A Moral acima do Progresso Científico



Em uma época retrograda a ciência surge de maneira tímida e reservada. Foi sob a égide do anonimato que muitas descobertas e experimentos geniais se impuseram à sociedade. Lançando as bases para pesquisas futuras. Trabalhos como o de Newton, Einstein, Edson, Darwin e muitos outros, foram à base sobre a qual se ergueu o Pensamento Científico Moderno. Um pensamento que surgiu, pois, tímido, reservado e apesar de curioso e genial, também amedrontado, já que surgira em uma época de forte imposição de valores teocêntricos: em uma época em que todo e qualquer comportamento curioso, criativo ou inovador era dito heresia, manifestação demoníaca ou pagã.

 

Tudo a ser realizado por qualquer cidadão vivente deste período histórico tinha que passar pelos olhos criteriosos da Igreja: senhora detentora do conhecimento e do saber naquela época e, aquela a quem ficou responsável (por ordenamento divino) à observância do cumprimento dos valores morais. Fora em nome da moral e dos bons costumes que rígida e implacavelmente a Igreja Católica cometera as maiores e mais bárbaras atrocidades em fim do Período Medieval, levando às fogueiras da Inquisição inúmeros e geniais homens que com seus arcaicos e insuficientes instrumentos de pesquisa deixaram as bases para avanços futuros.

 

Foi graças aos trabalhos outrora deixados por estes geniais, guerreiros e ferozes homens que a ciência pôde avançar. Tais avanços e descobertas foram tamanho que foram capazes de modificar o modo e o estilo de vida da sociedade: os valores e princípios outrora aceitos já não mais se fazem aceitos. Novos conceitos, novos valores, novos princípios se impõe a esta sociedade em construção; tudo isso graças aos avanços advindo da ciência. Aquela mesma “menina” que surgira tímida e amedrontada passa a partir de então, a se impor e a impor novos valores.

 

Não tinha mais a ciência que esconder-se ou prestar esclarecimentos a quem quer que fosse, tinha ela agora conquistado sua liberdade. Sua atuação, não poderia, pois segundo o pensamento moderno, ser limitada, barrada ou esclarecida, já que tudo que a ciência viesse a criar, pesquisar ou experimentar haveria de ser feito para o bem da sociedade. Tudo seria feito em prol do progresso e do bem estar social, em busca da tão almejada qualidade de vida.

 

 

Fora graças à liberdade conquistada pela ciência que ela conseguira avançar tanto: desenvolvera ela, estudos memoráveis assim como experimentos e pesquisas de grande valia para a humanidade, seja no campo tecnológico, médico, industrial... Mas, fora também em nome do progresso e pela busca insaciável da ciência pelo desconhecido que ela (assim como a Igreja Católica em épocas remotas) incorreu em muitos e drásticos erros. Foi pela falta de limites e por tamanha liberdade dada aos cientistas que estes em um dado momento passaram a sentirem-se deuses ou brincarem de ser Deus!

 

Surgia assim, os primeiros organismos vivos clonados, para que, segundo alguns cientistas insanos, a criatura humana pudesse não apenas perpetuar a espécie (como bem dizem as Escrituras Sagradas), mas tivessem a capacidade de manter de modo original e/ou integral seus genes por inúmeras Eras. É chegado o tempo em que os homens, sobretudo, os homens da Ciência não se conformam em ser apenas criaturas criadas a imagem e semelhança de Deus, passam estes a almejarem a posição de Criador. E é com pensamentos deste tipo e agindo sob a justificativa da “Neutralidade Cientifica” que passam a atuar de modo abusivo, amoral e inconseqüente.

Acreditam muitos deles, que não podem e nem devem se submeter a qualquer tipo de juízo valor, pois auto denominam-se eticamente neutros.

 

                 A neutralidade cientifica é falsa, inconcebível e insustentável, não pode a ciência em nossos dias esquivasse das conseqüências de suas pesquisas e experimentos. A ciência jamais pode atuar acima dos valores éticos e/ou morais. A ciência deve estar a serviço da sociedade e não acima desta. É preciso, pois, impor limites à atuação da ciência: nenhum progresso cientifico é justificativa suficiente para atitudes moral e eticamente questionáveis.

 

                 Compete, portanto, a sociedade e aos Estados vigiar o cientista. Esta é a única forma de coibir pesquisas que possam transgredir as normas éticas que preservam a coesão social das comunidades. Progresso não significa necessariamente avanço científico em detrimento da Ética. O verdadeiro avanço da civilização consiste em respeitar as coordenadas da moralidade.

 


Autor: leideane valadares


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