CIDADE DE GOIÁS-DESENVOLVIMENTO E DEGRADAÇÃO HUMANA/AMBIENTAL: DA APROPIAÇÃO DA NATUREZA À CONSTRUÇÃO DE TERRITÓRIOS



CIDADE DE GOIÁS-DESENVOLVIMENTO E DEGRADAÇÃO HUMANA/AMBIENTAL: DA APROPIAÇÃO DA NATUREZA À CONSTRUÇÃO DE TERRITÓRIOS

1- Introdução

As cidades podem ser consideradas um ecossistema desde que possuam entrada, trocas e saídas de matéria e energia, assim como o meio natural. O estudo sobre a degradação humana/ambiental procura discutir e avaliar o estudo das cidades via ótica do desenvolvimentista, da metrópole e suas regiões adjacentes, crescente proeminência de preocupações com o ser humano e com o meio urbano.

A modernização impetrada no decorrer do período de industrialização até a era das tecnologias da informação, além de proporcionar à sociedade o bem-estar, o conforto e a praticidade, também lhe trouxe problemas de saúde, fome, falta de água, de energia, entre muitos outros. Ao atingir amplas dimensões, os setores político, econômico e os veículos de comunicação de massas causam fortes impactos nos valores culturais e nas instituições da sociedade. O meio ambiente objetivado por esses setores tem exigido transformações dos meios de produção, de consumo e uma nova organização social, quer seja na destruição natural, quer seja na busca da sustentabilidade.

Resultado de reflexões desenvolvidas no exercício de diferentes disciplinas, esta pesquisa aponta alguns aspectos que norteiam a atual discussão sobre a degradação sócio-ambiental urbana. Trata-se aqui, especialmente, de discutir a noção de degradação, a evolução da questão humana e o conseqüente desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a solução dos problemas sociais urbanos e vinculadas ao exercício da cidadania, bem como à necessidade de se buscar uma visão complexa da realidade urbana, a partir de um novo conhecimento da interação entre sociedade e natureza.

As políticas públicas que, ao desconhecer os surgimentos dos processos de produção popular para a construção das cidades e da cidadania, constrangem a vida urbana. Isso acarreta graves efeitos resultantes desse processo, como os despejos em massa, a segregação e a conseqüente deterioração da convivência social.

Este contexto proporciona o surgimento de lutas urbanas múltiplas e representativas, ainda que fragmentadas e incapazes de produzir mudanças significativas no modelo de desenvolvimento vigente. As cidades estão distantes de proporcionar condições e oportunidades eqüitativas aos seus habitantes. A população urbana, em sua maioria, está privada ou limitada talvez em virtude de suas características econômicas, sociais, culturais, étnicas, de gênero e idade de satisfazer suas necessidades básicas. Os modelos de desenvolvimento implementados na maioria dos paises designados empobrecidos se caracterizam por estabelecer condições de concentração de renda e poder que geram pobreza e exclusão, contribuindo para a depredação do meio ambiente, aceleram os processos migratórios e de urbanização, a segregação social e espacial e a privatização dos bens comuns e do espaço público. Esses processos beneficiam a desenvolvimento de grandes áreas urbanas em condições de pobreza, precariedade e vulnerabilidade diante dos riscos naturais.

Através destes estudos vem se descobrindo que a existência de um grave problema, o aumento do descaso em relação à metrópole e a vivência humana que acarreta a cada dia a falta de recursos que possibilitem o desenvolvimento humano/social/ambiental e a modernização da cidade.

Na cidade ou em seu entorno, a conexão entre esses direitos e a necessária contrapartida de deveres é exigível de acordo com as diferentes responsabilidades e situações sócio-econômicas de seus habitantes, como forma de promover uma eqüitativa distribuição dos benefícios e responsabilidades resultantes do processo de urbanização; o cumprimento das funções sociais da cidade e da propriedade; a distribuição da renda urbana; a democratização do acesso a terra e aos serviços públicos para todos os cidadãos, especialmente àqueles com menos recursos econômicos ou em situação de vulnerabilidade.

O Direito à Cidade amplia o clássico aspecto sobre a melhora da qualidade de vida das pessoas centrado na moradia e no bairro até abranger a qualidade de vida à escala da cidade e de seu entorno, como um mecanismo de proteção da população que vive nas cidades ou regiões em acelerado processo de urbanização. Isso implica em enfatizar uma nova maneira de promoção, respeito, defesa e realização dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais garantidos nos instrumentos regionais e internacionais de direitos humanos.

A maior parte da população brasileira está concentrada em áreas urbanas que raramente foram adequadamente planejadas, de forma que sua população viva em situação confortável e obtenha o mínimo de condição propicia para o desenvolvimento humano, fluxos de migração, podem condicionar a degradação de grande parte da população das grandes cidades, em Goiânia esse fato parece estar presente, principalmente em municípios próximos a ela, como a Cidade de Goiás.

