Quem Tem Sonhos Levante A Mão!



Caso você acredite que  PEGAR O SOL é um sonho possível, então seja BEM-VINDO.

Um sonho, um desejo, uma recordação. Nossa mente é infinita assim como nossos sonhos. Quem nunca se indagou, olhando para o céu estrelado, onde acaba o Universo ou se há vida em outro planeta. Existem sonhos com começo, meio e fim ?

Podemos realizar um sonho num curto período de tempo ou demorarmos toda uma vida para concretizá-lo. Começo aqui a contar-lhes algumas histórias, estórias e sonhos.

Inicio contando-lhes que tenho xx anos de idade dos quais xx anos e nove meses passei sonhando. Como posso ter mais tempo de sonhos do que de vida? Simples: contando os nove meses que passei no ventre da minha mãe. Acredito que comecei a sonhar no momento que fui concebido, quando ainda era somente uma célula. Meus sonhos aumentavam na mesma proporção que as células do meu corpo (1, 2, 4 8, 16, 32, 64, ec).

Ao vir ao mundo nos idos de 19xx já tive meu primeiro sonho destruído, o sonho de continuar dentro do útero materno. Não bastasse, um sujeito vestido de branco me deu umas palmadas na bunda sem eu ter feito nada para ele. Que atitude insensata pensei. Justamente no momento que sonhava em conhecer minha mãe e os familiares que me aguardavam com tanta ansiedade. Primeiro filho, primeiro neto, primeiro sobrinho. Esta pequena introdução mostra que já nascemos aptos a sonhar, mas num ambiente hostil e cheio de desafios. Estão o que faz com que nos destaquemos dos outros bilhões de seres humanos que vivem no nossa planeta? Será que existe uma resposta para esta questão?

Se você acha qua não, seu sonho termina aqui. Caso acredite que existem algumas centenas de respostas, você é um sonhador e pode continuar lendo.

Aprendi a andar com 1 ano e 1 mês, ou seja, 1 mês à mais que a maioria dos bebês. Lá se foi mais um sonho para o espaço. Queria ter andado com 9 meses. Mamãe ficou um pouco decepcionada porque os bebês de suas amigas andaram 1 ou 2 meses antes que eu. Além de não realizar meu sonho, estraguei o sonho da minha mãe também. Dois sonhos não realizados pelo mesmo motivo.

Aos 3 anos de idade, brincando com minha avó paterna, levei um tombo e caí de boca na escada da sala. Perdi os 2 dentes da frente com raiz e tudo. Bangelo antes do tempo.

Foi uma correria danada lá em casa. Minha mãe desesperada, sem saber de onde vinha tanto sangue. Deste episódio, alguns anos mais tarde nasceu meu primeiro apelido de infância: COELHO. Adivinhem a razão? Os dentes definitivos nasceram quase que na paralela ao chão. Dentuço eu ? Já contava com 7 anos quando fui para a escola. O coelhão da sala. Estudei os 4 primeiros anos do ensino fundamental numa escola Municipal de São Paulo. Minha família não tinha condições de me colocar numa escola paga.Não existiam muitas em 1970. Nunca passei por nenhum tipo de necessidade ou privação. Meu pai, um imigrante italiano que aos 16 anos, fugindo da 2ª grande guerra que assolava a europa, veio para o Brasil com meu avô e minha avó. Ele tinha um sonho: SOBREVIVER. Quando muito pequeno, papai recebeu a EXTREMUNÇÃO por estar com uma doença mortal na época: O TIFO. Milagrosamente sobreviveu.

Em 19xx, conheceu mamãe e casaram-se em 19x1. Nasci em 19x2 (informo que passaram-se mais de nove meses entre o casamento deles e meu nascimento).

Trabalhou toda a sua vida como marmorista, cortando e lustrando mármores e granitos para ornamentar as fachadas de prédios, escadarias de residências e mansões da Avenida Paulista. Nunca o vi reclamar nem queixar-se de nada. Sempre alegre e feliz com o que tinha. Criou 3 filhos Morreu em 199x aos 60 anos, vitima de câncer. Não há um só dia que não pense nele e que não sinta saudades. Foi um bom pai e um bom Marido.

Não construiu muita coisa nem deixou nenhuma herança (somente boas recordações). Viveu um dia após o outro. Não teve sonhos mas foi feliz enquanto esteve por aqui. Será que há uma hereditariedade em passar para os descendentes uma vida SEM SONHOS ?

Tenho certeza que não. Eu tenho sonhos e quero realizá-los, mas não a qualquer custo. Quanto vale um sonho ? É possível quantifica-los ? Para muitas pessoas SIM, os sonhos tem preço.

Deixando a nostalgia de lado, volta aos meus 8 anos. Lembram-se do coelhão da escola? Pois bem, aos 8 anos comecei a crescer lateralmente de tanto minha mãe administrar um tal do CALCIGENOL IRRADIADO. Eu não comia nada e,  até os 7 anos era só pele e osso. Ah, esqueci de mencionar que nesta época eu tinha cabelos lisos e loiros igual a palha de milho. O coelhão agora também era gordinho. Daí meu segundo apelido de infância: MARMOTA: Dentuço, gordinho e loiro. Olha só que situação.

