Imagem Oculta do Enfermeiro



GLAUCY GRAZIELY RAMAD MAGALHÃES

KARLA HELENE MARQUES LIMA

SANDRA BUARQUE DA SILVA IMAGEM OCULTA DO ENFERMEIRO: Sentimentos do nível técnico

UNIVERSIDADE PAULISTA

Santos (SP), 2008

GLAUCY GRAZIELY RAMAD MAGALHÃES

KARLA HELENE MARQUES LIMA

SANDRA BUARQUE DA SILVA

IMAGEM OCULTA DO ENFERMEIRO: Sentimentos do nível técnico

Projeto de Pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao curso de graduação em enfermagem e obstetrícia da Universidade paulista – Santos como requisito para obtenção do grau de Enfermeiro. Orientador(a): Profº MS. Juvenal Tadeu Canas Prado.

BANCA EXAMINADORA :

_____________________________________________

Profº MS.Juvenal Tadeu Canas Prado – Universidade Paulista _____________________________________________

Profº Anselmo Amaro dos Santos – Universidade Paulista _____________________________________________

Profª Simone F de D Oliveira – Universidade Paulista

_____/_____/_____

UNIVERSIDADE PAULISTA

Santos (SP), 2008

Dedicatória

Dedicamos esta pesquisa primeiramente a Deus, nosso melhor amigo fortaleza de nossas vidas. A nossas famílias, mães, filhos, esposos e amigos.

Agradecimentos Agradecemos a todos aqueles que nos ajudaram direta ou indiretamente, a todos professores principalmente ao professor Juvenal Tadeu Canas Prado, a todos que nos incentivaram e acreditaram em nosso potencial, a nossa família e amigos

Epígrafe

“Obstáculos são aquelas coisas assustadoras que você vê quando desvia seus olhos de sua meta." (Henry Ford)

SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

RESUMEN

Lista de abreviaturas

p.

1 – INTRODUÇÃO

1.1 – O tema em estudo.......................................................................................12

1.2 – Justificativa..................................................................................................12

1.3 – Problema.....................................................................................................12

1.4 - Hipótese.......................................................................................................13

1.5 – Referencial teórico

1.5.1 – O trabalho de enfermagem.............................................................13

1.5.2 – Funções da equipe de enfermagem...............................................15

1.5.3 – Relacionamento da equipe de enfermagem...................................18

1.5.4 – Relações de poder na equipe de enfermagem..............................20

2 – OBJETIVO

2.1 – Geral...........................................................................................................23

2.2 – Específico...................................................................................................23

3 – MATERIAL E MÉTODO

3.1 – Tipo de estudo............................................................................................24

3.2 – Local da pesquisa.......................................................................................24

3.3 – População e Amostra.................................................................................24

3.4 – Coleta de dados

3.4.1 – Procedimentos ................................................................................25

3.4.2 – Instrumento de coleta de dados.......................................................25

3.4.3 – Aspectos éticos................................................................................25

3.4.4 – Critérios de exclusão........................................................................26

3.5 – tratamento e análise dos dados.................................................................26

4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................................... 27

5 - CONCLUSÃO.......................................................................................................39

6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................41 7 - REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................43

APÊNDICES

A – Solicitação de Autorização para Pesquisa

B – Instrumento de Coleta de Dados

C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

RESUMO

Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória de abordagem qualitativa, cujo objetivo é verificar as percepções de técnico-auxiliares de enfermagem sobre a supervisão do Enfermeiro (a), bem como os fatores que favorecem e/ou dificultam o convívio profissional deste com sua equipe de enfermagem. Conceituou-se percepção como uma representação mental do que está encoberto disfarçado, o que não se pode visualizar diretamente. Procuramos sistematizar vários autores para poder contextualizar a temática, destaca-se os conceitos de SHIMIZU e CIAPONE (2004), RODRIGUES (2004), FAVERI e FERNANDES (2003). A pesquisa foi realizada em uma instituição de saúde tipo hospitalar de médio porte da cidade de Santos. O método para analise dos resultados escolhido foi o qualitativo através da constituição de categorias de análises. A amostra foi constituída de 16 técnicos/auxiliares de enfermagem, ambos os sexos. Os procedimentos para coleta de dados foram através de formulário, com perguntas objetivas que permitiram aos sujeitos da pesquisa explicar as suas percepções sobre o assunto, no momento da entrega foi explicado o objetivo da pesquisa, o caráter sigiloso das informações prestadas, bem como que sua participação era voluntária. Mediante a análise dos resultados se fez necessário configurar 5 categorias para sistematizar as falas. A amostra evidenciou que os técnicos/auxiliares de enfermagem, reconhecem a importância do Enfermeiro (a) como integrador e responsável pela equipe de enfermagem. Mas que para sua liderança ser efetiva é preciso haver diálogo e respeito mútuo, fatores fundamentais para o convívio harmonioso entre a equipe. cobrança excessiva, abuso de poder, sobrecarga profissional, só dificultam o convívio e a assistência prestada ao cliente. E para que a imagem do enfermeiro seja positiva, sua postura, conhecimento cientifico e comprometimento foi relatado como fatores preponderantes. Pois as muitas queixas foram quanto aos Enfermeiros (as) não se manterem presentes no setor e quando presentes resolvendo atividades burocráticas, distanciando-se da supervisão direta e dos cuidados aos clientes. Palavras Chaves: Supervisão, Percepção, Enfermeiro (a), imagem profissional. 1 – INTRODUÇÃO

1.1 – O tema em estudo

Pretende-se abordar a imagem oculta do Enfermeiro (a) frente à equipe de enfermagem. Entende-se por imagem oculta uma representação mental do que esta disfarçado, encoberto, escondido, o que não se deixa ver. (1)

Na enfermagem a prática profissional requer profunda e permanente percepção de seu propósito e sua direção, de um espaço específico de objetivos e critérios, o que demanda envolvimento, motivação, compromisso, responsabilidade e autonomia na equipe. (2)

1.2 – Justificativa

Observamos em nossa prática de estágios, que existe certa dificuldade no estabelecimento do trabalho em equipe entre enfermeiros e profissionais técnicos.

Os trabalhadores de enfermagem ainda vivenciam uma relação conflituosa, e grande parte dos conflitos são decorrentes da postura autoritária e centralizadora do enfermeiro junto aos demais elementos da equipe. (3)

Portanto, pretendemos contribuir discutindo os aspectos que direta ou indiretamente afetam a imagem Profissional do Enfermeiro (a).

1.3 – Problema

Temos observado que na área da saúde há divergências na equipe de enfermagem, relacionadas a percepções conflitantes, bem como constatamos através de levantamento bibliográfico que há poucos estudos que definam as percepções dos técnicos/auxiliares sobre os Enfermeiros (as).

