Suicídio: Visão filosófica, biológica e religiosa



Suicídio 

Fabiana Ribeiro dos Santos

Fernanda Pyramides do Couto

Letícia Pacheco de Oliveira

Rafaella Gevegy Negrão

Ricardo de Aquino Borges

 

Suicídio: termo criado por Desfontaines, matar-se, é um ato que consiste em pôr fim intencionalmente à própria vida.

Define-se suicídio como a atitude individual de extinguir a própria vida, podendo ser causada entre outros factores por um elevado grau de sofrimento, que tanto pode ser verdadeiro ou ter sua origem em algum transtorno afetivo, transtorno psiquiátrico. Do ponto de vista do indivíduo, o suicídio é raramente percebido como um fim. Ele é, ao contrário, considerado como a única alternativa possível para escapar de uma situação considerada insuportável. O suicídio afeta todo mundo, sem distinção de "classe".

Estatísticas

Generalidades

No mundo, 815 000 pessoas cometeram suicídio no ano 2000, o que perfaz 14,5 mortes por 100 000 habitantes (uma morte a cada 40 segundos).

Em todo o mundo suicidavam-se diariamente mais de 2000 pessoas (estatística analisada a partir de 1985). Este número vai aumentando gradualmente de ano para ano numa grande proporção nos últimos cinco anos. No entanto os analistas duplicam ou triplicam esse número pelo fato de muitos suicídios serem considerados como acidentes.

O suicídio é cometido mais freqüentemente pelos homens do que pelas mulheres. Na realidade, o número de tentativas com sucesso é maior nos homens do que nas mulheres, sem dúvida porque os homens escolhem, geralmente, métodos mais violentos (enforcamento ou revólver contra intoxicação por medicamentos para as mulheres).

Com relação à idade, se os jovens são particularmente vítimas deste problema, o número de suicídios é ainda mais importante com uma idade mais elevada, tendo a curva de suicídios masculinos a forma de um n, com um pico próximo aos 50-60 anos.

Causas do suícidio:

  • Doenças psíquicas ou psiquiátricas;
  • Profunda Depressão (causa mais comum);
  • Doenças físicas graves;
  • Ambiente familiar caótico;
  • Nos jovens: pressão nos estudos e relacionamentos frustrados;
  • Nos idosos: sensação de invalidez, abandono;
  • Preocupações financeiras.

 

Diferentes visões sobre o suicídio:

Visão filosófica

Segundo alguns filósofos, o suicídio é o maior problema filosófico. A vida é absurda, uma bolha vazia no mar do nada, e é uma questão séria quanto à sua continuação ou não. Naturalmente, a questão ética não é aquilo que os homens estão fazendo, mas, sim, o que devem estar fazendo. Daí, a pergunta aqui não é porque os homens se suicidam, mas se devem fazê-lo, a quando.

O suicídio, diz Sartre, é errado porque é um ato de liberdade que destrói todos os atos futuros de liberdade. É uma afirmação do ser mediante a qual a pessoa finalmente nega seu ser.
Definir o suicídio desta maneira ressalta precisamente quão irracional o ato realmente é. É um ato arrazoado que destruiria o raciocínio da pessoa. Na realidade, não há nenhuma razão verdadeira para o suicídio. É um ato anti-racional ao qual falta uma verdadeira base lógica.
É realmente o ódio a si mesmo. E o ódio-próprio é irracional, absurdo. É, pois, uma afirmação do próprio eu numa tentativa de renegar-se; é a escolha que elimina todas as escolhas.
O suicídio é baseado no desejo do homem de ser aliviado do tipo de existência que tem. Conforme disse Agostinho, o suicídio é um fracasso da coragem, é o "escapismo" existencial. Os homens não tentam o suicídio porque é a coisa mais razoável para fazer, mas sim, porque é a saída "fácil" do seu problema.

***Uma relação material entre a ciência e a religião:

Os venenos são elementos com pouca energia, ou muita caloria, que conforme a sua intensidade roubam a energia de nossas células, podendo em excesso nos levar à morte.

As pessoas que tem pânico e depressão são pessoas com pouca energia nas células e comumente sujeitas  as alergias por esta causa. E que se fecham aos pensamentos, principalmente os ruins, com muita facilidade.

Diminuindo a energia do corpo, nos distanciamos dos deuses segundo a mitologia grega.

Perto dos Deuses: muita energia

Longe dos deuses: pouca energia.

Se o suicídio é cometido por pessoas que cientificamente estão momentaneamente com pouca energia em suas células, estas estão religiosamente longe dos Deuses.

Em todos os livros sagrados os deuses condenam o suicídio.

 

***OS FILÓSOFOS E O SUICÍDIO

PLATÃO: O suicídio se constitui numa injustiça praticada contra si mesmo.

R. DESCARTES: A vida sempre oferece mais bens do que males

(já que a VIDA é o suporte básico de todos os bens, sem a qual nenhum bem existe). Todos os bens são incertos, exceto a vida que é o único bem certo.

Suicidar-se é fazer mau uso do livre arbítrio.

