Dispense a Morte e Abrace a Vida



Quando sonhar já não mais significa nada; quando amar parece compromisso decorrente de obrigação; quando trabalhar parece um peso insuportável; quando os amigos enchem o saco; quando a família torna-se um peso desagradável; quando o dinheiro torna-se obsessão; quando o carro é mais importante do que pessoas; quando a roupa não cai bem; quando a alimentação faz mal; quando o sorriso não aflora facilmente; quando as crianças não representam poesia; quando as flores não atraem por seu perfume ou suas cores; quando a chuva é detestada; quando o calor incomoda; quando o tempo está exíguo; quando o lazer está extinto; quando a vida parece não mais ter sentido; quando todos são recebidos a coices; quando o negativismo impera; quando não há motivação; quando a esperança está se acabando; quando tudo parece estar escurecido; quando o corpo não mais responde aos estímulos da vontade, então está na hora de pedir a um parente mais próximo para encomendar um arranjo de flores, quatro velas com pedestal, uma cruz grande, de preferência com o Crucificado preso e saindo de seu corpo alguns raios, formando um circulo como o sol, um caixão ou ataúde como queira, comprar ou emprestar um pedaço de terra no cemitério e marcar o dia para seu enterro. É verdade, você já está morto.
Agora, se lhe resta, pelo menos um item ainda intacto e positivo, dentro de você, então está na hora de recomeçar tudo outra vez. É para isso que estou lhe convidando a esta reflexão.
Meu amigo, você não é o único, entre os mortais, que se encontra deprimido em conseqüência a algum fato ou situação que envolve sua pessoa, seus bens, seus familiares e seu trabalho. Respire fundo, encha os pulmões de ar puro, levante a cabeça e espire o ar como se estivesse jogando fora um turbilhão de coisas negativas e de péssima qualidade, que não servem para nada a você e nem a mim. Erga os ombros e tente ficar assim por alguns segundos, de peito estufado, cabeça levantada, olhos vivos e em movimentos rápidos para os quatro pontos polares da órbita ocular. Ponha as mãos entrelaçadas, com as palmas sobre o centro da cabeça, respire fundo, soltando o ar enquanto força a cabeça de modo a pressionar os quadris contra a cadeira em que esteja sentado. Deixe cair o peso das mãos naturalmente compelindo a cabeça de modo a pressioná-la contra o pescoço, forçando a caixa torácica. Não olhe no relógio, deixe o tempo correr como se estivesse esperando a noite ou o dia que certamente vão demorar a aparecer. Não tenha rigor com o tempo, mas procure esticar o mínimo e encurtar o máximo. O espaço entre um e outro é você que define. O organismo dirá o quanto é necessário, basta escutá-lo. Nessa posição erga os ombros, estique o abdômen, estufe o peito. Respire quantas vezes achar necessário, pelo nariz e de boca fechada. Dois minutos é o tempo mínimo necessário, (você poderá ficar mais), para que o universo comece tomar conta de você e devolver-lhe o entusiasmo e a motivação, para viver e viver melhor. Em seguida estique bem as pernas, com os pés ligeiramente afastados, formando um pedaço de pizza. Abra bem os braços formando uma cruz e depois de abrir e fechar fortemente cada uma das mãos por seis vezes ou mais, dobre os braços em direção ao seu corpo, eleve as palmas das mãos em direção ao céu e diga com convicção a seguinte expressão: eu sou (seu nome) e sou feliz por isso. Faça este exercício, retome a vida, a saúde, os sonhos os empreendimentos, o ânimo, a coragem, dispense a morte prematura e abrace a vida. Você a merece, porque Deus o fez existir. Tenha um grande sucesso no trabalho e deixe o mundo correr como queira, pois cada um colherá aquilo que plantou. 

Autor: Amani Spachinski de Oliveira


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