O Ensino de Arte no Brasil



A Arte é algo fantástico, a minha primeira formação acadêmica é em Música e trabalhando não só com ela, mas com as demais linguagens artísticas, vejo o quanto ela contribui para o desenvolvimento dos alunos, mas, infelizmente, muitos não sabem o que deve ter numa aula de Arte e acabam tendo uma visão equivocada sobre o assunto.

Por que se ensinar Arte? Muitas pessoas acham que aula de Arte é desenhar e pintar, porém é importante saber que Arte não é apenas desenhar e pintar ou simplesmente pensar que é uma aula de desenho, pintura ou geometria, há muitos outros fatores que fazem com que esta disciplina, vista como desnecessária por muitos, seja muito importante.

A Arte faz com que o ser humano possa conhecer um pouco da sua história, dos processos criativos de cada uma das linguagens artísticas, o surgimento de novas formas de realizá-la, sempre se aprimorando no decorrer dos anos.

A Arte além de integrar pessoas, faz com que elas tenham uma outra forma de se expressar, podendo através dela demonstrar aquilo que sente ou pensa, além de fazer com que a pessoa tenha uma análise crítica daquilo que vê, ouve, assiste ou faz, tendo uma base para poder construir uma idéia ou projeto.

Através da Arte é possível realizar muitas coisas, pois com ela, as pessoas podem demonstrar aquilo que sentem através de uma tela, de uma poesia, de uma música, de uma representação, de uma dança, de uma escultura, etc, podendo compartilhar suas idéias com as demais pessoas.

Atualmente, o ensino de Arte é diversificado, não sendo voltado apenas para Desenho Geométrico ou Artes Plásticas, mas, também, é voltado para outras linguagens artísticas como a dança, a música e o teatro, que muito enriquecem a formação dos educandos, por exemplo, a música faz com que o aluno tenha mais concentração e coordenação motora, a dança contribui para a coordenação motora e o teatro, para um trabalho em equipe e para que eles possam se relacionar melhor com os colegas de classe, professores e familiares, fazendo com que o rendimento escolar dos mesmos possa melhorar, além de melhorar o convívio social e mudar a vida de muitos deles.

Espero que com esta leitura, as mentes possam se abrir para que todos possam realmente saber a importância da Arte e um pouco do que é ensinado em cada uma das linguagens artísticas, bem como uma breve descrição de alguns momentos históricos de cada uma das linguagens. Boa leitura.


O que é Arte?

Antes de se falar sobre o Ensino de Arte, é importante saber o que significa esta palavra, BERTELLO (2004) diz que para muitos a Arte é vista como uma palavra difícil de ser entendida, mas na verdade não é, tendo em vista que todos têm contato com ela diariamente. Cada pessoa pode ter a sua idéia sobre o que é Arte, e, muitas dessas idéias estão corretas, afinal, quem nunca realizou um desenho, nunca mexeu com tinta, nunca viu ou ouviu um artista cantando, nunca assistiu uma peça ou um filme? Creio que todos já tiveram contato com pelo menos uma dessas manifestações artísticas.

Defino Arte como algo maravilhoso, que dá prazer às pessoas, pois a Arte contribui para a felicidade do ser humano, seja em quaisquer das formas de linguagem artística, porém, não se resume somente a isto, a Arte é mais, com ela aprendemos um pouco do nosso passado, através das obras de arte feitas nos períodos mais distintos, podendo analisar o contexto histórico para verificar o que o artista quis expressar.

Quando uma pessoa aprecia uma obra de arte, seja ela, um quadro, uma escultura, uma música, uma dança, uma representação cênica, é importante que ela não seja apenas, uma apreciadora passiva, mas que ela, saiba analisar a obra em vários contextos.

Segundo BARBOSA (1994), o ensino da Arte deve seguir, o que ela chama de Metodologia Triangular que é composta pela História da Arte, pela leitura da obra de arte e pelo fazer artístico, ou seja, a pessoa que aprende Arte, deve saber, não apenas fazer algo, mas também saber de onde veio aquilo que ela está fazendo, o que levou aquelas pessoas a fazerem aquela obra, para assim, fazerem a leitura da obra, podendo perceber a mensagem o que o artista quis passar através da sua obra. Além disso, ao criarem suas obras artísticas, poderão criar algo que transmita uma mensagem, dando sentido à Arte. Isso não significa que a técnica deva ser deixada de lado, é importante que o aprendiz venha a conhecê-las para aprimorar cada dia mais o seu trabalho, mas, a técnica sozinha, não dá sentido à obra.

