Conhecendo Havana - Capital Cubana



Fidel Castro ainda estava no poder, fui conhecer seu país. Cheguei em Havana, capital cubana, numa linda manhã de sábado, com um sol brilhante de um lindo dia. Emocionado com a viajem e feliz por estar na terra de Fidel. O meu ídolo, desde a minha adolescência apaixonado pela revolução cubana, nos idos de 60.

Havana é uma cidade histórica muito bonita pelas suas características coloniais e culturais, que se posiciona como um grande centro turístico internacional. É a principal cidade do país e a mais populosa, com mais de 2 milhões de habitantes. Está subdividida em 15 municípios, com uma extensão territorial de 724 km2. É banhada pelo o rio Almendares, que começa ao sul e deságua ao norte. A capital Havana destaca-se como um dos principais centros na indústria de fabricação de peças para máquinas, charutos, cigarros, refrescos, leite, sabonetes, perfumes, papel e papelão, material de construção e fabricação de barcos de pesca. O seu porto, é de maior importância para o país, com o movimento enorme e é moderno. A indústria da pesca distingue-se como um setor de grande valor, com várias empresas do ramo. O mais forte da economia da província que provém das prestadoras de serviços, do setor de hotelaria, turismo, comércio e transporte urbano.

Havana por ser a capital do país, é a de maior expressão político-administrativas, porque se concentra a alta cúpula dos organismos de Estado e das instituições científicas e culturais. No campo da saúde, a cidade conta com um grande número de hospitais de várias especialidades e com um pronto atendimento médico. Na educação, como a maior parte da população é constituída de jovens de até 30 anos, o número de analfabetos na capital é zero. A cidade de Havana é dividida em duas partes, a cidade moderna, com prédios novos, e Habana Vieja (Havana Velha). É uma parte da cidade tombada pelo o Patrimônio Cultural da Humanidade, (UNESCO).

Havana foi fundada no dia 25 de julho de 1515, por Diego Velásquez. Denominava-se “San Cristóval de La Habana”, localizada ao sul, onde habitavam os índios itaínos, guanarratabeigues e os siboneyes. Esses índios eram todos procedentes da América do Sul. Eles dizia “bana”, ao referir-se à cidade. E depois de quatro anos do descobrimento de Havana, ela foi transladada para o norte da cidade, em 1519.

No centro de Habana Vieja está a Praça das Armas, ao lado a rua Tacón, onde está a casa do General de Tacón, que foi governador da ilha, de 1834 a1838. Corre uma lenda que esse general mandou fazer o piso da rua em que morava, todo de madeira, para que as pisadas dos cavalos, quando passassem pela rua, não estragassem as festas do governador. Descendo um pouco, sai na rua Obispo, onde a casa da esquina foi a primeira residência do primeiro bispo. Ele caminhava todos os dias às 6h da manhã até a Catedral, para celebrar a missa. A primeira Catedral de Havana, construída no século XVIII, em 1776, pelos padres jesuítas, toda em estilo barroco. É uma obra de arquitetura colonial, linda que fica na praça da catedral. Na rua de Tacón está o Museu da cidade, que foi o antigo palácio dos Capitães Generais, construído na mesma época da Catedral. Entre a Avenida das Missões e a rua do Passeio de Martí e o Prado, está o antigo Palácio Presidencial. Hoje, é o Museu da Revolução de 1959. Defronte ao Museu está o Memorial Granma. Seria impossível, aqui, mencionar cada uma das obras existentes em Havana Velha. São 116! Todas são consideradas realmente obras de arte:

Monumentos, teatros, praças, casas, museus e igrejas. Todos tombados pelo Patrimônio Cultural da Humanidade, da UNESCO.

A Universidade de Havana, ela vem do período colonial, do século XVIII, fundada em 5 de janeiro de 1728. Por lá passaram alunos como José Martí a Fidel Castro, além de outras personalidades ilustres do país. Ao deixar o campus sem nenhuma entrevista, me dirigi a uma escola secundária.

Chegando à escola consigo uma entrevista com o diretor, desde que não mencione o nome dele e nem o da escola. É um jovem negro, de 25 anos de idade.

1-Quantos alunos têm a sua escola?

R. 600 alunos divididos em dois turnos, de manhã e de tarde. Em Cuba, o adolescente não estuda à noite.

2- Quantos alunos em cada sala de aula?

R. Varia de 20 a 40 alunos, em grupo misto.

3- E o lanche é para todos?

R. Sim, todos têm direito ao lanche, tanto na escola primária quanto na escola secundáia. É uma preocupação do governo.

4- E o material escolar e o uniforme, o governo também dar?

R. Todo o material escolar até o final do nível secundário, é doado pelo o governo. Só o uniforme que os pais compram. E tanto para o nível primário e secundário o uniforme é padronizado em todo país.

5- Quantoganhaum professor?

R. 250 a 400 pesos.

6- O professor tem casa própria?

R. Alguns já têm sua casa própria, outros ainda pagam aluguel.

7- O professor é um funcionário graduado?

R. Sim, é considerado um funcionário graduado, com grande responsabilidade.

8- Todo o professor tem seu carro próprio?

R. Não, somente alguns de acordo com a sua necessidade. Levamos o pedido ao sindicato, e, se aprovado em assembléia, ele terá o seu carro liberado por um preço de acordo com o seu salário.

9- O professor tem direito a greve?

R. Não, aqui em Cuba não fazemos greve, nós apoiamos a Revolução.

10- Quantas aulas um professor dar por dia?

