma das causas é o caráter conservador das universidades, que têm dificuldade de se adequar às rápidas mudanças de conteúdo, ao aumento exponencial das descobertas e criações e ao fato de as organizações serem hoje o cenário principal destas mudanças.

Assim, as organizações estão aos poucos se tornando novas universidades no que tange à educação. Mas elas podem ir além, em relação à plenitude; elas podem se transformar em novas catedrais para o terceiro milênio.

Queremos dizer com isto que poderão contribuir para desenvolver ao trabalho humano a sua dignidade e à natureza o seu caráter sagrado.


Autor: Sandra Regina da Luz Inácio


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