O Ensino de Arte no Brasil

Antes de falarmos sobre como é o ensino de Arte nas diferentes artísticas, é importante sabermos um pouco, do panorama histórico dele, aqui no Brasil.

Em 1816, D. João VI trouxe a Missão Francesa com o intuito de formar uma Escola de Arte, que teve os seus trabalhos iniciados dez anos mais tarde, mas devido ao custo elevado, eram poucos que tinham a oportunidade de estudar Arte.

A partir da década de 1870, período de grandes transformações culturais, não só no Brasil, mas, também, nos EUA, o ensino de Arte foi voltado para a formação de desenhistas.

Entre 1890 e 1920 predominavam, aqui no Brasil, a cópia de quadros e o desenho geométrico. A partir de 1920, a Arte passa a ser incluída no currículo escolar como atividade integrativa, apoiando o aprendizado de outras disciplinas, porém, os exercícios de cópia são mantidos.

Em 1922, com a Semana de Arte Moderna, a Arte-Educação no Brasil teve um grande impulso, com as idéias de livre expressão, trazido por Mário de Andrade e Anita Malfatti que acreditavam que a Arte tinha como finalidade principal permitir que a criança expressasse seus sentimentos e também tinham a idéia de que ela não é ensinada, mas, expressada.

Em 1948, o artista plástico Augusto Rodrigues, após saber que uma mostra de arte infantil foi excluída por ter interferência adulta e alguns clichês, resolveu criar a Escolinha de Arte, onde era valorizada a capacidade criadora.

A partir dos anos 50, além de Desenho, passaram a fazer parte do currículo escolar as matérias: Música, Canto Orfeônico e Trabalhos Manuais, que mantinham de alguma forma o caráter e a metodologia do ensino artístico anterior. O ensino e a aprendizagem estavam concentrados na transmissão de conteúdos a serem reproduzidos, não se preocupando com a realidade social e nem com as diferenças individuais dos alunos, ou seja, a chamada Pedagogia Tradicional.

O Brasil ainda passou nas décadas de 50, 60 e início da década de 70, pela fase da Pedagogia Nova, que tinha como ênfase a livre expressão e a espontaneidade e pela Pedagogia Tecnicista, onde o aluno e o professor tinham um papel secundário,
tendo como elemento principal, o sistema técnico de organização. Neste período, nas aulas de Arte, os professores enfatizavam um saber construir reduzido dos aspectos
técnicos e do uso diversificado de
materiais, caracterizando pouco compromisso com o conhecimento da linguagem artística.

Em 1971, "iniciou-se" uma Pedagogia Libertadora, graças aos ideais do grande educador Paulo Freire, que era voltada para uma perspectiva de consciência crítica da sociedade.

A Arte foi incluída no currículo escolar, desde 1971, com o nome de Educação Artística, através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ainda como "atividade educativa" e não como disciplina, sofrendo em 1988, a ameaça de ser excluída do currículo, a partir das discussões sobre a Nova Lei de Diretrizes e Bases: "(...) convictos da importância de acesso escolar dos alunos de ensino básico também à área de Arte, houve manifestações e protestos de inúmeros educadores contrários a uma das versões da referida lei, que retirava a obrigatoriedade da área". Por não ser uma considerada uma disciplina, a Educação Artística não tinha o "poder" de reprovar nenhum aluno e fazia com que os mesmos não tivessem interesse pela mesma, fazendo com que ela fosse vista como aulinha de desenho e o professor visto como organizador de festas e eventos na escola.

A partir dos anos 80, passam-se a discutir novas técnicas educacionais, aonde segundo BARBOSA (1994), o ensino da Arte deve seguir o que ela chama de Metodologia Triangular que é composta pela História da Arte, pela leitura da obra de arte e pelo fazer artístico, ou seja, a pessoa que aprende Arte deve saber, não apenas fazer algo, mas, também saber de onde veio aquilo que ela está fazendo, o que levou aquelas pessoas a fazerem aquela obra, para assim, fazerem à leitura da obra, podendo perceber a mensagem o que o artista quis passar através da sua obra. Além disso, ao criarem suas obras artísticas, poderão criar algo que transmita uma mensagem, dando sentido à Arte. Isso não significa que a técnica deva ser deixada de lado, é importante que o aprendiz venha a conhecê-las para aprimorar cada dia mais o seu trabalho, mas, a técnica sozinha, não dá sentido à obra.