Segundo a Carta Mundial pelo Direito à Cidade, frente a essa realidade, as entidades da sociedade civil reunidas desde o Fórum Social Mundial de 2001, discutiram, debateram e assumiram o desafio de construir um modelo sustentável de sociedade e vida urbana, baseado nos princípios da solidariedade, liberdade, igualdade, dignidade e justiça social. Um de seus fundamentos deve ser o respeito às diferenças culturais urbanas e o equilíbrio entre o urbano e o rural. Desde então, um conjunto de movimentos populares, organizações não governamentais, associações de profissionais, fóruns e redes nacionais e internacionais da sociedade civil comprometidas com as lutas sociais por cidades mais justas, democráticas, humanas e sustentáveis vêm construindo uma Carta Mundial do Direito à Cidade que estabeleça os compromissos e medidas que devem ser assumidos pela sociedade civil, pelos governos locais e nacionais, parlamentares e pelos organismos internacionais para que todas as pessoas vivam com dignidade em nossas cidades.

Os problemas urbanos manifestam-se mais dramaticamente nas regiões metropolitanas. Moradias degradadas, ausência de saneamento básico (água e esgotos), falta de energia para iluminação de ruas não pavimentadas e de meios de transporte adequados, precariedade de serviços coletivos, escolas, centros de saúde, áreas de lazer e de atividades culturais. Tudo concorre para transformar a vida nas cidades no oposto de sua razão de ser – "um lugar para viver bem" – nas palavras de Aristóteles.

Como falar de sustentabilidade, à luz dessas deficiências que afetam 40% de todas as moradias do país, equivalendo a 20 milhões de habitações ocupadas por 70 milhões de pessoas que vivem em condições inadequadas, segundo os dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar) do IBGE. As Nações Unidas definem como moradias precárias as que têm adensamento excessivo, são feitas de material não-durável e erigidas em áreas de mananciais ou de risco. As áreas metropolitanas concentram quase 80% dos moradores de favelas, cortiços e assemelhados.

A incidência de violência, crimes e atos de agressividade contra pessoas e propriedades chegaram a índices assustadores e parece estar relacionada com a concentração de riquezas por um lado e, por outro, a mais ultrajante desigualdade e inúmeras privações.

Palavras-chave: espaços urbanos, segregação urbana e degradação social.

Cidade de Goiás: origens

Descobertas as minas Gerais de um lado e as minas de Cuiabá, de outro, no século 17, uma idéia renascentista (a de que os filões de metais preciosos se dispunham de forma paralela em relação ao equador) iria alimentar a hipótese de que, entre esses dois pontos, também haveria do mesmo ouro. Assim, foram intensificadas as investidas bandeirantes, principalmente paulistas, em território goiano, que culminariam tanto com a descoberta quanto com a apropriação das minas de ouro dos índios goiases, que seriam extintos dali mais rapidamente que o próprio metal. Ali, onde habitava a Nação Goyá, o diabo Bartolomeu Bueno da Silva fundaria, em 1726, o Arraial de Sant'Anna.

Pouco mais de uma década depois, o local seria elevado à condição de vila administrativa, com o nome de Vila Boa de Goiaz. Nesta época, ainda pertencia à Capitania de São Paulo. Em 1744 foi criada a Capitania de Goiaz, mas o primeiro governador, dom Marcos de Noronha, o Conde dos Arcos, só chegaria ali cinco anos depois.

Com ele, instalou-se um "Estado mínimo" e, logo, a vila transforma-se em capital da comarca. Noronha manda construir, então, entre outros prédios, a Casa de Fundição, em 1750, e o Palácio que levaria seu nome (Conde dos Arcos), em 1751. Décadas depois, outro governador - Luís da Cunha Menezes, que ficou no cargo de 1778 a 1783-, implanta importantes marcos, fazendo a arborização da vila, o alinhamento de ruas e estabelecendo o primeiro plano de ordenamento urbano, que delineou a estrutura mantida até hoje.

Com o esgotamento do ouro, em fins do século 18, Vila Boa teve sua população reduzida e precisou reorientar suas atividades econômicas para a agropecuária, mas ainda assim cultural e socialmente sempre esteve sintonizada com as modas do Rio de Janeiro, então capital do Império. Daí até o início do século 20, as principais manifestações seriam de arte e cultura, com sarais, jograis, artes plásticas, literatura, arte culinária e cerâmica - além de um ritual único no Brasil, a Procissão do Fogaréu, realizada na Semana Santa.

Entretanto, a grande mudança, que já vinha sendo ventilada há muito tempo, foi a transferência da capital estadual para Goiânia, nos anos 30 e 40 do século 20, coordenada pelo então interventor do Estado, Pedro Ludovico Teixeira. De certa forma, foi essa decisão que preservou a singular e exclusiva arquitetura colonial da Cidade de Goiás, que, agora, tornou-se patrimônio e cenário de um capítulo da história da humanidade.

