Diabete do Tipo I: Causas, Prevenção e Controle



CARDOZO, M. M. 1; ROSA, M. I. T. 2; SANTOS, A. C. 3.; BOECK, I. S. T.4

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Palavras-chaves: Insulina, Glicose, Pâncreas, Dieta.

Introdução

Diabetes é o nome dado à doença que impede o organismo de assimilar suficientemente a glicose fornecida pela nutrição. Sendo que existem três tipos de diabetes: diabetes tipo I, diabetes tipo II e diabete gestacional. No diabete tipo I, também chamado de diabetes juvenil ou dependente de insulina, algumas ou todas as células produtoras de insulina do pâncreas são destruídas, deixando o paciente com pequena ou nenhuma insulina produzida naturalmente. Desse modo, os níveis do açúcar no sangue se elevam a cima dos limites fisiológicos normais, com as conseqüentes manifestações de sintomas (AIRES, 2004).

Algumas pessoas não apresentam sintomas acabam e descobrindo a doença através de um exame de sangue de rotina, onde se verifica o nível de açúcar no sangue, principalmente para quem está acima do peso, tiver colesterol alto, pressão alta, histórico familiar da doença, ou se for cardíaco.

A causa da falência na produção ou no modo de atuação desse hormônio não é conhecida, mas estão demonstradas implicações de caráter genético-hereditário. Também influenciam o desenvolvimento desse processo patológico o exercício físico e a qualidade da alimentação (HUDAK & GALLO, 1997).

O conhecimento sobre diabetes e seu tratamento pode levar a um maior senso de poder e controle que são necessários para o tratamento adequado e melhoria da qualidade de vida. A interação positiva com a equipe de saúde pode influenciar positivamente o estilo de vida dos pacientes diabéticos.

Por este motivo, o tema abordado é de fundamental importância, pois, permitirá uma avaliação real da magnitude do problema no sentido de conhecer as causas, prevenções, controle e tratamento da patologia relatada. Tem como objetivo conhecer os fatores que desencadeia a diabete, sua manifestação clínica e o tratamento realizado.

Marco Teórico

A diabete é uma desordem no metabolismo da glicose e se caracteriza pelo excesso desse nutriente no sangue – o que vai de encontro aos padrões de um bom funcionamento do organismo. Para ter idéia do impacto do distúrbio é preciso entender antes como o corpo se comporta em condições normais (STEVENS & LOWE, 2004).

Todas as células do corpo humano precisam de energia para funcionar em pleno vapor, essa energia vem dos elementos, em especial dos carboidratos como pães, massas, e tubérculos, depois de digeridos, se transformam em açúcar, ou seja, glicose, que vai para corrente sanguínea a fim de ser distribuído para a célula do corpo todo, principalmente as do cérebro. "A glicose, porém só pode ser absorvida com a ajuda da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas especialmente para esta tarefa, trata-se de um processo metabólico vital" (GUITON & HALL, 2002).

As células abastecidas funcionam de modo eficiente permitindo que o diabético realize todas as suas atividades diárias normais como dormir, trabalhar, e se exercitar. O nível de açúcar no sangue, chamado de glicemia, se mantém equilibrado graças à atuação da insulina. A quantidade do hormônio aumenta ou diminui de acordo com a disponibilidade da glicose na corrente sanguínea. Na falha da liberação dessa insulina surge a diabete .

"Em um esforço para produzir combustíveis alternativos para o corpo, o fígado produz substancias ácidas chamadas cetonas que são pois acumuladas no sangue. Quando as cetonas se acumulam no sangue em grandes quantidades, o sangue fica anormalmente ácido. Isto cria uma condição grave, potencialmente ameaçadora à vida chamada cetoacidose que pode interromper a atividade do coração e pode deprimir o sistema nervoso central (cérebro) a ponto de levar ao coma e à morte" (AIRES, 2003).