Confesso que nunca me abalei com apelidos. Ainda bem, visto conhecer pessoas que tem complexo de inferioridade até hoje devido à apelidos de infância. Para mim estava tudo certo. Eu não processava a informação e por este motivo não ligava.

Meu sonho nesta fase era ser LIXEIRO, pode ? Adorava ficar observando o caminhão de lixo com aqueles caras correndo atrás. Achava o máximo. Sinto informar-lhes que este sonho, felizmente não se realizou. Aos 9 anos me apaixonei pela prima da minha vizinha. Neste aspecto fui bem mais rápido que a maioria dos meninos da minha idade.

Andei tarde, mas para compensar  amei antes do tempo. Esta época foi a fase mais feliz da minha infância. Minha vida era ir para a escola de manhã, almoçar, ver televisão e brincar o resto do dia. E a lição de casa ? Eu fazia na escola, depois da aula em 5 minutos. Nunca fui de estudar muito, aliás não estudava nada para as provas.

Prestava atenção nas aulas e isto me bastava para passar de ano. Neste aspecto nunca dei trabalho para minha mãe.

Sempre fui uma pessoa com um espírito de solidariedade muito forte (vai ver que por isso deixei de realizar alguns sonhos). Nas férias de JULHO, sempre levava um amiguinho da sala para passar uns 15 dias lá em casa. Escolhia o amigo mais carente da turma, que coincidentemente era o meu melhor amigo. Que felicidade para mim saber que meu amigo teria 3, 4 ou 5 refeições por dia, iria dormir numa cama confortável, brincar com brinquedos que nunca brincou e comer algumas guloseimas que nunca poderia comer em sua casa. Dos amigos, o que mais me recordo é o JOÃO.

Morava perto de casa, numa palafita. A mãe dele ficava fora o dia todo, limpando casas e fazendo faxina. O João ficava sozinho o dia todo tomando conta de uma penca de irmãos mais novos. Meu sonho era dar um pouco de alegria para ele. Sonho que eu realizava em 15 dias. E assim fui até terminar a 8ª série do ensino fundamental. Nunca mais ví ou falei com nenhum deles.

Que sonhos eles tinham ? Será que algum deles é hoje um homem bem sucedido ? Quantos já morreram ? Sei lá, mas independentemente do caminho de cada um, a lembrança que tenho são os bons momentos que compartilhamos e a certeza que pude dar um pouco de felicidade à eles mesmo que por 15 dias.

Começava minha adolescência e junto com ela os famosos sonhos de adolescente. A fase da cabeça e os pés no céu, ou seja, voando. Decidí cursar o colégio técnico. Fiz cursinho pré-vestibular e consegui passar em um colégio do estado chamado CEI Getúlio Vargas, um dos mais cobiçados na época porque era gratuito e com ensino forte. Não programei isto, mas acabei realizando um sonho que esra cursar uma escola gratuita para não ter que dar nenhuma despesa para meus pais, mesmo porquê não tínhamos condições.  

Cursei os 3 primeiros anos mas não concluí a graduação de Técnico em eletrônica por não ter feito o 4º ano para ter direito ao certificado do CREA. A maioria dos meus colegas de classe seguiram para o 4º ano. Atualmente tenho algum contato com 2 desses meus colegas: O Paulo e o Carlos.

Vale aqui um parêntese sobre o Paulo. Éramos muito amigos na época do colégio. O Paulo sempre foi o melhor aluna da sala. Muito habilidoso com a eletrônica. Um projetista de mão cheia. Em 1980, após ter teminado o 3º ano nunca mais o ví ou falei com ele. Recentemente, entrando num site de relacionamento, e como sabia o nome completo dele, fiz uma busca e encontrei o Paulo. Qual não foi a minha surpresa ao me deparar com sua foto. Reconhecí  imediatamente aquele semblante, mas alguma coisa não estava certa. Será que era o mesmo Paulo que conheci anteriormente? Suas feições eram muito parecidas com a que estava na minha memória.

Entrei em contato com ele por e-mail e recebi a resposta. Ele me escreveu com muita alegria e me contou que havia passado por momentos muitos difíceis, lutando com um tipo de câncer muito raro, durante 6 anos. Graças a Deus, estou praticamente curado, palavras que ele escreveu no final do e-mail. Está trabalhando por conta própria, retomando uma atividade que já exercia antes da doença. Fiquei muito feliz por ele. A partir deste contato, criamos uma comunidade neste site de relacionamento para que nossos ex-colegas de colégio pudessem compartilhar algumas informações conosco.