Até o surgimento da nova LDB e dos novos PCN's, prevalecia o ensino das Artes Plásticas.

Com a LDB de 1996 (lei no. 9.394/96), revogam-se as disposições anteriores e a Arte é considerada disciplina obrigatória na educação básica conforme o seu artigo 26, parágrafo 2° que diz que o ensino de arte constituiria componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, visando o desenvolvimento cultural dos alunos.

Segundo FERRAZ et al. (1993), nas aulas de Arte devem ser trabalhados o mundo do educando, propiciando-lhes contato com as obras de arte, desenvolvendo atividades onde o mesmo possa experimentar novas situações, podendo compreender e assimilar mais facilmente o mundo cultural e estético e que compete ao professor um contínuo trabalho de verificação e acompanhamento em seus processos de elaborar, assimilar e expressar os novos conhecimentos de arte e de educação escolar dos aprendizes em Arte, ao longo do curso, e que a avaliação deve estar centrada em todo o processo de ensino-aprendizagem.

Atualmente o ensino de Arte está voltado para as linguagens de Música, Dança, Teatro (Artes Cênicas) e Artes Plásticas.
Em 2008, com a aprovação da Lei Federal nª 11.769, o ensino de música passou a ser obrigatório, devendo ser ministrado por professor com licenciatura plena em Música, tendo os sistemas de ensino, três anos para se adequarem às mudanças.

O Ensino de Música

A música surgiu quando o homem descobriu que, batendo um objeto no outro, ele produzia sons e que isso não era simplesmente, um tanto de barulhos. A música teve várias funções no decorrer da história, como para louvar os deuses, exaltar autoridades, lutar, etc. e foi sistematizada como conhecemos hoje, na Grécia, porém, foi Guido D'Arezzo, monge italiano, quem colocou os nomes das notas musicais como conhecemos hoje - já que os gregos utilizavam as letras do alfabeto, de A (lá) à G (sol), utilizando o Hino a São João, em latim.

Posteriormente, o Ut foi substituído pelo Dó, pelo fato do Ut ser considerado muito difícil para cantar.

Atualmente, a música está presente no dia-a-dia de todas as pessoas que ouvem, mas nem todos que a ouvem, sabem o que é música. Para saber o que é música, é preciso primeiro ter conhecimento do que é som, e, som, nada mais é do que a vibração produzida nos corpos elásticos e essas vibrações podem ser:

- regalares: aquelas que possuem altura definida, ou seja, quando conseguimos ouvir que ali foi produzida uma nota musical, como dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, bem como suas variações com sustenidos e bemóis;

- irregulares: as vibrações irregulares são todos aqueles barulhos que ouvimos no dia-a-dia, que podem ditar o ritmo para uma música, como a batida de um instrumento de percussão (menos marimba e xilofone, que produzem sons regulares) ou barulhos do dia-a-dia, que compõem a paisagem sonora, como a sirene de uma ambulância, o som das britadeiras de operários, o som de marretas, o som da buzina dos carros, o som dos aviões e outros inúmeros sons, na qual não podemos distinguir a altura.

Bom, agora que sabemos o que é som? O que vem a ser Música? Segundo MED (1996, p. 11), "Música é a arte de combinar os sons simultânea e sucessivamente, com ordem, equilíbrio e proporção dentro do tempo." Com isso, podemos ter uma boa idéia do que vem a ser música, falando sobre suas principais partes, sem, porém, citar os seus nomes: harmonia (sons simultâneos, ou seja, aqueles que são tocados ao mesmo tempo), melodia (sons sucessivos, ou seja, aqueles que são tocados um após o outro) e ritmo (o andamento, velocidade da música).

O objetivo do ensino de música na educação básica, não é de se formar músicos, mas sim de formar bons ouvintes, que tenham noções daquilo que forma a música (harmonia, melodia e ritmo), bem como as suas propriedades que são:

-Altura - através dela podemos identificar se um som é grave (grosso) ou agudo (fino);

-Intensidadeatravésdela podemos perceber a força com que o som foi produzido, ou seja, o volume do som, quemuitoschamamerroneamentede altura;

-Timbre - através dele podemos identificar os instrumentos que compõem a música;

-Duração - através dela podemos terumanoçãodotempoutilizadona música, podendo identificar compassos ou andamentos.

A música sempre esteve muito ligada à poesia, antes enquanto era executada, eram recitadas poesias, com o tempo elas passaram a se unir, sendo a música a parte instrumental/vocal e a poesia, a letra da música em si.