Isto posto questionar sobre algumas situações: Como o técnico/auxiliar de enfermagem percebe a atuação de supervisor do Enfermeiro (a)? Será que as dificuldades de relacionamento dos membros da equipe no ambiente de trabalho, repercutem na assistência prestada ao cliente/usuário.

1.4 – Hipótese

Acreditamos existir relação entre os conflitos da equipe de enfermagem com a falta de comunicação da equipe, assim como pode existir relação entre postura do Enfermeiro (a) e a imagem que o técnico/ auxiliar de enfermagem tem do mesmo. 1.5 – Referencial teórico

1.5.1 – O trabalho de enfermagem

O Enfermeiro (a) se preocupa tanto com a qualidade quanto com a quantidade das atividades que realiza em um turno de trabalho, empenhando-se em proporcionar condições para execução do trabalho dos múltiplos profissionais e comprometendo-se em prover os instrumentos necessários para a implementação da assistência tanto da enfermagem quanto para os demais profissionais. (4)

Porém a maior preocupação do Enfermeiro (a) deve ser embasada nos valores de sua profissão, direcionada ao atendimento das necessidades do cliente e não nos valores institucionais ou de outras áreas. Quando o Enfermeiro (a) prioriza funções de outros profissionais em detrimento das suas, realizando ações não inerentes a enfermagem, levando a execução de atividades de outros profissionais e/ou cumprimento de tarefas puramente burocráticas, o mesmo se desvia do cumprimento de suas atribuições, ele subestima suas próprias funções e a si próprio como profissional, sua atuação deve estar direcionada ao atendimento das necessidades do cliente. Claro que a função administrativa é essencial e não deve ser desarticulada só que, para administrar é preciso saber prestar o cuidado, ou seja, não se pode administrar sem assistir. (5)

O Enfermeiro (a) tem desempenhado ao longo dos tempos, um papel controlador do trabalho dos demais membros da equipe de enfermagem, sendo visto muitas vezes como um profissional que determina e supervisiona as atividades executadas, alguém que centra seu trabalho predominantemente em atividades administrativas como chamar a ambulância, fazer pedido ao almoxarifado, encaminhar atestado médico do funcionário ao departamento de pessoal, fazer escala, resolver quadros incompletos de funcionários, supervisionar auxiliares e técnicos. Distanciando-se cada vez mais de sua função principal, que é o gerenciamento do cuidado e assistência integral a ser prestada ao cliente. (6)

Ficam nítidos os conflitos que os Enfermeiros (as) vivenciam entre o desejo de prestar assistência e as reais cobranças da instituição, o que leva alguns profissionais a adquirir habilidades para articular essas duas dimensões do cuidado, o que é ideal, mas que nem todos conseguem. (7 e 8).

A função administrativa do Enfermeiro (a), embasada e fundamentada na sensibilidade, postura, respeito, compreensão, flexibilidade e na competência é importante, necessária e benéfica para as organizações, para o serviço de enfermagem e principalmente para o cliente. (8).

Entretanto a idolatria à técnica tornou o trabalho de enfermagem bastante eficiente, porém menos humano. A enfermagem é uma profissão humanista em seus princípios básicos, seu discurso é humanista e não mecânico, embora muitas vezes o profissional encontra-se agindo contra seus princípios profissionais mais elevados, ou seja, o cuidado técnico passou a prevalecer. Assim, atividades relativas ao tratamento e cura deixaram o cuidado humano menos visível, menosprezando a pessoa com suas necessidades de amor e respeito. (9 e 10)

O trabalho de enfermagem é nossa expressão no mundo e precisamos nos conscientizar que não cuidamos apenas, fazemos cultura e quem só “ganha o pão” com a profissão, tem dificuldades em perceber seus próprios atos. É preciso forjar em nós próprios Enfermeiros (as), a convicção da dignidade e da importância de nossa profissão. (11)

A importância do trabalho de enfermagem, do Enfermeiro (a) é inerente as atividades de cuidado com o paciente e sua família. É um trabalho exigente, complexo e intencional com particularidades como a assistência ininterrupta ao paciente nas vinte e quatro horas do dia, a necessidade de estabelecer relações interpessoais com os colegas, clientes e seus familiares e a necessidade de regimentos, normas e rotinas pré estabelecidas para cada serviço. (12) 1.5.2 – Funções da equipe de enfermagem

A enfermagem é exercida por três categorias, o Enfermeiro (a), o técnico e o auxiliar de enfermagem e isto gera confusão ao que compete a cada um, qual a competência técnica e legal. Técnica no que se refere aos conhecimentos técnicos necessários para o exercício profissional, e legal o que é por força de lei exclusivo em sua categoria e no caso do Enfermeiro (a) o que ele pode delegar. (13)

A Lei nº 7498/1986, que dispõe sobre o exercício profissional de enfermagem e varias resoluções, define soluções para questões pertinentes a enfermagem. Segundo a legislação compete privativamente ao Enfermeiro (a) a direção do órgão de enfermagem integrante a estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, chefia do serviço e da unidade de enfermagem, planejamento, organização e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem, consulta de enfermagem, prescrição de enfermagem, cuidados diretos a pacientes graves com risco de vida, cuidados de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos adequados a capacidade de tomar decisões imediata, prevenção e controle sistemático das infecções hospitalares, inclusive como membro das respectivas comissões, participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral e nos programas de vigilância epidemiológica, prestação de assistência de enfermagem á gestante, parturiente, puérpera e ao recém-nascido, acompanhamento da evolução do trabalho de parto e execução do mesmo, participação nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde, principalmente nos programas de educação continuada. (13)

As resoluções destacam outras funções que são privativas dos enfermeiros como, ministrar quimioterápicos antineoplasicos conforme farmacocinética da droga e protocolo terapêutico, punção de port-carth, acesso ao trato gastrointestinal (sonda com fio guia introdutora e transpilórico e/ou venoso pelo cateter central de inserção periférica (PICC). (13)

A separação entre as atividades intelectuais e manuais também se processa no trabalho em saúde e especificamente na organização do trabalho em enfermagem, cabendo ao Enfermeiro (a) o fazer intelectual, desenvolvendo atividades de cunho administrativo na maioria das vezes, planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de enfermagem, consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem, e as demais categorias compete a execução das atividades relativas ao cuidado propriamente dito. (14)

O Técnico de enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar e participação no planejamento da assistência de enfermagem, cabendo-lhe, especialmente, participar da programação da assistência de enfermagem, executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro (a), participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem em grau auxiliar, participar da equipe de saúde. (15)

