Agentes Maléficos na Fermentação Alcoólica – As Bactérias
A cultura da cana-de-açúcar pode abrigar varias estirpes de microorganismos, e dentre estes, estão incluídos os maléficos, que prejudicam a obtenção do álcool, como, também, do açúcar.
São muitos os fatores que contribuem para as infestações microbiológicas, tais como: variedades suscetíveis, formas de colheita (manual, por queimada ou crua, mecanizada), condições climáticas, tipos de transporte e armazenamento, tempo ocorrido entre o corte e a industrialização, entre outros.
A matéria-prima, quando presente na unidade fabril, vem carregada de uma infinidade de microorganismos, que fazem parte de sua flora ou podem estar presentes no solo, aderidos ao colmo, raízes e folhas e caso a cana estiver suja, velha, perfurada, pode favorecer o desenvolvimento dos micróbios ainda mais.
Na fase de extração, ou seja, obtenção do caldo, permite o desenvolvimento de uma série de microorganismos, pois tem concentrações de açúcares, pH e temperaturas favoráveis.
Os impactos sentidos dessa infestação, é a floculação, consumo de açúcares por bactérias, principalmente da espécie L. fermentum, provocando um aumento do tempo de fermentação e redução de 15 % no rendimento fermentativo.
As bactérias gram-positivas dos gêneros Lactobacillus, Bacillus e Leuconostoc, consomem a sacarose que deixará de ser transformada em álcool ou açúcar, provocando perdas no ART, conseqüentemente, prejuízos na obtenção do produto. O resultado desse processo de consumo pelas bactérias gera ácidos orgânicos e dextrana, além de outros compostos.
Cabe salientar que as rachaduras contidas no colmo da cana, oriundos do crescimento da planta, são locais propícios para o desenvolvimento dos microorganismos, que, posteriormente, vão minimizar o desenvolvimento das leveduras, provocando uma produtividade inferior tanto do álcool quanto do açúcar.
O que fazer, então, com a infestação bacteriana? Monitoramento microbiológico, que consiste obter produtividade máxima de etanol a partir dos açúcares fermentescíveis.
Na prática, a adoção de análises microscópicas e o uso adequado de antibióticos, aliados ao controle de qualidade da cana, da água, tratamento térmico do mosto, limpeza das moendas ou difusor e das tubulações, podem contribuir para o máximo rendimento na produção do álcool e do açúcar.
Tendências futuras mostram que se trabalhar com o mosto esterilizado, pode inibir o desenvolvimento microbiológico, isolando as bactérias e, por este motivo, as leveduras conseguem desenvolver melhor seu papel.
Esta técnica ainda não esta implantada pelo seu elevado custo, mas a questão da viabilidade, ou seja, maximização da produtividade pode acelerar a adoção desta nova prática.
Tudo em prol do desenvolvimento do setor sucroalcooleiro!
Autor: Junior Miranda Scheuer
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