Agora, por que estudar música? Segundo SCHAFFER (1991), o ensino da música ajuda a criança na coordenação do ritmo do corpo, como o andar, caminhar, correr, saltitar, balançar, podendo sincronizar-se bolas que pulam com as ondas do mar; galopes de cavalos e outros ritmos da natureza.

O trabalho com o canto envolve a voz, que por sua vez cuida da respiração. Ao se produzir sons com objetos, inventando uma linguagem própria, dirigindo a educação no rumo da experiência e da descoberta.

Para se ter uma boa noção de tudo isso é importante que o estudante seja treinado auditivamente, pois, treinando o seu ouvido, conseguirá identificar as propriedades do som, que segundo JEANDOT (1990) é chamada de escuta crítica, ou seja, a pessoa não apenas ouvirá a música, mas sim, identificará os elementos que a compõem.

Como aprender tudo isso? Assim, como em tudo na vida, para se aprender música e necessário muito treino, seja para entendê-la ou para se tocar ou cantar bem. Para que a pessoa aprenda música, existem várias formas e métodos, um deles, que é muito utilizado na educação básica, é o método da utilização de jogos e brincadeiras, que funciona muito bem, principalmente com as crianças, e que pode ser adaptado para jovens e adultos, através das associações, por exemplo, para se identificar um intervalo musical, podemos utilizar trechos de alguma música conhecida, preferencialmente o início de alguma música. Com as crianças podemos utilizar cantigas de roda, criar com elas escritas musicais alternativas, etc., fazendo com que elas tenham uma noção rítmica, harmônica e melódica do que estão realizando.

Outra coisa importante para aprender música, é ouvir bastante e imitar os sons que são ouvidos, adquirindo influências de alguns artistas, para com o tempo, poderem criar a sua própria identidade musical. No canto, por exemplo, para se adquirir afinação, é preciso treinar bastante a respiração (ela deve ser igual a de um bebê, diafragmática), além de se imitar as notas musicais, para afinar a voz e ter hábitos saudáveis de alimentação.

Além disso, é importante se aprender música, para avaliar aquilo que se ouve, independentemente do gosto, saber analisá-las sobre um ponto de vista técnico, mesmo que mínimo, podendo analisar criticamente uma obra musical, analisando todos os elementos nela presentes.

Uma atividade que pode integrar música e artes plásticas é a criação de instrumentos musicais com objetos considerados como lixo, que vão trabalhar com a criatividade dos alunos, obtendo sonoridades diferenciadas e estilos diversificados, além de desenvolver o consciente dos alunos quanto à preservação do meio ambiente.

O Ensino de Dança

O que é dança? Dançar é se expressar através de movimentos coordenados e segundo PORTINARI (1989), a dança é a representação de aspectos culturais humanos, tendo sua essência no estudo e na prática da qualidade do movimento. Além do movimento, há mais duas características, consideradas principais na dança: o corpo e o espaço.

Como surgiu a dança? A dança, assim como as outras manifestações artísticas, inicia-se com manifestações primitivas, segundo FARO (1998), a dança surgiu na religião e por algum tempo, foi privilégio dos sacerdotes, que a realizavam em cerimônias e, após esse período, passou muito tendo sendo praticada somente por homens.

Somente muito tempo depois, a dança passou a ser considerada como uma expressão artística, lingüística e cultural, ganhando novo status, deixando o espaço público e ganhando novos espaços e prestígio, enquanto forma de arte, penetrando nos mais variados ambientes sociais. Surgem então, os bales, as companhias de dança e os profissionais da dança, inclusive aquele profissional que se torna o responsável pela montagem do espetáculo, o coreógrafo.

O Bale Clássico tinha como ideal a superação da gravidade, com isso, os dançarinos procuravam se manter nas pontas dos pés, tendo como grandes expoentes Marius Petipa e Diaghilev.

O Bale Moderno procurava ser uma dança mais livre e teve como principal nome Isadora Duncan, que foi a primeira bailarina a dançar com os pés no chão e a aparecer no palco sem malha.

No Brasil, o Rio de Janeiro foi o berço do primeiro corpo de baile em 1936, sendo considerado o segundo mais antigo das Américas. Após esse período, a dança se espalhou muito por aqui.

Para FARO (1998), a dança contemporânea é tudo aquilo que se faz hoje dentro da dança, não importando estilo, procedência, objetivos ou formas e que os coreógrafos da atualidade são altamente intelectualizados.

