ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO ATÉ OS 6 MESES DE VIDA



INTRODUÇÃO

A prática do aleitamento materno está ligada às condições de vida e de trabalho, bem como auma série de idéias existentes sobre a amamentação, em cada sociedade.

No, Brasil, já foi muito comum ver as mulheres amamentarem os bebês, fossem elas as próprias mães ou até mesmo as amas de leite. Em geral, a criança mamava no peito até completar um ano ou mais. ( Ministério da Saúde, 1995 )

A partir da década de 70, em vários países, inclusive o Brasil, alguns grupos começaram a apontar os prejuízos do leite de vaca. Passaram, então, a fazer uma séria de movimentos sociais – palestras, grupos de gestantes e mães – em favor do aleitamento materno exclusivo.

Esses movimentos sociais baseavam-se nas descobertas realizadas por estudos sobre a amamentação. Esses estudos revelavam que o leite materno contém os anticorpos necessários para proteger o bebê contra infecções e possui todos nutrientes necessários à saúde, protegendo contra a desnutrição. Revelam, também, que a introdução precoce (antes dos seis meses ) do leite de vaca trazia riscos ainda maiores para os bebês.

O leite materno é composto de 160 substâncias representadas por proteínas, gorduras, carboidratos e células, sendo o alimento imprescindível e essencial para o desenvolvimento do bebê, protege contra doenças alérgicas, diversos tipos de câncer, desnutrição, diabetes melittus, doenças digestivas, doenças cardiovasculares, obesidade, doenças do troto urinário, cáries entre outras. Ainda promove o desenvolvimento neuro-psicomotor infantil e cognitivo, aumenta o QI, promove melhor padrão cardiorespiratório durante a alimentação, melhor resposta as imunizações e melhor equilíbrio emocional.

A amamentação fortalece o vínculo mãe/filho, possibilita o aumento do números de anticorpos, ganho de peso para o bebê, assim como um desenvolvimento das estruturas orais envolvidas no ato de sugar ( JUNQUEIRA, Patrícia; 1998 ) .

O leite é a única fonte alimentar durante a primeira fase de suas vidas e representa a contribuição final das mães na preservação das espécies.

A amamentação é uma troca de amor. Está provado cientificamente que um dos principais resultados da amamentação é a segurança, o carinho e a proximidade que o ato propicia entre a mãe e o bebê.

VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO

1.O leite materno contém substâncias chamadas anticorpos, que protegem o bebê das infecções.

O leite materno é o mais completo alimento para o bebê até o 6º mês de vida.

Protege o bebê contra doenças como: diarréia, resfriados, infecções urinárias e respiratórias, alergias e problemas na arcada dentária, entre outras.

Está comprovado através de muitos estudos que, em condições precárias de vida, as chances da criança ter diarréia e outras infecções são muitas vezes maiores em crianças que tomam mamadeira do que naquelas que são amamentadas.

Hoje se sabe que o leite materno contém fatores de proteção, os chamados anticorpos, contra muitas doenças. Essas substâncias, que passam da mãe pra o filho através do leite protegem o bebê contra infecções ( SIQUEIRA, Cecília ).

2.O leite materno é mais adequado doponto de vista nutricional

A principal vantagem do leite de peito está na composição dos seus nutrientes. Ele preenche todas as necessidades nutricionais da criança até os 6 meses de vida. A qualidade e a quantidade dos seus componentes é especialmente adequada àquela criança para a qual foi feito. Isso quer dizer que a quantidade de proteínas, vitaminas e sais minerais que existem no leite estão ali na medida certa para preencher as necessidades do bebê. Além disso, o bebê digere melhor o leite materno, bem como absorve melhor os seus nutrientes do que quando toma leite de vaca( Ministério da Saúde ).

Na natureza, o leite que cada fêmea produz é o mais adequado para as suas crias. Acontece a mesma coisa com a mulher: seu leite é o mais adequado para a criança.

3.O leite materno é prático e higiênico

O leite de peito é muito mais higiênico, não tem risco de contaminação, porque não precisa ser preparado, passa direto do peito da mãe para a boca da criança e já vem na temperatura ideal.

È mais prático porque já está pronto e aquecido. Não se perde tempo preparando, nem lavando mamadeira e panelas.

4.É mais econômico criar filhos com o leite materno

Outro fato que ocorre após o desmame, é a dificuldade das mães em preparar oleite de vaca nas medidas adequadas. Como o leite é muito caro, na hora de preparar a mamadeira a mãe acaba misturando água demais no leite. Isso faz com que o bebê não receba as quantidades de nutrientes necessários.

Mesmo quando o leite é distribuído nos serviços de saúde, as pessoas recebem uma quantidade pequena dele. E como quase sempre existem outras crianças a serem alimentadas na casa, a mãe acaba preparando mais fraco para que as outras também possam beber.

Uma das soluções que as mães encontram para engrossas o leite misturado com água é acrescentar a ele fubá, creme de arroz ou qualquer outro tipo de farinha. Como conseqüência disso, muitas crianças ficam mais fracas porque não tomam a quantidade de leite de que precisam. Algumas podem até engordar, devido á farinha que engrossa o leite mas são crianças com pouca resistência, principalmente às infecções.

É comum ver as crianças que vinham bem na curva de peso, com o desmame começarem a ter infecções e a emagrecer, descendo na curva do peso.