O Auxiliar de enfermagem exerce atividade de nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente; observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, executar ações de tratamento simples, prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente, participar da equipe de saúde. (15)

A Lei do Exercício Profissional de enfermagem prevê que as atividades do técnico e do auxiliar de enfermagem somente podem ser desempenhadas sob a orientação, direção e supervisão do Enfermeiro (a). (13)

Porém os procedimentos de enfermagem em geral são realizadas pelos técnicos de enfermagem, que comunicam o Enfermeiro (a) o relato do cliente sobre sua responsabilidade ao final do plantão ou quando necessário em devido alguma anormalidade. Enfermeiros (as) em algumas unidades realizam tarefas mais complexas, mas na prática, muitos se envolvem em atividades desnecessárias, em detrimentos de outras que poderiam realizar ou supervisionar de forma direta e que são consideradas como de cuidado. (13)

A Lei do Exercício Profissional é clara quanto às funções especificas dos Enfermeiros (as) e as atribuições dos demais membros da equipe, que requerem ser reconhecidas e praticadas. Porém por vários motivos como atividades administrativas que ocupam muito tempo, o distanciamento entre Enfermeiros (as) e técnicos/auxiliares, a proporção de enfermeiros em relação ao pessoal de nível médio nas unidades, o próprio desconhecimento da Lei do Exercício Profissional de Enfermagem, os Enfermeiro s(as) acabam delegando ações que seriam suas aos profissionais de nível médio, aos hierarquicamente subordinados. E isso ao invés de valorizá-lo, torna-o solitário e com necessidade menor na equipe, pois se muitas de suas funções são delegadas aos técnicos/auxiliares, ele perde gradativamente sua importância como líder. (13)

A importância do Enfermeiro (a) perante sua equipe, pacientes profissionais de outras áreas e administradores das instituições de saúde, depende exclusivamente de sua atuação, chamando para si aquilo que lhe é devido segundo a Lei, pois ele é o profissional com competência para liderar, dar cuidados a pacientes graves, realizar procedimentos de maior complexidade e supervisionar de perto a equipe. .(13) 1.5.3 – Relacionamento da equipe de enfermagem.

O que qualifica a enfermagem é o seu caráter relacional, faz parte da profissão de enfermagem competência em desenvolver relacionamento interpessoal como uma prática diária, embutida em todo cuidado, clinico ou especialidade (9)

Pois a enfermagem é uma profissão que desenvolve seu trabalho em equipe e para que este trabalho seja eficaz um dos fatores deve ser o saber respeitar pensamentos, opiniões e sentimentos dos outros, com esta postura se obtém a troca de informações que resulta em iniciativas que favorecem o andamento do trabalho e a discussão positiva entre os membros da equipe. (16)

Os trabalhadores da equipe de enfermagem têm a representação de que o trabalho em equipe envolve esforços de todos os elementos na busca do alcance de um objetivo, que é o de prestar assistência de qualidade e que para o alcance desse objetivo, há a necessidade de se respeitar à hierarquia, a divisão de funções entre os elementos da equipe e ainda ter disposição para ajudar e partilhar os conhecimentos adquiridos com os colegas. (3)

O Trabalho de enfermagem subdivide-se em vários processos de trabalho como cuidar/assistir, administrar/gerenciar, pesquisar e ensinar. Dentre esses o cuidar e o gerenciar são os processos mais evidenciados no trabalho do Enfermeiro (a). (17)

O Enfermeiro (a) principalmente, precisa ser capaz de partilhar informações com a equipe, é preciso haver comunicação entre todos. Escolher a linguagem que transmita, de modo preciso a mensagem desejada de maneira que os envolvidos compreendam e possam opinar reciprocamente. (18) para que as informações sejam compartilhadas, servindo como fonte de conhecimento para todos, de forma que toda a equipe fique preparada para avaliar, agir e solucionar novas situações. (9)

Todos os membros de uma equipe são indispensáveis para que se tenha o andamento necessário. Assim é importante que tenhamos profissionais com competência profissional e principalmente com condutas que integrem o grupo, para o aparecimento de verdadeiras equipes (18). Porém muitas vezes, pelo fato de passarem juntos grande parte do tempo o relacionamento entre eles passa a ter característica de um relacionamento familiar, onde existem afetos intensos e também momentos de tensão e conflitos. (3)

Na medida também em que o Enfermeiro (a) se considera como o único responsável por toda a organização da equipe, pode estar estabelecendo um certo distanciamento com os outros membros da equipe È preciso democratizar a organização, abrindo espaço a participação de todos, é preciso dar a devida importância as relações interpessoais.(13)

Por isso o papel do Enfermeiro (a) é de suma importância, pois ele é o agente responsável em promover o relacionamento entre os componentes da equipe de enfermagem para que os mesmos possam respeitar-se entre si, e respeitar o paciente como um ser humano único. (19). E para isso é preciso que o Enfermeiro (a) aperfeiçoe o seu trabalho em equipe, observando principalmente as competências de cada categoria, maximizando o potencial de cada um, compreendendo as diferenças e retirando o melhor da adversidade que existe dentro de cada integrante da equipe. (17). Além disso, o trabalho em equipe exige vários conceitos como trabalho integrado, confiança, cooperação, comunicação e respeito, o trabalho coletivo busca objetivos e metas comuns. (19)

1.5.4 – Relações de poder no cotidiano da equipe de enfermagem

O poder, em sua concepção mais simples, compreende atos contínuos de executar ou de fazer com que outros executem, pela argumentação ou pela força. Talvez em nenhuma profissão o exercício do poder esteja tão presente na rotina quanto na atuação de enfermagem, pois o profissional ordena, determina e realiza atos contínuos de cuidados a serem prestados a outras pessoas, além de atos administrativos. (21)

No serviço de enfermagem a estrutura hierárquica é composta, basicamente pelos seguintes profissionais: chefe do serviço, assistente de chefia, supervisor, Enfermeiro (a) chefe da unidade, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem, podendo ter algumas variações de cargo dependendo da instituição. A chefia de enfermagem geralmente ocupa na instituição a posição de responsável técnico, responsabilizando-se pelas ações de enfermagem desenvolvidas no hospital inteiro, respondendo legalmente perante o COREN. (19)

Na maioria dos hospitais, a estrutura organizacional da enfermagem foi inspirada configurando uma estrutura rígida, com centralização do poder decisório, dificultando, sobre maneira a operacionalização da resolução de problemas ocorridos nos setores de trabalho, uma vez que estes são passados por todos os níveis de chefia até chegar a chefia geral do serviço. (19)

O Enfermeiro (a) normalmente assume a coordenação do trabalho da equipe de enfermagem visando, principalmente à prestação de uma assistência eficaz ao desenvolvimento dos funcionários e a manutenção de um ambiente harmonioso, humano e produtivo para todos. (3)