História e memória da Cidade de Goiás

A Cidade de Goiás recebeu em dezembro de 2001, em Helsinque, na Finlândia, o título de Patrimônio Histórico da Humanidade. Referendado pela Unesco em junho do mesmo ano, o reconhecimento legitima a história da conquista do oeste brasileiro que, no caso, começou com o massacre dos índios goiases, passou pelo garimpo de ouro e a instalação da escravidão negra, espalhou-se ao estilo colonial, continuou como capital e terminou, quando deixou de sê-la, no esquecimento - esquecimento que, ironicamente, a preservaria o suficiente para ser de novo lembrada, mas, agora, não mais só pelos goianos, mas por e para toda a humanidade.

O título faz jus a essa história e também à arquitetura, à cultura e à memória da cidade, o primeiro núcleo urbano fundado no território goiano, no início do século 18. Ali, entre becos, casarões coloniais e quintais, entre igrejas, procissões e santos barrocos, entre empadões e arroz com pequi e claro alfenins está escrita a história goiana-brasileira e a história de todos os seus fabulosos, violentos ou doces personagens.

Ali, às margens do Rio Vermelho e nas bordas da Serra Dourada, juntam-se através dos tempos o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera, fundador da cidade; o nobre Conde dos Arcos; o escultor Veiga Valle; o escritor Hugo de Carvalho Ramos; a folclorista Regina Lacerda; e a poetisa e doceira Cora Coralina. São histórias fantásticas que convergem para uma só, agora premiadas pelo seu conjunto.

O município sedia anualmente o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental - FICA. A procissão do Fogaréu traz mais de dez mil visitantes todo ano à cidade. A Cidade de Goiás tem em sua história e formação uma relação muito ligada as culturas Africanas e indígenas, essa relação fica ainda hoje explicita em diversas manifestações culturais por toda a cidade um exemplo são duas escolas Espaço Cultural Vila Esperança e Quilombinho. Além desses exemplos temos também O Grupo de Capoeira Angola Meninos de Angola sob a coordenação do professor Chuluca, todos esses movimentos fazem da cidade um caldeirão de cultura e resistência.

Povoamento de Goiás

A primeira região ocupada foi a região do Rio Vermelho. Fundou-se ai o Arraial de Sant´Ana, que depois seria chamado Vila Boa e, mais tarde, cidade e Goiás, sendo durante 200 anos a capital do território. Pelos registros da capitação, sabemos que dez anos depois, em 1736, já havia nas minas de Goiás 10.263 escravos.

O povoamento determinado pela mineração do ouro é um povoamento muito irregular e mais instável, sem nenhum planejamento, sem nenhuma ordem. Onde aprece ouro, ali surge uma povoação; quando o ouro se esgota, os mineiros mudam-se para outro lugar e a povoação definha ou desaparece.

Três zonas povoaram-se assim durante o século XVIII com um relativa densidade:

A primeira no Centro-Sul, com uma serie desconexa de arraias no caminho de São Paulo ou nas proximidades: Santa Cruz, Santa Luzia (Luziânia), Meia Ponte (Pirenópolis), principal centro de comunicações, chegando a disputar com Vila Boa e categoria de sede do governo, quando da criação da província Goiás, Jaraguá, Vila Boa e arraias vizinhos.

A segunda zona na "região de Tocantins", no alto do Tocantins ou Maranhão: Traíras, Água Quente, São Jose (Niquelândia), Santa Rita, Muquém, etc.

É, por fim, o verdadeiro Norte da capitania abrangendo uma extensa zona entre zona entre o Tocantins e os chapadões dos limites com a Bahia: Arraias, São Felix, Cavalcante, Natividade, São Jose do Duro (Dianópolis), Porto Real (Porto Nacional), o arraiá mais setentrional.

A Cidade de Goiás nasceu em 1736 como Arraial de Sant'Ana, graças à ocupação dos bandeirantes em busca de ouro de aluvião nas margens do Rio Vermelho. Recebe orientações, através da Carta Régia, para que seja instalada ali a nova capital do país. A Carta definia em termos gerais, o traçado das ruas, forma de ocupação das parcas (largos), além do perfil das vias. As orientações representavam uma reprodução as tradições medievais portuguesas de edificação e desenho urbano. Vários pontos chamam a atenção de quem passa pela cidade. Um deles é o Museu das Bandeiras. O prédio foi construído em 1766 para abrigar a Casa de Câmara, que realizava atividades legislativas e judiciárias e a cadeia. A parte superior do edifício possui salões que atendiam às necessidades administrativas e judiciárias da Vila Boa de Goiás. A parte inferior ficava localizada a cadeia e a casa de armas. O local funcionou como cadeia até 1950, quando foi doado ao Patrimônio Histórico.

E como não poderia deixar de ser em uma cidade do interior, há lendas e histórias populares. Uma delas diz que quem toma a água do Rio Vermelho não sai mais da cidade. Há também a famosa história da igreja que fica no centro. Dá para ver os tijolos do prédio, como se estivesse em construção. Mas não está. Reza a lenda que por volta de 1743 o vigário da igreja foi pego com uma índia e acabou sendo expulso da congregação, mas antes de ir embora rogou uma praga: que as obras da igreja nunca iriam ter fim, pois quando o prédio estivesse pronto ele tombaria. Dizem que a igreja já foi construída e tombada umas duas vezes e para que isso não aconteça de novo foi decidido que ela não será finalizada.

