O desafio de entrar numa paquera e não sair chamuscado 2



2 A aceitação

Há aproximadamente vinte anos um jovem estudante de engenharia compareceu a um evento sobre novas tecnologias, vamos chamar esse jovem de João. Durante a pausa para o café viu, do outro lado do auditório uma linda garota, aqui a chamaremos de Maria.

Ele não conseguia despregar os olhos dela que, para sua agradável surpresa, sorriu de volta. João venceu a timidez, aproximou-se e conversou alguns minutos com Maria. E que bela coincidência, embora não se conhecessem, descobriram que eram vizinhos de bairro.

Na saída seguiram juntos para uma estação de metrô enquanto trocavam opiniões sobre o tema da conferência. No momento seguinte estavam conversando sobre as coisas da vida e, quando deram por si, já falavam um ao outro sobre seus sonhos e expectativas.

Enquanto falava de si João oferecia uma autodefinição, ou seja, como ele se percebia e quem julgava ser. Havia muitas semelhanças entre sua visão de mundo e a de Maria e ela demonstrava que concordava com a autodefinição dele. Na verdade ela estava gostando tanto do que via e ouvia que ele teve a impressão de, como num espelho, se ver refletido dentro dos olhos dela.

Nos encontros com você aprende muito sobre si mesmo. Observe como o outro reage a sua presença. Os sinais mais claros de que você está se comunicando bem e a conversa está indo numa boa direção são: a atenção que lhe prestam; o sorriso concedidos nos finais das frases; o bom humor que cerca a conversa; se suas idéias são respeitadas, compreendidas e aceitas ou – caso contrário – se o outro apresenta argumentos razoáveis ao discordar.

Preste atenção ao corpo das pessoas e você descobrirá, pelo modo como alguém se coloca fisicamente mais perto ou afastado de você, se sua aparência física agrada ou não. E aí, poderá escolher deixar a paquera continuar ou sinalizar delicadamente, impondo limites claros, de que não está disponível e que ele não deve alimentar ilusões a seu respeito.


3 A rejeição

Você conhece o sentimento de ser aceito, mas, às vezes, somos rejeitados. Quando isso acontece, nosso primeiro sentimento é a frustração, mas é importante tirar algumas lições da rejeição. Você pode aprender a decifrar a linguagem de suas emoções e perceber como seu corpo reage quando as coisas não saem como esperava. Se conseguir manter a calma nessas situações aprenderá a ouvir críticas e a lidar com a rejeição explícita.

Observe como sua excitação vira amuo; como a alegria vira raiva ou tristeza e como a mudança emocional altera seu modo de falar e se mover. Preste atenção para verificar que, dependendo da conversa, a temperatura de seu corpo muda ou partes dele ficam amortecidas.

A paquera rejeitada é uma experiência estarrecedora, mas, paradoxalmente, prova que o outro respeita você, pois ele está demonstrando com honestidade que não quer se comprometer; não quer sua amizade, amor ou sexo; que aquela conversa superficial será tudo que você receberá dele e que – não adianta você insistir – ele não vai lhe telefonar para combinar outro encontro. Isso tudo significa que você não será abusado em sua confiança, esperança e sexualidade.

Atitudes francas e conversas maduras na hora de rejeitar demonstram respeito por si e pelo outro. Cuidado com quem nunca lhe rejeita abertamente, mas também nunca se aproxima. Essa falta de clareza sobre o que você pode esperar é uma mensagem ambivalente: a pessoa não quer você, mas lhe cozinha em banho-maria como se você tivesse todo o tempo do mundo para espera-la se decidir.

Ser rejeitado não é agradável, mas também não é o fim do mundo. Significa apenas que alguém não quer sua companhia, simples caso de incompatibilidade de gênios. O lado bom da rejeição é que através dela você tem oportunidade de ouvir opiniões diferentes das suas e ver as coisas de maneira diferente. Com isso sua mente se desenferruja, você aprimora seu pensamento e renova seus hábitos.

Não se apegue ao lado sombrio da experiência. Não use a rejeição para mergulhar em autocrítica negativa nem para hostilizar as pessoas julgando que elas não têm bom gosto e pensam errado só porque o rejeitaram.


Autor: Sueli Nascimento


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