Para que o Enfermeiro (a) torne-se visível é importante que ele desempenhe práticas de cuidado, que ele mostre conhecimento e competência técnica associadas á relação intersubjetiva e dialógica desenvolvida com a equipe com os clientes, família e instituição. O cuidado voltado às diferentes dimensões humanas é a ação que possibilita a visibilidade do Enfermeiro (a), e essa conquista passa primeiramente pela própria pessoa, para depois atingir o coletivo. O ser Enfermeiro (a) necessita ter esse convencimento de que é visível, pra então ser visível perante os outros profissionais, principalmente para os da equipe de enfermagem. (22)

A estrutura do serviço de enfermagem rigidamente hierarquizada, onde a Enfermeiro (a) assume postura autoritária e centralizadora junto aos demais elementos, contribui sobremaneira para dificultar o desenvolvimento do trabalho em equipe. Nesse sentido, os trabalhadores apontam a necessidade dos Enfermeiros (as), repensarem e modificarem o modelo de gerenciamento de recursos humanos que vêm desenvolvendo. Um modelo mais flexível parece ir ao encontro do anseio manifestado nas representações dos trabalhadores, sendo desejável maior horizontabilidade nas decisões e poderes, bem como maior participação de todos os trabalhadores de Enfermagem. (3) 2 – OBJETIVO

2.1 - Objetivo Geral

Verificar as percepções de técnicos/auxiliares de enfermagem sobre, a supervisão do Enfermeiro (a).

2.2 - Objetivo específico

Verificar os fatores que favorecem e/ou dificultam o convívio profissional do Enfermeiro (a) com técnicos/auxiliares de enfermagem.

3 – MATERIAL E MÉTODO

3.1 – Tipo de estudo

Realizou-se um estudo descritivo exploratório, cujo tratamento de dados foi de maneira qualitativa, no qual trabalhamos a sistematização dos dados coletados por categorias de análise. Optou-se pelo método qualitativo porque este é o mais adequado para verificar as percepções de técnicos / auxiliares de enfermagem sobre a supervisão do Enfermeiro (a).

O método qualitativo apresenta entrevista aberta, onde esta é material privilegiado, no sentido de que ela evidência um discurso dinâmico. O método descritivo procura descrever as características de um determinado fenômeno para estabelecer as reações entre variáveis e fatos, cujos resultados permitirão uma visão global sobre o tema. (23)

3.2 – Local da pesquisa

O estudo foi realizado em uma instituição de saúde, tipo hospitalar, de médio porte com 282 leitos, sendo que a equipe de enfermagem é composta por 286 auxiliares/técnicos e 35 Enfermeiros (a).

3.3 – População e amostra

Foram consultados16 técnicos/auxiliares, que aceitaram a participar da pesquisa. A escolha foi com base em exclusões não podendo participar da pesquisa técnicos/auxiliares que estão fazendo graduação, nem formados a mesmo de um ano e precisão estar trabalhando sobre supervisão de enfermagem.

3.4 – Coleta de dados

3.4.1 – Procedimentos

Após aceite da instituição (APÊNDICE A), foi agendado junto a gerência de enfermagem um período de coleta de dados.

3.4.2 _ Instrumento de coleta de dados

A coleta de dados foi realizada através da aplicação de um instrumento de coleta de dados (ICD) do tipo formulário (APÊNDICE B).

O ICD foi aplicado como um formulário (APÊNDICE B), contendo 14 questões. O formulário teve 2 partes, a primeira parte com dados de caracterização da amostra: sexo, idade, tempo que exerce a função, cargo que ocupa na instituição. A segunda parte com dados referentes à verificar os fatores que favorecem e/ou dificultam o convívio profissional do Enfermeiro (a) com técnicos/auxiliares de enfermagem.

3.4.3 – Aspectos éticos

Os técnicos/auxiliares que aceitarão participar da pesquisa assinarão o termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE C).Vale ressaltar que para realização desta pesquisa utilizamos os critérios estabelecidos pela resolução 196/96 do conselho nacional de saúde bem como a qualquer fase da pesquisa os sujeitos poderão interromper a sua participação.

3.4.4 – Critérios de exclusão

A escolha foi com base em exclusões não podendo participar da pesquisa técnicos/auxiliares que estão fazendo graduação, nem formados a mesmo de um ano e precisão estar trabalhando sobre supervisão de enfermagem.

3.4.5 – Tratamento e analise dos dados

O tratamento dos dados foi de maneira qualitativa, e a sistematização dos dados coletados ocorreu por categorias de análise. 4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados coletados foram analisados, lidos e categorizados de acordo com os sujeitos da pesquisa, caracterizados por técnicos/auxiliares de enfermagem de uma instituição hospitalar privada de Santos. Predominou a função técnica, sexo feminino, a idade variou de 20 á 60 anos sendo que a maioria foi na faixa de 20 á 30 anos, o estado civil variou de solteiros casados divorciados ou outros sendo que todos estes foram citados, porém predominou os solteiros, o tempo de trabalho na instituição variou de 1 ano a mais de 10 anos, sendo que a maioria atua de 1 á 5 anos.

Os dados da pesquisa após analisados foram separados em cinco categorias de análise.

A pesquisa qualitativa em saúde trabalha com o universo de significados, motivações, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos a operacionalização de variável. O campo da saúde constitui uma realidade complexa que demanda conhecimentos distintos integrados e que coloca de forma imediata o problema da intervenção. Sua abrangência multidisciplinar e importância estratégica integram seu caráter peculiar. Assim, o campo da saúde requer uma abordagem dialética que compreende para transformar e cuja teoria desafiada pela prática, a repense permanentemente. (23)

4.1 – Categoria de analise um: Atuação do Enfermeiro (a) junto a equipe de enfermagem.

Nesta categoria de análise foram agrupadas as idéias dos sujeitos da pesquisa que apontam para a importância da atuação do enfermeiro, bem como as principais características que o mesmo deve ter para liderar a equipe.

“Ele é o elo de ligação entre familiares e médicos...” Tec 1

“...proporciona segurança e suporte nas atribuições que só cabe aos enfermeiros.” Aux 2

“Seguir as condutas das quais não podemos executar.” Tec 14

“conhecimento, segurança, liderança, respeito.” Tec 9 e 10

“espírito de liderança, ética e amor á profissão.” Tec 1e 9

“...conversar com o funcionário, não só quando necessário, passar tudo que sabe aos poucos no dia-a-dia.”Aux 8 e Tec 11

“O profissional que soma com a equipe liderando e administrando...para que se torne um ambiente agradável...” Tec 4

“...ser direto, cobrar sem se impor...” Tec 7

“...não se prevalecer de seu poder...” Tec 7

“...olhar o trabalho de cada um e não pela afinidade, colega ele tem na rua, aqui somos todos iguais, unidos para o bem do paciente...” Tec 4

De acordo com os discursos acima, podemos perceber que a maioria dos técnicos/auxiliares reconhece a importância dos Enfermeiros (as), e afirmam que para liderar uma equipe o Enfermeiro(a) deve ter algumas características como realizar procedimentos específicos, ser o elo de ligação entre familiares, equipe de enfermagem, médicos, conversar mais com os funcionários ensinando o que sabe.