A Religiosidade

A população Vilaboense trás em seu seio, uma religiosidade marcante em todo o seu contingente, as pessoas revivem através de histórias contadas pelas vovós como teve inicio as famosas procissões encenadas até hoje na cidade. Bastante conhecidas são as celebrações da Semana Santa em Goiás, realizadas desde 1745. Dentre elas destaca-se a chamada Procissão' do Fogaréu, que se realiza na Quarta-feira de Cinzas, às 23h30. Sai ela da Igreja da Boa Morte e simboliza a procura e prisão de Nosso Senhor Jesus Cristo.

As ruas da cidade são iluminadas por centenas de tochas de fogo, conduzi das pelo povo e por figurantes encapuzados de uma Irmandade, que efetuam simbolicamente a prisão de Nosso Senhor no Monte das Oliveiras (igreja de São Francisco), o qual é representado por um estandarte branco do século XVIII, pintado na frente e no verso.

Realizam-se ainda várias outras celebrações com quadros vivos, como a crucifixão e descida da Cruz. Após o Domingo de Páscoa, começa a Festa do Divino, que termina na terça-feira. Dela participa toda a população de Goiás.

Muitas dessas cidades históricas brasileiras constituem verdadeiras relíquias, evocando um passado que, infelizmente, não chegou a desabrochar por inteiro. Nessas relíquias encontra-se a luz que ainda nos pode indicar o caminho a ser retomado, com vistas ao futuro. Luz que brilha na constelação do Cruzeiro do Sul, símbolo estelar admirável da Cruz de Cristo. Luz que se chama Civilização Cristã.

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Procissão do Fogaréu é uma tradicional manifestação dos católicos da cidade de Goiás, no Estado de mesmo nome, realizada na quarta-feira que antecede a Semana Santa que data do século XVIII.

A população de Goiás

Em todo descobrimento de ouro numa terra nova, os primeiro anos são de um dinamismo populacional extraordinário: atraídas pela miragem do ouro, acorrem à região grandes multidões, que percorrem, vasculham e povoam os desertos.

Em 1750, ao tornar-se Goiás capitania, os habitantes deviam ser pouco menos de 40.000. A população tinha mais que dobrado nestes 25 anos.

Nos trinta anos seguintes, a população continuou aumentando, embora já a um ritmo inferir em 1783 havia em Goiás quase 80.000 habitantes, um aumento de mais de 50%.

Goiás (GO) - Pequenos, médios e grandes proprietários de terra, administradores municipais e governo estadual. Todos reconhecem que a degradação ambiental da bacia do rio Vermelho é a principal causa das enchentes que deixam a cidade de Goiás, ou Goiás Velho, a 130km de Goiânia, debaixo d'água sempre que o volume da chuva aumenta no fim de cada ano. Eles até admitem uma parcela de culpa. Sabem do mal que causam à natureza e ao município, patrimônio cultural da humanidade. Mas faz pouco para mudar o cenário de devastação.

Levantamento da Agência Ambiental do Estado de Goiás mostra que 80% das matas ciliares nos 17 quilômetros do rio Vermelho, entre a nascente e a cidade de Goiás, foram devastadas. A maior parte de plantas nativas do cerrado deu lugar ao capim, fonte de alimento das 200 mil cabeças de gado de corte criadas em pouco mais de mil propriedades rurais.

A resposta da natureza à desenfreada destruição também é agressiva. A última vez que o rio manifestou-se foi na tarde do dia 31 dezembro, véspera de ano-novo. Depois de 13 horas incessantes de chuvas, o rio não suportou. No estrangulamento que sofre na cidade de Goiás, com a invasão do seu leito por construções novas e antigas, transbordou.

O resultado foi trágico. Das 800 moradias preservadas pela Unesco, 81 foram atingidas — inclusive a da poetisa Cora Coralina —, sendo que 15 correm o risco de desabar a qualquer momento. Vinte e três estabelecimentos comerciais que ficavam na margem do rio viraram ruínas.

Para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), serão necessários R$ 15 milhões só para restaurar os casarões. Até agora, nenhum centavo dos R$ 2 milhões anunciados pelo governo federal e dos R$ 250 mil emergenciais prometidos pelo estado e o Iphan chegaram à cidade.

Com a tragédia, as agressões sofridas pela bacia do rio Vermelho vieram à tona. ''Agora, aguardamos a implantação da Área de Proteção Ambiental (APA) da bacia do rio'', diz o ambientalista e vereador em Goiás pelo Partido Verde, Rodrigo Santana. Uma das mais importantes normas da APA é o impedimento do desmatamento numa faixa de 30 metros das margens dos rios e afluentes.