Qual a importância de se aprender dança? A dança além de relaxar, faz com que as pessoas possam se expressar através dos movimentos, utilizando o corpo e o espaço.

A dança só passou a ter presença na educação brasileira a partir de 1997, ganhando reconhecimento nacional como forma de conhecimento a ser trabalhado na escola.

Assim como nas outras linguagens artísticas, para se aprender a dançar, é necessário muito treino e dedicação, além de se colocar sentido naquilo que está fazendo. Não podemos esquecer que ela é uma manifestação artística e que é importante se conhecer os seus fundamentos e a sua evolução histórica, para que os estudantes possam com o tempo, entender a mensagem que ela transmite nas suas mais variadas formas de apresentação.

MARQUES (2003) diz que uma postura crítica em relação ao ensino de dança, engloba conteúdos bem mais amplos e complexos do que uma coreografia de carnaval ou a reprodução de uma dança popular.

Infelizmente, ainda há muito preconceito em se aprender dança, uma vez que os homens a acham como algo estritamente feminino, coisa que não é verdade, tanto que ela por um bom tempo, como citado acima, foi privilégio somente do sexo masculino.

A dança é uma arte que faz com que o educando desenvolve a sua coordenação motora, além de proporcionar ao aluno novas formas de se pensar sobre algo, transmitindo mensagens através dela.

A dança por muito tempo esteve ligada a outras linguagens artísticas, como a música, mas hoje ela pode ser considerada independente, pois é possível realizá-la separadamente da música ou de outra linguagem. Porém, é válido ressaltar que é muito importante que as linguagens artísticas estejam interligadas.

Para MARQUES (2003), a barreira estabelecida pela idéia que conversar não é dança, deve ser quebrada, conversar em si, realmente não é dança, mas é possível estabelecer em sala de aula, através dela, um espaço para discussões que levem a um processo de reflexão, pesquisa, comparação e desconstrução da dança, sendo possível desenvolver o espírito crítico e criar as condições necessárias para a prática da dança na escola.

E importante que as aulas de dança sejam um espaço para que os educandos criem movimentos para representar situações do dia-a-dia ou até mesmo fazer uma releitura de algum outro elemento presente em outra linguagem artística, além disso, é importante estar atento à inclusão, mostrando ao portador de necessidade especial que ele também é capaz de representar algo através da dança, junto a isso, é importante saber o processo de criação em dança e como estar intervindo na sociedade através dela, mostrando outras formas de se entender e viver a dança, diferentes das formas como são difundidas pela mídia, podendo assim, mostrar o quão importante é esta arte chamada dança.

O Ensino de Teatro

Quem nunca imitou alguém nesta vida? Ou procurou viver situações irreais numa inocente brincadeira? Quem nunca virou cambalhota ou estrelinha, ou ainda, tentou fazer malabarismo ou mágica? Pois bem, acredito que todos, pelo menos um dia na vida já foram atores, ou seja, já representaram algo.

Segundo BERTHOLD (2000) há várias fontes que podemos considerar para o surgimento do teatro, como por exemplo, as danças e os costumes populares, ela diz que o teatro primitivo tem como base os impulsos vitais, os costumes dos povos, a religiosidade, etc.

Na Grécia, o teatro foi um importante instrumento educacional na medida em que disseminava o conhecimento e representava para o povo, o único prazer literário disponível.

Em Roma, tragédia e comédia tinham tratamento diferenciado e as personagens eram criadas de acordo com o tipo da obra.

No período medieval, foi o teatro que proporcionou educação às massas.

Na renascença, as atividades dramáticas surgiram em quase todas as escolas, e, enfim, a história do teatro acompanhou a história da humanidade, tendo cada povo a sua forma de representar, ganhando no decorrer nos séculos, principalmente com o pensamento humanista, mais espaço na área da educação.

O teatro pode estar ligado ou não com outras linguagens artísticas, como, por exemplo, com a música, num musical ou numa ópera e com as artes plásticas na confecção dos cenários.

A arte de se representar consiste em viver a vida de outra pessoa (personagem), coisa que fazemos desde criança, sem percebermos.

O ensino de teatro, assim como o de qualquer outra linguagem, não deve ser voltado para a formação de grandes atores, mas, para desenvolver a concentração dos estudantes, ajudá-los a trabalhar em equipe e também a se desinibirem com a presença do público. Além disso, é importante saber a estrutura de uma peça teatral, para saber analisar o que se passa em uma que venha assistir.