5.O aleitamento materno favorece o relacionamento mãe e filho

Outro aspecto importante é que a amamentação permite que a mãe e o bebê tenham uma relação mais próxima. É claro que uma mamadeira pode ser dada também com muito carinho. A amamentação, entretanto, cria mais oportunidades para mãe e filho estarem juntos, mantendo um contato mais intimo, que pode contribuir para o estabelecimento de relações sócio-afetivas necessárias ao desenvolvimento da criança.

6.Vantagens do aleitamento materno exclusivo para o Bebê

·O leite materno é o mais completo alimento para o bebê até o 6º mês de vida.

·Auxilia o movimento dos músculos e ossos da face, promovendo melhor flexibilidade na articulação das estruturas que participam da fala.

·É de fácil digestão.

·Estimula o padrão respiratório nasal no bebê, facilitando a oxigenação de suas estruturas faciais.

·É uma forma muito especial e fortalecedora do relacionamento entre mãe e filho, que transmite segurança, carinho e amor como bebê.

·Favorece um bom desenvolvimento físico e mental da criança e, conseqüentemente, estabilidade emocional e maior adaptação nas etapas da vida.

7.Vantagens do aleitamento materno exclusivo para a Mãe

·Não custa nada, é de fácil aquisição, temperatura ideal, estando livre de contaminações externas e pronto para o consumo.

·Em geral, o corpo retorna ao normal mais rapidamente;

·Ajuda a reduzir o sangramento, diminuindo o tempo em que o útero e o volume do seio costumam levar para voltar ao tamanho normal.

·diminuição do risco de câncer de mama.

·Aumento da auto-estima e fortalecimento do vinculo mãe-filho ao promover o contato pele a pele ( MARGOTTO, Paulo 2004 ).

Apesar de todas essas vantagens da amamentação, ainda é grande o número de mães que abandonam o aleitamento materno nos primeiros meses de vida do bebê.

IDÉIAS ENGANOSAS QUE LEVAM AO DESMAME PRECOCE

São muitas as razões apontadas pela mulher para explicar o desmame precoce.

1.O leite é fraco

O choro do bebê faz com que as mães fiquem muito aflitas e inseguras. Procuram fazer de tudo para acalmar o bebê. A suspeita mais forte do motivo do choro do bebê é de fome, ainda que ele tenha acabado de mamar.

É importante saber que o leite de peito é de fácil digestão, levando o bebê a sentis fome mais rapidamente.

Assim, quando a mãe oferece o peito ou a mamadeira do bebê pode parar de chorar por necessidade de ser alimentado ou por necessidade de estar junto à mãe, sentir seu cheiro e calor. Quando, por exemplo, as mães estão convencidas da necessidade desse contato social e corporal, elas podem acalmar o bebê sem precisar de oferecer mamadeira.

2.O leite do peito é mais ralo e aguado que o leite de vaca

Mesmo sendo mais ralo do que o leite de vaca, é importante saber que o poder nutritivo do leite humano não depende de sua aparência.

A aparência do leite materno varia, inclusive, de uma mulher para outra, ou de acordo com a hora ( se é antes ou depois da mamada ).

O Colostro, que é o primeiro leite ( chamado por muita gente de " aguinha " ) é um leite muito nutritivo e com uma quantidade de substâncias protetoras ( os anticorpos ) muitas vezes maior do que o leite " mais maduro " ( produzido posteriormente ). Isso porque o recém-nascido é bastante indefeso e precisa de muita proteção contras as infecções. O colostro é suficiente e adequado para o bebê, mesmo em pouquíssimas quantidades.

O leite de peito não é sempre igual, ele é especifico para cada criança: as mães de prematuros têm leite mais rico em proteínas, porque estes bebês, para crescerem, precisam de quantidades maiores de proteínas, porque estes bebês, para crescerem, precisam de quantidades maiores de proteínas do que os recém-nascidos de termo.

É importante saber que o poder nutritivo e o poder de proteção do leite materno não dependem da cor espessura do leite ( Ministério da Saúde ).

3.O bebê que mama no peito ganha menos peso

 

Uma preocupação muito freqüente entre as mães que estão amamentando é quanto ao ganho de peso da criança.

Muitas mães, ao perceberem que o bebê de uma pessoas conhecida está tomando mamadeira e ganhando mais peso que o seu filho, passam a achar que o seu leite é fraco, fazendo com que a criança não engorde.

É comum as mães compararem os filhos entre si. Ao descobrirem que o seu bebê é bem menor que o da vizinha ou amiga, que já está na mamadeira, passam a achar que é fraco e por isso a criança não engorda.

As crianças amamentadas com leite de vaca ou que, além do leite materno, já recebem outros tipos de alimento. É preciso, portanto, ter cuidado ao se fazer o acompanhamento no gráfico de crescimento de um bebê em aleitamento materno, pois as curvas de peso e altura foram feitas numa época em que a maioria das crianças eram alimentadas com mamadeira. Assim, não correspondem ao tipo de desenvolvimento físico que um bebê amamentado pode ter.

Enfim " gordura " não é sinal de saúde. O que importa é o bebê estar ganhando peso e se desenvolver, e protegido contra doenças ( Ministério da Saúde ).

4.O leite é insuficiente

O tamanho do seio não interfere na quantidade de leite que a mulher produz, assim como o fato de o leite não vazar do peito não indica que o leite seja insuficiente para amamentar o bebê.

