Solidariedade Necessária



São milhares de vítimas da chuva que faz os morros catarinenses vir abaixo, o que, automaticamente, já edifica covas para alguns flagelados, cujo peso das avalanches barrentas dificulta o encontro dos corpos; alí muitos ficarão sepultados. Segue a cada dia que passa o número de vítimas fatais, que a mente pensante, vasculha que tenham muitos outras mais debaixo do pesado mar de lama.

É uma das piores, senão a pior, tragédia vivida pelo Estado de Santa Catarina, que leva aos olhos sensíveis do povo brasileiro, independente do grau de posse de cada um, um sentimento de solidariedade, com todos – à sua forma – querendo ajudar a diminuir a dor dos catarinenses. Dor que se aprofunda mais, quando se vêem pessoas soluçando pela perda da casa, dos irmãos, dos filhos, dos pais, da família.

As perdas materiais são, com o tempo, reconstituídas ao suor do trabalho que marca o perfil de todo o brasileiro, seja ele de Santa Catarina ou de qualquer outro estado do país. Nesse momento de grande dor, a Nação mostra o seu traço mais marcante. O Brasil deixa de ser a Pátria eufórica do futebol, do Carnaval do jeitinho, quando todos se atentam para realidade única que é se lançar em auxílio e defesa do próximo. São instantes em que a solidariedade deve ser o ponto cardeal de qualquer postura.

Face ao que está acontecendo, não é de se afirmar que, inteiramente, exista no meio solicitado, apenas a parte auxiliadora. Também, existem, os canalhas de plantão que se aproveitam desses, e de outros momentos de comoção nacional, para além da promoção pessoal até saírem com dividendos financeiros e materiais.

Infelizmente, sempre têm uns cafajestes que encontram um jeitinho para prosperar, enquanto outros esperam e suplicam por ajuda. Tal situação foi levada a público quando um programa televisivo matinal denunciou um comerciante que passou a cobrar pelo botijão de gás a quantia de R$100,00. Sem nenhuma apologia ao crime, mas esse cidadão – que não teve o nome divulgado – tem lhes guardadas as portas do inferno, com direito à sua alma ser perpetuamente incinerada com os próprios botijões de gás, que revende. O castigo: com o Capeta não cobrando nada pelo serviço de inutilidade pública.

Por hora, é necessário dar destaque não aos ladrões da credulidade, que depõem contra o senso humanitário. Mas, sim para as pessoas cujos braços, pernas, palavras e doações, revelam o movimento de ações e gestos nobres quando arranca do barro uma vítima, tira do rosto sofrido um sorriso ao pronunciar uma palavra de conforto, emocionam os que sofrem, e com eles se emocionam ao se doarem de forma voluntariosa. Esses, na verdade, reeditam os bons ensinamentos cristãos e de outras segmentos religiosos que principiam em fazer o bem sem olhar a quem.


Autor: Valmir Barros


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