Paisagens Impassíveis



Filho da rua, feito do que a vida apura,

Junta latas, papéis manchados, caixas de

papelão, o catre da noite  inflexível.

A vida sem segunda via, vai embora.

 

O muro desgastado e grafado evoca

os quadrinhos dos gibis que um dia

figurou  seus sonhos de menino.

Vala negra, um misto de céu e terra.

 

Exausto, entrega o corpo, aquieta a alma.

Com boca definhada masca o pão adormecido,

olhos fixos a interpretar os garranchos sem marcas,

sem direitos autorais.Um alvo único.O muro.

 

.O Terreno baldio, o catre, plásticos pretos.

Ali,na paisagem impassível, rente aos passantes,

o cavalo branco e alado salta obstáculos

a galope,ondulando em equilíbrio em cima do muro.

 

Ora corre,ora voa,salta montanhas e mares sem a

placidez dos que colhem latas como se flores fossem.

No meio-fio, à beira do trânsito, ao pé do muro, no sol posto.

Desperta para a vida cinzenta.E o cavalo alado?



Autor: idê RBB


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