Depois dos primeiros quinze dias ou um mês, o bebê consegue mamar com mais força, esvaziando o peito em cada mamada. Isto dá sensação para a mãe de que o seio já não está tão cheio quanto antes e que ela está com pouco leite.

Com o tempo, a produção do leite vai se adaptando às necessidades do bebê e pode não sobrar de uma mamada para outra. Mas é importante saber que enquanto o bebê suga, estão sendo mandados estímulos para que mais leite seja produzido. Por isso, se diz que é preciso colocar sempre o bebê no peito para aumentar a produção de leite.

Uma das maneiras de verificar se o leite é suficiente é observar se o bebê está urinando bastante. Quando isto ocorre é porque ele está conseguindo mamar uma boa quantidade de leite. A outra maneira é pesar o bebê, anotando no Cartão da Criança. Se ele estiver ganhando peso é sinal queo leite é suficiente.

5.Leite Secou

È necessário que a mãe tenha clareza de que quanto mais o bebê mamar , maior será a sua produção de leite.

O leite pode secar porque na verdade a mulher pode não ter sido orientada ou não estar querendo amamentar. A maioria das mães, durante a gravidez ou no parto, dizem que vão amamentar pelo menos até os seis meses, mas a maior parte delas desmama bem antes e muitas não conseguem sequer passar dos primeiros quinze dias.

Quando as mães conseguem dizer por que não estão querendo ou podendo amamentar, torna-se mais fácil ajudá-las a resolver suas dificuldades e conseguir que continuem amamentando. É muito importante tomar líquidos, ficar tranqüila e colocar o bebê para mamar sempre que ele quiser.

Não existe leite materno fraco ou ruim para o bebê.

DIFICULDADES QUE LEVAM A MULHER A NÃO AMAMENTAR

1.A mãe precisa voltar a trabalhar ou sair de casa e se sente presa pelo aleitamento

O aleitamento materno dificulta, de fato, que a mulher se ausente por algumas horas de casa, o que pode acarretar ansiedade frente às suas necessidades de trabalho ou de sair de casa por outros motivos. Essa ansiedade é, com freqüência uma das causas da diminuição do leite.

É preciso apoiar essas mães no sentido de se buscarem as soluções possíveis, que variam caso a caso, para o enfrentamento da questão; ao invés de se ficar dizendo que elas são culpadas, isto é, que não amamentam simplesmente porque não querem. O leite pode ser ordenado e guardado para ser dado de copinho ou de colherzinha.

2.Amamentação ocupa muito a mãe e atrapalha o serviço de casa

Vários estudos têm mostrado que as mães amamentam mais quando contam com ajuda nos serviços domésticos. Elas costumam afirmar que o bebê mama mais rápido na mamadeira, deixando tempo livre para cuidar da casa e das outras crianças. Com o peito é mais demorado. Quando elas têm que fazer tudo sozinhas, ficam muito cansadas. Nessas situações, é comum o leite secar.

3.A mãe quer tomar remédio para não engravidar e tem medo que este passe para o leite e prejudique a criança

As mães já ouviram falar que os anticoncepcionais passam para o leite, podendo prejudicar o bebê ( acham que " enfraquecem o bebê "," fazem o menino virar mulher " ).

As orientações mais importantes para o uso de anticoncepcionais são em relação ao tipo e à quantidade do hormônio que a pílula contém, porque podem inibir a produção do leite. Hoje existem anticoncepcionais que interferem muito pouco na amamentação e não prejudicam o bebê, devendo ser recomendados pelos médicos.

4.O marido reclama que a amamentação não deixa que a mulher tenha tempo para ele.

O apoio do marido, assim como das avós e de outras pessoas da família, é muito importante. Realmente, os primeiros meses após o nascimento do bebê representam um período muito difícil para toda a família e em especial a mãe. Mas, depois do segundo ou terceiro mês as coisas parecem se acalmar e entrar na rotina.

A participação dos pais em grupos, durante a gestação e depois do parto, faz com que eles possam entender melhor o que representa esse período paraa mulher. Se ele, também, estiver consciente da importância da amamentação, poderá ajudar muito mais a mulher.

5.A mulher sofre muitas pressões para amamentar

Muitas vezes, alguns profissionais das equipes de Saúde – ao defenderem as vantagens do leite materno, assumem uma postura tão autoritária que, ao invés de ajudar, acabam criando dificuldades para as mães amamentarem. As atitudes autoritárias não são, apenas, aquelas em que se falam as coisas de forma grosseira. Ás vezes, os profissionais são até delicados na forma de falar, mas passam mensagens que acabam por deixar as mães confusas, ansiosas e até mesmo com sentimento de culpa. Por isso, pode-se dizer que são formas autoritárias de convencimento sobre o aleitamento materno.

Quando a mãe sente dificuldade em amamentar, torna-se necessário discutir, com freqüência sobre o assunto, para que a mulher possa verdadeiramente expressar suas dificuldades. A partir daí começa a ser possível refletir sobre o assunto, buscando formas para que possa amamentar.

8.As mães são influenciadas pelos mitos e crenças sobre o leite materno

Em cada comunidade, é comum existirem algumas crenças sobre o leite materno. Muitas delas, inclusive, são baseadas em informações divulgadas anteriormente pela própria Medicina e que, hoje, já não são mais aceitas.

