Corrupção e Ineficiência dos Mercados
Alguns comentadores defendem que o suborno representa somente a operação de forças de mercado no seio de programas estatais, e que, dada a eficiência do mercado, os pagamentos ilícitos (payoffs) devem ser tolerados.
Tais casos modem existir; contudo, esta avaliação favorável deve ser tratada com cepticismo:
Os programas públicos podem ser minados quando os funcionários públicos atribuem recursos a quem paga mais. A habitação social, por exemplo, está destinada às famílias mais pobres, não àqueles que têm mais posses. Além disso, a expectativa de pagamentos ilícitos (payoffs) pode levar os funcionários a criar escassez de oferta e formalismos artificiais.
Quando os subornos são pagos para induzir os funcionários públicos a favorecerem uma firma à custa das concorrentes, a oferta mais alta não provém, a maior parte das vezes, da organização mais eficiente do mercado. Pode ser, em vez disso, a ser a organização com os maiores lucros de monopólio, resultantes da eliminação de concorrentes.
A ilegalidade da corrupção em si introduz custos que limitarão a eficiência do suborno.
Primeiro - porque os prevaricadores tentam manter os seus acôrdos em segredo, a informação de preços, o que é essencial para qualquer mercado que funcione bem, para que não se encontra disponível.
Assim, um dos resultados da ilegalidade do mercado pode ser a inflexibilidade de preços.
Uma vez estabelecida e conhecida pela comunidade uma percentagem aceitável de suborno (10% do preço do contrato) ou uma gratificção (Euros.2000,00 para obter uma carta de condução), o preço pode manter-se mesmo perante a mudança das condições do mercado, ao longo do tempo.
Os mercados da corrupção podem ser mais influenciados pelo hábito e pela tradição, do que os mercados privados. Podem ser necessários grandes choques, tais como a queda de um governo corrupto, para reajustar o pagamento de subornos.
Segundo - uma maneira de reduzir o risco de detecção é lidar apenas com pessoas que se conheça e em quem se confie tais como os parentes e amigos íntimos. Isto limita a entrada de pagadores e receptores no mercado de subornos.
Terceiro - os benefícios da corrupção não são distribuídos em grande escala, se alguns se recusam a participar. Os funcionários públicos podem simplemente recusar-se a entrar no mercado corrupto.
Quarto - dada a ilegalidade dos subornos, os contratos entre os beneficiários e os funcionários públicos não podem ser cumpridos.
Assim, o risco de um dos lados não cumprir limitará o número e os tipos de negócios, e faz com que seja mais provável que uma tal transacção ocorra só entre pessoas que se conhecem bem umas às outras.
Autor: Artur Victoria
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