Dificuldade De Coordenação Da Equipe De Enfermagem Na Parada Cardiorrespiratória Na Unidade De Terapia Intensiva
Introdução
Parada Cardíaca (PC) é a cessação súbita da circulação sistêmica em indivíduo com expectativa de restauração da função cardiorrespiratória e cerebral, não portador de moléstia crônica intratável ou em fase terminal. Antecedendo a PC ou imediatamente após sua ocorrência, interrompendo-se a atividade, definindo a situação de Parada Cardiorrespiratória (PCR). 1
Compreende-se que é responsabilidade única do profissional enfermeiro, de coordenar sua equipe diante de uma situação de Parada Cardiorrespiratória (PCR) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por isso espera-se que este tenha capacidade suficiente para determinar as ações realizadas pelos técnicos e auxiliares de enfermagem. Deve-se ressaltar outra tarefa intransferível do enfermeiro, que é a assistência direta ao paciente, sendo que esta se espera que seja a melhor possível, poisé uma situação importantíssima frente à um paciente crítico.
Coordenar é manter o organismo em funcionamento homogêneo e integrado em suas diversas atividades: é proporcionar o desenvolvimento de cada órgão, procurando manter o equilíbrio do sistema operacional. Dessa forma, serão evitados atritos, perda de tempo e complicações indesejáveis. 2
A capacidade em coordenar uma equipe na situação de PCR, deve ser uma ação imediata e com determinação, pois são atitudes que determinam as condutas dos demais profissionais que estão sob a liderança do enfermeiro.
Uma emergência do tipo PCR representa para o enfermeiro, um momento, onde ele terá que assumir o papel de liderança, porém a ausência deste poderá ocasionar falhas nas decisões. Quando ocorre isto, o enfermeiro deverá buscar os conhecimentos necessários, e rever a cada instante os cuidados de enfermagem para cada tipo de emergência. Daí a importância das Unidades de Terapia Intensiva, possuir um Manual Técnico, onde contenha informações claras quanto aos procedimentos executados pela equipe de enfermagem de forma diariamente estas informações sejam revistas, para o esclarecimento de todos os membros da equipe.
A PCR representa a mais grave emergência com que podemos nos defrontar. Portanto cabe a equipe de enfermagem adquirir habilidades que a capacite a prestar adequadamente os cuidados imediatos no procedimento. Existem equipes que fazem dessa situação, um momento de estresse, conseqüentemente excedem em seus atos imediatos. O enfermeiro deve ser seguro para coordenar a sua equipe da melhor forma correta e assim prestar uma assistência adequada ao paciente. Como toda e qualquer emergência que se passa na UTI, a equipe deverá ter capacidade suficiente para desenvolver técnicas e manobras que recuperem hemodinamicamente o paciente, mesmo porque o momento de PCR exige da equipe de enfermagem total atenção e concentração de cada membro, para um bom resultado no que diz respeito a coletividade profissional e conseqüentemente ao paciente. 3
Os enfermeiros devem refletir acerca de sua relação com o paciente, uma vez que tem nas mãos a oportunidade de colocar em prática uma série de atividades com as quais aumentam a qualidade assistencial. Deve também, assumir que, nas suas atividades, não existem tarefas menos importantes, mas menos complexas, e que dentro de uma equipe de trabalho, os resultados devem ser conseguidos colocando o esforço da equipe à frente de metas individuais. Como ocorre com todos os profissionais ligados a unidades especializadas, a escassa formação básica é um grande obstáculo em uma equipe dinâmica e a primeira frustração é encontrada quando é necessário adquirir conhecimento e habilidade à custa de experiências difíceis e nem sempre favorecidas pela solidariedade dos profissionais experientes. 4
Podemosafirmar que as diversas PCR ocorridas na UTI, são em sua maioria detectadas pela equipe de enfermagem. Portanto estes profissionais devem iniciar os primeiros atendimentos de emergência desde a identificação da PCR até o seu restabelecimento hemodinâmico ou não. Por isso, a importância do treinamento envolvendo toda a equipe de enfermagem.
Dadas as características dos serviços de emergência, onde se trabalha contra o relógio e num ritmo acelerado, a coordenação desta equipe tem de ser a mais perfeita possível. Para que esta funcione de forma organizada, cada elemento deverá conhecer a sua função e a forma de desempenhar, sem deixar de considerar as funções dos outros membros, o que se torna imprescindível ao ter de realizar uma série de atividades conjuntas.
Métodos
Considerando o tema escolhido, foi desenvolvido, o método do tipo quantitativoexploratório, onde permite ao pesquisador, aumentar sua experiência em torno de certo problema através de um levantamento de questões e opiniões elaborada por ele.