Em geral, as mães têm vergonha de fazer perguntas ao médico relacionadas a mitos w crenças, pois sabem que ele pode dizer que se trata de " bobagens " populares.

Uma crença presente, em algumas regiões, é de que o leite pode estragar dentro do peito quando a mãe deixa de amamentar por um ou dois dias. Fica difícil insistir para que uma mãe, que desmamou há alguns dias, volte a amamentar se o profissional não souber que ela acha que o leite pode ter estragado.

9.O bebê não quer mamar

Essa é uma situação que pode ocorrer no primeiro mês. O peito muito cheio e duro faz com que aaréola ( parte escura em torno do bico do seio ) e o mamilo ( bico ) fiquem achatados, dificultando para o bebê pegar o seio. Quando o bico é plano ou mesmo invertido, o bebê pode não conseguir mamar.

Esvaziando-seum pouco o peito antes de dar de mamar, consegue-se deixá-lo mais macio, facilitando assim para o bebê pegar o bico e a aréola. Para os mamilos planos ou invertidos existem exercícios específicos.

Existem também, a possibilidade de o leite não sair quando o bebê suga. Isso porque a saída do leite é controlada por um hormônio ( chamado ocitocina ), que é produzido quando o bebê começa a sugar o seio. Esse hormônio pode ser inibido pelo cansaço, dor ou ansiedade. Quando isso acontece, o leite é produzido, mas não chega a criança, que chora de fome, aumentando a ansiedade da mãe e inibindo mais a produção de ocitocina.

A compreensão desse processo pela mãe e por aqueles que lhe são próximos, pode ajudar; nessas horas, a romper este circulo vicioso. Alguém que possas ajudar, tentando acalmar o bebê até que a mãe se tranqüilize e possa amamentar.

Esse hormônio também age sobre o útero da mãe fazendo com que ele se contraia e volte progressivamente ao tamanho normal. É por esse motivo que a mãe sente cólicas quando vai dar de mamar.

COMO EVITAR O DESMAME PRECOCE

Não só mulheres, mas todo o conjunto da sociedade deve estar ciente da importância do leite materno. Os fatores que determinam o desmame precoce podem ser revertidos através da mobilidade dos diversos setores da sociedade para que sejam efetivadas as seguintes ações:

·Informar às mães durante o pré-natal:

Uma experiência desenvolvida nos Estados unidos demonstrou que a introdução de aulas sobre amamentação, durante o pré-natal, provocou um aumento de 22% na prevalência desta prática numa população negra de baixo nível sócio-econômico. Este aumento chegou a 27% nos casos em que a orientação foi feita individualmente.

·Apoiar a iniciativahospital amigo da criança:

Antes, durante e após o parto, o hospital deve implementar todas as ações de promoção do aleitamento materno de acordo com a iniciativa hospital amigo da criança. Promovido mundialmente pelo UNICEF, organização mundial da saúde e organização panamericana da saúde/ OMS-OPAS, e no Brasil, pelo Ministério da Saúde, esse programa consiste em estimular profissionais e administradores de hospitais e maternidades a oferecer às mães todas as condições para o inicio de um aleitamento precoce e bem sucedido , através dos Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno.

·Resgatar a cultura da amamentação:

Para vencer a " cultura da mamadeira " é necessário implementar ações educativas destinadas às mulheres, aos profissionais de saúde e também à população em geral. todas as outras ações de promoção do aleitamento materno, que buscam mudanças de comportamento não só da mulher como da sociedade em geral, também são fundamentais. Nesse processo, também fazem parte as campanhas nos meios de comunicação de massa.

·Fiscalização da propaganda de leites artificiais:

A Norma Brasileira para comercialização de alimentos para lactentes ( Resolução CNS 31 de 12/10/92 ) e o parecer jurídico do MS nº 62/94 de 12/09/94 regulamentam a promoção comercial de alimentos industrializados classificados como substitutos ou complementos do leite materno, e ainda de mamadeiras, bicos e chupetas. Entretanto, observa-se que a lei não é plenamente cumprida pelas industrias. As estratégias para assegurar o efetivo cumprimento das disposições estabelecidas devem incluir a promoção e ampla divulgação bem como a melhoria das ações de fiscalização.

·Cumprimento das leis que protegem a mulher trabalhadora:

É fundamental que as mulheres que exercem atividades econômicas sejam informadas sobre os direitos relativos à prática da amamentaçãogarantida por lei. por outro lado, é importante que sindicatos e empregadores também estejam cientes destes direitos.

·Apoio da família e/ou de grupos comunitários:

A duração do aleitamento materno tem forte correlação com o apoio que a mulher recebe de familiares ou a orientação de agentes comunitários treinados, além do acompanhamento pelos profissionais de saúde após a alta hospitalar ( UNICEF ).

 

O PREPARO PARA A AMAMENTAÇÃO

Quando a amamentação é uma prática da família, da comunidade ( ou da sociedade, em geral ) o preparo para a amamentação é a melhor forma de criar o costume de amamentar.

Durante o pré-natal e o acompanhamento da gestante na comunidade há uma boa oportunidade de se discutir sobre a amamentação, principalmente quando são realizados grupos de gestantes. É muito importante que os pais participem, sempre que puderem, desses grupos.

