Doador



Às vezes fico à janela pensando sobre essa fase do mundo
Guerra, desemprego, desmatamento, globalização
Confesso que às vezes fecho os olhos pra isso tudo
Procuro me distrair e seguir
Mas tem horas que é inevitável uma opinião:
- Senhor, o senhor é doador de órgãos?
Pensei nos meus últimos instantes de vida sobre a questão!
Meu Deus, não posso! Não posso ser
Como daria as córneas a alguém que vê o mundo diferente de mim?
Ahhh e Meu coração solitário, acostumado a viver nesse corpo sofrido
Como doarei para um infeliz meu pobre coração?
Regado de sentimentos, medos, angustias, segredos, dores que aprendi a conviver
Meu coração que acostumou-se com o vazio, a solidão...
Com o pouco, que não faz conta de dinheiro
Que não aprendeu a ter ambição
Imgine ele dentro de um ser
Com outras pretensões, desses que acho tudo normal
Que não ama, e não quer amor... que o encha de aflições
Que vá contra tudo que ele acredita
Pobre coração
Morra comigo! Não passe por isso! Pare você primeiro... não dê opção
Se minha cabeça já diverge do que sente...
Imagina quando estiver em um corpo totalmente diferente?
E se você pobrezinho, for lançado em um peito
Dessa gente violenta, que mata, que rouba, que se vende
Que estupra, mentirosa, mau caráter, política...
Suicida, adultera, essa gente filha da puta e egoísta
egoísta como eu... como eu... diante dessa questão...
Meu Deus... tá, eu dôo!
Alguém quer eu coração?!

 


Autor: Messias Vilela


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