A portaria de ampliação da APA de Serra Dourada, que protege o rio Vermelho, ribeirões e córregos adjacentes, numa área de 16.851 hectares, foi assinada pelo governador de Goiás, Marconi Perillo, em janeiro de 2000. Mas não saiu do papel. Quando sair, grande parte da APA ficará dentro de terrenos particulares. Será preciso trabalho dos fiscais para fazer com que os fazendeiros a respeitem.

Degradação de 8 mil hectares

Levantamento da Agência Ambiental mostra que quase 8 mil hectares de terra foram desmatados ao longo do rio Vermelho para dar lugar à pastagem. Os danos causados pelos assentamentos não chegam a 0,5% do total da área devastada. O presidente do Sindicato Rural da cidade de Goiás, Anajarino Garcia Júnior, que é também secretário de Agricultura do município, acha que a mentalidade dos fazendeiros da região está mudando, mas admite que alguns continuam derrubando árvores nas margens do rio e afluentes. Ele confessa ter feito o mesmo em grande parte de sua propriedade de 38 hectares, por onde passa o rio Uru, no estado do Tocantins. Garante que há dez anos não desmata.''Não devemos tampar os olhos para o problema. Mas, infelizmente, esta é uma herança cultural que herdamos. Há quatro anos, a coisa mudou um pouco. Agora há o rodízio de plantio como milho, o sorgo e o capim'', afirma Anajarino Júnior. Numa coisa todos concordam: os garimpeiros que atuam clandestinamente tentando encontrar ouro no rio colaboram na degradação. Por onde passam, deixam danos, assoreando e mudando o curso do rio. Alguns usam mercúrio para separar a lama do ouro. O material tóxico acaba sendo levado pela água das chuvas para dentro do rio, matando peixes e plantas.

Sem política ambiental

O ex-prefeito de Goiás Velho, Boadyr Veloso (PPB), que acusou famílias de pequenos produtores assentados pelo Incra na área rural de ter desmatando as margens do rio Vermelho, vetou no ano passado projeto ambiental de autoria do vereador Rodrigo Santana (PV), um dos seus mais ferrenhos opositores.

''Para um vereador (Rodrigo), todos os problemas da cidade estão ligados ao meio ambiente. Nós fazemos o que está dentro do no nosso alcance. A arrecadação do município é baixa. Até agora, todo mundo prometeu ajuda, mas não vimos nenhum centavo nas contas da prefeitura. Estamos bancando todo o gasto da limpeza e recuperação da cidade'', reclama Boadyr Veloso. Ele também era fazendeiro. Possuía 360 alqueires de terra perto da cidade. Mas, garantia, não ter derrubado nenhuma planta nativa.

A nascente do rio Vermelho fica a 15 quilômetros da cidade de Goiás e desemboca a cerca de 180 quilômetros, no rio Araguaia. O rio deixa de ser um ribeirão tranqüilo ao atravessar o fecho dos morros e serras, percorrendo o leito, num trecho de fortes declives, composto de rocha, mesclado a solos diversos. Do poço do Bispo, as margens do rio se alargam, sendo contidas apenas pelas barreiras das matas ciliares, fartas até meados do século XVIII. A exploração do ouro formou núcleos populacionais na região. A cidade de Goiás instalou-se nos dois lados do rio, além das margens.

Assentamentos

Goiás Velho tem dois assentamentos do Incra, Serra Dourada e Paraíso, ocupados por 30 famílias desde fevereiro de 1999. O Presidente da Associação do Projeto de Assentamento Serra Dourada, José Osmar Marques, 49 anos, admite que ele e seus colegas devastaram 18 hectares de mata nativa na beira do rio Vermelho. Mas alega que a derrubada foi autorizada por técnicos do Incra.

''Podemos estar errados. Mas a nossa culpa é bem menor do que falam. Tem um fazendeiro vizinho do assentamento que nos últimos quatro anos não desligou o trator de esteira. Ele derrubou 3.000 hectares de mata'', ressalta José Marques. Ele frisa ainda que os assentados têm feito as suas parte para tentar preservar as margens do rio.

Com o apoio da Agência Ambiental, há dois anos eles replantaram 16 mil mudas de espécies nativas do cerrado como a amescla, aroeira, xixa, guatambu e carvoeiro, em 11 hectares do assentamento. As enchentes levaram mais de 10 mil mudas.

2-Objetivos

Avaliar características básicas de vivência da comunidade da Cidade de Goiás de forma a perceber sua relação de pertencimento de lugar.

Compreender a relação da comunidade local com desafio de construir uma sociedade onde a falta de empregos, de saúde, moradia, segurança e escolas influenciam no cotidiano das famílias.

Avaliar como estes problemas pode propiciar o avanço da degradação humano/ambiental, apropriação da natureza e construção de território.

3-Objetivos Específicos

1- Diferenciar os principais problemas enfrentados pela população local de maneira a quantificá-los e qualificá-los por ordem prioritária definidos pela comunidade.

2- Apresentar o índice de problemas vividos pela comunidade local, possibilitando enumerá-los conforme a necessidade de todos.