Existem orientações que são importantes para a preparação dos seios para a amamentação. Em resumo, esses exercícios são:

·Esfregar os mamilos com bucha ou pano, durante o banho, pois ajuda a endurecer a pele, evitando rachaduras quando a mulher inicia a amamentação;

·Expor os seios ao sol ;

·Fazer exercícios para os mamilos planos ou invertidos.

Os mamilos planos ou invertidos são causados por aderências dos tecidos que prendem o mamilo à aréola. Para que essas aderências sejam rompidas, recomenda-se fazer os exercícios de Hoffman.

Com os dois polegares puxar a pele da aréola para os lados e, depois, para cima e para baixo. Após o nascimento da criança, os exercícios, juntamente com a sucção, aceleram o rompimento das aderências, fazendo com que os mamilos se projetem em relação à aréola.

Esses exercícios devem durante a gravidez e serem feitos em uma freqüência de 2 a 3 vezes por dia.

Além dessas informações técnicas importantes no preparo do seio para a amamentação, torna-se importante a participação das gestantes em reuniões de grupos sobre aleitamento materno. Essas reuniões colocam em evidencia as vantagens do aleitamento materno, os medos, as facilidades e dificuldades que as mulheres possuem em relação à amamentação. Todas essas questões são complexas e exigem o preparo do ACS para enfrentá-las.

Nesse sentido, o ponto de partida da " ação de aleitamento materno ", é procurar identificar:

·Se é costume, na comunidade, as mães amamentarem e por quanto tempo;

·Quais são as principais dificuldades encontradas pelas mães para amamentar;

·Quais são os conhecimentos, as crenças e os costumes sobre a amamentação na comunidade;

·Quais são as características das famílias cujas mães mais amamentam;

·Quais são as características das famílias cujas mães não amamentam.

Esse levantamento permitirá ao ACS e aos profissionais da Saúde compreenderem melhor qual importância da amamentação para aquela comunidade, como ela é praticada ali, quais são os principais problemas que as mães enfrentam para amamentar. Assim, torna-se possível a formulação de estratégias de incentivo ao aleitamento materno ( MARGOTTO, Paulo; 2004) .

INICIO DO ALEITAMENTO MATERNO

É bom que a mãe comece a amamentar logo após o bebê nascer, ou pelo menos na primeira hora após o parto. Isso vale tanto para a criança que nasce no hospital quanto para a criança que nasce em casa.

Na maioria das vezes o bebê não vai conseguir mamar como a mãe esperaria. Na verdade é apenas um contato mais próximo com a mãe. O bebê lambe o mamilo, como se estivesse reconhecendo a sua mãe. Isto faz o leite ser produzido mais rápido.

O importante é que o bebê fique junto à mãe, vinte e quatro horas por dia, para que seja amamentado quando quiser e deixando a mãe segura de sua capacidade de cuidar de seu filho.

DEZ PASSOS PARA O SUCESSO NA AMAMENTAÇÃO

1-Acredite: não existe leite fraco;

2-Saiba que quanto mais o bebê mama, mais leite você produz;

3-Coloque o bebê na posição correta para mamar;

4-Cuide adequadamente das mamas;

5-Retire leite quando for necessário ( ordenha);

6-Evite o uso de bicos, chupetas, chuquinhas ou mamadeiras;

7-Tome líquidos, alimente-se e descanse sempreque possível;

8-Só tome medicamentos com autorização médica;

9-Prossiga com a amamentação, se possível, até os 2 anos de idade;

10-Conheça os direitos da mãe trabalhadora ( MARGOTTO, Paulo 2004 ) .

ØNos primeiros dias, a mulher só produz o colostro.

Logo após o parto o bebê precisa do colostro, que, mesmo em pequenas quantidades, é suficiente e protege o bebê de doenças.

ØO Colostro.

É oleite que sai nos primeiros dias após o parto.

A cor do colostro é amarelada e transparente.

O colostro tem mais proteína e anticorpos que o leite e protege o bebê nos primeiros dias contra as infecções.

O leite da mãe é feito de proteínas, gorduras, açucares especiais e outras substancias próprias para o estomago do bebê e por isso é o melhor.

Nas primeiras semanas você deve dar de mamar toda vez que o bebê chorar de fome, mesmo durante a noite. A livre demanda.

Com o tempo , ele mesmo regula o horário das mamadas.

Quanto mais o bebê mamar, mais leite você vai ter.

ØA apojadura.

A descida do leite, que é chamada de apojadura, pode só ocorrer dois a três dias após o nascimento, sobretudo nos casos de cesariana. Nessa ocasião a mães sente o peito inchado ou engurgitado, porque estácheio de leite.

ØSeios doloridos ou empedrados.

Quando os seios ficam doloridos ou empedrados, algumas orientações podem ajudar, pr exemplo:

·Quando a mãe sentir que o seio está ficando dolorido ou notar pontos mais endurecidos, deve fazer massagens circulares nas regiões endurecidas e oferecer o seio mais vezes ao bebê;

·Ás vezes é necessário esvaziar um pouco o seio antes da mamada e depois que o bebê mamar;

·Deve-se começar as mamadas pelo seio que está mais cheio; o bebê com fome suga mais forte, ajudando a esvaziar melhor o seio que está mais cheio;

·A mãe precisa saber que, se estiver muito ansiosa, a ponto de inibir a saída do leite pelo mamilo, o peito pode empedrar ( engurgitar ).

