Crminalidade Organizada - O Terrorismo



O Terrorismo é um fenómeno muito antigo, existindo vários tipos de terrorismo. Uma das tipologias mais vulgarizadas é a que considera três tipos:

- Terrorismo revolucionário (visando a revolução politica);

-Terrorismo sub-revolucionario (não tem por objectivo alcançar ou manter o poder, funcionando mais como "revanche" política);

- Terrorismo repressivo (ou terror de Estado, supressão ou subjugação de grupos, indivíduos e/ou comportamentos).

É no primeiro tipo que se enquadram, entre outras categorias, o terrorismo de guerrilha (urbano ou rural, consoante o meio em que actua) e o terrorismo internacional (visando alvos em território alheio A sua origem, transcendendo as fronteiras nacionais).

Métodos, finalidades e estrutura

As acções - tipo terroristas são bem planeadas e coordenadas de modo a explorar positivamente os factores surpresa, eficácia e segurança e desenvolvem-se, de um modo geral, com base nos seguintes métodos: atentados contra alvos seleccionados (humanos, de valor económico ou simbólico), actos bombistas (o mais comum); raptos e tomada de reféns; desvios de aviões; incidentes envolvendo embaixadas e diplomatas, entre outros possíveis.

Os terroristas têm geralmente como finalidades:

- Em termos tácticos: eliminar selectivamente indivíduos e obstar determinadas actividades;

- Em termos estratégicos: instalar na(s) sociedade(s) um clima de medo e permanente ameaça obter para a causa o máximo de publicidade, creditando a sua acção junto de franjas extremistas da sociedade e desacreditando as autoridades;

Os grupos terroristas urbanos e de terrorismo internacional encontram-se organizados por células, constituídas normalmente por cerca de 10 membros. Apresentam níveis. diferenciados de acção, com separação de funções e incomunicabilidade ao mesmo nível .O recrutamento e a disciplina interna são rigorosos: (nomeadamente para evitar a infiltração policial). Por vezes, o grupo constitui-se como c "braço armado" de uma força política legalmente actuante no sistema político-partidario funcionando esta, sobretudo, como suporte mediático para a dita acção politica armada (exemplos: a "F.Tg" e o partido "Herri Batasuna", em Espanha; o "IRA" e o partido "SIN FEIN" na Irlanda do Norte, entre outros) ou então, o grupo é materialmente acolhido e apoiado por: Estados (exemplos: o "Hezzbollah" e o Irao; o grupo "Abu Nidal" e a Líbia, entre outros).

Causas, origem e actualidade.

São apontadas, grosso modo, três tipos de causas no surgimento do terrorismo: ideológicas, políticas e/ou de reivindicações territoriais e sociais.

Melhor concretizando, constatou-se que a formação e desenvolvimento político do Estado de Israel (em territórios reivindicados por nacionalistas palestinianos) e os movimentos ideológico - sociais - políticos de fins dos anos 60 na Europa (maxime, o Maio 68 em França) constituíram-se em factores cruciais que ditaram, respectivamente, o aparecimento da grande maioria dos grupos terroristas internacionais com raíz no Médio - Oriente e dos grupos terroristas urbanos europeus - os quais, ao longo das décadas de 70 e 80 mais incidentes terroristas provocaram.

Hoje em dia, pode-se afirmar que a maioria dos grupos terroristas europeus de motivação ideológica foram de alguma forma controlados ou desmantelados pelas autoridades. Assim aconteceu com a "Fracção do Exército Vermelho" e as "Células revolucionarias", na Alemanha; com a "Acção Directa" em Franga; com as "Brigadas Vermelhas" e "Primea Linea" em Itália; as "Células Combatentes Comunistas" na Bé1gica; as "FP - 25 Abril" em Portugal; o "Grapo" em Espanha. Subsistem em actividade grupos com motivações étnico - separatistas: os bascos da ETA, em Espanha; o "Exército Secreto para a libertação da Arménia"; o "IRA" da Irlanda do Norte; a "Frente Libertagao Nacional" da C6rsega; entre outros.

A partir do Médio - Oriente, encontramos actuantes vários grupos terroristas, uns mais importantes que outros.

De entre os mais importantes, destacam-se as organizag6es radicais no seio da "Organização de Libertação da Palestina", como a FPLP ( de Georges Habbache) e PFLP (de Hamad Jibril); a organização Abu Nidal; a organização "Arabe 15 de Maio"; a organização de "Luta Arabe Armada".

O integralismo muçulmano (quase sempre de inspiração shiitas) deu origem a uma série de organizações extremistas, que pretendem afirmar a sua fér por meio de violência contra os infiéis (nomeadamente Israel e seus apoiantes, como os E.U.A., mesmo o Egipto e Argélia). As mais conhecidas são o "Hamas" e a "Jihad Islamiya"( na Cisjordania e Gaza ocupada por Israel), o "Al Gamaa al Islamiya" (no Egipto) e o "Hezbollah" (no Líbano). O seu teatro de operações é o Médio-Oriente, mas também o espaço (terrestre, marítimo ou aéreo) transnacional onde se inscrevem os interesses israelitas e dos seus apoiantes ocidentais.

O terrorismo na América Latina difere da Europa Ocidental e do Médio Oriente pelo seu carácter nacionalista e não transnacional, bem como pelas estreitas relações de conveniência estabelecidas com as redes de narcotráfico instaladas na região. Entre outras, distinguem-se: "Frente Farabundo Mdrtir", em El Salvador; "Movimento 19 de Abril (M-19)", em Cali - Colômbia; "Frente Patriotica Manuel Rodriguez", no Chile; "Exercito de Libertaçao Popular", na Colômbia; "Sendero Luminoso", no Peru.

Desenvolvimento

No mundo caracterizado pelas comunicações instantâneas e fácil mobilidade geográfica, as oportunidades e meios tecnológicos de acção multiplicam-se para os grupos terroristas. Estes tornam-se sofisticados e mais eficazes, não só pelo apoio de alguns Estados no acesso a melhor armamento e explosivos, como também pelo acolhimento e publicidade acrescida prestado As suas acções pelos órgãos de comunicação social.

A violência e perigosidade criminosa destes grupos tem vindo, nos últimos anos, a espelhar-se nas formas progressivamente mais radicais de acção, de que são exemplo paradigmático o "terrorismo cultural" (destruição de relíquias históricas através de actos bombistas) ou o assassínio de turistas no Egipto, na Turquia, em Espanha.


Autor: Artur Victoria


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