A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE OBESIDADE NOS IDOSOS



A importância do controle da obesidade nos idosos

Michele Menezes Moraes Pedroso

Paula de Cássia Gomes

Resumo

Esta revisão nos mostra que a atividade física além de trabalhar o corpo e ser saudável, de ser um meio contra o isolamento social, a solidão, a rejeição, e de reunir os mais velhos em grupos com igual objetivo age como incentivadora ao auto-conceito, influenciando a mudança de suas atitudes, ao longo do tempo. A inatividade física demonstra que há um número crescente de idosos vivendo abaixo dos limites da capacidade física, bastando qualquer doença intercorrente para se tornarem dependentes, sendo que algumas destas doenças estão ligadas principalmente com a obesidade nesta faixa etária. A integração entre idoso / atividade física / motivação / professor, faz com que desperte satisfação, criatividade, ânimo, bem-estar espiritual, integração do aluno com as inovações.

Palavra-chave: obesidade – atividade física – envelhecimento – qualidade de vida

Abstract

This review shows that physical activity than to work the body and be healthy and be a means to social isolation, loneliness, rejection, and to meet the elders in groups with the same objective acts as incentive for self-concept , The change of influencing their attitudes over time. The physical inactivity shows that a growing number of elderly living below the limits of physical capacity, just any intercurrent disease to become dependent, and some of these diseases are mainly linked with obesity in this age group. The integration between elderly and physical activity / motivation / teacher, makes you wake satisfaction, creativity, emotional, spiritual well-being, integration of the student with the innovations.

Keyword: obesity - physical activity - aging - quality of life

INTRODUÇÃO

Envelhecer bem e atividade física são conceitos fortemente associados. Ao longo dos últimos 30 anos, em que as alterações nas possibilidades de envelhecer bem passaram do prenuncio à realidade, foi produzido considerável conhecimento cientifico sobre a relação entre atividade física e envelhecimento saudável. Esta evidente também a possibilidade de retardamento do declíneo normal associado ao envelhecimento, de um agravamento mais lento das doenças associadas à idade, de evitação de certas doenças de inicio tardio e de relativa possibilidade de recuperação de certas disfuncionalidades, uma vez instaladas. O bem-estar é uma abordagem consciente e deliberada para o estado avançado de saúde. Esse panorama conceitual de bem-estar assemelha-se ao de saúde, devendo abranger as perspectivas da vida humana: social, fisiológica, psicológica e espiritual.

ENVELHECIMENTO E ATIVIDADE FÍSICA

Investigar os efeitos da atividade física sobre o envelhecimento representa avaliar a possibilidade de o individuo ativo, principalmente na chamada "terceira idade", ter a expectativa de uma melhor qualidade de vida, e talvez retardar os efeitos do envelhecimento.

Torna-se uma providência obrigatória, principalmente para os indivíduos mais idosos uma avaliação física criteriosa e uma adequada orientação para a prática de exercícios. Um aspecto interessante é perceber que, na verdade, o individuo mais idoso pode se beneficiar com a prática de exercícios, até mais do que os indivíduos mais jovens.

A explicação para este fato é, na realidade, bastante lógica: nós sabemos que a inatividade física leva a uma regressão progressiva da capacidade funcional de diversos órgãos e sistemas do nosso corpo. Sem nenhuma duvida o sistema que mais se ressente da inatividade é o sistema muscular. Os nossos músculos literalmente atrofiam com a falta de uso.

Por outro lado, a atividade física no idoso, desde que bem orientada, pode prevenir problemas do envelhecimento (osteoporose, hipertensão, obesidade).

A Atividade física esta associada à diminuição da adiposidade entre jovens e adultos de meia-idade, porém essa associação entre os idosos é pouco estudada. O fato de as pessoas portadoras de fatores de risco morrerem mais cedo impossibilita a determinação da relação atividade física / obesidade em idosos. Vários estudos epidemiológicos, realizados em diferentes países, mostram que a atividade física vigorosa está associada a uma mobilização preferencial da gordura abdominal mais do que da gordura periférica. (Bouchard e Deprés, 1989). Tais resultados sugerem uma influência favorável da atividade física sobre as doenças de risco associadas à obesidade da região superior do corpo entre a população de meia-idade.

A atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética, portanto voluntária, que resulte num gasto energético, acima dos níveis de repouso. Inclui desde as AVD (atividades da vida diária) até as atividades esportivas e de lazer como dança, caminhadas, entre outros. Já a aptidão física pode ser definida como a capacidade que um indivíduo possui para realizar atividades físicas (Nahas, 2001, p. 33).