Porém detectam-se nas falas, alguns sentimentos de insatisfação como se faltasse isso em alguns Enfermeiros (as) e unido a isso falhas na comunicação.

A importância do trabalho do Enfermeiro (a) é inerente as atividades de cuidados com o paciente e sua família. É um trabalho exigente, complexo e intencional, com particularidades, tais como a assistência ininterrupta ao paciente nas vinte e quatro horas do dia, a necessidade de estabelecer relações interpessoais com colegas, pacientes e seus familiares e a necessidade de regimentos, normas e rotinas pré - estabelecidas para cada serviço, dentre outros aspectos. (12)

O Enfermeiro (a) normalmente assume a coordenação de trabalho da equipe de enfermagem, visando principalmente à prestação de uma assistência eficaz ao desenvolvimento dos funcionários e a manutenção de um ambiente, harmonioso, humano e produtivo para todos. (3)

Os discursos são convertestes com as citações, a importância dos Enfermeiros (as) são vitais principalmente como lideres gerenciadores das unidades, onde são responsáveis em contribuir para a harmonia de todos os profissionais, e a assistência adequada ao cliente.

4.2 – Categoria de análise dois: Supervisão do trabalho

Nesta categoria de análise, foram agrupadas as idéias dos sujeitos das pesquisas que indicam os sentimentos de segurança de técnicos/auxiliares em relação à supervisão do Enfermeiro (a), bem como sua colaboração direta e indiretamente.

“Quando solicitado sim... uma equipe sem líder fica perdida.” Tec 7

“Sim, como há uma hierarquia ele fica ciente quando há intercorrências.” Tec 4

“depende de cada enfermeiro, uns dão mais segurança do que outros.” Tec 9

“óbvio é sempre confortante dividir responsabilidades.” Tec 7

“indiretamente sim, sobre a parte administrativa e exames realizados diretamente só quando há uma emergência.” Tec 4

“...eu vejo que os enfermeiros estão mais preocupados com a parte burocrática do que propriamente com os pacientes.” Tec 5

“sim retira duvidas quando necessário e as corrige quando há necessidade.” Tec 1

“... atualmente, com, o enfermeiro do meu setor, posso ter confiança de que ele

está presente ativamente quando estiver com dúvidas...” Tec12

“Sim é... um equilíbrio para lidarmos melhor com familiares e médicos.” Tec 16

“Sim, pois ele tem mais conhecimento cientifico e técnico teórico.” Tec 9

Nestes discursos os técnicos/auxiliares relatam que é bom dividir responsabilidades, porém alguns Enfermeiros (as) proporcionam mais segurança do que outros. Que há Enfermeiros (as) presentes atuando ativamente junto a equipe colaborando, esclarecendo dúvidas, supervisionando o trabalho de perto, E existem aqueles que só estão presentes quando solicitados ou em intercorrências e se presente na unidade a preocupação é com parte burocrática, exames realizados do cliente.

O Enfermeiro (a) tem desempenhado um papel controlador do trabalho dos demais membros da equipe de enfermagem, sendo visto muitas vezes como um profissional que determina e supervisiona as atividades executadas, alguém que centra seu trabalho predominantemente em atividades administrativas como chamar a ambulância, fazer pedidos de almoxarifado, encaminhar atestados médicos de funcionários ao departamento de pessoal, fazer escala, resolver quadros incompletos de funcionários, supervisionar auxiliares e técnicos, distanciando-se cada vez mais de sua função principal, que é o gerenciamento do cuidado e a assistência integral a ser prestada ao cliente. (6)

Os procedimentos de enfermagem em geral são realizados pelos técnicos/auxiliares de enfermagem, que comunicam o Enfermeiro (a) o estado do paciente sobre sua responsabilidade ao final do plantão, ou quando necessário, em virtude de alguma anormalidade. Enfermeiros (as), em algumas unidades realizam as tarefas mais complexas, porém, na prática, muitas se envolvem em atividades desnecessárias, em detrimento de outras que poderiam realizar ou supervisionar de forma direta, e que são consideradas como de cuidado. (13)

As citações convergem, a maior reclamação dos técnicos/auxiliares em relação a supervisão do Enfermeiro (a), foi em relação ao distanciamento destes das unidades, resolvendo problemas muitas vezes inerentes a sua função propriamente dita, assim deixando os cuidados integrais com os clientes totalmente nas mãos de técnicos/auxiliares sendo informados sobre o estado do mesmo só nas passagens de plantão ou em emergências.

4.3 – Categoria de análise três: Fatores que favorecem o convívio entre Enfermeiro (a) e sua equipe.

Nesta categoria de análise foram agrupadas as idéias dos sujeitos da pesquisa que apontam para os fatores que favorecem para o convívio harmonioso entre o Enfermeiro (a) e sua equipe de enfermagem.

“Simplicidade... conhecimento...espírito de liderança.” Tec 9

“...relatar qualquer tipo de intercorrência, respeitar antes de tudo...o técnico como ser humano.” Tec12

“responsabilidade, colaboração compreensão.” Tec 15, 14, 6 e 8

“sendo coerente, respeitando nossas opiniões e nossa profissão, para serem respeitados.” Tec 16

“Deveria haver reunião de equipe no plantão...pois o enfermeiro só caminha unido...” Tec 4

“dialogo.” Tec 13

“bom relacionamento, saber separar pessoal-profissional, respeito mutuo, querer colaborar, boa vontade” Tec 7 e Aux 8

“...ajudando nos banhos, nos curativos, nas intercorrências...” Tec 5 e aux 8

Nestes discursos fica claro que o fator principal para o convívio harmonioso do Enfermeiro (a) com a equipe de enfermagem é o dialogo. O saber falar e também ouvir, respeitando as opiniões de todos os integrantes, para que se estabeleça um bom relacionamento baseado no respeito mutuo, comunicação e na colaboração.

