GERENCIANDO EMOÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES



GERENCIANDO EMOÇÕES NAS ORGANIZACÕES

Sabemos que o ser humano é movido pelas suas emoções. Hoje, muitos artigos, textos e livros como "Inteligência Emocional", "O Erro de Descartes", "Energia Emocional" entre outros nos mostra que estudos a respeito do assunto estão avançando, e muitos comportamentos têm sido explicados a partir da premissa do "homem emocional".

Praticamente muito já se falou sobre gerenciamento, planejamento, controle, execução, qualidade, métodos organizacionais, motivação, lideranças, etc. Em todos os aspectos, são inúmeras as teorias gerenciais. Entretanto, o "gerenciamento" da emoção, que é uma dimensão incrivelmente importante, tem sido negligenciado. Em meu trabalho, que realizo com organizações, observo que esse aspecto tem sido simplesmente deixado ao acaso ou, se utilizado, por uma fração imperceptel de gerentes mais sensíveis.

O gerenciamento da emoção passa primeiro pela autogerência da emoção. Torna-se impossível lidar com as emoções dos outros sem que conheçamos nossa própria emoção. Por que é tão importante o gerente aprender o gerenciamento da emoção. As pessoas necessitam de reconhecimento pelo que fazem, pelo seu bom trabalho realizado. Isso está diretamente ligado ao processo de motivação. É sabido que dificilmente alguém motiva alguém, na realidade o que existe é auto-motivação, pois quando se é reconhecido pelo bom trabalho realizado, o indivíduo introjeta esse reconhecimento e assim passa a realizar melhores trabalhos. Podemos chamar a isto de "alegria", "satisfação", ora, o que mais as pessoas gostam quando estão alegres é compartilhar essa alegria. Para muitos gerentes a dificuldade de lidar com a própria emoção faz com que se sinta incomodado com a alegria ou felicidade no outro. Muitos colaboradores têm me dito: "Parece que nada que faço é suficientemente bom para agradar meu chefe e/ou gerente". É necessário, se quisermos manter um clima de entusiasmo em nossas organizações, que os gerentes aprendam a reconhecer o esforço dos seus colaboradores.

Um dia Malcolm Forbes, quando ainda comandava a revista de negócios Forbes, nos EUA, disse uma frase que marcaria a vida de muitas pessoas: "Diamantes nada mais são do que pedaços de carvão que fizeram seu trabalho com competência."

Tudo na vida é uma cadeia de acontecimentos. Investimento no Humano é por conseqüência, a visão gerencial de longo alcance, manifesta através da priorização do emocional de seus colaboradores, programas de desenvolvimento tanto técnico como comportamental, diria até que 65% comportamental e 35% técnico. Obviamente, investir no humano não é simplesmente pegar os colaboradores e mandá-los para cursos ou treinamentos fora ou mesmo dentro da instituição. Investir no humano significa muito mais que isso; significa comprometer-se com as pessoas.

Em nenhuma outra época o gerenciamento das emoções teve peso tão grande como agora. Vivemos tempos de apreensão e medo, principalmente a possibilidade do desemprego, algo que vem atingindo indistintamente a todos. Trabalhar num clima de apreensão, medo, tristeza e insegurança certamente não são a melhor forma de se conseguir produtividade.

O medo é uma emoção que para muitos tem efeito paralisante – ou seja, imobiliza as pessoas naquilo que acreditam não poder realizar. E isso tem acontecido muito nas organizações, pessoas que deveriam estar fazendo algo, até pela sua própria empregabilidade, estão esperando, esperando...

Gerentes que têm dificuldade em lidar com seus próprios medos irão, desastradamente lidar com os medos dos outros através de colocações que "parecem" motivadoras, tais como: "Cabeças vão rolar se continuarmos assim", ou ainda: "Já foram demitidos "n" pessoas...". E assim se instala o medo.

O medo também é um dos principais geradores de boatos nas organizações. O colaborador que adquire a "síndrome do pânico" na organização tende a perceber tudo o que vê ou ouve através de uma ótica pessimista, e tende a enfatizar o pessimismo acrescentando sempre algo a mais.

Em muitas organizações ouve-se uma frase muito comum que já faz parte do cotidiano: "Engolir mais um sapo". Significa, é claro, não extravasar a raiva. Muitos gerentes não fogem á regra. Eles também, muitas vezes, não conseguem lidar com isso. Lidar com a raiva não é fácil, principalmente dentro das organizações, visto que toda discordância é tida como rebeldia.

Pode parecer que esse texto esteja sugerindo que o gerente deva ser um super-homem. Além de ter todas suas atribuições, ainda mais esta! Lidar com as emoções dos colaboradores. Também nunca se disse que gerenciar é fácil... Lidar com pessoas por si só já é difícil, que dirá quando esse lidar envolve relação de influência. Porque gerenciar é influenciar.

O mundo empresarial incorporou um novo paradigma: Gerenciar pessoas é a função mais importante de qualquer líder ou gerente, portanto, temos que gerenciar emoções... Mas para ter êxito em um ambiente extremamente competitivo, é necessário flexibilidade para mudar e agilidade na mudança.

O mundo muda, os conceitos mudam, as formas de gerenciamentos mudam e também as pessoas mudam. Portanto, é fundamental que saibamos onde e quando precisamos mudar. Faça uma reflexão e veja se você não tem a ilusão de ser mais importante para sua empresa do que seu emprego para você. Na maioria das vezes, nos acomodamos e passamos a nos sentir seguro demais, sem nos darmos conta das mudanças que estão ocorrendo e da nossa necessidade de mudar.

Quem observa mais, quem amplia seus horizontes, quem investe em conhecimentos tem mais condições de criar, inovar, gerar soluções. Como disse Camplow há mais de 30 anos: "Os comportamentos adequados a uma posição organizacional não são adquiridos de uma vez e completamente quando a posição é assumida, mas são aprendidos e reaprendidos durante o período de uma carreira."


Autor: HAMILTON CHELEGON


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