Depois deste episódio comecei a refletir sobre os sonhos do Paulo que foram bruscamente interrompidos por uma grave doença. Ele devia ter muitos sonhos a serem realizados, mas uma grande PEDRA cruzou seu caminho e alí ficou por muitos anos, impedindo-o de caminhar em busca dos seus sonhos.

Ah, o Carlos é hoje uma pessoa muito bem sucedida numa grande organização de Tecnologia da Informação.

Os 2 personagens reais que descrevi aqui tiveram desfechos muito diferentes. Fico imaginando o que poderia ter sido do Paulo se a doença não o tivesse atingido. Com toda certeza estaria muito bem de vida e com um futuro no mínimo tranquilo.

Vocês com certeza, devem conhecer personagens com diferentes histórias de vida e de carreira profissional. Podemos dividí-los em três grandes grupos:

Grupo 1: Sonhadores que correram e correm atrás de seus sonhos e objetivos e que acreditam neles (cabeça no céu e pés no chão);

 Grupo 2: Sonhadores que deixaram para trás alguns sonhos, desistiram de seus projetos e seguem a vida conforme a maré (cabeça no chão e pés no céu);

 Grupo 3: Sonhadores que continuam sonhando sem realizar nada (cabeça e pés no céu);

O primeiro grupo são, na sua grande maioria, perseverantes, objetivos, empreendedores, criativos e acima de tudo sempre estão no lugar certo na hora certa e com a pessoa certa. É verdade que uma pequena parcela chegaram lá de forma não muito Ortodoxa, se é que os leitores me entendem.

O segundo grupo são os sonhadores conformados, que sempre tem uma desculpa para a não realização de seus sonhos e culpam outras pessoas por não atingí-los. Agarram-se aos seus empregos e são os chamados Survivors.

O terceiro grupo (a grande maioria) são os que vivem no Mundo da Lua e que são o alicerce (a base da pirâmide)  para que os personagens do grupo 1 alcancem seus sonhos e para que os do grupo 2 mantenham seus empregos.

Na natureza NADA SE CRIA, NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA. Todos conhecem este famoso princípio de LAVOISEIR.

Parafraseando LAVOISEIR, podemos dizer que os sonhos NÃO SE CRIAM, NÃO SE PERDEM, SE TRANSFORMAM.

Não se CRIAM visto serem etéreos e áureos. Para sonhar é preciso plantar a semente da imaginação, regá-la e cuidar para que cresça e floresça.

Não se PERDEM porque são infinitos por natureza. Mesmo que não sejam realizados permaneceram na nossa mente por toda a vida.

Se TRANSFORMAM pois são mutáveis e flexíveis. Não existem sonhos definidos e certos. Alguns se transformam tanto que acabam no fundo de uma gaveta ou são esquecidos para sempre.

Um sonho não é uma ciência exata onde 22 é igual a 4. Na matemática do sonho, 22 pode ser igual a ZERO ou igual a 5. O resultado da matemática do sonho depende única e exclusivamente do SONHADOR.

Quer um exemplo: O QUE VOCÊ SONHA REALIZAR ATÉ O FINAL DO ANO DE 2007?

Aqui vão algumas sugestões para os que ainda não pensaram nisto:

  • Nadar nú na piscina na virada do ano (de preferência bem acompanhado);
  • Viajar para a LUA à borda da Discovery (igual ao Brasileiro que foi plantar feijão no espaço);
  • Fazer NADA nos finais de semana (os Maridos de plantão que o digam);
  • Plantar uma árvore (desde que se cuide dela);
  • Ter um filho (este é fácil mas dá um trabalho danado);
  • Escrever um livro (preferencialmente que transmita algo);
  • Transar com a Gisele Bunchen (se você for pobre esqueça este);
  • Ser presidente de uma grande organização (só se for uma ONG); 
  • Morrer dormindo (igual seu avô e não gritando como os passageiros do ônibus que ele estava dirigindo);
  • Pular de para-quedas (após tomar algumas aulas básicas);
  • Ter coragem para andar numa montanha russa (não ingerir nenhum alimento antes);
  • Ajudar alguém necessitado (neste caso você tem algumas dezenas de MILHÕES de pessoas para escolher);
  • Pilotar um carro de F-1 (preferencialmente a Ferrari do Felipe Massa);
  • Viajar em um submarino (só para os que não sofrem de claustrofobia);
  • Morar em Nova Iorque de frente ao Central Park (com menos de US 1 M esqueça);
  • Conhecer o Lula pessoalmente (eta sonho diferente);
  • Mandar seu chefe para a PQP (cuidado com este somente o realize se você já tiver outro emprego onfirmado);

Alguns dos sonhos acima mencionados podem ser fáceis ou medianos para serem realizados. Para outros muito difíceis ou IMPOSSÍVEIS, certo?

Errado. Não existe a palavra IMPOSSÍVEL em um sonho. Reparem que nenhum dos SONHOS acima são IMPOSSÍVEIS. No máximo podem ser muito difíceis.

DURMAM BEM E SONHEM MUITO


Autor: Ricardo Bacci


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