Navio Negreiro



Navio negreiro, que flutuas no oceano... A caminho da América pesaroso em teu seio Vestido de negrume és incólume cargueiro De escravos humilhados, exilados e profanos. Covardes escravocratas, imundos traficantes... Que conduzem a negraria sem destino e sem porte Humiles negróides entregues a própria sorte Infelizes algemados destas dores sois amantes. Negros africanos, fugitivos são do próprio destino... És vitima deste negreiro que transporta sofrimento Do necrófago oceano, torturado e quase morto! Sepultado sobre as águas sem piedade e sem respeito. Entre os livros vasculhados, sublinhados e sem glória... Esquecidos na estante, escrevinhados nesta história! Por sua pele cor negrume, e cabelo esdrúxulo! Falso júri de vaidade notória Ignoram o testemunho de um negro sem memória. Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli Abril de 2002 no dia 29 Itaquaquecetuba (sp)
Autor: Marcelo Henrique Zacarelli


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