Segundo DESGRANGES (2003), o teatro deve funcionar como instrumento de denúncia, revelando bastidores da cena da vida, dando condições para que o telespectador perceba, negue ou modifique a sua conduta. Isso nos leva ao papel de fazer com que algo seja modificado através da arte.

Como citado acima, o objetivo do teatro na escola, não é de se formar atores, o teatro na educação básica, é trabalhado principalmente com jogos envolvendo a dramatização de situações cotidianas, que acaba ajudando o estudante nas outras disciplinas e também, no seu dia-a-dia fora do ambiente escolar,

O grande nome do teatro na área educativa foi Viola Spolim, que foi a sistematizadora de uma proposta para o ensino de teatro através dos jogos teatrais.

COURTNEY (2001) destaca que na escola deve haver distinção entre duas formas de Educação Dramática, a primeira que é o método dramático, que envolve os jogos dramáticos, que segundo o autor são reflexos do inconsciente da criança; e, segundo, que é o jogo dramático, como tal, que seria o teatro em si, a representação, visando o desenvolvimento da criança.

O jogo reforça a passagem da representação em ato para a representação em pensamento.

Além dos jogos dramáticos, existem outros tipos de jogos que são os jogos teatrais, na qual KOUDELA (2001) cita que Viola Spolim estabelece uma diferença entre eles, segundo ela, assim como um adulto, a criança gasta muitas horas do dia fazendo um jogo dramático subjetivo. Ao passo que a versão adulta consiste usualmente em contar estórias, devaneios, tecer considerações, identificar-se com as personagens de TV etc., a criança tem, além destes, o faz-de-conta, onde dramatiza personagens e fatos de sua experiência. Ao separar o jogo dramático da realidade teatral e, em segundo momento, fundindo o jogo com a realidade do teatro, o jovem ator aprende a diferenciar sobre o que é ilusão e o que é realidade, no meio de seu próprio mundo. Para uma melhor compreensão podemos dizer que jogos dramáticos são aqueles em que são feitas representações sem uma determinada regra, enquanto nos jogos teatrais, as representações são feitas seguindo alguma regra.

Segundo JAPIASSU (2001), a avaliação em teatro deve ir além das avaliações coletivas e auto-avaliações, verificando também questões que tenham surgido no processo de trabalho, bem como os conceitos adquiridos pelos alunos. Além disso, o professor não deve se preocupar em manter um plano de aulas rígido, pois poderão ocorrer imprevistos.

Além do Teatro, devem ser trabalhadas atividades voltadas para o circo e o cinema, falando sobre a forma em que as atrações são produzidas, bem como o seu processo histórico, além do rádio e da TV.

O Ensino de Artes Plásticas

Por muito tempo, as aulas de Arte estiverem muito voltadas para essa área e até hoje em algumas redes de ensino, continua sendo a mais utilizada. Pois bem, o que seria Artes Plásticas? Artes Plásticas é o conjunto das artes voltadas para o visual, por isso, também chamada por muitos de Artes Visuais, é nas Artes Plásticas que o artista mostra aquilo que pensa ou que quer expressar, através das imagens. Entre os elementos que fazem parte das Artes Plásticas estão: Recorte e colagem, cerâmica, escultura, fotografia, gravura, quadrinhos, pintura, tapeçaria, web art, etc.

E importante que desde a educação infantil, as crianças tenham contatos com as cores e com as formas geométricas.

As Artes Plásticas, assim como as outras linguagens, surgiram basicamente, junto com o surgimento do homem, o homem pré-histórico já desenhava, com elementos da natureza, nas paredes, a chamada arte rupestre.

Ao passar dos anos, a arte foi evoluindo, na Idade Antiga, podemos destacar a construção das pirâmides no Egito, grandes obras arquitetônicas. Nesse período, surge a escrita.

Os gregos e os romanos também deixaram suas marcas, os gregos tinham o ideal de perfeição em suas obras e os romanos procuravam retratar as coisas como realmente eram.

Na Idade Média podemos destacar três estilos: o bizantino, o romano e o gótico. No estilo bizantino podemos destacar os mosaicos, os domos centrais nas igrejas e os ícones. No estilo romano, os afrescos, os arcos cilíndricos nas igrejas e as esculturas estilizadas. No estilo gótico destacamos os vitrais e as catedrais com arcos em ponta.