R. Em média, 8 aulas por dia.

À tarde ao andar pelo centro da cidade conhecendo as livrarias e as principais avenidas. À noite, no calçadão da beira mar, em área que não há praia. Apenas muitas pedras e uma muralha, por causa da maré brava, nessa parte de Malecón. Um jovem se aproxima e pede para cambiar, trocar dólar por peso. O por quê? do seu desejo de cambiar? O dólar no câmbio oficial é inferior ao peso cubano, 90 centavos de peso por um dólar. No câmbio negro, 80 pesos por 10 dólares correndo risco de tomar os 10 dólares e correr, e nada pode ser feito porque o câmbio fora do oficial é ilegal. O jovem de nome Alberto, com cerca de 20 anos de idade, ele diz que muitos jovens cubanos iguais a ele desejam cambiar, trocar o peso cubano por dólar, para comprar calças jeens, camisas boas de malha, tênis bons e tomar coca-cola. E lhe pergunto, se fazer tudo isso em Havana, é permitido aos cubanos? Alberto diz que não, mais o jeito é alegar que foi presente de turista. Esses são uma parte dos pequenos anseios da maioria dos jovens cubanos e de um bom contingente de pessoas em geral. No hotel, por exemplo, uma das chefes do restaurante, a capitã pede para comprar na “tienda”, uma das lojas só para turistas, e lhe dar de presente, sem que ninguém nos veja, um dólar de africana (biscoitinhos recheados com chocolate). Isso é lamentável! Mais um exemplo:

Um amigo brasileiro que também estava em Havana, tomou um táxi da Cubatur, nome da empresa estatal de turismo do país.,O motorista do táxi era uma senhora, que faz logo amizade com ele, fazendo-lhe convite para um almoço em sua casa. Marcados o dia e a hora ela ficou de apanhá-lo no hotel. Chegado o dia, ela pediu ao amigo para irem a uma loja para turistas e que entrassem como casal de namorados para comprar uma televisão a cores, pois, ela havia juntado 350 dólares (o preço do televisor) para essa compra. Portanto, ela só precisava fazer amizade com um turista, afim de passearem como namorados e entrarem nesta “tienda”, para ela satisfazer o seu desejo.

A taxista disse, que poderia tentar adquirir o televisor através do sindicato de sua classe, mais demora muito, e ainda dependeria da votação da maioria dos sindicalizados votantes. Uma compra como essa está sujeita ao pronunciamento do sindicato, por sua maioria, correndo os riscos da demora e da votação. Isso é decepcionante! A avenida Malecón é a principal via da orla marítima de Havana. Malecón, na tradução do espanhol para português, quer dizer paredão, molhe e dique. Foi construído em toda orla há muitos anos atrás, um paredão de aproximadamente 85 centímetros de altura, para proteção contra a maré que, às vezes, jogando muito forte contra a avenida molhava o calçadão e a pista. É uma avenida de mão dúpla, com 5 faixas, começa depois do bairro do Vedado e vai até o porto, subdividindo com Avenida Del Puerto ou Carlos Manoel de Céspedez, com uma extensão de mais de 20 kms. Segundo os cubanos, na ditadura de Fulgêncio Batista, ela foi toda habitada por uma burguesia, que moravam na beira da praia em prédios em estilo colonial. Hoje esses prédios são habitados por várias famílias pobres que não têm condições de pagar aluguel ou possuir um imóvel, por isso, moram em forma de cortiços, numa avenida limpa e linda. O bairro de vedado (proibido). Na época da burguesia do governo Fulgêncio Batista, esse bairro era proibido aos pobres. Não podiam trafegar por ela, daí o seu nome vedado. Segundo, a História da Revolução. Finalmente, a praça da Revolução, a onde funciona de um lado o Ministério do Interior, que foi criado por Che Guevara. De onde ele coordenou a reforma agrária no país. Na lateral do prédio tem uma grande foto desse herói, confeccionada no próprio azulejo. Do outro lado o Ministério do Trabalho, e do outro o Ministério das Comunicações. Ao centro, o monumento a José Martí. Por trás do monumento, o Palácio de La Revolución, onde fica o gabinete do presidente Fidel Castro. E de um lado, a Biblioteca Nacional.

José Julián Martí y Peres foi um herói cubano, poeta e estadista, que nasceu em Havana, em 1853, e assassinado, em Boca de Los Rios, em 1895. Lutou pela independência de Cuba, que estava sob o domínio espanhol. Junto com ele lutaram os Generais Antônio Maceu e Máximo Gomes, justamente, quando estavam para vencer a guerra contra os espanhóis, Martí foi morto. Os espanhóis dominavam a ilha há mais de dois anos, quando, deu início a uma guerra entre eles e os americanos, que durou de fevereiro a dezembro de 1898. Derrotada a Espanha, os americanos dominaram Cuba até 1902, quando lhe foi concedida a independência.

O comércio na capital cubana, funciona das 12h30, às 19h30. Esse é o horário comercial de segunda a sábado para o comércio em geral, incluindo os bancos e os órgãos públicos. Todo o comércio é estatal. Até a caixa de engraxate ou vendedor de laranja pertencem ao Estado. O país só possui três redes bancárias. O Banco Nacional, para os cubanos movimentarem sua conta-corrente normal, o Banco Popular, para depósito em caderneta de poupança, e o Banco Internacional, para o câmbio, principalmente do dólar. Em Cuba, não há agências de bancos de outros países, como acontece em outros países capitalistas. O Banco Nacional é a maior rede bancária do país. Foi fundado por Che Guevara, e é coordenado pelo o Ministério do Interior. Em cada agência, há uma foto do seu fundador. É admirável em cuba a ordem das filas,,pois, ninguém fura as filas, seja no comércio, em restaurante ou em filas de banco, todas são respeitadas.
Autor: Renato Freitas


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