DE QUE MODO É REALIZADO O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA HANSENÍASE



Karina Araujo1

Katrinna Porto1

Lúcia Araújro1

Luciana Barreto1

Thiara Bruna da Silva1

Vanessa Picão2

Cacilda Reis3

RESUMO: Este artigo enfoca o modo como os profissionais de saúde e a comunidade, estão agindo diante da hanseníase. Foi utilizada a abordagem qualitativa e exploratória para a concretização da pesquisa. Os médicos e enfermeiros entrevistados, disseram que atuam detectando a doença, através de exames clínicos e laboratoriais e participam ativamente no processo de cura dos enfermos, com medicamentos que podem ser administrado de 6 a12 meses. Foi realizada pesquisa de campo com uma comunidade para ,medir seus conhecimentos sobre a doença, e os mesmos identificam a hanseníase, apenas com manchas na pele e não sabem onde encontrar tratamento para a doença. A interação entre os profissionais de saúde e a comunidade é necessária, pois só assim haverá o controle da moléstia. Quando a pessoa doente inicia o tratamento quimioterápico, ela deixa de ser transmissora da doença, pois as primeiras doses da medicação matam os bacilos e torna – os incapazes de infectar outras pessoas. Os indivíduos que convivem diretamente com hansênicos, devem tomar uma dose da vacina BCG, para aumentar a imunidade do organismo.

Palavras – chaves: diagnóstico, tratamento e conhecimento.

SUMMARY: This article focuses the way as the professionals of health and the community, they are acting before the hanseníase. The qualitative and exploratory approach was used for the materialization of the research. The doctors and interviewed nurses, they said that you/they act detecting the disease, through clinical exams and laboratory and they participate actively in the process of the patients' cure, with medicines that can be administered of 6 a12 months. Field research was accomplished with a community for their ,medir knowledge on the disease, and the same ones identify the hanseníase, just with stains in the skin and they don't know where to find treatment for the disease. The interaction between the professionals of health and the community is necessary, because there will only be like this the control of the disease. When the sick person begins the treatment quimioterápico, she stops being transmissible of the disease, because the first doses of the medication kill the bacilli and you/he/she turns–the unable ones of infecting other people. The individuals that live together directly with hansênicos, they should take a dose of the vaccine BCG, to increase the immunity of the organism.

Words–keys: diagnosis, treatment and knowledge.

INTRODUÇÃO


A hanseníase popularmente conhecida com "lepra." "Morféia" é uma doença infecto contagiosa de evolução lenta, causada pelo mycobacterium leprae, o qual atinge a pele, os nervos e alguns órgãos internos. É uma das mais antigas enfermidades que acomete o homem. Os primeiros casos datam 600 anos a.C. procede da Ásia, que juntamente com a África podem ser considerados a berço da doença (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

Objetivou-se, com o presente estudo, demonstrar como funcionam o diagnóstico e o tratamento da hanseníase na cidade de Barreiras - BA; além disso, conhecer os procedimentos adotados para o tratamento da referida enfermidade indicando-se como o portador se comporta diante do mesmo. Buscou-se, ainda, verificar o nível de conhecimento da comunidade em relação ao diagnóstico da doença.

Para concretização dessa pesquisa, abordou-se a hanseníase dando enfoque ao diagnóstico, ao tratamento e ao nível de conhecimento da comunidade de um bairro de Barreiras - BA.

A pesquisa foi exploratória, pois, proporcionou ter uma idéia inicial do tema e com o decorrer do estudo descrever detalhadamente como ocorre o tratamento e o diagnóstico da doença. Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, torná-lo mais explícito. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado.

Adotou-se uma abordagem qualitativa, em virtude da grande dimensão que abrange os aspectos ligados a doença, pois, o método qualitativo não emprega dados estatísticos como centro dos processos de análise de um problema, ou seja, não tem pretensão de numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas.

A concretização da pesquisa envolve o levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão.

Recorreu-se aos profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) que trabalham no Programa de Controle da Hanseníase no Município, os mesmos foram entrevistados e apresentaram informações sobre o diagnóstico e tratamento da doença. Enquanto com a comunidade do bairro Jardim Bela Vista, aplicou-se uma entrevista, contendo questões buscavam detectar o nível de conhecimento da mesma sobre a doença.

DESENVOLVIMENTO

Hanseníase, conhecida desde os tempos bíblicos como lepra,interpretada pelos religiosos como castigo divino e até mesmo num simples olhar havia o medo de contágio (FOCACCIA, 2005).

A doença é causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de hansen, que é um parasita intracelular, com afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos, que se instala no organismo da pessoa infectada; podendo se multiplicar; o tempo de multiplicação do bacilo pode durar de 11 a 16 dias. O Mycobacterium leprae infecta muitas pessoas no entanto só poucas adoecem, o homem é reconhecido como única fonte infecção, embora tenha sido identificados animais naturalmente infectados (MINISTERIO DA SAÚDE, 2001).