A enfermagem é uma profissão que desenvolve seu trabalho em equipe e para que este trabalho seja eficaz um dos fatores deve ser o saber respeitar pensamentos opiniões e sentimentos dos outros, com esta postura se obtém a troca de informações que resulta em iniciativas que favorecem o andamento do trabalho e a discussão positiva (16)

O Enfermeiro (a) precisa ser capaz de partilhar informações com a equipe, é preciso haver comunicação entre todos. Escolher a linguagem que transmita, de modo preciso a mensagem desejada de maneira que os envolvidos compreendam e possam opinar reciprocamente, para que as informações sejam compartilhadas servindo como fonte de conhecimento para todos, de forma que toda a equipe fique preparada para avaliar, agir e solucionar novas situações. Além disso, é preciso observar as competências de cada um, compreender as diferenças e retirar a melhor da diversidade que existe dentro de cada integrante da equipe. (9)

4.4 – categoria de análise quatro: fatores que dificultam para o convívio entre Enfermeiro (a) e sua equipe.

Nesta categoria de análise foram agrupadas as idéias dos sujeitos da pesquisa que apontam, para as dificuldades no convívio entre Enfermeiros (as) e sua equipe.

“falta de respeito, confiança, personalidade, ética, liderança, empatia e amor a profissão.” Tec 1, 6 e 12

“muita cobrança, não interagir com a equipe...” Tec 15

“Falta de dialogo.” Tec 3, 4 e 11

“Quando o enfermeiro esquece que ele também deve cuidar do paciente e não so mexer em papeis.” Tec 5

“Sobrecarga profissional, má vontade, richas pessoais, desrespeito, abuso de poder.” Tec7 e 10

“Desumanidade, autoridade excessiva, quando o enfermeiro não é humilde.” Tec 9, 13 e 8

“falta de comunicação...fazendo prevalecer abuso do poder, dificultando o convívio com a equipe.” Tec 16

Nesses discursos os técnicos/auxiliares relatam, que as maiores dificuldades para o bom convívio entre a equipe de enfermagem é a autoridade excessiva de alguns Enfermeiros (as), falta de comunicação e profissionalismo, desumanidade, desrespeito com a equipe e com o cliente, excesso de cobrança e sobrecarga profissional.

O poder, em sua concepção mais simples, compreende atos contínuos de executar ou de fazer com que outros executem, pela argumentação ou pela força. Talvez em nenhuma profissão o exercício do poder esteja tão presente na rotina quanto na atuação de enfermagem, pois o profissional ordena, determina e realiza atos contínuos de cuidados a serem prestados a outras pessoas, além de atos administrativos. (21)

Liderar é necessário para o bom andamento da equipe, mas o poder de forma abusiva e excessiva só prejudica o convívio entre os integrantes da equipe e os cuidados com os clientes. Os discursos condizem com as citações onde os técnicos/auxiliares definem a autoridade, falta de diálogo, muita cobrança com os problemas de relacionamento na equipe e, é justamente isso que os livros apontam coma a principal causa de conflitos.

4.5 – Categoria de análise cinco: Imagem do Enfermeiro (a): um espelho visível e oculto.

Neta categoria de análise foi agrupada as idéias dos sujeitos da pesquisa que apontam para as percepções que os técnicos/auxiliares têm quanto a imagem do Enfermeiro (a), quais os sentimentos ocultos em relação a este profissional.

“...ele é competente e sabe ser um bom supervisor.” Tec 9

“...ela tem postura, conhecimento cientifico, sabe liderar sem constranger ao funcionário.” Tec 19

“...no momento sendo nosso enfermeiro...seguiria como exemplo seu modelo de atitudes” Tec 16

“do atual, sim. Infelizmente existem modelos que não se enquadram nem para veterinária, quem dirá enfermagem...” Tec 1

“...com menos cobrança do funcionário que atua e mais cobrança para quem não atua ” aux 2

“...todos temos defeitos e os dela são toleráveis pra mim, acho que os meus defeitos também não a incomoda muito...” Tec 7

“...eu faria o máximo possível para ajudar a equipe de enfermagem, botaria a Mão na massa.” Tec 5

“não seria enfermeira, pois não tenho dom para liberar.” Tec 6

“...a mesma não tem ética alguma.” Tec 13

Nas falas percebem-se vários tipos de sentimentos em relação aos Enfermeiros (as). Alguns técnicos/auxiliares afirmam que os Enfermeiros (as) possuem atributos como competência, conhecimento científico, segurança ao liderar, outros já afirmam que o atual impõe respeito. Porém houve aqueles que disseram que o Enfermeiro (a) não tem ética, que não possui dom nem para veterinária quem dirá enfermagem, e teve aquele que reconhece que para ser Enfermeiro (a) e preciso tem senso de liderança, portanto ele não seria Enfermeiro (a) pois não tem dom para liderar.

Para que o Enfermeiro (a) torne-se visível, é importante que ele desempenhe práticas de cuidado, que ele mostre conhecimento e competência técnica associadas á relação intersubjetiva e dialógica desenvolvida com a equipe com os clientes, família e instituição. O cuidado voltado às diferentes dimensões humanas é a ação que possibilita a visibilidade do enfermeiro, e essa conquista passa primeiramente pela própria pessoa, para depois atingir o coletivo. O ser Enfermeiro (a) necessita ter esse convencimento de que é visível, pra então ser visível perante os outros profissionais, principalmente para os da equipe de enfermagem. (22)

A imagem oculta do Enfermeiro (a) sua invisibilidade acontece quando ele não toma para si aquilo que lhe é devido segundo a lei, delegando funções de sua responsabilidade a técnicos/auxiliares, não proporcionando suporte técnico científico nas atribuições do dia-a-dia, não sabendo do prognóstico do cliente, quando ele só cumpre atribuições burocráticas e devido a isso cobra demais a equipe técnica. È justamente isso que se percebe nas falas quanto a Imagem do Enfermeiro (a) visível e oculta. Visível, pois ele é o Enfermeiro do setor e oculta no que se refere a ser Enfermeiro (a), a ter consciência de sua importância, não só para resolver problemas burocráticos, mas principalmente como formador de opinião, exemplo para e equipe, segurança para os clientes e para os demais em saber que ele o Enfermeiro (a) estará presente e saberá resolver com ética e competência as intercorrências do cotidiano, especialmente as relacionadas com o bem estar do cliente.

5 – CONCLUSÃO

A pesquisa foi realizada em uma instituição de saúde tipo hospitalar de médio, porte localizada na cidade de santos. Foram entrevistados 16 técnicos/auxiliares que após assinarem o termo de consentimento livre esclarecido, responderam a um formulário individualmente e no momento sobre a percepção que tinham quanto a imagem dos Enfermeiros (as), alguns mostraram-se receptivos, porém outros o total desinteresse. Sendo que quatro recusaram a nos atender alegando falta de tempo, devido a isso o setor concedido foi insuficiente sendo concedido outro posteriormente.