3- Estabelecer uma relação entre os dados levantados. Através de dados levantados com a pesquisa de campo será possível fazer o levantamento parcial e até mesmo total dos problemas vividos pela população local conforme a prioridade enumerada pelos próprios moradores.

4-Metodologia:

Este presente estudo será dividido, enquanto pressupostos teórico-metodológicos, privilegiando uma abordagem qualitativa que se desdobrará nos seguintes momentos: realização de um levantamento bibliográfico, interdisciplinar, a partir das discussões teóricas em torno das idéias de vivência humana na pequena cidade, política e sociedade. Assim, para contextualizar os estudos em ambientes urbanos e antropologia humana será estudado entre outras, as obras de autores como: Fani (1999), Sposito (2001), sobre política, sociedade e comunicação, Santos (2000), Hall (2003), Thompson (2004), Sodré (1992) e Canclini (2003), entre outros. Sendo feita revisão da literatura selecionada.

5-Desenvolvimento:

No caso específico deste trabalho, considera-se que a análise qualitativa, por meio do levantamento de dados e relevantes ao uso das cidades onde ela deve exercer uma função social, garantindo a todos seus habitantes o usufruto pleno dos recursos que a mesma oferece. Pesquisar a formulação e implementação de políticas urbanas onde a promoção e o uso social, justo e ambientalmente equilibrado do espaço e do solo urbano, incluindo condições seguras e com equidade entre os gêneros.

Trazer para o campo da discussão deste trabalho, considerando-se, portanto, que os meios de comunicação de massa, as políticas públicas e o uso adequado do solo urbano seguido de regras de uma conscientização a respeito dos direitos reservados àqueles menos favorecidos tenham o direito a uma cidade sem discriminação de gênero, idade, raça, condições de saúde, renda, nacionalidade, etnia, condição migratória, orientação política, religiosa ou sexual, assim como preservar a memória e a identidade cultural em conformidade com os princípios e normas estabelecidos no Estatuto das Cidades. Lembrando ainda que o entendimento a degradação humana/ambiental deve fazer parte do entendimento de território, evidenciando a cada ser um certo envolvimento com algo de real importância, sua territorialidade.

Segundo Ianni (1996), a globalização é um processo que o mundo está vivendo e que "expressa um novo ciclo de expansão do capitalismo, como modelo de produção e processo civilizatório de alcance mundial" (p. 11).

Para o sociólogo, a globalização traz no seu bojo contradições e tensões peculiares, por que:

Globalização rima com integração e fragmentação. A sociedade global está sendo tecida por relações, processos e estruturas de dominação e apropriação, integração e antagonismo, soberania e hegemonia (Ianni, 1996:36).

O impacto produzido pela globalização leva ao fato de existir certa necessidade de avaliar a qualidade de vida sob o aspecto humanístico vivido pela comunidade da região, a forma como foi ali assentado, o que lhes foi oferecido, e sem dúvida o que ainda resta ser feito no intuito de amenizar a falta de condições humanas/ambientais para se viver conforme estabelece o Estatuto das Cidades. O que ainda falta perguntar é existe naquela região trabalhos sociais desenvolvidos para evitar a segregação humana da comunidade do bairro? Quais são e quem os implementa? O que essa comunidade necessita de fato para adquirirem condições básicas para sobreviver com dignidade entendendo o seu território e sua territorialidade?

6-Justificativa

A pesquisa proposta tratará de duas variáveis, Os processos de inclusão e exclusão sociais que definem os espaços a serem ocupados pelos indivíduos, assim como as condições de ocupação; contudo, essas imposições são travestidas pelas atribuições de natural, como se fossem determinadas por leis da natureza. Ou ainda, atribuídas à individualidade, transformando o "homem" num ser isolado e abstrato.

Os papéis sociais, por sua vez, definem coercitivamente, a atuação do indivíduo, que é marcada pela adequação ao sistema de produção e de consumo e determinado pelo lugar que cada um ocupa na escala hierárquica social e, conseqüentemente, a inclusão/exclusão humana/ambiental no mundo do trabalho produtivo e na construção do território.

É lugar comum relacionar o alto índice de desemprego a não qualificação de mão de obra, ocultando assim, que a crise do trabalho produtivo é estrutural. Inegavelmente ocupamos espaços delimitados pelo sistema, com direitos pré-definidos e desiguais para cada classe social. Temos hoje uma marginalização ímpar, Dowbor anunciava em 1996: dois terços da humanidade está em desigualdade no processo de modernização.

Assim sendo, a discussão sobre a degradação humana/ambiental é resultante da falta do trabalho formal, de educação ambiental e deve necessariamente passar pelo projeto, de desenvolvimento urbano em curso, de globalização, ou, como muitos insistem em nomear, de mundialização.

Nesse contexto, não podemos mais relegar ao trabalhador uma busca solitária de formas alternativas de sobrevivência. Faz-se necessário reunir em torno da população, condições organizativas que possibilitem novas formas de atuação. Formas estas que permitam a aquisição de condições básicas de sobrevivência, mas também, que recuperem a dignidade humana e que fundamentalmente não penalizem o trabalhador duplamente com condições excludentes e discriminadoras.

