Poemas De Desesperos



OLHOS

Eliomar Rodrigues-Rocha

Puxados,
Graúdos,
Escuros,
Brancos,
Brilhantes,
São teus olhos
Morenos,
Morena!

 
ANGÚSTIA

Aquela noite foi uma eternidade,
Meu cérebro não funcionou,
E a grande temeridade
Foi o que você falou.

Eu sei que são horríveis,
E até mesmo terríveis:
A distância, a lembrança, a dor,
E terrível, é a falta de um amor.

Que posso eu fazer
Se o destino assim quis?
E por mais lhe bem querer
Não pude; não podes ser feliz?

Melhor separar agora
Nossos sonhos, nossas frustrações,
Pois mesmo quando se chora
Sofremos, mas aliviamos as tensões.

Prefiro correr o risco,
De estragar ainda mais minha vida,
Se é que ainda a tenho.
Li um pensamento parecido

Com agora vou escrever:
Quando não se tem sonhos
Deixa-se de viver
Passamos a existir apenas

Como coisas...
Qualquer coisa...
Sem querer.
 

APERTO

Abafado,
Sufocado
Meu peito, minha vida,
Minha lida,
Meu rasgado
Coração,
Que ficou magoado,
Exaltado,
Virado,
Emborcado,
Por crer no amor...
Talvez fosse melhor
Ter me atirado
De um barranco,
Sem espanto,
No riacho
Por esse cambalacho
Que é o amor!

 
ESCLARECIMENTO

De nada adianta
Esconderes o que sentes
Pois sinto que andas
Com algo na mente.

Queres me dizer,
Mas o receio é tremendo.
Preferes sofrer
Do que abrires o jogo

Deixar esse fogo
Que te faz enegrecer
Perder
E ao mesmo tempo querer

Ter-me
Ser-me
E viver essa louca aventura
Esse grande desejo.
Saiba o que mais almejo Você!

 
DEPRÊ

Veio a depressão,
Veio a agonia,
O tédio.
Estou só...
Sozinho na escuridão.
Gaivotas gigantes
Carregam-me
Por sobre a terra
E mar.
Levam-me a lugar
Nenhum.
Cada batida
Do meu coração
Cada orgasmo,
É um desespero.
Tudo parece infindável.
Procuro segurar as coisas
Os amigos,
O carinho,
As lógicas das coisas,
O amor...
Mas, não sei se sei,
O que é a coisa
O amigo,
O carinho,
A lógica.
Meu cérebro funciona a mil
Elevado ao quadrado
Embaralham-se as cartas,
As idéias,
As sensações,
As imagens.
Sinto que não há mais vida,
Apenas uma louca e rápida
Viagem.

 
OMBRO

Hoje sou mágoa,
Sou águas
Passadas.
Num choro convulso
Confuso
Agarrei-me aos amigos
Ou único amigo
Dentre muitos.
Ouviu-me
Compreendeu,
Sofreu,
Padeceu comigo.
Meu A
Meu MI
Meu GO
Falhei-lhe
Verdades
Eternidades
E as beldades
Com lealdade.
Senti-me melhor
Ou pior, nem sei!
Mas, no desespero
Não se pode
Esconder
Antes, dizer
O que fui
O que sou
O que estou
O que ficou de mim.

Poemas escritos em 1992 Lábrea-AM.

Autor: Eliomar Rocha


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