A população de entrevistados constitui-se de enfermeiros que atuam em Unidade de Terapia Intensiva e que concordaram em responder ao questionário, sendo garantido o anonimato
No decorrer da pesquisa, foram consultados profissionais enfermeiros, através de fontes documentais. As entrevistas foram previamente marcadas, em local apropriado, e em horário compatível.
Como instrumento de coleta de dados, foi escolhido o questionário, que foi dirigido aos enfermeiros, com questões fechadas. Os dados foram analisados segundo método de freqüência absoluta e relativa, e também agrupados e apresentados em forma utilizando-se estatística descritiva.
Resultados
Tabela 1 – distribuiçãodas respostas referente a existência de um treinamento específico para os membros da Equipe de enfermagem quanto ao manuseio do carrinho de emergência na PCR.
Treinamento Específico Nº % SIM 11 84,6 NÃO 02 15,4
Tabela 2 - distribuição das respostas referente a existência de um protocolo de atendimento na PCR.
Protocolo |
Nº |
% |
SIM |
05 |
38,4 |
NÃO |
08 |
61,6 |
Como mostram os resultados acima, mesmo com a existência de treinamento específico, ainda observa-se dificuldades no atendimento por falta de protocolo definido.
Na situação de PCR, o pleno êxito do atendimento não dependerá somente da presença de recursos humanos e materiais, mas sim, da determinação de papéis de cada um dos envolvidos no processo e da necessidade de protocolos para a padronização das ações a serem seguidas como forma de facilitar a abordagem terapêutica.
Alguns enfermeiros deixaram de relacionar, equipamentos essenciais para o atendimento à PCR. Isso demonstra falta de conhecimento técnico científico sobre o assunto ou não entendimento do questionário da pesquisa.
O enfermeiro que atua em UTI apresenta dificuldades quanto à: falta de protocolo e falta de materiais. Como orientação deve haver um protocolo definido, pois evita a falta de material e o treinamento programado para toda a equipe como simulação de atendimento a PCR.
Discussão
Conforme a pesquisa e as respostas apresentadas, houve uma incoerência dentre os resultados, pois na questão relacionada ao treinamento específico, a maior parte dos entrevistados possui este treinamento. Já na questão referente ao protocolo de atendimento, os enfermeiros responderam que não possui este protocolo.
O treinamento da equipe de enfermagem na UTI na recuperação de um quadro de POCR, tem como objetivo primordial, reduzir ao mínimo a duração da mesma, através de medidas que permitem atuações rápidas, eficiente e sistematizada, atingindo automatização total, mas consciente, das diversas etapas do atendimento. 5
A UTI deve ter um profissional técnico de enfermagem responsável pela organização e manutenção do carrinho de emergência, o eletrocardiógrafo, do desfibrilador, bem como os materiais necessários para uma punção de acesso venoso central, intubação endotraqueal. Este profissional como toda a equipe de enfermagem, tem o dever de conhecer e saber manipular todos os equipamentos utilizados numa PCR, e procurar manter um estoque adequado de materiais e medicamentos. 3
O retorno destas perguntas justifica a falta de um programa de treinamento que também foi apresentado como resposta pelos entrevistados. Outro fator importante a ser analisado, é que alguns enfermeiros ao descreverem os equipamentos básicos, utilizados na PCR, deixaram de relacionar, equipamentos essenciais para este procedimento. Isto demonstra falta de conhecimento técnico-científico sobre o assunto ou o não entendimento do questionário da pesquisa.
Os enfermeiros que atuam no atendimento da PCR apresentam dificuldades quanto à falta de protocolo e falta de material.
Como orientação para os enfermeiros: Protocolo para não haver a falta de material e treinamento programado para toda a equipe com simulação de atendimento a PCR.
Referências Bibliográficas
1.AMARAL JLG. Emergência: manual de diagnósticos e tratamento. In: JUNIOR A.F. Parada Cardiorrespiratória e Reanimação. São Paulo: Sarvier;1995
2.MARQUIS B. Administração e Liderança em Enfermagem: Teoria e aplicação. 2 ed. Porto Alegre, 1999.
3.CINTRA, EA. Assistência de Enfermagem ao Paciente Crítico. São Paulo: Atheneu, 2000
4.ANDRADE MTS. Guias Práticos de Enfermagem: Cuidados Intensivos. Rio de Janeiro, 1998
5.OMAN, K. Segredos em Enfermagem de Emergência: respostas necessárias pra o dia-a-dia. Porto Alegre: Artmed,2003
Autor: Anselmo Santos
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