Carecemos, nesse momento, de aprofundamentos científicos, e de mudanças ideológicas que nos conduzam a ações políticas e sociais para a aquisição de condições igualitárias de viver, mas, sobretudo, de novas referências de identidades que possibilitem a recuperação da dignidade humana e de processos de identidade em direção à autonomia tão almejada pela humanidade, e especialmente pelo ser humano moderno.

Miséria é miséria em qualquer quanto. Riquezas são diferentes. A fome está em toda parte. (...) Índio, mulato, preto, branco. (...) A morte não causa mais espanto (...) Cores, raças, castas. Riquezas são diferentes. (Arnaldo Antunes/Sérgio Brito/Paulo Miklos, Titãs, BMG/Ariola, São Paulo, 1992).

Este texto objetiva relacionar idéias sobre a cultura da pobreza e a pobreza propriamente dita onde é parte pertinente a degradação humana. Segundo os escritos de Lewis (1969), A Cultura da Pobreza. E Mueller (1997)em um artigo que trata da Degradação da Pobreza no Brasil. Além de variados exemplos pertinentes ao tema, para substanciar a visão de pobreza enquanto uma condição social com viés físico ou material, e cultural. Sendo representado nos dias atuais como parâmetro para uma cidadania incompleta, cada vez mais banalizada pela experiência de humanos descartáveis, descapitalizados e empobrecidos em todos os sentidos do existir.

A falta de assistência pública de serviços básicos é lamentável. Em muitos casos não existe água encanada e a colete de lixo nem sempre é feita, além da falta de instalações sanitárias, geram um acumulo de lixo, dejetos humanos e consumo de águas contaminadas que são os principais indicadores de descaso com o ser humano.

A pobreza no país é geral. Nas três últimas décadas acentuaram-se mais ainda em função da grande concentração de renda e das disparidades regionais.

Nessa cultura da pobreza, observa-se uma forte cobrança dos deveres e obrigações dos pobres, que vão desde a obrigatoriedade do voto para os analfabetos até ocupação em alguma atividade (produção), mas a estes mesmos pobres, são negados os direitos e garantias mínimas. É isto que se identifica como a cidadania incompleta, como raiz de sustentação da cultura e da degradação da pobreza, tanto em nível global, como em nível nacional, regional e local.

Educar para o desenvolvimento é aumentar a capacidade de empreender e as capacidades locais de gestão de micro e pequenas empresas, governos locais e organizações da sociedade civil, o que exige uma distribuição do conhecimento, de modo permanente. Esta orientação aponta para a necessidade de se criar instrumentos de ação e procedimentos, tanto governamentais quanto não governamentais, com a missão de multiplicar e tornar permanente as oportunidades de acesso ao conhecimento necessário para promover o desenvolvimento, promovendo metodologias que oriente a descentralização, a integrações das ações, a participação da sociedade e a conquista da sustentabilidade incentivando o desenvolvimento humano.

Todavia, os sistemas educacionais existentes não são suficientes para distribuir o conhecimento, em especial no caso do Brasil, que apresenta um espantoso quadro de concentração deste crucial fator de desenvolvimento: cerca de 15 % de analfabetismo, apenas 18 % da população com o ensino médio completo, portanto, além do investimento maciço no ensino básico, é preciso multiplicar as oportunidades de educação pós-escolar e de capacitação, assim, ao conceito de "distribuição do conhecimento" deve-se agregar o conceito de educação permanente (educação para a vida toda).

7-Referenciais teóricos

A pesquisa proposta se insere na temática abordada pela degradação e exclusão humana, inserida e contextualizada pela Geografia Humana a qual se diferencia das demais Geografias, também na apropriação da natureza à construção de territórios.

Degradação pode ser entendida como algo de destruição ignominiosa dum grau, privativa de dignidade. Humanos relativos ao homem, humanitário. Exclusão refere-se a excluir algo ou alguém, incompatibilizando, expulsar, retirar, privar e despojar. No contexto social abdicar as pessoas de possuir o que lhes é assegurada pela Constituição Brasileira tal como, moradia, saúde, segurança, escola, dentre outros.

O estudo da exclusão no Brasil não pode ser feito de modo estagnado, sem correlacioná-lo com a vida quotidiana, suas rotinas, especialmente com o mundo do trabalho. Ele faz parte daquele universo do "lazer e necessidade", no qual as classes populares ingressam de modo mais intenso quando conquista o direito ao "atendimento", privilégio historicamente desfrutado pelas classes abastadas.

A motivação pela inclusão social tem levado milhares de pessoas em todo o mundo a se movimentar num mundo desigual, estas buscas que compreendem o deslocamento desde a saída da residência ao outro lugar freqüentemente envolvem o percurso de longas distâncias e por vários meios de transporte, podendo ser executada de forma voluntária e cuja motivação principal é realizar fazer parte, ter direitos atendidos são comumente chamadas de lutas sociais e apresenta uma quebra da rotina diária dos participantes, imprimindo a essa certa libertação do mundo estruturado.