SAÚDE E MOTIVAÇÃO

A saúde é definida como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doenças ou enfermidades". Esta definição é seqüencial à definição que surgiu no final de 1940, por ocasião da constituição da OMS (Organização Mundial da Saúde). Ao contrário, saúde se identifica com uma multiplicidade de aspectos do comportamento humano voltados a um estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual, onde à saúde representa um estado dinâmico de bem-estar positivo daqueles que possuem hábitos que promovem a saúde, diminuindo o risco de doença prematura e morte.

De acordo com Dawidoff (1989), "motivo ou motivação, refere-se a um estado interno que resulta de uma necessidade e que ativa ou desperta comportamento usualmente dirigido ao cumprimento da necessidade ativante".

OBESIDADE

De acordo com os especialistas, a obesidade tem sido tratada como uma doença aguda (do tipo resfriado) quando deveria ser vista como uma condição crônica (como uma doença cardíaca ou diabetes). Como objetivo final de um programa de reeducação é a perda de peso e sua manutenção.

Pelo menos oito problemas importantes estão associados à obesidade:

  • Dificuldade Emocional;
  • Aumento de osteoartrite;
  • Aumento da incidência de hipertensão arterial;
  • Aumento dos níveis de colesterol e de outras gorduras do sangue;
  • Aumento do diabetes;
  • Aumento de doença cardíaca;
  • Aumento do câncer;
  • Aumento de morte prematura;

A maioria dos especialistas em obesidade acredita que três fatores são responsáveis:

  • Influências genéticas e dos pais;
  • Dietas ricas em calorias e gorduras;
  • Gasto energético insuficiente;

De acordo com a maioria dos especialistas em controle de peso, o tratamento da obesidade deve envolver três elementos:

  • Dieta: a ingestão calórica deve ser reduzida, preferivelmente por meio da redução do conteúdo de gordura da dieta e do aumento da ingestão de carboidratos e de fibras dietéticas (p.ex. grãos integrais, frutas e vegetais);
  • Exercícios: o gasto energético deve ser aumentado.
  • Modificação comportamental: varias técnicas devem ser empregadas, incluindo: Autocontrole, controle dos eventos que precedem a alimentação, desenvolvimento de técnicas para controlar o ato de comer, reforço por recompensas.

É importante ressaltar que, mesmo na ausência de aumento de peso corporal, há um aumento na quantidade de gordura corporal que acompanha o envelhecimento. Esse aumento implica uma significativa diminuição no número de fibras musculares de contração rápida. (Iwanaga et. al. 1990)

Mesmo idosos magros têm mais gordura corporal que jovens magros, a qual se localiza ao redor das vísceras, do fígado, do coração, do pâncreas, etc. (Jacob Fª, 1995).

Em mulheres, principalmente, com a inclusão diária de atividades físicas, a massa gordurosa se distribui de maneira mais homogênea, pelo gasto de energia dispensado, podendo interferir na auto-estima feminina melhorando a qualidade de vida. A atividade física tende a ser dependente de vontade, de desejos e, principalmente, de motivação contribuindo para a boa saúde mental e física (Azevedo,1998, p. 21).

De acordo com International Classification of Diseases (ICD), a obesidade é considerada uma patologia com evidências de fatores psicológicos.


O ORGANISMO E SUAS ALTERAÇÕES

O estudo das alterações orgânicas é de extrema importância para a compreensão do organismo físico e da diminuição das reservas funcionais que constituem o ponto de partida para qualquer fenômeno vital, observado em todos os sistemas e nos aparelhos ósseos, articular, muscular, nervoso, cardiovascular, pulmonar, endócrino e imunológico. Todavia, a velocidade e a extensão desse declíneo possuem variações entre diversos sistemas e funções.

A gordura corporal aumenta para 20% ou 40%, com uma distribuição mais centrípeta no processo do envelhecimento, "depositando-se principalmente no tecido subcutâneo do tronco, nos epiplons e ao redor de víceras como rins e coração". (Netto, 1996)

De acordo com o mesmo autor, há uma tendência de o idoso reduzir o peso após os 60 anos de idade, mantendo-se inalterado ou elevando-se pelo acúmulo de gordura. O decréscimo do peso, com o avançar da idade, pode estar associado com eficiência diminuída do sistema digestório, massa muscular decrescente e também pode ser influenciado por mudanças nos hábitos alimentares resultantes da perda de sensibilidade gustativa e olfativa e por problemas dentários.