ØA mastite

Ás vezes o seio empedrado ou com fissuras ( rachaduras )pode inflamar e infeccionar, aparecendo o que se chama de mastite. A mama fica quente e avermelhada e a mulher queixa-se de muita dor e febre. Além de continuar com as mesmas orientações para o seio empedrado, é preciso que ela tome analgésico e antitérmico e que seja encaminhada ao serviço de saúde para que se prescreva antibiótico, quando necessário.

É preciso saber que o leite não fica " estragado " durante a mastite e pode ser mamado, desde que a mãe agüente a dor. Caso contrário, é necessário esvaziar o peito manualmente.

ØA rachadura dos mamilos

Outra dificuldade encontrada pela mulher, no inicio da amamentação, é o aparecimento de dor, devido à rachadura dos mamilos.

Para limpar o seio basta o banho diário. O uso de sabão, álcool ou água boricada ressecam muito a pele do mamilo, favorecendo as rachaduras (fissuras).

Muitos textos sobre amamentação aconselham a exposição dos seios ao sol, Os raios solares aumentam a resistência da pele do mamilo e matam certos micróbios. entretanto, é preciso considerar as tradições e as condições locais antes da fazer tal orientação, para não correr risco de sugerir uma prática que as pessoas possam considerar vergonhosa. Nesse sentido, torna-se necessário identificar com a mulher se haveria alguma possibilidade de expor a mama ao sol.

Quando os mamilos já estão rachados e não há condições de expô-los ao sol, pode-se fazer banho de luz com uma lâmpada comum de 40watts, colocada a um palmo de distância do seio, 10 minutos de cada lado, uma vez ao dia.

Outro cuidado importante é não usar sutiã muito apertado, que impeça o arejamento do mamilo.

Quando o bico está rachado, a criança pode, ao sugar, ingerir sangue. Assim, ao regurgitar, pode sair leitecom sangue, o que não significa um problema, se, de fato, o sangue regurgitado tenha sido aquele ingerido junto com o leite ( JUNQUEIRA, Patrícia ; 1998 ).

ØManeira de amamentar.

O jeito de amamentar pode ser muito diferente de uma mãe para outra. Cada bebê tem, também, um jeito de mamar. Uns demoram mais ou menos tempo para mamar; podem, ainda, mamar mais ou menos vezes ao dia do que outros.

As orientações são apenas alguns conselhos baseados nos conhecimentos técnicos sobre o processo de produção do leite, que facilitam a amamentação e evitam alguns dos problemas mais freqüentes. Nesse sentido, existem publicações do Ministério que oferecem orientações para amamentação. Entre outras, podem ser citadas:" Manual sobre Aleitamento Materno " e " Álbum Seriado sobre Aleitamento Materno ", " Como Ensinar as Mães a Amamentar ".

Essas orientações devem ser iniciadas no pré-natal. Após o nascimento do bebê, o ACS e as pessoas que tenham experiência com amamentação devem orientar a mulher quando ela estiver com dificuldade de amamentar seu filho. Assim, além da visita do ACS na primeira semana, as visitas no primeiro mês podem ser fundamentais para favorecer o aleitamento materno.

ØComo Amamentar

Higienizar as mãos e a aréola

Amamentar de preferência sentada;

Dar as duas mamas em todas as mamadas;

Dar de mamar entre 15 a 20 minutos em cada mama;

Oferecer primeiro a mama que o bebê mamou por ultimo;

O bebê pode precisar de ajuda para pegar o mamilo nas primeiras mamadas. Segure a mama com o dedo indicadore médio;

É importante que o bebê pegue toda a aréola, para puxar o leite e principalmente evitar as rachaduras;

No final da mamada, se o bebê não largar sozinho o mamilo, coloque o seu dedinho no canto da boca que ele soltará o mamilo sem machucá-lo ( MARGOTTO, Paulo 2004 ).

ØPosições para amamentar

·Posição sentada ( tradicional )- A mãe deve segurar o bebê, apoiando a cabecinha na curva do antebraço, colocando a mão no bumbum do recém-nascido. O braço do bebê que ficou por baixo deve ser acomodado de modo que não o machuque e não atrapalhe a mamada.

·Posição Deitada – A posição deitada é indicada para os casos abaixo:

- Puérpera sob o efeito de anestesia;

- Cefaléia pós raqui;

- Mãe com sáuseas e/ou vômitos;

-Opção da mãe.

·Posição Invertida – É indicado nos seguintes casos:

- Fissuras mamárias;

- Mãe com dor ns incisão cirúrgica;

- Bebê sonolento;

- Dificuldade de pega na posição tradicional ( MARGOTTO Paulo, 2004 ).

ØO horário das mamadas e o esvaziamento dos seios.

O bebê dever ser amamentado sempre que tiver fome. Á medida que o bebê vai crescendo, ele vai aprendendo as rotinas da família e começa a ter horários mais certos para dormir ou mamar. Não há um horário rígido para amamentar, nem um tempo determinado quanto à duração da amamentação.

Nos primeiros dias de vida, o bebê mama mais lentamente, suga menos tempo e adormece com facilidade. Com o tempo a criança vai ficando mais forte, sugando commais força e esvaziando mais rapidamente o seio. As mamadas passam a ser então mais rápidas.

Torna-se necessário que o bebê esgote bem um seio, recebendo de inicio o leite anterior que satisfaz a sede e no final o leite mais gorduroso que contém mais calorias.

