Resenha dos capítulos I e II: HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS




FICHA TÉCNICA

Título: HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS
Autor: MOACIR GADOTTI
Editora: EDITORA  ÁTICA
Cidade: São Paulo
ano: 2005

número de páginas: 319

ISBN: 850804436 4

 



HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS

Considera o autor, já no prefácio que a educação é a prática mais humana, considerando-se a profundidade e a amplitude de sua influência na existência dos homens. Justifica este pensar afirmando que desde o surgimento do homem, é prática fundamental da espécie, distinguindo o modo de ser cultural dos homens do modo natural de existir dos demais seres vivos. Por impregnar tão firmemente, diz que a Educação é mais vivenciada do que pensada. Ainda afirma que: quase que se autobastanto, aprece dispensar a tarefa esclarecedora e norteadora do pensamento. No decorrer do prefácio acrescenta que a escola embora tenha de ser local enquanto ponto de partida deve ser universal, enquanto ponto de chegada.

Já na apresentação o texto  afirma que:

... por ser radical, essa reflexão é também rigorosa e atinge principalmente as finalidades da educação. Não dá apenas uma resposta geral aos problemas educacionais, de certa forma, ela
"morde" a realidade, isto é, pronuncia-se sobre as questões e os fatos imediatos que nos atingem como educadores.


        As idéias dos pensadores são colocadas em ordem cronológica, pois assim, mostram o quanto a evolução da educação está ligada a evolução da própria sociedade.


        Optou por trabalhar dentro de uma ótica de análise histórica e dialética, pretendendo assim evitar a armadilha na qual muitos autores caem, o maniqueísmo, que toma um ponto de vista como absoluto para renegar e denegrir os demais.

CAPÍTULO 1

O PENSAMENTO PEDAGÓGICO ORIENTAL

A prática da educação é muito anterior ao pensamento pedagógico. Diz o autor que o pensamento pedagógico surge coma reflexão sobre a prática da educação, como necessidade de sistematizá-la e organizá-la em função de determinados fins e objetivos.


          O oriente afirmou principalmente os valores da tradição, da não violência, da meditação, sobretudo areligião. A doutrina pedagógica mais antiga é o taoísmo (tão= razão universal) que é uma espécie de panteísmo, cujos princípios recomendavam uma vida tranqüila, pacífica, sossegada, quieta. Baseando-se no taoísmo, Confúcio  (551-479AC) criou um sistema moral que exaltava a tradição e o culto aos mortos. O Confucionismo foi religião no estado até a revolução cultural, promovida na china por Mão Tse -Tung, no século XX, dentro destas idéias, o pai era considerado por Confúcio dentro de casa, como de poder ilimitado sobre os filhos. Criou um sistema de exames baseado na memória e dogmas, esse memorismo fossilizava a  inteligência, a imaginação e a criatividade hoje exaltadas pela pedagogia. Nesta forma de educar chinesa havia a hierarquia,obediênciae a subserviência ao poder dos mandarins.      
    

        Os egípcios foram os primeiros a tomar consciência da importância da arte de ensinar, devemos a eles o uso prático das bibliotecas, criaram casas de instrução onde ensinavam à leitura, a escrita, a história dos cultos, a astronomia, a música e a medicina. Já os hebreus, foram os que mais conservaram as informações sobre sua história, legaram ao mundo um conjunto de doutrinas, tradições, cerimônias religiosas e preceitos que ainda hoje sãoseguidos. A educação hebraica era rígida, minuciosa, desde a infância; pregava o temor a Deus e a obediênciaaos pais, usava o método da repetição e da revisão; o catecismo. AEducação primirtiva ocorreu com características semelhantes, marcada pela tradição e pelo culto aos velhos. Esse tradicionalismo pedagógico, porém é orientado por tendências religiosas diferentes: o panteísmo do extremo oriente, o teocratismo hebreu, o misticismo hindu, o magicismo babilônico. A escola como instituição formal, surgiu como resposta a divisão social do trabalho e o nascimento do estado, da família e da propriedade privada. Na comunidade primitiva a educação era confiada a toda a comunidade, em função da vida e para a vida: para aprender a usar ao arco, a criança caçava,... . A escola era a aldeia. Com a divisão social do trabalho a escola não é mais a aldeia ou a vida, ela funciona agora num lugar especializado onde uns ensinam e outros aprendem. A história da educação, constitui-se num prolongamento da história das desigualdades econômicas. A educação primitiva era única, igual para todos, com a divisão social do trabalho aparece também a desigualdade das educações; uma para os exploradores e outra para os explorados. As doutrinas, nada mais são do que respostas dos exploradores. O saber da comunidade é expropriado e apresentado novamente aos excluídos do poder, sob a forma de dogmas, interdições e ordensque era preciso decorar. Cada indivíduo deveria seguir à risca os ditames supostamente vindos de um ser superior, extraterreno, imortal, onipresente e onipotente. A educação primitiva, solidária e espontânea, vai sendo substituída pelo temor e pelo terror.

