RELAÇÕES TEXTUAIS E DISCURSIVAS



1. Introdução

A leitura é um processo complexo que pressupõe a interação de escritor e leitor. Antes vista apenas como instrumento de informação, impingindo no leitor a marca de mero decodificador de sinais gráficos, em estudos mais recentes, ela assume um papel mais amplo, passando o leitor a participar também do processo, desempenhando não mais uma função passiva, mas de Sujeito que contribui para a concretização do texto. "Um texto postula o próprio destinatário como condição indispensável não só da sua própria capacidade comunicativa concreta, como também da própria potencialidade significativa" (ECO, 1979).

Alguns autores defendem, inclusive, a tese de que um texto só se concretiza a partir do momento em que é lido, quando o leitor preenche, com base em seus conhecimentos prévios, as "lacunas" que foram deixados pelo escritor, que produz o texto já direcionado para um leitor específico. Segundo ISER (1979), o texto apresenta "vazios" – implícitos, pressupostos, subentendidos – que, enquanto espaço disponível para o outro, devem ser preenchidos.

A operação do leitor para pôr em funcionamento o texto é uma atividade cooperativa de recriação do que é omitido, de preenchimento de lacunas, de desvendamento do que se oculta nos interstícios do tecido textual. Ao participar desse funcionamento, o leitor tem de interpretar as relações existentes entre as partes do texto e anexá-las, como novo conhecimento, ao conhecimento já existente da realidade.

As relações textuais podem apresentar-se explicitamente, por meio de marcadores discursivos, ou implicitamente, pressupostas pela própria organização estrutural e informacional do texto.

Com o objetivo de apresentar algumas informações sobre as relações adjacentes ao texto, o estudo em questão se estrutura da seguinte forma:

Primeiramente, abordaremos o papel das conjunções como marcadores discursivos. Na segunda parte, serão discutidas as relações presentes no texto sem o uso de marcadores. Em seguida, buscaremos expor pontos de vista de determinados autores sobre as relações textuais e discursivas e, finalmente, apresentaremos uma proposta formal de análise das relações discursivas, baseada em ASHER (s/d), através da coordenação e subordinação.

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Autor: Christiane Miranda Buthers


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