Karl Jaspers E O Existencialismo
Karl Jaspers e o Existencialismo
Filósofo alemão. Realizou estudos de Direito e Medicina e chegou à Filosofia através do seu interesse pela Psicologia. Professor de Filosofia na Universidade de Heidelberg, entre 1937 e 1945 foi afastado da sua cátedra pelos nazistas. A sua obra principal, que contém as suas teses fundamentais, é a Filosofia (1932).
O Existencialismo é uma corrente filosófica onde se considera que a existência precede a essência e não o contrário como defendia Platão. Primeiro o sujeito existe e depois se constitui como ser pensante e crítico, formando assim sua essência. Dentre os principais existencialistas destaca-se Jean-Paul Sartre, que escreveu livros como O Ser e o Nada e Crítica da Razão Dialética.
Para Karl Jaspers a vida se apresenta extremamente coerente com o pensamento. Dentro de suas principais idéias encontra-se a do ser-em-situação, onde diz que: o transcender a situação é a verdadeira existência; é o ponto de apoio da existência, o problema do ser está indissoluvelmente ligado ao da verdade; a existência se realiza na solidão do indivíduo, em quanto a massa é chamada ser-sem-existência; qualquer pretensão de certeza absoluta é uma não-verdade; a mente humana é sempre impulsionada para além dos limites da experiência.
No que cerne a questão da essência e da existência em Cristo, Jaspers fala que o ser em sua existência é limitado e que o criador é a própria essência, gerando assim um paradoxo entre existência e essência. Ele faz uma análise do próprio ser, em quatro dimensões: o ser-aí (dasein), a consciência, o espírito e a existência.
Uma das abordagens mais interessantes deste filósofo trata da situação espiritual do nosso tempo. Vejamos suas definições: o homem é espírito e a situação do homem autêntico não pode deixar de ser a da sua situação espiritual; do surto da consciência epocal a crítica do tempo é contemporânea da consciência em si; da situação em geral só o indivíduo é suscetível de se encontrar em situação; do método para um esclarecimento da situação atual uma estrutura da situação espiritual do presente que não quiser cair no círculo vicioso de simples imagens do ser, terá de permanecer aberta; os limites da organização da existência o turbilhão da existência moderna substitui ao homem uma visão límpida do que, na realidade, acontece; o domínio da massa anônima a técnica e a massa anônima engendram-se mutuamente; qualidades da massa anônima não pode existir, a massa anônima não passa da pura quantidade de uma grandeza vaga e sem conteúdo axiológico; os valores da massa anônima o homem deixa de ser ele próprio quando se identifica a massa anônima. Ficção do igualitarismo; o domínio do mecanismo dá assistência às estruturas materiais da existência, eliminando do indivíduo os elementos substitutivos da vida; a angústia vital desenvolvimento da consciência da ruína até o domínio da angústia; o espírito como meio mesmo a atividade concentra a sua atenção sobre tudo aquilo de que depende a absolutização dos organismos da existência; a significação da educação leva o individuo por intermédio do seu próprio ser a uma comparticipação na totalidade; cultura é uma forma de vida, a sua espinha dorsal é a disciplina como princípio intelectivo e o seu espaço é o conhecimento ordenado.
Karl Jaspers também nos proporciona uma introdução ao pensamento filosófico. Deus é visto como um enigma, para fé cristã é o transcendente, pois é subjetivo. Quando fala da fé filosófica, cita que é a fé do homem que pensa, tem sempre uma aliança com o saber. É conhecimento ilimitado, onde a ciência é o elemento fundamental desta filosofia. Quanto às doutrinas existencialistas, Jaspers dá enfoque especial a transcendência, dizendo que ela é insusceptível de ser conhecida ou pensada, que existe absolutamente sem qualquer determinação e da qual somente se pode saber que ela é, sem nunca se saber o que ela é, porquanto o único enunciado que dela se pode estabelecer consiste em afirmar, com Plotino, que ela é o que é.
Autor: Hugo Leonardo Cavalcanti
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