SPINOZA:O desejo é a essência mesma do homem, isto é, o esforço pelo qual o homem tende a perseverar no seu ser. O princípio da virtude é o esforço para conservar o próprio ser. O suicídio não é um ato de virtude pois que visa a destruição do que foi a essência mesma do homem, seu poder e sua tendência fundamental.

ROUSSEAU: O suicídio é um roubo feito ao gênero humano, pois sempre fica uma boa ação por fazer (que deveria ainda ter sido feita pelo suicida e só por ele...). Todo o homem é útil à humanidade pelo simples fato de existir.

 

Visão biológica

Alguns estudos moleculares têm sido realizados, principalmente nos últimos cinco anos. A maioria destes estudos focalizou o gene que codifica a enzima triptofano hidroxilase (TPH)   que é a enzima cuja atividade controla a taxa de síntese da serotonina. Este interesse seguiu-se em grande parte ao relato de uma associação positiva entre um polimorfismo deste gene e a presença de comportamento suicida (história de tentativa de suicídio) entre indivíduos alcoolistas com problemas criminais. Apesar de que outros estudos encontraram dados consistentes com este primeiro relato, uma certa controvérsia existe a respeito da validade desta associação, já que alguns relatos foram negativos. Entretanto, é interessante observar que a maioria dos resultados consistentes com a presença de associação provém de estudos que investigaram pacientes com comportamento suicida que também apresentavam história de comportamento impulsivo e impulsivo-agressivo. Isto é congruente com a hipótese de que os fatores genéticos devem provavelmente modular a predisposição ao suicídio e talvez, a outros comportamentos suicidas, através de um aumento na manifestação de comportamentos do tipo impulsivo e impulsivo-agressivo. Dois estudos recentes que focalizaram traços agressivos encontraram resultados compatíveis com esta hipótese.   Jovens indivíduos do sexo masculino que completaram o suicídio foram avaliados dentro de 24 horas após a morte, o material biológico (cérebro e amostras sangüíneas) foi coletado e assim estes casos são incluídos em uma série de estudos neuroquímicos, genéticos e psicossociais. Após um período médio de quatro meses, as famílias destes sujeitos são submetidas a uma autópsia psicológica, o que permite uma avaliação diagnóstica bastante válida. Foi observada uma associação com TPH nesta amostra. Isto é particularmente interessante, já que os dados sugerem que a associação é positiva para toda a amostra, mas o tamanho do efeito (effect size) é significativamente maior quando apenas indivíduos que cometeram suicídio usando métodos ditos violentos são considerados. Logo, é possível que fatores genéticos atuem modulando a variabilidade ao nível do sistema serotoninérgico, o qual, por outro lado, poderia mediar a presença de traços impulsivos e impulsivo-agressivos e a predisposição ao suicídio.

Em conclusão, a participação do componente genético na etiologia do comportamento suicida parece ser considerável. Contudo, parece também ser claro que esta carga genética não é específica ao suicídio propriamente dito, muito menos à psicopatologia subjacente freqüentemente vista nestes casos. De fato, diversas linhas de evidência sugerem que uma série de comportamentos relacionados ao suicídio deva ser considerada de modo a melhor caracterizar-se tanto os próprios fatores genéticos, como outros fatores cujo papel é importante na predisposição a este evento tão trágico.

Visão Religiosa

CATOLICISMO: condena e vê o suicídio como um pecado, um desrespeito às leis de Deus.O  catolicismo assumiu um posicionamento segundo o qual cristãos não podem cometer suicídio, pois compreendia que o mandamento ‘Não matarás’ (Êxodo 20.13) proíbe matar a nós mesmos.

"Ora, o suicídio é sempre moralmente inaceitável, tal como o homicídio. A tradição da Igreja sempre o recusou,como opção gravemente má. Embora certos condicionalismos psicológicos, culturais e sociais possam levar a realizar um gesto que tão radicalmente contradiz a inclinação natural de cada um à vida, atenuando ou anulando a responsabilidade subjectiva, o suicídio, sob o perfil objectivo, é um acto gravemente imoral,porque comporta a recusa do amor por si mesmo e a renúncia aos deveres de justiça e caridade para com o próximo, com as várias comunidades de que se faz parte, e com a sociedade no seu conjunto. No seu núcleo mais profundo, o suicídio constitui uma rejeição da soberania absoluta de Deus sobre a vida e sobre a morte, deste modo proclamada na oração do antigo Sábio de Israel: « Vós, Senhor, tendes o poder da vida e da morte, e conduzis os fortes à porta do Hades e de lá os tirais » (Sab 16, 13; cf. Tob 13, 2)." TRECHO DE A Carta Encíclica Evangelium Vitae de João Paulo II (http://www.comciencia.br)

 

ESPÍRITA:

Em O Livro dos Espíritos, Parte Quarta, Capítulo I - Penalidades e Prazeres Terrenos, Allan Kardec pergunta aos espíritos superiores, através de outros médiuns:
 “De onde vem o desgosto pela vida que se apodera de certos indivíduos sem motivos razoáveis?
Efeito da ociosidade, da falta de fé e freqüentemente da satisfação plena de seus apetites e vontades, do tédio. Para aqueles que exercem suas atividades com um objetivo útil e de acordo com suas aptidões naturais, o trabalho não tem nada de árido, e a vida escoa mais rapidamente. Suporta as contingências da vida com mais paciência e resignação quanto age tendo em vista uma felicidade mais sólida e mais durável do que o espera”.