Ainda na Idade Média surge o Renascimento, e, com ele, o homem passa a voltar mais para si e a fazer uma arte para ele mesmo, diferentemente do que era feito antes, pois a arte era voltada para a igreja. Nesse período a beleza ideal tinha grande importância. Após o Renascimento surgem vários movimentos que duraram até o século XIX, entre esses movimentos destacam-se:

Barroco:Segundo

STRICKLAND (1999), foi a era do ornamento, entre suas principais características temos representações baseadas em ações físicas, sombreados sutis, uso de tons voltados para o marrom e para o dourado, etc.;

-Neoclassicismo: Período onde há o uso de linhas, o uso de tons claros, etc., esse período procurava resgatar elementos da arte greco-romana;

-Romantismo: Período em que se valorizavaaintuição,aemoçãoea imaginação,temcomocaracterísticasa riqueza das tonalidades, contrastes fortes de luz e sombra, pinceladas rápidas, uso da
diagonal, etc.;

-Realismo: Procurava trazer uma sensaçãodesobriedade,procurando mostras as coisas como realmente eram.

Ainda neste período, podemos destacar a Art-Nouveau - movimento que se opôs à esterilidade da era industrial, o Impressionismo - movimento que marcou a primeira revolução artística após o Renascimento, o Pós-Impressionismo, o Expressionismo - movimento que queria trazer emoções extremas, induzindo uma forte reação no espectador e o Simbolismo movimento que foi o precursor do Surrealismo e que tinha como característica o descarte do mundo visual em favor da fantasia.

No século XX, surge a arte moderna, com destaque para os seguintes movimentos: Fovismo — conhecido como movimento de explosão de cores, pelo uso de cores vivas, Futurismo- procurava mostrar movimentos, Construtivismo-mostrava a tecnologia moderna através do uso de formas geométricas, Preciosismo -procurava retratar formas urbanas, Cubismo movimento que fazia uma desconstrução da imagem, e, Surrealismo -movimento que mistura elementos reais com elementos irreais.

Ainda no século XX, surge a arte contemporânea, que segundo STRICKLAND (1999), abriga todos os tipos de artistas e tendências e não se restringe a uma determinada área geográfica, entre os movimentos temos: Op Art - movimento em que a arte era construída criando uma ilusão óptica, Arte Pop - movimento em que era utilizado o uso repetitivo das mesmas figuras, imagens de artistas famosos e cores vivas, Happenings, Minimalismo movimento em que não se usava muitos detalhes, Movimento Cobra e Arte Conceituai- onde o conceito valia mais do que a obra em si.

É importante que o educando saiba de onde surgiu aquilo que ele está fazendo, quais eram as técnicas utilizadas, sendo assim, a História da Arte, de fundamental importância para o aprendizado do aluno, pois se tendo conhecimento dela, se saberá de onde surgiu determinado estilo e o que levou cada artista a fazer determinada obra, dando sentido à obra.

Porém, antes de se saber a História da Arte, é importante que o aluno, ao longo do seu processo de escolarização, aprenda as técnicas, como o uso dos materiais(lápis de cor, tinta, carvão, lápis de desenho, réguas, compasso, pincéis, etc.), bem como algumas teorias e técnicas.

É importante que o aluno aprenda sobre as cores primárias, secundárias e terciárias, monocromia, policromia, diferenciação e construção de objetos bidimensionais e tridimensionais, a fazer recortes, colagens e dobraduras, técnicas de esboço -- para facilitar o desenho de alguns objetos etc.

Além disso, é fundamental que no ensino de Artes Plásticas, o aluno aprenda a ler as obras de arte, sejam elas quadros, fotografias, esculturas ou outras, analisando o que o artista usou para realizar a obra e os motivos que o levaram a fazê-la, além de fazer intervenção nas mesmas, através de releituras.

As técnicas e recursos assimilados devem ser usados e aprimorados conforme se estuda para que o aluno abra um leque de formas de se realizar as suas atividades, não substituindo uma coisa pela outra, mas sim, agregando-se conhecimentos.

O uso de imagens contribui em muito para o aprendizado das Artes Plásticas, pois dará uma base para que o aluno desenvolva a sua criatividade e o seu potencial.

Segundo HERNÁNDEZ (2000), o estudo da Arte contribui para diversas coisas, entre elas: a cultura visual como universo de significados, a Arte como construção e representação social, a perspectiva de pesquisa sobre a compreensão, a compreensão no ensino da Arte e uma interpretação crítica da realidade e destaca o uso de um portfólio para se registrar o que foi aprendido ou até mesmo ensinado.

