Brasil, Educação e Tecnologia no século XXI



O Brasil é um país forte, uma potência, que exerce muito poder em um mundo cada vez mais globalizado e pluripolar, ou seja, que apresenta vários pólos de poder, dependendo da análise geográfica adotada Desta forma é necessário compreender que este país é um pólo regional de influência global e não um mundial.

Se analisarmos a história do Brasil, inicialmente veremos que seu território era apenas o atual Nordeste e que este se expandiu até as terras do Acre em sentido longitudinal e Rio Grande do Sul em sentido Latitudinal.Os vizinhos não cederam terras ao Brasil pelo fato do samba e simpatia dos brasileiros e sim em função do seu poder.

Diferente da América Latina no geral, o Brasil possuiu um monarca europeu como seu rei durante um curto período, o que resignificou a história deste país, pois evitou sua fragmentação, como ocorreu com o Vice Reinado do Prata, que possuíaArgentina como país sede.

Fortalecido por este evento histórico, transformou-se em um Império, onde o imperador era da linhagem real portuguesa, ou seja, filho e neto do rei português, necessariamente. Polarizou o poder e enfraqueceu a vizinhança, atacando seus territórios e manipulando política e geopoliticamente os países do Cone Sul.

A saber, o Brasil destruiu o Paraguai, invadiu várias vezes o Uruguai, guerreou com Buenos Aires e "comprou " o Acre, barrou ingleses no Norte ( Guiana Inglesa) e também os franceses (Guiana Francesa) . É por deste motivo que possui o quinto maior território do mundo e é um dos mais populosos do planeta.

Poder nunca faltou ao Brasil, apesar das deturpações da História, Geografia e Sociologia dentre outras ciências humanas. As análises, em muitos casos são contraditórias. Se o Brasil sempre é tratado de forma pejorativa, como conseguiu transformar-se em um país industrializado e potência agrícola ?

No século XXI, com este panorama de pluripolaridade, o Brasil deve ser classificado como uma potência de relevância mundial, sim. Quando verificamos a debilidade do capitalismo em sempre falir suas grandes potências, devemos considerar fatores mais perenes, como mercado consumidor interno, capacidade industrial, agrícola, energética e geopolítica.

A América do Sul não é a área de influência econômica do Brasil, por este país não apresentar aportes financeiros consideráveis, mas é a base da onde este país se projeta para o mundo, exibindo sua liderança continental. Para todos os países vizinhos do Brasil é impossível permanecer indiferente a ele .

O Brasil é um potência regional, com influência mundial.No âmbito regional, apresenta-se como o maior mercado consumidor e país mais industrializado ( e com parque industrial mais diversificado ) da América do Sul, e fornecedor de crédito ( apesar de incipiente aos padrões mundiais) para governos e empresas hispânicas.

No âmbito mundial é um grande fornecedor de alimentos, por ser uma das principais potências agroexportadoras do planeta, ricoem recursos naturais, populoso mercado consumidor interno e agora, projeta-se como uma potência energética através do petróleo e do etanol. Em se tratando de energia, a geografia brasileira é excepcional para fontes alternativas, como a eólica e solar.

Para o Brasil ser reconhecido como uma grande potência, falta pouco :uma questão de tempo e de educação. Educação ? Sim. Educação. O Brasil possui um sistema educacional precário, ridículo, principalmente em função das bizarrices que seus gestores cometem em nome dos governadores e prefeitos.

O que falta ao Brasil é a Tecnologia, ou seja, capacidade de inovação, de produzir conhecimento. Para o leitor descuidado que não conhece um sistema de educação pública, como o de São Paulo por exemplo, saiba que um professor concursado possui um salário inicial de R$ 800 a R$ 900,00 reais por 20 horas. Bastante ? Em muitos casos para que o professor consiga ministrar estas aulas ele trabalha de manhã, a tarde e a noite !!! Mentira !!! Sim, o governo do Estado de São Paulo possui a incapacidade técnica de permitir que 20 horas aula sejam ministradas por um funcionário seu em meio período.

Obedecendo a estes critérios ridículos, em muitos casos o professor não consegue ampliar sua carga horária e sobrevive o ano todo com esta fortuna mensal.Neste começo de ano, o Estado de São Paulo perdeu mais um grande professor, amigo meu. O motivo era o seguinte : para exercer as suas vinte aulas ele teria que ministrar 4 aulas em uma cidade, 6 em outra e 11 em outra !!!! Ele migrou para o SESI, que oferece uma remuneração 3 vezes maior e permite que ele trabalhe somente em um período e utilize o outro para elaboração de aulas e atividades. Você estudaria para ser professor ????

Outro dado interessante é a conotação pejorativa que o título de professor emite quando existe um profissional de carreira " bem sucedida"como um administrador ( do tipo que leva a falência a Caterpillar, City Bank , AIG dentre outros) : no Brasil, ser professor é possuir um título menor,mesmo que o advogado ou administrador exerça a função de balconista. Um professor doutor no Brasil não encontra emprego, quando deveria ser disputado.

Falta pouco para o Brasil alcançar o título de potência mundial, mas se tratar o conhecimento desta forma, será difícil para um analista internacional de um potência desenvolvida, que preza pelo conhecimento, reconhecer que o povo brasileiro possui esta capacidade. Para encerrar, gostaria de relembrar a Eleição Presidencial de 2006, onde o senador Cristovam Buarque ergueu a bandeira da educação e teve menos de 2% dos votos no Brasil . Lamentável, Brasil...

Ivan Santiago Silva – graduado em geografia, pós graduado em educação é professor do Instituto Superior de Ciências Aplicadas no curso de Geografia, nas disciplinas de geografia regional e geografia econômica.


Autor: Ivan Santiago Silva


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