"Uma doença auto-imune, onde o sistema imunológico do corpo o ataca no lugar dos invasores externos. Neste caso, o sistema imunológico destrói as células produtoras de insulinas (células betas do pâncreas). Com o passar do tempo, a quantidade de insulina produzida diminui a ponto de o açúcar no sangue ficar perigosamente alto. "O que leva o sistema imunológico a atacar as células beta do pâncreas permanece um mistério. O pensamento atual é que um fator genético (GOLDMAN & AUSIELLO, 2005). Com relação aos sintomas, aparecem de repente e com toda força e incluem sede exagerada, micção (urina) freqüente e vômitos. Perda de peso pode ser um dos primeiros sinais de diabetes tipo I. Se a doença é deixada sem tratamento, o aumento do açúcar e dos ácidos (cetonas) no sangue pode causar fraqueza, confusão, coma e mesmo a morte (BERNE, 2002).

Filho (2006), argumenta que a diabete é diagnosticada por exame de sangue para dosar os níveis de açúcar. O sangue é colhido pela manhã em jejum. Tipicamente, o corpo mantém níveis de açúcar no sangue entre 70 e 100 miligramas por decilitro (mg/dl), até mesmo depois de se estar de jejum. A diabete é diagnosticada se um nível de açúcar no sangue depois de se estar de jejum maior que 126mg/dl.

Guiton (2005) comenta que a diabete tipo I afeta todos os sistemas do corpo e pode causar complicações sérias, potencialmente ameaçadoras à vida, incluindo: lesões dos olhos (retinopatia) levando à cegueira; lesão nervosa (neuropatia); lesão dos nervos dos pés, pernas e mãos (neuropatia periférica e autonômica); feridas e bolhas geralmente acontecem nos pés das pessoas diabéticas. Se a neuropatia periférica causa perda da sensibilidade, uma ferida pode não ser notada e pode infeccionar. Como a circulação do sangue torna-se insuficiente (vasculopatia), a diabete leva à redução da velocidade de cicatrização que termina levando à gangrena (a morte dos tecidos moles devido à falta de fluxo de sangue), e às vezes a perna, ou uma parte dela, pode precisar ser removida cirurgicamente (amputação); doença renal (nefropatia); hipoglicemia; doença do coração (ateriosclerose).

Segundo Mcardle & katch, (2003), os principais fatores desencadeantes da diabete em indivíduos geneticamente predispostos (histórico familiar de diabetes) são, além do sedentarismo, alimentação deficiente, colesterol alto e hipertensão. ノ importante diminuir a ingestão de carboidratos simples ou açúcares; diminuir as gorduras da dieta; alimentar-se rigorosamente no mesmo horário e realizar exercícios de baixo impacto, do tipo de caminhadas, natação ou ciclismo, ressaltando que:

"Os testes devem ser feitos pelo menos uma vez ao dia em horários alternados e , em situações especiais como: sintomas de hipo ou hiperglicemia, tensão física ou emocional, gravidez e ajustes de dose de insulina ou de drogas orais, a freqüência dos testes deve ser aumentada. Os testes de urina para glicose (Diastix e Clinitest) Mostram indiretamente o que está ocorrendo no sangue, uma vez que a glicose do sangue só passa para urina depois de ultrapassar um determinado nível renal (180-200mg%) que varia de pessoa para pessoa" (MCARDLE & KATCH, 2003).

Manter a diabete controlada é a meta principal de todos os diabéticos. Através do controle domiciliar ou automatização.

O tratamento da diabete tipo I exige a injeção de insulina sob a pele (subcutâneo) para compensar a insulina que não é produzida pelo corpo. Seguida de uma dieta alimentar, exercícios físicos, testes para estabelecer níveis de glicose no sangue e na urina. (MONTENEGRO, 2003).

Ser diabético significa lidar com limitações alimentares, controlar o peso, exercitar-se com freqüência e submeter-se a acompanhamento médico periódico. Entretanto, produtos modernos permitem ao paciente uma vida normal. O importante é sempre prevenir-se e seguir o tratamento rigorosamente, no caso de ser diabético.

Metodologia

Este artigo tem como tema central o diabetes tipo I, sendo esta pesquisa de natureza bibliográfica e de abordagem exploratória que tem como objetivo proporcionar mais informações sobre a patologia citada com vista à torna-la mais explicita, procurando alcançar um denominador comum entre os autores e assim a partir da análise de uma realidade geral, teremos condições de pensar o problema em dimensões particulares.