As respostas foram separadas em cinco categorias de análise, quanto à atuação do Enfermeiro (a), constatamos que os técnicos/auxiliares reconhecem sua importância como integradores da equipe aquele que proporciona segurança respeito e que para ser um bom líder é preciso ser direto, justo e democrata. Em relação à supervisão foi dito que quando solicitado, quando há uma intercorrência ou emergência o Enfermeiro(a) se faz presente efetivamente, pois muitas vezes está no setor resolvendo pedidos de exames e parte burocráticas, distanciando-se do cuidado e da supervisão propriamente dita.

Já os fatores que favorecem para o convívio entre Enfermeiro (a) e sua equipe foi mencionado o diálogo como fator principal, a simplicidade, colaboração, compreensão e respeito para que haja um ambiente harmonioso e produtivo para todos principalmente para o cliente. Entre os fatores que dificultam para o convívio encontram-se desrespeito, falta de dialogo, cobrança exagerada, desumanidade, rixas pessoais e sobrecarga profissional, o que prejudica a assistência prestada ao cliente

Na imagem do Enfermeiro (a) ouve quem disse que o Enfermeiro (a) do setor é competente e responsável e teve aqueles que disseram que o Enfermeiro (a) não tem nenhum perfil e nem vocação para a enfermagem, e há aqueles que não tem ética e postura alguma.

Portanto concluímos que os conflitos existentes na equipe, possuem direta relação com a comunicação escassa, postura autoritária de alguns Enfermeiros (as) bem como as percepções que técnicos/auxiliares de enfermagem possuem quanto a supervisão dos mesmos, o que acaba repercutido na assistência prestada ao cliente 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao avaliarmos o resultado final da pesquisa sobre a percepção de técnicos/auxiliares de enfermagem sobre a supervisão do Enfermeiro (a), constatamos que a maioria da equipe reconhece a importância deste como líder, o que coordena o setor para proporcionar as condições necessárias para a excelência do atendimento prestado ao cliente. Porém evidenciou-se também que a atuação do Enfermeiro (a) não é como deveria ser, sendo identificados diversos fatores como comunicação escassa e autoridade excessiva como responsáveis pelos conflitos cotidianos, unido a isso o fator de estarem sobrecarregados com a parte burocrática, distanciando-se da supervisão direta a equipe e assistência prestada ao cliente.

Após exposto os resultados das categorias, ressaltamos a importância e a necessidade dos Enfermeiros (as) serem mais presentes e atuantes junto à equipe, tomando para si o que lhe é pertinente perante a lei, não delegando funções de sua competência a outros integrantes não habilitados.

Quando o Enfermeiro (a) assume somente a parte administrativa, distanciando-se de sua função primordial que é a assistência interrupta ao cliente, ele perde sua visibilidade e faz com que sua equipe tenha uma percepção pessimista quanto sua supervisão e que sintam sentimentos de insegurança.

É preciso que estes aprendam a ter uma liderança mais descentralizada no sentido que a equipe também possa opinar quanto ao funcionamento do setor, havendo reuniões para fortalecer a comunicação entre todos. O Enfermeiro (a) também precisa deixar nítido seu conhecimento científico e amor a profissão, pois quando os técnicos/auxiliares de enfermagem citam que o Enfermeiros (as) não tem perfil profissional, que não são qualificados, que não possuem conhecimento científico e muito menos ética, desqualifica toda uma classe profissional.

È fundamental que os Enfermeiros (as) tenham ciência de sua importância, como formadores de opinião e responsável pela assistência ao cliente, sendo competentes e compromissados, para que sua equipe se sinta confiante e segura com sua presença, para que haja um ambiente harmonioso e produtivo para todos visando principalmente o bem estar do cliente.

7- REFERÉNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(1) Ferreira ABH. Dicionário Aurélio da língua portuguesa. ed.positivo; 2004.

(2) Paschoal AS, Montovani MF. Lacerda MR. A educação permanente em enfermagem: subsídios para a prática profissional. Rev. Gaúcha de Enfermagem. 2006; 27 (3): 336-43.

(3) Shimizu HE, Ciampone MHT. As representações dos técnicos e auxiliares de enfermagem a cerca do trabalho em equipe na Unidade de Terapia Intensiva. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2004; 12 (4): 623-30.

(4) Rodrigues FCP, Lima MADS. A multiplicidade de atividades realizadas pelo enfermeiro em unidades de internação. Rev. Gaúcha de Enfermagem. 2004; 25 (3): 314-22.

(5) Faveri F, Fernandes MS. Função administrativa do Enfermeiro: administração da assistência ou administração do serviço? REv. Enfermagem Atual. 2003; 3.(18): 32-6.

(6) Oliveira AGB, Alesse NP. O Trabalho de Enfermagem em saúde mental: Contradições e potencialidades atuais. REv. Latino-am enfermagem. 2003: 11 (3): 33-40.

(7) Andrade JS, Vieira MJ. Prática assistencial de Enfermagem: Problemas, perspectivas e necessidade de sistematização. Rev Brasileira de Enfermagem 2005; 58 (3): 261-5.

(8)Souza MBB, Mascarenhas SHZ, Rocha ESB. Percepção dos alunos de graduação sobre a disciplina da administração aplicada a enfermagem. Rev. Mineira de enfermagem. 2005;.9 (2):.140-6.

(9) Ribeiro MILC, Pedrão LJ. Relacionamento interpessoal no nível médio de enfermagem. Rev. Brasileira de enfermagem. 2005;.58 (3): 311-5.

(10) Furegato ARF. Relações interpessoais terapêutica na enfermagem. Ribeirão Preto (SP): Scala; 1999.

(11) Dias DC. A teoria da atividade como referencial conceitual para a enfermagem. Rev. Gaucha de Enfermagem. 2006; 27 (1): 11-8.

(12) Beck CLC. O sofrimento do trabalhador: da banalização a re-significação ética na organização da enfermagem. Teses em enfermagem, Florianópolis: UFSC/Programa de Pós-graduação em Enfermagem. N°.29,2001.

(13) Carboni RM, Nogueira VO. Reflexões sobre as atribuições do Enfermeiro segundo a lei do exercício profissional. Rev Paulista de enfermagem. 2006; 25 (2): 117-22.

(14) Gisé ML, Méier MJ, Muntsch SMA, Handar F.A. relação ensino/serviço: estratégias de aproximação da formação acadêmica com o processo de trabalho em saúde.. Rev. Cogitare Enfermagem 1998; 3 (1): 50-6.

(15) Leifert RMC. Principais legislações para o exercício de enfermagem. Rev. Coren 2007; 16-7.

