A Campanha Militar
Alguns bons irmãos em Cristo e camaradas das forças armadas resolveram levar o Evangelho a uma cidadezinha do interior de Pernambuco onde não havia sequer uma congregação evangélica. Foram todos à paisana, é claro!
Quando armaram o dispositivo na praça e começaram a anunciar a Cristo, um sargento da Policia Militar, junto com um cabo e quatro soldados chegaram até onde estavam os irmãos e avisou que o pároco local deu ordem para ele, o delegado, e seus comandados, dispersarem a multidão e enviarem os pregadores de volta para o Recife.
O irmão Abelardo, então, perguntou ao delegado:
-Desculpe, delegado, o senhor está informado que, pela Constituição da República Federativa do Brasil nós podemos pregar o Evangelho em qualquer parte do território nacional? O senhor sabia que no Brasil existe liberdade de culto?
O delegado disse que não queria nem saber, que ali eles não iriam pregar o Evangelho e, por providência de Deus pediu que o irmão Abelardo se identificasse.
O irmão puxou a carteira e apresentou ao delegado sua credencial de Major do Exército. O delegado bateu uma continência, mandou que os comandados fizessem o mesmo e dirigiu-se ao irmão Temístocles:
-E o senhor, quem é?
-Sou um servo de Jesus Cristo e Tenente da Marinha, respondeu o irmão Temístocles.
Novas continências.
À medida que o delegado ia pedindo as identificações, iam aparecendo carteiras de Capitão, Sargento, Tenente, Major e outras patentes.
Com mil pedidos de desculpas, ele voltou à sua delegacia, mas antes foi até onde estava o padre e disse:
-Se o senhor quiser expulsar um monte de comandantes das Forças Armadas, vá o senhor mesmo acabar a reunião deles!
Com isto surgiu a célebre "Campanha Militar" que realizou abençoados trabalhos no interior de Pernambuco, abrindo as portas para várias igrejas que surgiram depois.
Autor: Paulo de Aragão Lins
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