Despoética



Bateram asas as palavras

numa revoada triste...

E sobrou só silêncio...

 

Por isso, e só por isso,

as estrelas estão lá,

mas não são belas.

Minha vida agora é ler

num livro de páginas

amarelas.

 

As aves do céu voam

sem ter destino onde pousar.

Todas as nuvens do céu

neste momento estão

completamente cinzentas.

 

As chuvas que fertilizam

a terra

e nela sulcam rios,

são líquido salobro e ácido.

 

O coração poético no peito

já não bate.

 

Bateram asas

                 as palavras.


Autor: Alcir de Vasconcelos Alvarez Rodrigues


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