(16) Cunha KC. Supervisão em enfermagem. 8ª ed. São Paulo: Pedagógica e universitária; 2006. Administração em enfermagem. p. 117-34.

(17) Peres AM, Ciampone MHT. Gerência e competências gerais do enfermeiro. Rev. Enfermagem 2006; 15 (3)

(18) Mattei DA, Tagliari MH, Moretto EFS. O enfermeiro na equipe de saúde da família. Rev técnica cientifica de enfermagem. 2005; 3 (11): 308-17.

(19) Spagnol CA, Fernandes MS. Estrutura organizacional e o serviço de enfermagem Hospitalar: aspectos teóricos. Rev. Gaúcha de Enfermagem 2004; 25 (2): 157-64.

(20) Munari DB, Fernandes CNS. Coordenar grupos: reflexão à luz das diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em enfermagem. Rev Gaúcha de Enfermagem. 2004; 25 (1): 26-32.

(21) Lima MJ. O que é enfermagem. São Paulo: Brasiliense; 2002.

(22) Castanha ML, Zagonel IPS. A prática de cuidar do ser enfermeiro sob o olhar da equipe de saúde. Rev.Brasileira de .Enfermagem 2005; 58 (5) :

. (23) Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec; 2007. APENDICE A

Ao Hospital Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos

Eu Juvenal Tadeu canas Prado, responsável principal pelo projeto de trabalho de conclusão de curso, tenho a intenção de realizar a pesquisa intitulado Imagem Oculta do Enfermeiro: Sentimentos do nível técnico, cujo os participantes Glaucy Graziely Ramad Magalhães, Karla Helene Marques Lima, Sandra Buarque da Silva, portadoras dos RGs 27561060-3, 41276782-x, 36255663-5 regularmente matriculadas no Curso de Enfermagem da Universidade Paulista nesse ano corrente.

Após o Comitê de Ética e Pesquisa da UNIP, a coleta de dados deste projeto poderá ser realizada.

______________, ______de___________de_________ ________________________________________________________

Assinatura do responsável principal Concordo com a coleta de dados_________________________________________

Responsável da Instituição Sediadora

(com carimbo)

APÊNDICE C

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pesquisador: Juvenal Tadeu Canos Prado (responsável principal)

Título da pesquisa: Imagem Oculta do Enfermeiro: Sentimentos do nível técnico

Nome do participante:_______________

Caro participante:

Gostaríamos de convidá-lo a participar como voluntário da pesquisa intitulada Imagem Oculta do Enfermeiro: Sentimentos do nível técnico, que refere-se a um projeto de Trabalho de Conclusão de Curso dos participantes da Graduação, o qual pertence ao curso de Enfermagem da Universidade Paulista. Os objetivos deste estudo é Objetivo Geral: Verificar as percepções de técnicos/auxiliares de enfermagem sobre, a supervisão do Enfermeiro(a).Objetivo específico: Verificar os fatores que favorecem e/ou dificultam o convívio profissional do Enfermeiro(a) com técnicos/auxiliares de enfermagem. Sua forma de participação consiste em responder a 14 questões. O formulário terá 2 partes, a primeira parte com dados de identificação da amostra: sexo, idade, tempo que exerce a função, cargo que ocupa na instituição. A Segunda parte com dados referentes à verificar os fatores que favorecem e/ou dificultam o convívio profissional do Enfermeiro(a) com técnicos/auxiliares de enfermagem.

Seu nome não será utilizado em qualquer fase da pesquisa o que garante seu anonimato.

Não será cobrado nada; não haverá gastos nem riscos na sua participação neste estudo; não estão previstos ressarcimentos ou indenizações; não haverá benefícios imediatos na sua participação. Os resultados contribuirão para discutir os aspectos que direta ou indiretamente afetam a imagem Profissional do Enfermeiro(a).

Gostaríamos de deixar claro que sua participação é voluntária e que poderá recusar-se a participar ou retirar seu consentimento, ou ainda descontinuar sua participação se assim, o preferir.

Desde já agradecemos sua atenção e participação e colocamo-nos à disposição para maiores informações.

Em caso de dúvida(s) e outros esclarecimentos sobre esta pesquisa você poderá entrar em contato com o responsável principal Juvenal Tadeu Canos Prado.

Eu confirmo que Glaucy Graziely Ramad Magalhães, Karla Helene Marques Lima, Sandra Buarque da Silva, explicou-me os objetivos desta pesquisa, bem como, a forma de participação. As alternativas para minha participação também foram discutidas. Eu li e compreendi este termo de consentimento, portanto, eu concordo em dar meu consentimento para participar como voluntário desta pesquisa.

_________, ____de ____ de _________.

(local, data)

___________________________________

(Assinatura do participante)

Este termo só terá validade com o de acordo do orientador e dos alunos envolvidos

deste projeto de pesquisa.

APÊNDICE B

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

I- Parte – Caracterização da Amostra:

ICD Nº___________ Sexo: ( )M ( )F

Idade: ( ) 20 a 30 anos Estado Civil: ( ) Solteiro (a)

( ) 31 a 40 anos ( ) Casado(a)

( ) 41 a 50 anos ( ) Divorciado(a)

( ) 51 a 60 anos ( ) Outro__________

( ) + 60 anos

Você atua como: ( ) Técnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem

Quanto tempo você trabalha nesta Instituição?

( ) menos de 1 anos ( ) de 1 a 5 anos

( ) de 6 a 10 anos ( ) mais de 10 anos

Você cursa atualmente algum curso superior? ( )não ( )sim

Se sim, é em qual curso? ( ) Enfermagem ( )outra curso.

II Parte – Questões:

1- Qual a importância para você da atuação do Enfermeiro (a)?

____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________

2- O Enfermeiro (a) colabora direta e indiretamente com o desenvolvimento de suas funções técnicas?Justifique a sua resposta. __________________________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________

3- Você se sente seguro com a supervisão do Enfermeiro (a)?Justifique a sua resposta

___________________________________________________________________________________________

4- Quais os fatores que favorecem para o convívio harmonioso do Enfermeiro (a) com a equipe técnica de enfermagem? _____________________________________________________________________________________________________________

5- Quais os fatores que dificultam o convívio harmonioso do Enfermeiro (a) com a equipe técnica de enfermagem?

____________________________________________________________________________________________________

6- Quais as principais características que um Enfermeiro (a) deve ter para liderar você e a equipe que você trabalha

____________________________________________________________________________________________________

7- Caso você fosse Enfermeiro (a), você seguiria o modelo de atitudes (conhecimento cientifico, postura, modo de lidar com o grupo) do seu Enfermeiro (a) que supervisiona você? Justifique a sua resposta.

___________________________________________________________________________________________________


Autor: glaucy magalhaes


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