Foram utilizados livros da biblioteca universitária da faculdade São Francisco de Barreiras com ano de publicação desde 1997 à 2006.

Tendo em vista as repercussões que esta doença traz, este trabalho levantou informações à cerca de todo o processo de evolução da doença, enfatizando o funcionamento metabólico do organismo frente à patologia destacando a sintomatologia, diagnóstico, prevenção, controle, fatores desencadeantes, complicações sistêmicas e tratamento.

Resultados e Discussão

O conhecimento sobre a patologia diante deste estudo, possibilitou conhecer e informar aos leitores alguns elementos que integram o cotidiano das pessoas que vivem com Diabetes Mellitus e compreender a terapêutica adequada, o envolvimento dos profissionais, as instituições que prestam assistência e demais participantes do processo terapêutico, bem como as famílias.

Desse modo, as modalidades terapêuticas usadas por pessoas com Diabetes Mellitus de maneira geral, ao perceberem que algo está errado com seu corpo, deverá ser: procurar o médico, compreender o que está lhes acontecendo,e após o diagnóstico ser estabelecido, realizar diferentes tratamentos e cuidados. Estes sendo orientados pelos profissionais de saúde ou indicados por familiares e outras pessoas conhecidas.

Integrando os tratamentos e os cuidados do subsistema profissional, as pessoas devem: realizar dieta, tomar medicamentos orais e aplicar insulina; fazer exames para controle; realizar exercícios físicos (ginástica e caminhadas); ir à consultas médicas periódicas; e participar de grupos terapêuticos.

Conclusão

A diabete é uma síndrome caracterizada pela intolerância a glicose. ノ uma das principais causas de morte no Brasil e deve ser evitada adotando-se medidas preventivas simples, como mudanças nos hábitos alimentares e incentivo à prática de exercícios físicos.

Para tratar a diabete, todos os esforços devem sem concentrados no controle metabólico, uma boa alimentação com atenção voltada na quantidade e qualidade da fonte calórica, tipo e dose de insulina usada. Por meio de uma alimentação rica a diabete irá controlar os níveis de glicose no sangue e reduzir os riscos de desenvolvimento de complicações em longo prazo ligadas ao estado de saúde, tais como problemas de visão e rins, doenças coronárias e lesões nervosas.

O diabético bem controlado pode ser um excelente profissional, praticar esportes, casar, ter filhos enfim levar uma vida ativa e sem medo do futuro, participando como cidadão útil da sociedade em que vive.

Para isso é preciso que visite seu médico (endocrinologista) regularmente e siga algumas recomendações básicas para evitar as complicações das doenças.

Infelizmente, por falta de informação, metade das pessoas desconhecem que tem o distúrbio e não faz nenhum tratamento adequado. A diabete pode causar sérios problemas. Por isso é tão importante conhecer as causas para evitar que as pessoas continuem contraindo uma doença que poderia ser facilmente evitada e controlada.

Reeferências Bibliográficas

AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

BERNE, Robert M. et al. Fisiologia. 4 ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

FILHO, Geraldo Brasileiro. Bogliolo Patologia. 6 ed. Belo Horizonte: Guanabara Koogan, 2000.

GOLDMAN, Lu MD & AUSIELLO, Dennis MD. Tratado de medicina interna. 22 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

GUITON, Artur C. MD & HALL. Jonh E. phd. Tratado de fisiologia médica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

HUDAK Carolin M, GALLO Bárbara M. Cuidados intensivos de Enfermagem: uma abordagem holística. 6 ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 1997.

MONTENEGRO, Marino R., FRANCO, MARCELO. Patologia: processos gerais: 4 ed. São Paulo,Atheneu, 2003.

MCARDLE. Willian D & KATCH, Frank I. & KATCH. VICTOR L. Fiosiologia do exercício: Energia, nutrição e Desempenho Humano. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

SMELTZER, Suzanne C. & BARE, Brenda G. Brunner & Suddarth. Ttratado de Enfermagem médico cirúrgica. Voll. II. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

STEVENS, Alan, LOWE. Patologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Manoele, 2004


Autor: Marta Magalhães


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