Com esses elementos, o aluno poderá refletir sobre o seu processo de aprendizagem, transmitir pensamentos através da arte e entender o que o artista quis transmitir através da imagem ou objeto que produziu.

Portanto, não só as Artes Plásticas, mas as linguagens artísticas em geral, contribuem para a formação de cidadãos críticos e conscientes daquilo que fazem.



Considerações Finais

A Arte é algo fantástico que está presente na vida de todos, podemos ver que ela é algo difícil de ser definido e que cada pessoa pode ter uma definição sobre o que ela venha a ser, sem necessariamente estar errado e que quem dá o estatuto de arte para as obras são profissionais das respectivas áreas artísticas, os chamados críticos.

O ensino de Arte no Brasil deu-se início no século XIX, quando D.João VI trouxe para o Brasil, a Missão Francesa, mas infelizmente, ela foi privilégio de poucos. No seu início, o ensino de Arte era voltado para reproduções de obras de Arte, ou seja, o aluno deveria produzir cópias dos quadros que via. Por muito tempo, somente o desenho era ensinado, por um breve período de tempo, a música também teve seu espaço. Em 1922, com a Semana de Arte Moderna, muitos artistas participantes, acreditavam que o ensino de Arte deveria ser voltado para a livre expressão artística, porém, demorou muito, para que esse pensamento fosse posto em prática, passando o Brasil, por diferentes fases, até que em 1971, com a então, nova LDB 5692/71, o ensino de Arte passa a ser incluído oficialmente no currículo escolar, mas como uma atividade educativa, somente em 1996, a Arte passa a ser disciplina obrigatória com a LDB 9394/96 e passa a dar espaço para as demais linguagens artísticas como a música, o teatro e a dança, com a publicação do novos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN's.

Começando pela música, vimos que ela surgiu há muito tempo, quando o homem começou a bater objetos uns contra os outros, produzindo algo que não era somente um simples barulho e que a música foi evoluindo com o tempo, sendo utilizada em cerimônias religiosas e para dar prazer às autoridades (reis, por exemplo). O ensino de música deve estar voltado para a percepção rítmica, harmônica e melódica do educando, podendo ser trabalhada de diversas formas, não se preocupando na formação de músicas, mas, sim, colaborando com a concentração e com a coordenação motora dos alunos, formando bons ouvintes.

A dança, diferentemente do que muitos pensam, foi por muito tempo privilégio somente dos homens e teve início em cerimônias religiosas, a dança evoluiu bastante com o tempo, passou a incluir o currículo de Arte em 1997 e tem como objetivo melhorar a coordenação motora corporal dos alunos, além disso, faz com que os alunos tenham uma visão mais ampla do que é a dança, não se prendendo somente ao que a mídia transmite.

Assim, como as outras linguagens artísticas, o teatro, que pertence às Artes Cênicas, surgiu desde os primórdios da humanidade, tendo cada povo contribuído um pouco para a sua evolução, sendo utilizado como instrumento educativo por alguns povos, pois transmitia o conhecimento literário para todos, o ensino de teatro é voltado para jogos, que podem ser dramáticos e/ou teatrais, sendo que os dramáticos não possuem regra definida e os teatrais possuem, vimos que o ensino de teatro, ajuda em diversos fatores como o convívio em sociedade, o trabalho em grupo, a concentração, a memorização, etc., além disso, contribui para que o educando possa fazer uma análise daquilo que assiste em teatros, cinemas ou na TV.

As Artes Plásticas ou Artes Visuais contribuem em muito para o desenvolvimento motor dos alunos, vimos que ela surgiu desde a pré-história, quando o homem escrevia nas paredes das cavernas, através de desenhos e que a mesma foi evoluindo com o tempo, assim como as outras linguagens, é através do seu ensino que o aluno aprende a construir suas obras visuais, como esculturas, fotografias, desenhos e pinturas, além de conhecer o seu processo histórico e o seu contexto, podendo assim, analisar obras de arte dos mais diversos períodos históricos, podendo analisar melhor uma obra.

Por fim, a Arte em muito contribui para a formação do ser humano, espero ter contribuído para que o olhar em relação a ela tenha sido ampliado, levando você a um conhecimento, mesmo que básico, sobre as linguagens artísticas e a forma como cada uma delas surgiu e é ensinada, atualmente, além dos objetivos de cada uma.


Referenciais Bibliográficos

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Autor: João Bezerra da Silva Júnior


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