Morte Aos Sonhos



Não, por favor não. Malditos sonhos que te trazem. Malditos sonhos que te levam.

Morte aos sonhos que matam a minha alma, sepultam-na junto de um Arcanjo frio, gelado que deixou de sorrir.

Mato os sonhos e mato-me a mim mesma. Mato-os enquanto a lua de novo não povoa os céus, enquanto o silêncio não enche todo o espaço que me rodeia, enquanto os meus olhos estão alerta

Durante o dia perco-me, fugindo aos sonhos, a esta dor que me persegue.

Tento enganar o tempo que inutilmente passa recordando-me que não posso permanecer em lado algum pois a saudade virá sufocar-me.

Tento fugir, não quero parar, não quero conhecer os sítios onde tu não estás, não quero saborear o ar que por ti não passa.

Foi longo o percurso e tão poucas as paragens. O tempo arrastou-nos para o caminho que não quisemos percorrer. Sim eu sei que nenhum de nós o escolheu

Queixaste de eu ter deixado entrar o mundo mas esse mundo sempre esteve presente para mim talvez o mundo fosse a fronteira frágil que nenhum de nós conseguiu transpor.

As horas passam, não sei qual é o meu lugar, já conheci tantos e em nenhum consegui repousar.

A noite aproxima-se, essa lua teimosa que reina de noite, os sons que vêm de longe começam a escassear (não sei se os odeio por estarem longe ou serem uma constante presença recordando-me o mundo que lá fora chama por mim).

Sei que o sono me vai vencer por mais que lute sei que já nada é como era dantes os fantasmas virão assombrar-me e tu estarás sempre nos sonhos que não quero ver chegar.

Autor: Ana Sofia Marques


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