Recomenda-se que a mãe dê sempre os dois seios em cada mamada, começando sempre pelo que foi oferecido por ultimo na mamada anterior. Isso facilita o esvaziamento das duas mamadas ao longo do dia.

É importante que o bebê, ao sugar, introduza na boca o mamilo e a aréola. Assim, ele consegue comprimir melhor os canais por onde passa o leite. É muito importante queele não pegue só o mamilo, a fim de facilitar a saída do leite e de evitar ferimento no bico.

ØCuidados após a mamada.

Após a mamada deve-se deixar a criança em posição mais elevada, por exemplo, no colo da mães, para que ela possa arrotar, expelindo o ar que engoliu durante as mamadas. Algumas crianças costumam arrotar alto, em outras não se percebe o arroto.

Algumas crianças regurgitam várias vezes ao dia, principalmente após as mamadas. Para evitar que o leite regurgitado sufoque o bebê é necessário colocá-lo de lado no berço algum tempo após a mamada.

O bebê em aleitamento materno costuma evacuar toda vez que mama, podendo ter fezes liquidas, explosivas, alaranjadas ou mesmo esverdeadas. Alguns, entretanto, podem ficar de cinco a sete dias sem evacuar. Ambas as situações são normais, mas deixam ansiosos os pais que não têm essas informações.

ØAleitamento e anticoncepção.

Esta é uma questão importante, porque a mãe fica preocupada em não engravidar e tem medo de tomar as pílulas.

A amamentação tem efeito contraceptivo nos primeiros 6 meses, em que as mamadas são mais freqüentes e mais demoradas, fazendo com que os hormônios inibam a ovulação. Se a mãe estiver dando só o peito e sempre que o bebê quiser, inclusive à noite, se o bebê tem menos de 6 meses e a mãe não menstruou, a chance de nova gravidez é menor do que com qualquer outro método anticoncepcional ( 2 %).

Quando a mãe volta a menstruar, é aconselhável procurar a orientação médica sobre os métodos de anticoncepção. Embora possa se usar a pílula anticoncepcional própria para a mulher que esteja amamentando, pode-se também usar métodos que não utilizam hormônios, tais como a camisinha, o DIU ou o diafragma.

ØAleitamento e uso de medicamentos pela mãe.

Os medicamentos tomados pela mãe podem passar para o leite. Entretanto, na maioria das vezes, os remédios recomendados para a mulher que amamenta são aqueles que passam para o leite em quantidades tão pequenas que não prejudicam o bebê. Cabe ao médico orientar sobre o uso de medicamentos durante a amamentação.

ØQuando a mãe não deve amamentar.

São muito poucas as situações em que a mãe não deve amamentar. Deve-se pesar entre os aspectos negativos e os benefícios para a criança.

Situações em que a mulher não deve amamentar:

·Doenças infecciosas que realmente coloquem em risco o bebê;

·AIDS;

·Quando a mulher estiver fazendo uso de medicamentos de comprovado efeito tóxico sobre o bebê, como é o caso de remédios para tratamento de câncer;

·Quando a mãe apresenta um problema mental sério que possa colocar em risco a vida da criança;

·Quando o bebê apresenta malformações congênitas que dificultem a sucção, como lábio-leporino com fenda palatina ( neste caso tentar dar o leite da mãe com a colher ou copinho ). Existem técnicas adequadas para isso;

·Doenças neurológicas que impeçam o bebê de sugar ( nestes casos, da mesma forma que no caso das malformações, tentar dar leite da mãe com a colher ).

O DESMAME

 

Até os seis meses, o leite materno supre todas as necessidades nutricionais da criança. Por isso é necessário dar nenhum outro tipo de alimento. Nem sequer é preciso dar água ou chá, porque o leite materno tem água suficiente para matar a sede do bebê. Quando o bebê só recebe leite materno, diz-se que ele está em aleitamento materno exclusivo.

Quando a criança completa seis meses de idade, ela vai precisar de outros alimentos, além do leite materno, principalmente daqueles ricos em ferro.

Inicia-se o desmame, quando o bebê começa a receber qualquer outro tipo de alimento, além do leite materno. O desmame vai sendo feito aos poucos á medida que novos alimentos vão sendo introduzidos. No período de desmame, diz-se que a criança está em aleitamento misto: com leite materno e outros alimentos.

Quando a mãe trabalha fora de casa, o desmame geralmente ocorre aos quatro meses, quando acaba o período de afastamento do trabalho. A continuidade da amamentação vai depender das características e das condições de trabalho da mãe. Por lei, a mãe tem direito a dois descansos especiais, de meia hora cada um, para amamentar o seu filho, até que ele complete seis meses.

Nas discussões em grupo de mães, é possível que outras mães possam dar sugestões, a partir de suas experiências anteriores, de como conciliar o trabalho com a amamentação.

É importante a mãe saber que é possível tirar o leite e guardá-lo, mesmo fora da geladeira, por até 8 horas. Na geladeira, o leite pode ser mantido por período de 24 horas e no freezer por 15 dias. Na hora de dar o leite para a criança é só aquecê-lo em banho-maria.

Sempre que possível, a mãe deve manter a amamentação, mesmo quando já está trabalhando. Para isso, pode complementar a amamentação com uma refeição de sal ( sopinha ) oucom papas e sucos de fruta.

