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Ao Invés de Água, Mais Ferro e Zinco no Feijão

O nome xiquexique traz alguns significados para os sertanejos acostumados com a lida na caatinga do Nordeste brasileiro. Para o pecuarista, é um arbusto muito utilizado no período da seca para alimentação animal. Para os contempladores da poesia existente na caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, é um arbusto de flores brancas com a parte externa das pétalas verdes ou rosadas que abrem em noites de verão e permanecem abertas menos de 24 horas. Já para os agricultores do estado de Sergipe, é uma variedade de feijão de corda que pode atingir mais de 900 kg/ha, quando a produtividade média das demais variedades é de 340 kg/ha.

Assim como o xiquexique arbusto (Pilosocereus gounellei (A. Weber ex K. Schum.) Bly. ex Rowl.), o xiquexique feijão (BRS Xiquexique) nos encanta com suas flores brancas. Mas nem só de flores vive o homem. Além de ser recordista de produtividade, a BRS Xiquexique é campeã em teores de ferro, zinco e vitamina A. Com essas características, não foi difícil atrair a atenção de instituições preocupadas com a situação de insegurança alimentar de famílias da América Latina, Ásia e África. Os programas Harvest Plus e AgroSalud, que formam uma rede de instituições de pesquisa que atua em vários países para melhorar a qualidade dos alimentos, já adotaram a BRS Xiquexique em seus projetos.

O Xiquexique foi desenvolvido pela Embrapa Meio-Norte e validado para os estados da Bahia, Sergipe e Alagoas pela Embrapa Tabuleiros Costeiros. Enfim, a pesquisa está desempenhando o seu papel social, o que já não era sem tempo. O feijão Xiquexique atende às exigências de produtividade do mercado, sem perder de vista o aspecto sócio-cultural dos alimentos. Por mais pobre que seja o dono da panela, sempre haverá feijão dentro dela. Então, melhor que seja um feijão biofertificado e que atenda ao bom gosto do nosso paladar.

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