"O homem tem o direito de dispor de sua própria vida?
Não, apenas Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei. O espiritismo vai contra o suicídio por se tratar de uma transgressão à Lei Divina. A Doutrina crê na vida após a morte e acredita que o espírito suicida passa por muitos tormentos após o desencarne (morte do corpo)."

 

Carta de suicídio

Hoje é domingo, meus pais estão brigando como sempre por algum motivo que desconheço. Geralmente é pela minha irmã ou por mim mesma, pois sou um estorvo. Por mais que eu seja filha deles minha mãe não me faz esquecer do quanto ela me odeia. Hoje minha vida é uma DROGA. Domingo fomos ao restaurante e ela começou a xingar todos. Resolvemos ir para casa. Durante o caminho inteiro minha mãe discutindo que eu era invejosa.
Estando na BR e eles ainda discutindo, havia um caminhão na frente do nosso carro, ela e ele não paravam um segundo de brigar.E então meu pai disse pra mim pular do carro.Eu chorava e suplicava pra eles não fazerem essa besteira.
Chegando em casa, me deixaram sozinha o domingo inteiro lavando a casa, eu chorava tanto foi um dia simplesmente horrível mais depois eu estava lavando a louça me deparei com um facão e resolvi me cortar. Passava aquela faca em minha pele pensando em meus maiores sonhos. Meu sonho vai se realizar, virarei famosa com esta carta de morte. Peguei meu diário e escrevi nele o quanto me dói viver do quanto odeio minha família, de como esses anos não valeram à pena. Odeio todos vocês agora fiquem sossegados não vou mais voltar e atrapalhar suas vidinhas. Sejam todos felizes e me esqueçam, sejam felizes como eu nunca fui. Para meus inimigos desejo um ótimo dia.
Aos meus amigos sei que viveram sem mim. Não quero que sofram. Nem vão saber o que sofrer; nunca vão sentir essa dor agonizante que passei durante anos na minha vida. E quando se depararem com uma criança morrendo de fome. Serei EU testando a tal BONDADE de vocês. Para Vocês Desejo FELICIDADE e Para mim? A MORTE. Tenha certeza que não vou ao céu, pois não fui corajosa o suficiente para ficar e lutar pelo o que sinto, mais prefiro não estar aqui para ver minha fracassa. Trabalhando em buteco, e meus sonhos? Todos aniquilados como vocês desejaram. Mãe eu nunca fui a filha que você desejou, mais tenha certeza que serei a filha que você nunca teve. Pois nunca me deu tal carinho como todas minhas amigas têm.
TUDO O QUE EU QUERIA ERA SER FELIZ...

ILUDIDA?  TALVEZ...

MAIS QUERIA MORRER PRA VOCÊS SEREM MAIS FELIZES SEM MIM.

Mensagem:

Quando o Homem aprender a quebrar amarras inúteis preconceituais, convencionais, materiais que o tolhem, o aprisionam e o escravizam (acabando por não ser mais que prisioneiro e escravo de si próprio); quando o Homem aprender a enfrentar os seus medos, e só assim os poderá destruir; quando o Homem se interrogar: Porque corre desenfreada e ansiosamente na caminhada existencial? Para que corre? Para onde corre?!!! Sem se deter para desfrutar da quietude dum entardecer rubro, o odor duma mata, o sabor duma Natureza despoluída, ou um sorriso pleno de feliz ingenuidade duma criança, e tanta coisa bela, reconfortante que o Universo Infinito presenteia! A humanidade a nível geral, doente psíquica, nunca tem tempo, não há tempo!!! Para quê?!… tenho que… tenho que… tenho que… violentando-se a cada passo, mas na sua maioria plenamente convencida que segue a rota certa na corrida da sobrevivência desencontrada da essência da Vida! E um dia… o Homem repara: "Esqueci-me de Viver", e nesta atitude mental jamais poderá, porque não saberá ensinar as suas crianças, os seus jovens a Arte sublime de Viver! Todas estas situações são formas de morte, morte psicológica lenta e confrangedora… não souberam alimentar a Vida dos sentimentos afetivos e são eles nas suas mais variadas expressões a Vida que dão sentido ao Viver.

Bibliografia

 

Introdução, estatística e causas do suicídio:

§ Wikipédia, a enciclopédia livre.

 

Visão filosófica:

§ Trecho do livro O Cristão e a Eutanásia, o Suicídio e a Pena Capital.

 

Visão católica

§ TRECHO DE A Carta Encíclica Evangelium Vitae de João Paulo II (http://www.comciencia.br) (visão católica)

 

Visão espírita

§ O Livro dos Espíritos

 

Visão biológica

§ www.psiqweb.med.br

 

Carta de suicídio:

§ www.orkut.com

Comunidade: “nunca cometa suicídio”

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Autor: Rafaella Gevegy Negrão


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