Erosão do Solo e a Tragédia de Santa Catarina
EROSÃO DO SOLO E A TRAGÉDIA DE SANTA
CATARINA
Em novembro de 2008 o estado de Santa Catarina
sofreu a sua maior tragédia. Foram 150 pessoas mortas em soterramentos e
afogamentos. Milhares de bovinos morreram afogados, sem contar os animais de
estimação que foram vitimados às dezenas de milhares.
Montanhas vieram abaixo. Milhares de automóveis ficaram submersos por dias. Rodovias foram destruídas.
Gasodutos explodiram. Bueiros não deram conta da água que caiu constantemente
por meses seguidos.
Após a tragédia, mesmo com semanas de sol forte, as
pedras e a terra ainda rolavam das encostas.
Por quê isso está ocorrendo?
A composição do solo e subsolo é formada ao longo
de milhões de anos com o depósito de matéria orgânica misturada à terra. Folhas,
raízes e até mesmo os organismos em decomposição misturaram-se à areia e
formaram uma espécie de pasta, dando sustentação ao terreno.
Com meses de chuva ininterrupta durante meses a
matéria formada ao longo de milhares de anos que dava sustentação ao solo, às
encostas e às montanhas foi literalmente lavada. Algumas construções de encosta
e rodovias estão equilibradas na areia. São castelos de areia que podem desabar
a qualquer momento com a ação do vento ou até mesmo de uma chuva
forte.
Para reconstruir essa liga que foi lavada pelas
chuvas seriam necessários outros milhares de anos de sobreposição de matéria
orgânica. Nem mesmo um esforço faraônico da engenharia ambiental conseguiria
restabelecer o sistema e dar segurança para as cidades atingidas.
As construções que estavam nas encostas e que foram
soterradas pouco interferiram no desgaste ambiental para o que ocorreu em Santa
Catarina, já que o que veio abaixo, na maioria dos casos, era mata
intocada.
Faça uma experiência:
Pegue um balde com areia e misture material
orgânico, pode ser restos de comida e folhas. Faça uma pasta parecida com um
barro. Encha bem o balde com esse material. Então, pegue uma mangueira com água
corrente e deixe cair sobre o balde de uma certa altura por algum tempo. Você
verá que o barro começa a se soltar e a matéria orgânica se decompõe ao ponto de
sobrar apenas a areia.
Imagine isso ocorrendo em um terreno com casas,
prédios, rodovias e mais a irregularidade do relevo. Acrescente ao balde a
população.
A curto prazo não há como evitar constantes
desmoronamentos e inundações. Nada pode ser feito.
No momento, o importante é que os órgãos
competentes e cidadãos da região tomem o cuidado de equipar bem a defesa civil,
os corpos de bombeiros, os hospitais e informar a população sobre os riscos de
uma tragédia ainda pior. Averiguar com clareza aos olhos humanos e não
econômicos a estrutura do solo onde estão construídos os prédios em cidades como
Itajaí, Balneário Camboriú e Florianópolis.
Antes da tragédia, após meses de chuva, os jornais
noticiaram que alguns prédios da área conhecida como Barra Sul em Balneário
Camboriú tremeram. Se houvesse um afundamento e queda desses
prédios
seria originada uma onda marítima capaz de varrer
por completo o litoral sul do Brasil.
O estado de Santa Catarina recebe milhões de
turistas todos os verões principalmente nestas áreas de risco.
É preciso observar com cautela o problema. Com um
olhar humano e não com um olhar econômico.
Autor Edson Rodrigo Fretta em 20 de dezembro de 2008
Autor: Leão do Sul ERF
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