Crise Ecônomia



CRISE ECÔNOMIA – LEVAR VANTAGEM NÃO FUNCIONA

 

Bom, particularmente não gosto muito de escrever ou falar sobre assuntos econômicos, afinal, cada um sabe onde aperta seu calo. Mas tentar recuperar prejuízos e compensar a queda do faturamento por falta de negócios no mercado externo com a elevação dos preços no mercado interno para compensar, acredito, sinceramente isso não funciona, e pelo contrário acaba complicando ainda mais a situação econômica das empresas.

Em meados de julho/agosto, nosso Presidente da República juntamente com seus Ministros da equipe econômica, afirmaram que nossa economia estava mais sólida, que nossas reservas eram altas ultrapassando mais ou menos, duzentos bilhões de dólares. Com essas reservas, nossos ministros estavam apostando que a crise mundial que estava se estabelecendo não afetaria nossa economia. Segundo palavras deles próprios afirmavam que no máximo "uma marola", mas não é o que esta acontecendo. Estamos perto de um ciclone, quase um Tsunami.

Alguns economistas também afirmaram o mesmo, talvez por não terem analisado a fundo as questões, talvez por não terem a experiência necessária sobre esse assunto, concordaram com as opiniões do governo. Mas, uma economista chamava a atenção para essa situação dizendo que as coisas podiam se complicar um pouco mais que o esperado, era preciso acompanhar dia a dia o desenrolar da economia mundial e o efeito nas bolsas de valores pelo mundo. Era óbvio que se houvesse uma recessão mundial por menor que fosse, afetaria nossa economia também, e não só como uma "marola"; a Sra. Denise Campos de Toledo. Quem a ouviu não ficou surpreso com as dificuldades que empresas estão enfrentando agora. E acredito que as mediadas que foram e estão sendo adotadas pelo nosso governo não refletiram os efeitos desejados rapidamente.

Recursos foram liberados pelo governo para que os bancos continuassem a financiar veículos para o consumidor. Só que além de apoderarem-se desses recursos, os Bancos e instituições de crédito começaram e ainda estão dificultando cada vez mais esses financiamentos.

Ontem, dia 03-12-08, nosso presidente afirmou que "o povo não precisa ter medo de consumir. Que ele não está pedindo que as pessoas que estão endividadas se endividem mais; e sim que podem consumir com critérios e cautelas para que possam honrar seus compromissos". Aí eu entro e pergunto: Se o povo começar a consumir para acelerar um pouco mais a economia, e ocorrem demissões, quem vai pagar a conta? Por isso eu recomendo, e acho que nesse aspecto muitos concordam comigo, muita cautela.

Empresas brasileiras que tinham negócios internacionais, que a maior parte de sua produção e faturamento estava voltada ao mercado externo, com a queda em suas exportações, vão ter que olhar um pouco mais para o mercado interno. E não é elevando seus preços internamente, tentando compensar suas perdas que conseguiram equilibrar seu faturamento e suas contas. Muito pelo contrário, existe a lei da oferta e da procura.

Analisem os frigoríficos que perderam ou deixaram de exportar toneladas de carne bovina para o mercado externo. Esses produtos que deixaram de ser comercializados lá fora, não podem ficar parados esperando que a crise passe, ou amenize, para voltarem a ser comercializados. Esses produtos estragam. Então uma alternativa é colocá-los no mercado interno. Há que se escoar a produção dessas empresas.

O que observamos é que isso esta sendo feito, mas houve uma elevação significativa no preço de venda ao consumidor. Preços foram elevados, e muito. Talvez esses frigoríficos tivessem em mente que o consumo interno aumentasse e pudessem cobrir a diferença de faturamento com essa venda; só que o consumidor notou esse aumento e começou-se a substituição da carne de vaca pelos derivados de aves e de suínos.

Hora, sabemos, que quando se tem escassez de um determinado produto e o consumo continua elevado, existe o fator regulador para que não falte que é a elevação de seus preços. E quando a excesso de oferta de determinado produto, seus preços caem para que possa ser escoada sua produção, ou então se não há consumo suficiente esses produtos acabam sendo jogados fora ou se estragam nos depósitos.

Então, quando estamos atravessando uma situação de crise econômica, normalmente é pela falta de liquidez no mercado, crédito escasso, e o dinheiro torna-se um produto muito caro.

Então analisemos o seguinte: não seria mais vantajoso e significativo que pela falta ou queda das negociações no mercado externo as empresas procurassem colocar todo esse excedente de produção no mercado interno, reduzindo seus preços para que se obtenha uma maior demanda, propiciando assim condições para que o consumo desses produtos aumente? Não é o que temos visto. Será que isso não esta sendo observado pelos empresários, que quanto mais caro seus produtos ficam, menos se consome?

Observe a situação de empresas nos USA e Europa. Quando caem seus negócios, aumenta a demissão de funcionários. Sabemos que consumidor desempregado não consome.

O ideal seria que o governo contribuísse com a sua cota de sacrifício para amenizar os efeitos dessa crise. Deveria reduzir os impostos durante essa "marola", reduzir impostos como o IPI de carros e demais produtos industrializados, reduzir o ICMS sobre a circulação de mercadorias, reduzir os descontos de IR sobre salários e faturamentos, tornando possível que as empresas reduzissem seus custos e evitassem demissões em massa que com certeza em breve começaram a acontecer, a menos que se mude o panorama da economia mundial e rápido.

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Autor: NELSON BATISTA DE SOUSA


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