LAO-TSÉ


        LAO(século VIAC) significa criança, jovem, adolescente e Tse quer dizer  maduro, sábio assim  Lao -Tsé pode ser compreendido como jovem sábio. Nos primeiros 40 anos de sua vida trabalhou como historiador e bibliotecário, conhecia bem a situação política do Império, por isso às vezes faz lembrar Shakespeare, cujos dramas revelam as intrigas acorrupçãodas corteseuropéias de seu tempo. Anos mais tarde, ele passa a viver como e remita na floresta,abandonandoa corte imperial ,estudando, meditando. Aos 80 anos, cruzou afronteira ocidental da china e desapareceu.

CAPÍTULO 2

                O PENSAMENTO PEDAGÓGICO GREGO

        Uma sociedade estratificada como agrega, sustentada por colônias, desenvolvida numa situação geográfica que facilitava o comércio entre o oriente e o Ocidente, serviu de berço da cultura ,da civilização e da educação ocidental.


         Os gregos tinham uma visão universal.Questionaram quem é o homem, duas cidades se destacaram e rivalizaram-se em respostas. Para Esparta o homem deveria ser o resultado de seu culto ao corpo (forte), eficaz, desenvolvido em todos os seus sentidos. Para Atenas a virtude principal deveria ser a luta pela liberdade, deveria ser racional, falar bem, defender seus direitos, argumentar. Esses ideais eram reservados apenas há homens livres, pois na Grécia havia dezessete escravos para cada homem livre, sendo que ser livre significava não ter preocupações materiais com o comércio ou com a guerra, atividades reservadas as classes inferiores. O homem bem educado tinha de ser capaz de mandar e de fazer-se obedecer.


         A educação ensinava uns pouco a governar, se ensinassem todos a governar talvez apontasse um caminho para a democracia, como entendemos hoje. Entre os iguais pode existir pode existir o diálogo e a liberdade de ensino, isto existia entre os gregos livres, a Grécia atingiu o ideal maisavançado da educação na antiguidade: a Paidéia ,uma educação integral,que consistia na integração entre a cultura da sociedade e a criação individual de outra cultura numa influência recíproca. Os gregos realizaram asíntese entre a educação e a cultura. A educação do homem integral consistia na formação do corpo pela ginástica, na da mente pela filosofia e pelas ciências, e na da moral e dos sentimentos pela música e pelas artes. Nos poemas de Homero, a "bíblia do mundo heleno"tudo se estudava:literatura, história, geografia, ciências,...etc.Platão chegou a desenvolver um currículo para preparar seus alunos a serem reis. Ele mesmo, Platão queria ser rei.

         Tendências Pedagógicas do mundo grego:

  • Pitágoras pretendia realizar na vida humana a ordem que via no universo, a harmonia que a matemática demonstrava;
  • Isócrates – centrava ao to educativo não tanto na reflexão, como queria Platão, mas na linguagem e na retórica;
  • Xenofontes – primeira tendênciaa pensar na educação da mulher, restrita aos conhecimentos caseiros e de interesse doesposo; Partia da dignidade humana conforme ensinará Sócrates.
  • Os gregos eram educados através dos textos de Homero, que ensinavam virtudes guerreiras, o cavalheirismo, o amor à glória,à honra,à força,à destreza eà valentia. O idealhomérico era ser sempre o melhor. Essa ética patriótica foi exaltada sobre tudo pelo nazismo e pelo facismo.

         Platão defendia que todo ensino deveria ser público, ficando o mais próximo possível da comunidade. A escola primária destinava-se a ensinar os rudimentos: leitura do alfabeto, escrita e cômputo. Os estudos secundários compreendiam a educação física, a artística,os estudos literários e científicos. A educação física compreendia principalmente a corrida a pé, o salto em distância, o lançamento do disco e do dardo, a luta, o boxe, o pancrácio e a ginástica.

No ensino superior prevalecia o estudo da retórica e da filosofia . A retórica estudava as leis do bem falar, baseadas numa tríplice operação:

a)procurar o que se vai dizer ou escrever;

b)pôr em certa ordem as idéias assim encontradas;

c)procurar os termos mais apropriados para exprimir essas idéias. (Daí o fato de a retórica dividir-se tradicionalmente em três partes:a invenção,a disposição e aalocução.)

       O ideal da cultura aristocrática grega não incluía a formação para o trabalho: o espírito devia permanecer livre para criar.

A VIRTUDE PODE SER ENSINADA, SE AS IDÉIAS SÃO INATAS

        SÓCRATES (469-399 a.C)filósofo grego nascido em Atenas, foi considerado o mais espantoso fenômeno pedagógico da história do ocidente. Sua preocupação como educador, ao contrário dos sofistas , não era a adaptação, a dialética retórica(técnica do poder e da imposição das idéias), mas estimular e despertar o impulso para a busca pessoal e a verdade, o pensamento próprio e a busca da voz interior. Não o interessavam os honorários das aulas, mas o diálogo vivo e amistoso com seus discípulos. Sócrates acreditava que o auto conhecimento é o início do caminho para o verdadeiro saber. Foi condenado à morte, apesar da possibilidade de fugir da prisão, permaneceu fiel a si e à sua missão.Não deixou nada escrito, o que herdamos foi o testemunho de seus contemporâneos, de seu discípulo mais importante, Platão.


Autor: Marlúbia de Paula


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