No estado da Bahia, em particular a cidade de Barreiras, situado na região oeste da Bahia, foi observado em 2005 205 casos ou prevalência de 12,4% em 10.000 hab. e no 10 semestre de 2006 houve uma redução, sendo registrados 87 casos ou prevalência de 8,6 por 10.000 mil habitantes, (SECRETÁRIA DE SAÚDE, 2006)

Como informa nos principais sintomas da doença são: Manchas na pele, diminuição ou aumento da melanina. As lesões se estendem por toda a superfície do corpo. Dependendo do número de contusões, a hanseníase pode ser classificada como paucibacilar ou multibacilar. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002)

Já os sintomas e sinais neurológicos caracterizam-se por dores e espessamento dos nervos periféricos, perda sensibilidade, principalmente nos olhos, mãos e pés, perda de força nos músculos dos membros superiores e inferiores (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002)..

De acordo com Focaccia (2005), ainda não existe vacina para a hanseníase, mas todos as pessoas que tem contato direto com o portador, devem tomar a dose da vacina BCG para aumentar a imunidade do organismo. Se o paciente negar - se a tomar os medicamentos, existem outros métodos alternativos, os quais são combinados justamente para evitar o abandono do processo de cura.

De acordo com o Ministério da Saúde (2002), para evitar o abandono ou o uso incorreto da medicação, o agente, ou uma pessoa da família, da comunidade ou um profissional de saúde deve estar presente no momento em que o paciente tomar o remédio, ou seja, a dose supervisionada mensal noposto de saúde ou na residência do paciente.

Ao entrevistar um dermatologista, tivemos uma maior visão de como a hanseníase apresenta-se. Foi esclarecido pela mesma, os procedimentos para se chegar ao diagnóstico de um indivíduo suspeito de hanseníase, a partir do momento em que o paciente tenha alguma mancha na pele. Segundo a médica "não tem nenhuma lesão de pele que apresenta dormência a não ser a hanseníase".

Para se chegar ao diagnóstico, é necessário realizar alguns procedimentos, tais como: a bascoloscopia (processo realizado com linfa, que pode ser colhida na lesão, cotovelo, joelho, orelha sem haver sangramento. É na linfa que vai vir ou não a presença do bacilo, positivo ou negativo). A biopsia e o teste de micsuda (teste cutâneo) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

Uma vez identificado um caso suspeito de hanseníase, médico fará o exame dermatoneurológico para confirmação do diagnóstico e classificação da doença, e assim saber qual o tratamento quimioterápico indicado. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

Após o resultado ter dado positivo, deve – se iniciar o tratamento de imediatamente com essa pessoa e chamar os contactantes da mesma para fazer a prevenção. Detectando - se a hanseníase paucibacilar o tratamento deve ser durante seis meses e a multibacilar no percursode 12 meses. Esse processo de cura é uma poliquimioterapia, envolve a dapsona, a ramfipicina e a clofasimina, que são antibióticos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

De acordo com o Ministério da saúde (2002), preciso ressaltar que, mesmo fazendo o tratamento corretamente a doença pode deixar seqüelas, pois a mesma é cutânea – neural, então ela atinge a pele e os nervos, principalmente nas extremidades do corpo com: mãos, pés, as vezes no andar ( marcha alterada).

CONCLUSÃO

Constatou-se, através dos dados levantados junto aos profissionais do Programa, que no município o diagnóstico é obtido por exame clínico, através da avaliação da pele dos nervos e de exame laboratorial por meio das raspagens nas lesões hansênicas. O processo de cura ocorre com aplicação dos seguintes medicamentos: rifampicina, dapsona e clofasimina. O tratamento tem duração de 6 a 12 meses, e logo que se inicia a hanseníase não é mais contagiosa

Os moradores do bairro pesquisado explicaram que não conviveriam com um hansênico, devido o fato de a doença ser transmissível, ressaltando que só teriam contato com algum portador se fosse da família, o que revela um grande preconceito a cerca da patologia. Percebeu-se que alguns moradores pesquisados ainda encontram-se confusos aonde procurar o tratamento. As maiores partes dos entrevistados identificam a doença através das manchas na pele e acham que a cura só ocorre se for detectada no início. Informaram que até o momento não receberam visitas de agentes comunitários que ofereçam orientações sobre a hanseníase.

Observou-se que nos dias atuais o diagnóstico da doença é de fácil análise seguindo-se do tratamento, contudo a sua eficácia depende da permanência do paciente até a sua conclusão. O nível de conhecimento da comunidade mostrou-se deficiente em relação à moléstia. Percebeu-se ainda uma visão preconceituosa com relação aos hansênicos.

Referências bibliográficas

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia para o controle da hanseníase / Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde - Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

FOCACCIA, Roberto. Veronesi: tratado de infectologia 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2005.

Brasil. Ministério da Saúde. Hanseníase Guia de Vigilância Epidemiológica / Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia para o controle da hanseníase / Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde - Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

Brasil. Ministério da Saúde. Hanseníase: Informações para agentes comunitários de saúde / Secretaria de Políticas de Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001.


1 Docentes do curso de enfermagem da faculdade São Francisco de Barreiras/ BA

2 Orientadora, Enfermeira

3 Orientadora, mestre em Política Social/UnB



Autor: Luciana Barreto


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