A grande dificuldade de se refletir acerca de uma exclusão social e da degradação humana está na relação entre compromisso e prazer, mesmo hoje, as lutas socias ainda possuem uma imagem de tormento causador de confusões, sendo muitas vezes confundido com revoluções, baderna e tantos outros significados, onde a motivação é encontrar nos lugares um pouco de dignidade, lugares onde a manifestação de pertencimento faça parte do cotidiano sem se tornar algo agressor a quem quer que seja.

Segundo essa definição feita sobre fé no Dicionário Aurélio, entende-se o tamanho de sua dimensão no entendimento dos moradores da Cidade de Goiás, a busca por igualdade social e ambiental é explicita sua população tem consciência dos seus direitos relativos à suas necessidades.

No decorrer desta pesquisa, serão feitas entrevistas com os moradores da cidade onde os relatados serão cuidadosamente entendidos e co-relacionados para um excelente resultado final.

Através da presente pesquisa o princípio do estudo da relevância da Geografia Humana e a grande influência da luta pela inclusão social e pela apropriação da natureza e da construção de territórios, por eles pretendida em futuras condições dignas para se viver frente a conquistas da própria necessidade de pertencimento na cidade.

Dentro dessa temática, serão fotografadas as reais condições de vida ali contidas, dando ênfase as principais reivindicações daquela população. Segundo Giddens, (2001), as transformações no planeta, trazendo uma nova agenda social e política, com a crescente proeminência de preocupações ecológicas e de novos movimentos sociais em geral. Devido à relevância da imagem para a formação e organização social contemporânea, acredita-se que é pertinente propor investigações sobre as abordagens humanísticasno contexto de imagens fotográficas, sendo esta um possível instrumento de mediação para a compreensão das relações entre o ser humano, o meio ambiente e suas reais condições sociais.

8-Considerações Finais:

Os resultados e as informações obtidas através desta pesquisa poderão atuar como mediação para a crítica social, o que muito se atribui à formação consciente da população residente na cidade de Goiás. A estratégia de que se utiliza para tocar os observadores não deixa de ser espetacular, pois trabalha diretamente com as pessoas e suas necessidades. Assim, quando procuro abordar a degradação humana/ambiental juntamente com a construção de território é trazer à tona a urgência de pensar em novas formas de se relacionar com a natureza, com a política, a economia, e também com a consciência do Estado, principalmente. Repensar as formas como o social é tratado e as reações dessas mensagens no cotidiano da sociedade atual exigem prudência e urgência.

Temos consciência, de que em nossa sociedade perduram males que afligem o povo miserável em questão. Como a fome, a degradação ambiental e social, o desemprego, a subnutrição, o analfabetismo, etc.

Por viverem num mundo desigual, num mundo onde poucos têm muito, e muitos têm nada, no segundo país de MAIOR DESIGUALDADE do mundo, algumas pessoas acham que podem de vez em quando, serem pessoas "boas", anjos enviados por deus, que podem simplesmente resolver um problema de distribuição de renda, dessa forma demagoga, desse modo falso. O povo está farto de caridade promocional. De exposição barata. O povo precisa de justiça social. De igualdade. De Educação Ambiental. Só assim poderemos fugir desse mar de lama, de uma mídia, que fatura muito mais explorando o pobre e a natureza, do que gasta, propriamente ajudando-os.

Desigualdades sociais, para vencê-las precisam combater fatores centenários na sociedade, criando mecanismos que promovam mudanças, culturais, educacionais e melhorias de distribuições de rendas, diminuindo as exclusões sociais. É necessário estimular participação individual e coletiva, parceria poder público e o terceiro setor. Combater a ineficiência do poder público administrativamente, fortalecer os partidos políticos, promover a justiça tributária, combater todas as anomalias criadas nas gestões hegemônicas.

O desenvolvimento tem de estar relacionado, sobretudo com a melhora da vida que levamos e das liberdades que desfrutamos. Para Sen, "é perigoso ver a pobreza segundo a perspectiva limitada de privação de renda e a partir daí justificar investimentos em educação, serviços de saúde, etc. com o argumento de que são bons meios para atingir o fim da redução da pobreza de renda. Isso seria confundir os fins com os meios" (Sen, 1999).

A renda não deve ser um fim, mas um meio para que as pessoas possam desenvolver plenamente suas potencialidades como capacidades atuais. As pessoas são pobres na medida da sua incapacidade de fazer isso.Essa incapacidade está relacionada principalmente os níveis de distribuição do conhecimento e do poder existentes numa sociedade, precisam ensejar a formação de ambientes sociais adequados a uma melhor distribuição do conhecimento e do poder disponíveis.

É preciso trabalhar aqui a questão de território, de lugar e sobre tudo de sentimento de pertencimento ao lugar onde se vive buscando a relatividade de um bom entendimento sobre a vida humana relacionando-a a questão ambiental.

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Autor: EDNA MARIA SILVA OLIVEIRA GODINHO


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