O equilíbrio como objetivo



O equilíbrio como objetivo

O mundo físico não mais evoluirá sem o auxílio flagrante do Mundo Espiritual. Eis o grande ensinamento que as nações aprenderão no transcurso do Terceiro Milênio.

 

Paiva Netto

 

O sentido lato de cidadania

Durante as minhas palestras na histórica série O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, proferidas de improviso, de outubro de 1990 a fevereiro de 1992, pela Super Rede Boa Vontade de Rádio e pela Boa Vontade TV, tive a oportunidade de comentar sobre transformações mesmo esperadas para a sociedade. A exemplo do amadurecimento crescente de um povo, que está descobrindo os seus direitos de cidadão, mesmo que tardiamente, porquanto tantos anos após a Revolução Francesa (1789), o fará finalmente concluir que nenhum país pode, na verdade, desenvolver seus talentos se continuar subsistindo como uma vasta senzala de senhores e escravos, ou fechar-se feito uma ostra xenófoba ou abrir-se de forma temerária, a ponto de perder sua identidade, sua soberania. A compreensão das massas ir-se-á maturando até que entendam o valor da cidadania, no sentido lato, pois não é suficiente considerar o cidadão apenas no seu contexto físico, mas também no espiritual, pois qualquer componente dos grupos humanos é, em resumo, constituído por corpo e Alma. Afinal, somos na origem Espírito. Eis o significado completo de cidadania, que não pode admitir tão-só o analfabetismo das letras humanas, como igualmente a ignorância dos assuntos espirituais. O desconhecimento dessa realidade sobre a qual acabamos de discorrer favorece a incrementação das ações causadoras da fome, do desemprego, do sectarismo, do frio ideal individualista, isto é, ególatra, a promoção do escárnio com os que sofrem na sociedade, porque riqueza e pobreza situam-se dentro do Ser Humano. Exteriorizá-las, ou não, depende da mentalidade e de fatores culturais (no futuro, marcadamente espirituais), que precisam ser exercitados. Essa é uma situação que não afeta unicamente o Brasil, é mundial: durante gerações foi-se oferecendo à grande parte das crianças e dos jovens pouco mais que lixo. Depois, há quem se surpreenda com o resultado obtido por tão funesta sementeira, a cultura do crime, que se compraz no conflito entre povos, ou mesmo no seio das famílias, verdadeiras guerras civis não declaradas, da qual a mocidade é a principal vítima (Apocalipse, 8:7), a causar outras tantas em todas as classes. Primeira Trombeta — O primeiro Anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda grama verde (a infância e a mocidade).

Não basta levantar o vidro do carro. É suicídio desviar a atenção dos fatos.

 

Estamos corpo, mas somos Espírito

Urge, com presteza, mudar a mentalidade que entroniza o delito como exemplo, a exploração como meta, a apatia diante do erro como “boa” acomodação da existência, para que alcancemos uma ordem social justa, produto da ação decisiva de comunidades eficazes, fraternalmente combativas, e de um governo, seja qual for, que tenha decididamente como objetivo fazer progredir a população de seu país, antes que grande parte dela se fine, ou seja, quase isso, pela subnutrição física ou mental, pela desesperança que lhe aponta, muitas vezes como solução, a violência. Entretanto, sob qualquer pretexto, jamais devemos abrir mão do auxílio magnânimo dos amigos do etéreo supremo, daí a Revolução Mundial dos Espíritos de Luz, os quais apropriadamente chamamos de Anjos Guardiães. Aliás, na verdade, concreto é o Espírito, não querendo afirmar que o corpo, sua vestimenta, deva ser criminosamente desprezado. Ensinam os mais velhos que “saco vazio não se põe de pé”. Tenhamos, pois, o equilíbrio como objetivo. Contudo, a Alma não pode ser, de maneira alguma, menosprezada, porquanto, para argumentar, podemos dizer — estamos corpo, mas somos Espírito. A nação que compreender e administrar essa verdade empolgará e governará o mundo. A própria Ciência o proclamará. Depois de Einstein (1879-1955), onde se escondeu a matéria? Com certeza, será a Grande Reforma de todos os conceitos humanos, porquanto está em marcha a Revolução Mundial dos Espíritos, anunciada desde 1953 pelo saudoso Fundador da LBV, Alziro Zarur (1914-1979), que dizia: “O segredo para o governo dos povos, nesta transição apocalíptica, é a integração da Humanidade da Terra com a Humanidade do Céu, evidentemente que sob o critério do Mandamento Novo do Cristo, que se encontra no Evangelho, segundo João, 13:34 e 35: ‘Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros’”.

 

O outro lado da moeda                                                             

O outro lado da moeda não é nada apreciável: o clamor do desespero acumulado durante séculos, pronto a explodir. Não é sem propósito esta meditação de Bonaparte (1769-1821): “Cada hora perdida na juventude é uma possibilidade de infortúnio na idade adulta”.

Ora, isto também se aplica às nações que nascem, crescem, tornam-se maduras, quando colherão o que houver plantado nas fases anteriores, se não souberem, mais que honrá-lo, sublimar seu patrimônio humano, social e espiritual. Eis o desafio a ser vencido no campo da Educação: o de aliar à instrução a Espiritualidade. Tenho plena certeza de que o Evangelho e o Apocalipse, longe de abomináveis fanatismos, proporcionam uma estrutura ética, psíquica e espiritual para que ocorra essa transmudação, cuja hora é chegada, mais que isso, urgentíssima.

 

José de Paiva Netto — Jornalista, radialista e escritor.

[email protected]www.boavontade.com

 


Autor: Legião da Boa Vontade


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