Fatores de risco significativos incluem os que podem ou não ser modificados assim como importantes fatores de potencialização:


BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA A SAÚDE

Para conseguir efeitos benéficos da atividade física é de extrema importância a participação regular e contínua nos devidos programas, podendo ser rapidamente revertidos pelo retorno à inatividade. Segundo Gobbi (1997), as evidências científicas do exercício na população idosa podem ser sumarizados da seguinte maneira: melhoria do bem-estar geral, melhoria da saúde geral física e psicológica, ajuda na preservação do viver independente, ajuda a controlar condições específicas (ex.: estresse, obesidade) e doenças (ex.: diabetes, hipercolesterolemia), reduz o risco de certas doenças não-comunicáveis (ex.: doença coronária cardíaca, hipertensão, diabetes), ajuda a minimizar as conseqüências de certas incapacidades e pode ajudar na administração de condições dolorosas, pode ajudar a modificar perspectivas estereotipadas da velhice.

FINALIDADES DA ATIVIDADE FÍSICA APLICADA A TERCEIRA IDADE

A atividade física para a terceira idade é importante, pois cria um clima descontraído, desmobiliza as articulações e aumenta o tônus muscular, proporcionando maior disposição para o dia a dia, buscando os seguintes objetivos: bem-estar físico, auto-confiança, sensação de auto-avaliação, segurança no dia a dia através do domínio do corpo, elasticidade, aumento da prontidão para a atividade, ampliação da mobilidade das grandes e pequenas articulações; fortalecimento da musculatura, pois os músculos têm uma capacidade de regeneração especial, a função dos aparelhos de sustentação e locomoção também dependem da musculatura; melhoria da respiração, principalmente nos aspectos da forte expiração; intensificação da circulação sanguínea, sobretudo nas extremidades; estimulação de todo sistema cardiocirculatório. melhoria da resistência. aumento da habilidade, da capacidade de coordenação e reação; além de ser um meio de cura contra a depressão, circunstâncias de medo, decepções, vazios anteriores, aborrecimento, tédio e solidão; obesidade.

QUALIDADE DE VIDA

O estudo da qualidade de vida em indivíduos idosos representa um desafio dos novos tempos, pois exige contemplação da experiência do envelhecimento visando a uma qualidade cotidiana, além das oportunidades oferecidas meramente pelo acaso. No sentido amplo, Silva (1999) destaca que a qualidade de vida "aplica-se ao indivíduo aparentemente saudável e diz respeito ao seu grau de satisfação com a vida nos múltiplos aspectos que a integram: moradia, transporte, alimentação, lazer, satisfação/realização profissional, vida sexual e amorosa, relacionamento com outras pessoas, liberdade, autonomia e segurança financeira".

CONCLUSÃO

Através deste estudo pode-se perceber a importância da atividade física no decorrer de nossas vidas, não somente na vida enquanto jovem, mas dar continuidade a esta atividade na velhice. Cada vez mais, podemos avaliar que os idosos estão preocupados com a saúde, embora ainda tenham aqueles que ainda não se cuidam, mas a grande maioria tem a consciência que o corpo saudável traz uma vida mais longa e longe de problemas de saúde, principalmente com a obesidade, que através dela se acarretam tantas doenças.

Atividades leves e moderadas, passeios, viagens, cursos, todos são exemplos de atividade física que podem ser seguidas pelos idosos, sempre acompanhadas pelo profissional de educação física e pelo médico.

REFERÊNCIAS:

BARROS NETO, Turíbio Leite de. Exercício, saúde e desempenho físico. Editora Atheneu, 1997.

NIEMAN, David C., Dr. PH. Exercício e Saúde. 1º edição brasileira. Editora Manole Ltda. 1999.

OKUMA, Silene Sumire. O idoso e a Atividade Física: Fundamentos e Pesquisa. Campinas. Editora Papirus. 2º edição. 1998.

MOREIRA, Carlos Alberto. Atividade Física na Maturidade: Avaliação e prescrição de exercícios. Rio de janeiro. Editora Shape. 2001.

MEIRELLES, Morgana E. A. Atividade Física na Terceira Idade: uma abordagem sistêmica. Rio de janeiro. Editora Sprint. 1997.

MONTEIRO, Cristiane Schüler. Artigo original: A influência da nutrição, da atividade física e do bem-estar em idosas. Dissertação de Mestrado. Florianópolis. 2001.

KATCH, Frank I., & McARDLE,Willian D. Nutrição, Controle de Peso e Exercício. 3º edição. Rio de janeiro. Editora MEDSI. 1990.

KAMEL, Dílson, & KAMEL,José Guilherme Nogueira. Nutrição e Exercício. 4º edição. Editora Sprint. Rio de Janeiro. 2003.


Autor: Michele Menezes Moraes Pedroso


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