Tanto ao sair como ao chegar em casa é recomendável que a mãe amamente o bebê. Afinal a fase do desmame representa um momento de transição, em que o bebê ainda não come com facilidade outro alimento e sente falta de mamar no peito. Cabe lembrar, inclusive que as vezes o bebê sente tanta falta que solicita o seio materno varias vezes durante a noite. Nesse sentido, a mãe deve ir educando o bebê, aos poucos, Caso contrário, o descanso noturno da mãe e do bebê fica prejudicado.

Cada comunidade tem um hábito alimentar próprio. A criança, durante o desmame, vai conhecendo o padrão alimentar da família e da comunidade e se acostumando com ele.

É importante, entretanto, que a mãe tenha clareza de que a introdução dos alimentos causa certa estranheza nos bebês, que em geral cospem os alimentos, fazem caretas, cerram os lábios. Isso faz parte do processo de aprendizagem quanto ao uso dos alimentos.

Outra informação importante, diz respeito ao aparecimento de alergia alimentar, devido à ingestão de produtos industrializados, principalmente os que contêm corantes, como as gelatinas e os danones, os caldos concentrados, os refrigerantes, os sucos industrializados, os enlatados.

Alem da necessidade de a criança receber alimentos que contenham proteínas, vitaminas e sais minerais, cabe ressaltar que, frente à ocorrência de hipovitaminose A e anemia ferropriva, noBrasil, torna-se necessária:

·Na prevenção da hipovitaminose A-alimentação rica em vitamina A como: cereais, leguminosas, verduras, folhas verde-escuras, frutas vermelhas, alaranjadas e amarelas; acrescentar aos alimentos óleo vegetal, pois facilita a absorção da vitamina A;

·Na prevenção da anemia ferropriva – alimentação rica em ferro como: hortaliças de folhas verdes e leguminosas, como o feijão, a fava e a soja, as folhas verde-escuras, como da mandioca ( macaxeira ), bata-doce, taioba, caruru, beterraba; para a absorção do ferro é necessária a ingestão de vitamina C, encontrada nas folhas verde-escuras e nas frutas, como acerola, caju, laranja, limão.

Além da alimentação, é necessário que o bebê seja colocado ao sol, no máximo até às dez horas. Esse procedimento é para o aproveitamento da vitamina D, que só ocorre sob a ação dos raios solares.

É interessante que o ACS, junto com a comunidade procure conhecer quais são os alimentos utilizados pela família para nutrir a criança e quais as possibilidades de utilizar outros alimentos menos valorizados, porém disponíveis ( JUNQUEIRA, Patrícia 1998 ).

ALIMENTAÇÃO DA MULHER QUE AMAMENTA

Uma mãe saudável, bem nutrida, tem mais possibilidade de amamentar com sucesso. Calcula-se que para a produção do leite uma mulher necessite ingerir um acréscimo de, no mínimo, 500 calorias e 15g de proteínas por dia. Isto pode ser conseguido através de uma dieta variada que forneça todos os nutrientes essenciais.

Mulheres com dieta vegetariana restrita podem ter Deficiências nutricionais em seu leite que estão disponíveis somente em proteínas animais. Se a mãe não fizer ajustes na usa dieta, suplementos podem ser oferecidos ao RN, principalmente as vitaminasB6 e B12.

Dieta materna hipocalórica não é contra-indicação de amamentação. Seu leite é adequado porque retira nutrientes de seus próprios ossos e de outros locais de deposito. Mães com restrição excessiva ( < 1800 kcal/dia ), devem ser orientadas a aumentar o consumo de alimentos ricos em nutrientes para alcançar pelo menos 1800 kcal/dia.

Mães que evitam leite, queijo e outros produtos ricos em cálcio: informar sobre o uso apropriado de produtos com baixa lactose s o leite tem sido evitado à intolerância à lactose; se não for possível corrigir a dieta é recomendada a suplementação de cálcio na dose 600mg/d tomado junto às refeições ( Ministério da Saúde 1995) .

O PAPEL DO PAI NA AMAMENTAÇÃO

Nas famílias modernas surge a necessidade de os pais darem apoio psicológico e assistência às mães.

Em estudos efetuados provou-se ser o pai uma figura importante para a prática do aleitamento materno. No entanto, muitos pais não sabem de que maneira podem apoiar as mães, provavelmente devido à falta de preparação. O profissional de saúde deve dar atenção ao novo pai e estimulá-lo a participar neste período vital para a família ( MARGOTTO, Paulo 2004 ).

BIBLIOGRAFIA:

SIQUEIRA, Cecília Helena,Enfermagem Pediátrica, O cuidado de Enfermagem

À criança e a adolescente, Ed. Pedagógica e Universitária Ltda.

Atendimento integrado à Saúde e Desenvolvimento da Criança, Módulo III, Minis-

tério da Saúde, 1995.

O aleitamento materno e o Município, Fundo das Nações Unidas para Infância

UNICEF, Instituto Nacional de Aleitamento e Nutrição Programa Nacional

de Incentivo ao Aleitamento Materno.

MARGOTTO, Paulo; Assistência ao Recém- Nascido de Risco 2º Ed. 2004.

JUNQUEIRA, Patrícia ; Amamentação, hábitos orais, mastigação, orientações,

Cuidados e dias; ED. Revinter 3º edição.

 


Autor: Juliana Campos Nunes


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